Política

DEIXARAM O MDB

Puccinelli chama ex-colegas
de mesquinhos e antiéticos

Para ex-governador, não foi a ideologia que levou prefeitos a deixarem o partido nos últimos anos

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Perdendo prefeitos para outros partidos, o presidente regional do MDB e ex-governador do Estado, André Puccinelli, disse durante a convenção do PTB, no fim de semana, que nenhum dos que se desfiliaram seguiram para outra agremiação por conta de ideal político. Crítico com aqueles que deixaram o partido, o líder emedebista chegou a dizer que são mesquinhos e antiéticos. 

O partido, que já teve maioria na Câmara Municipal de Campo Grande, comandou a cidade por 16 anos, sendo dois mandatos de Puccinelli e dois do atual senador Nelson Trad Filho, que migrou para o PSD, e o governo do Estado por oito anos, tem diminuído em número de mandatos. 

Na eleição de 2018, o então deputado Junior Mochi desistiu da reeleição para representar a sigla como candidato ao Executivo de Mato Grosso Sul. O nome dele foi o terceiro a ser anunciado como  candidato pelo partido, que antes teve o de Puccinelli, o qual desistiu do pleito porque foi preso durante a pré-campanha – conseguiu a liberdade apenas em dezembro – e indicou a senadora Simone Tebet para concorrer. A parlamentar chegou a aceitar o desafio, porém, desistiu, então Mochi assumiu a responsabilidade, contudo, não conquistou êxito.

De acordo com o ex-governador, o momento é de arrumar os diretórios para que em 2020 tenham candidatos aptos a concorrer. 

“Pretendo ajudar o partido, estamos achando novas lideranças e vamos renovar. Porque quem sai trocando por uma coisa ou outra não é correto”, destacou.

O número de deputados estaduais na bancada emedebista depreciou-se na Casa de Leis. Em 2014, foram eleitos seis nomes do MDB para a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALMS), porém, em 2018, apenas três conseguiram se reeleger, Eduardo Rocha, Márcio Fernandes – que em 2014 era do PT do B – e Renato Câmara. 

No Congresso Federal, também houve uma queda nas cadeiras do MDB sul-mato-grossense. O partido teve um deputado federal eleito, Carlos Marun e, em 2018, nenhum nome da sigla conseguiu uma cadeira na Câmara dos Deputados. O Senado Federal também teve baixa do MDB. O ex-senador Waldemir Moka não conseguiu a reeleição, ele teve 15,48% dos votos e ficou em terceiro lugar, perdendo para Nelson Trad e Soraya Thronicke (PSL).

Os resultados do partido nas urnas têm impactado diretamente nos números de filiados. Alguns prefeitos que se elegeram em 2016 migraram de partido e o principal destino foi o PSDB, que vem crescendo em número de mandatos e reelegeu o governador Reinaldo Azambuja. Na visão de Puccinelli, a mudança não é por ideal político. “Dos que foram, nenhum pensou eu, nenhum foi por ideal. Dos que foram, alguns me disseram que lá teriam benefícios que se ficassem no MDB não o teriam. Quem faz isso é mesquinho, antiético e não serve para fazer política de alto nível”, endureceu o discurso. 
Ainda na visão do ex-governador do Estado, ex-filiados do MDB deixaram o partido por conta de dinheiro e devem ter seus resultados.  “E quem trocou por dinheiro vai ter o retorno do povo lá na frente”. 

Como presidente regional da sigla, Puccinelli afirma que deve seguir a linha do PSDB e também conquistar novos filiados. “Como esses foram perscrutados, novos serão renovados. Eu estava em Ponta Porã e lançamos o nome do Luiz Renê do Amaral como pré-candidato a prefeito de Ponta Porã”. 

negociações

Federação entre PP e União Brasil pode nascer rachada em Mato Grosso do Sul

Ex-deputada federal Rose Modesto promete continuar cobrando as promessas feitas em campanha pela prefeita Adriane Lopes

14/03/2025 08h00

A prefeita Adriane Lopes (PP) e a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil), durante debate

A prefeita Adriane Lopes (PP) e a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil), durante debate Reprodução

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Com provável desfecho na próxima semana, a possível federação entre dois dos maiores partidos do Brasil – PP e União Brasil – pode já nascer rachada em Mato Grosso do Sul, em razão da disputa pelo comando do Executivo municipal de Campo Grande nas eleições do ano passado entre a atual prefeita Adriane Lopes (PP), que acabou reeleita, e a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil).

Caso seja consolidada essa federação, o bloco, que funcionaria como um único partido por pelo menos quatro anos, colocaria no mesmo barco as duas adversárias, que travaram uma disputa acirrada, principalmente no segundo turno das eleições municipais, quando os ânimos de ambas ficaram mais exaltados, atingindo o ápice no último debate televisivo.

Procurada pelo Correio do Estado para comentar a convocação feita pelo presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (Piauí), aos deputados federais, senadores e presidentes de diretórios da legenda que não sejam parlamentares para uma reunião na terça-feira, em Brasília (DF), para trata da possível federação com o União Brasil, Rose Modesto não deixou de marcar posição.

“Não tenho problemas com o PP, até porque no PP tem muita gente. Se isso acontecer, terei uma boa relação com todos os partidos da federação, porém, vou manter minha independência de continuar cobrando as melhorias e as promessas de campanha que foram feitas nas eleições do ano passado”, adiantou a presidente estadual do União Brasil, referindo-se à gestão da prefeita Adriane Lopes.

A ex-deputada federal ainda deixou claro que não é porque possivelmente os dois partidos vão caminhar juntos pelos próximos quatro anos que vai esquecer tudo o que se passou durante as eleições municipais do ano passado em Campo Grande. “Meu compromisso maior será sempre com os meus eleitores”,
argumentou.

A prefeita Adriane Lopes foi procurada pelo Correio do Estado, mas, até o fechamento desta edição, não retornou as ligações. No entanto, o espaço continuar aberto para a chefe do Executivo municipal.

NACIONAL

Em nível nacional, já há consenso entre Ciro Nogueira e o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, sobre a união dos dois partidos, e a ideia é dividir os comandos estaduais da federação entre as siglas, seguindo o critério de tamanho das bancadas no Legislativo.

Já a presidência nacional seria exercida de forma intercalada, e não há objeção para que esse esquema se inicie pelo PP, com o comando do ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL), um desejo de Nogueira. “Se a federação acontecer, a presidência vai ser um rodízio”, afirmou. 

Falta, porém, consenso entre as bancadas dos partidos, pois uma ala do União Brasil, por exemplo, reclama de que não foi ouvida por Rueda. Na última reunião do grupo, realizada na Câmara dos Deputados, o líder do partido, deputado federal Pedro Lucas Fernandes (Maranhão), foi instado a trazer o presidente da sigla para o próximo encontro.

Além de União Brasil e PP, a nova federação pode ter ainda o reforço do Republicanos, pois Ciro Nogueira e o presidente nacional republicano, Marcos Pereira, encontraram-se nesta semana, em Brasília, para debater se a sigla do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Paraíba), faria parte do novo bloco. Ficou decidido que os partidos devem caminhar juntos nas eleições de 2026, mas, neste momento, a conversa sobre federação vai seguir apenas entre União Brasil e PP.

PRESIDÊNCIA

Uma aresta que precisará ser resolvida entre os três partidos é o candidato de consenso para disputar o cargo de presidente da República nas eleições gerais do próximo ano. O Republicanos tem entre seus quadros o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, um dos mais bem colocados para ser o candidato da direita.

Enquanto isso, o União Brasil conta com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que vai lançar uma chapa, no dia 4 de abril, ao lado do cantor sertanejo Gusttavo Lima. 

Para não abrir mão da candidatura, aliados de Caiado têm se colocado contra a federação com o Republicanos, temendo que o governador de Goiás seja preterido em uma disputa de forças interna.

Paralelamente, Ciro Nogueira tem sinalizado apoio a uma candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ou do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para depois tentar se viabilizar como vice de um dos dois filhos de Bolsonaro.

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Na bronca

Não sou contra emendas parlamentares, mas neste patamar sou contra, diz Simone Tebet

Segundo Tebet, em nenhum outro lugar do mundo o Parlamento tem tantos recursos quanto o Executivo para investimentos

13/03/2025 23h00

Simone Tebet, Ministra do Planejamento e Orçamento

Simone Tebet, Ministra do Planejamento e Orçamento Foto: Divulgação

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A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, fez críticas ao crescimento descontrolado das emendas parlamentares, que podem virar "um caso de polícia".

"Eu já vi essa história antes, eu já vi esse filme antes. Não sou contra as emendas parlamentares, acho que elas são saudáveis Neste patamar que sou contra", afirmou a ministra, em entrevista exibida pela GloboNews na noite da quarta-feira, 12.

Segundo Tebet, em nenhum outro lugar do mundo o Parlamento tem tantos recursos quanto o Executivo para investimentos.

É preciso, segundo a ministra, encontrar um maior equilíbrio em relação às emendas, sob o risco de a situação atual levar a um cansaço da população brasileira com a classe política.

Nesse sentido, Tebet disse que sua maior preocupação para as eleições do ano que vem é com o surgimento de candidatos de fora da política tradicional. "Não tenho medo da direita ou da esquerda tradicional, tenho medo de um outsider, que vem com ideias mirabolantes de um mundo totalmente distópico."

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