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Quarentena de juízes para disputar eleições divide deputados

Bancada de MS diverge sobre proposta que pode ser apreciada pela Câmara e pelo Senado Federal

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A bancada federal sul-mato-grossense não votará de forma uníssona na proposta que estabelece prazo de afastamento definitivo para que juízes possam se candidatar a cargos políticos. 

Parte defende uma quarentena, mas com prazo inferior aos oito anos propostos pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli. 

Outra parcela é contra um período maior do que já esta definido na Lei Complementar 64/90, a PEC 45/04 e resoluções do TSE.

Mesmo com projetos com este teor parados há mais de 10 anos na Câmara dos Deputados, a proposta ganhou impulso com a declaração de Toffoli e outra anteontem do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que defendeu a votação em breve da proposta que estabelece prazo para que juízes e membros do Ministério Público possam se candidatar a cargos políticos.  

Para Rodrigo Maia, as carreiras de Estado não podem ser usadas como trampolim político-eleitoral. “O presidente Toffoli está correto, e essa matéria está sendo amadurecida e perto de chegar a um entendimento de que as carreiras não podem ser usadas como trampolim”.

Dois parlamentares de Mato Grosso do Sul se posicionaram a favor de uma quarentena maior do que a prevista em Lei atualmente. Beto Pereira (PSDB) e Fábio Trad (PSD) até apresentaram projetos nesse sentido. 

Pereira propõe no PL 94/2019 que os magistrados devem se afastar definitivamente do cargo cinco anos antes do pleito que vão disputar.  

Já Trad, no PL 255/2019, propõe que haja o afastamento definitivo do cargo 6 meses antes do pleito.

Pereira enfatizou que é “importante essa quarentena para juízes por entender que as decisões tomadas por esses profissionais podem estar contaminadas pelas pretensões políticas. Porém, acho o tempo de 8 anos um período muito longo", disse

"Em 2019, apresentei um projeto de lei sugerindo uma quarentena de cinco anos, que acredito ser tempo suficiente para o juiz ou promotor que queira disputar uma eleição se preparar para entrar na briga de igual pra igual com outros adversários e sem carregar o status da magistratura”, acrescentou.

A senadora Simone Tebet (MDB) defendeu uma quarentena de três anos, citando que a média da desincompatibilização para vários segmentos, inclusive magistrados, “é muito menor do que 8 anos. Eu advogo que precisa rever esta legislação, mas que seja nos moldes do que já existe para a magistratura".

"Hoje são três anos para que o magistrado largue o cargo para exercer a advocacia. Então três anos é um tempo razoável de quarentena para que se possa ser candidato para qualquer cargo eleito, desde que não retroaja. Isso tem que ficar claro no corpo da lei. Não voto favorável projeto de quarentena com destinatário objetivo que não tenha o interesse público; não voto para tolher o direito de quem quer que seja de ser candidato”, afirmou.

Entre os parlamentares contrários a uma quarentena maior estão a deputada Rose Modesto (PSDB) e os deputados Dagoberto Nogueira (PDT) e Dr. Luiz Ovando (PSL), que apresentaram argumentos diferentes para tal posicionamento.

Rose Modesto enfatizou que “não pode ocorrer objeção às candidaturas de magistrados, uma vez que a lei já define regras para este afastamento, que deve seguir os mesmos parâmetros próximos aos adotados para outras funções públicas. Ao ampliar o prazo da quarentena, estará prejudicando estas pessoas, vai coibir o exercício pleno de sua cidadania”.  

Nogueira enfatizou que defende “que os magistrados tenham um prazo para renunciarem ao cargo, é o que exige a lei hoje. Não podem simplesmente se afastar, porque eles têm cargos vitalícios. Devem pedir renúncia deste cargo ou se aposentar, aí disputar normalmente. A carência de 4 ou 5 anos acho errado. Desde que não esteja mais fazendo parte do quadro da magistratura ou do quadro do Ministério Público, eles têm que ter o direto de disputar as eleições”.

Dr. Luiz Ovando destacou que: “Não concordo, isso é imoral e, até aqui, inconstitucional. Quando o indivíduo age executando bem a sua função de juiz ou promotor, há aí um balizamento legal conduzindo e modulando suas ações. É o que deveria fazer julgando com justiça. Se não faz, é por incompetência e corrupção”.

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

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