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Orçamento 2026: receitas de MS crescerão abaixo da inflação, prevê governo

Governo de Mato Grosso do Sul enviou lei orçamentária para o próximo ano à Assembleia Legislativa

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O Governo de Mato Grosso do Sul encaminhou à Assembleia Legislativa (ALEMS) o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 prevendo receita total de R$ 27,19 bilhões. Embora o valor represente um crescimento nominal de 3,58% em relação ao orçamento de 2025 — que foi de R$ 26,4 bilhões —, o aumento é inferior à inflação acumulada de 5,17% nos últimos doze meses, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Na prática, isso significa que, para apenas acompanhar a inflação, o orçamento estadual deveria alcançar R$ 27,76 bilhões, o que corresponde a cerca de R$ 1,3 bilhão a mais do que o valor efetivamente previsto para o próximo exercício. Assim, mesmo com o acréscimo de R$ 788 milhões, o Estado tende a ter menor "poder de compra real" em 2026.

Conforme o projeto de lei encaminhado à Assembleia, os duodécimos para outros poderes, além do Executivo:

  • Assembleia Legislativa: R$ 567.574.000,00
  • Tribunal de Contas do Estado: R$ 444.019.300,00
  • Tribunal de Justiça: R$ 1.464.780.100,00
  • Ministério Público: R$ 767.151.800,00
  • Defensoria Pública: R$ 377.319.900,00

No caso da Assembleia Legislativa, o valor nominal cresce, mas em ritmo inferior ao índice inflacionário, o que significa perda real de recursos. Se o orçamento da Casa fosse corrigido integralmente pela inflação acumulada, o valor deveria ser de aproximadamente R$ 596 milhões, e não R$ 567 milhões, déficit de quase R$ 29 milhões.

De acordo com o projeto, a receita total do Estado está estimada em R$ 27,19 bilhões, distribuída em:

  • Receitas Correntes: R$ 24,07 bilhões
  • Receitas de Capital: R$ 587,7 milhões
  • Receitas Intraorçamentárias: R$ 2,53 bilhões

A maior parte da arrecadação virá de impostos estaduais, com R$ 22,3 bilhões estimados em receitas tributárias, principalmente de ICMS e IPVA.

O governo afirma que o orçamento foi elaborado em conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei Federal nº 4.320/1964 e o Plano Plurianual (PPA) 2024-2027, levando em conta indicadores econômicos e o comportamento da arrecadação nos últimos três anos.

O valor total das despesas, que deve se igualar à receita, também é de R$ 27,19 bilhões, com a seguinte composição:

  • Despesas Correntes: R$ 23,29 bilhões
  • Pessoal e encargos: R$ 12,98 bilhões
  • Custeio e manutenção de serviços: R$ 6,37 bilhões
  • Juros e encargos da dívida: R$ 317,6 milhões
  • Despesas de Capital: R$ 3,78 bilhões
  • Investimentos: R$ 3,43 bilhões
  • Amortização da dívida: R$ 298 milhões
  • Reserva de contingência: R$ 112,9 milhões
  • O documento ressalta que o Estado optou por manter a menor alíquota modal de ICMS do País, política tributária adotada nos últimos dois anos para reduzir a carga sobre o contribuinte.

Segundo o governador em exercício, José Carlos Barbosinha (PSD), o Executivo busca compensar a menor arrecadação decorrente da política fiscal e de fatores conjunturais, como os efeitos do clima sobre as safras e a queda na receita do gás, com ajuste e qualificação dos gastos públicos.

O texto também reserva R$ 84 milhões para emendas obrigatórias dos deputados estaduais, garantindo a destinação de recursos a áreas como saúde, infraestrutura e assistência social.

Não estão previstos novos aportes do Estado em sociedades de economia mista, mas os orçamentos próprios das estatais somam R$ 870,6 milhões, distribuídos entre:

MSGás: R$ 173,3 milhões
Sanesul: R$ 691,9 milhões
Ceasa: R$ 5,4 milhões

O projeto será analisado pelos parlamentares da ALEMS e poderá receber emendas antes da votação final, prevista para ocorrer ainda em 2025. Caso aprovado, o orçamento passa a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2026.

EM BRASÍLIA

Riedel e Azambuja alinham "agenda da direita" com presidente nacional do PL

Encontro aconteceu em Brasília, onde também foi discutido alinhamento político em torno de um projeto nacional em desenvolvimento

06/11/2025 17h30

Eduardo Riedel e Reinaldo Azambuja se reuniram com presidente nacional do PL em Brasília

Eduardo Riedel e Reinaldo Azambuja se reuniram com presidente nacional do PL em Brasília Foto: Divulgação

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O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PP) e o ex-governador e presidente regional do PL, Reinaldo Azambuja (PL), se reuniram, nesta quinta-feira (6), com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, em Brasília, para tratar de assuntos relacionados ao fortalecimento da centro-direita em Mato Grosso do Sul.

O encontro ocorreu em Brasília, onde também foi tratado um alinhamento político em torno de um projeto nacional em desenvolvimento. Não foi detalhado qual seria esse projeto.

Nas redes sociais, Valdemar registrou o encontro e disse que nesta quinta, em Brasília, foi dada "continuidade à agenda da direita, com grandes encontros, muito diálogo e trabalho".

"Estive agora há pouco com o ex-governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, alinhando nossas bases no Estado e, assim, no Brasil. É muito importante que a direita esteja mais unida do que nunca agora, para que o amanhã dê certo!", disse, em uma das postagens.

Na sequência, ele fez outra postagem, com o governador Eduardo Riedel.

"Hoje, ainda tive a oportunidade de receber o atual governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, e conversar sobre as prioridades para o Estado e para a direita. Tudo o que for para melhorar a vida do povo, na prática, estaremos em acordo e colaboraremos para executar. Vamos juntos!", disse, no Instagram.

Também nas redes sociais, Riedel acrescentou que o encontro foi para alinhar "pautas de interesse de Mato Grosso do Sul".

O governador cumpriu agenda em Brasília nesta manhã, no Escritório de Relações Institucionais e Políticas de MS no DF.

Reinaldo Azambuja, que assumiu em setembro o comando do PL em Mato Grosso do Sul e é pré-candidato ao Senado, destacou que a reunião consolidou o papel estratégico do Estado no avanço da pauta liberal-conservadora.

“Foi uma boa reunião. Discutimos os caminhos do PL em Mato Grosso do Sul, o fortalecimento da aliança pró-Riedel e a estruturação partidária”, afirmou.

O ex-governador acrescentou que a sintonia entre os líderes reforça o compromisso com um projeto político de estabilidade e crescimento.

"Esse encontro reforça a importância de estarmos unidos em um projeto estadual e nacional de centro-direita, que é essencial para o desenvolvimento", completou Azambuja.

Câmara dos Deputados

MS: saiba quem facilita que criança tenha filho do estuprador

Câmara aprovou suspender resolução que garantia acesso à informação sobre possibilidade de aborto caso a gestação seja resultado de violência sexual

06/11/2025 16h14

Luiz Ovando, Beto Pereira, Rodolfo Nogueira e Marcos Pollon votaram a favor de projeto que dificulta aborto a crianças vítimas de estupro

Luiz Ovando, Beto Pereira, Rodolfo Nogueira e Marcos Pollon votaram a favor de projeto que dificulta aborto a crianças vítimas de estupro Foto: Montagem

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A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira (5), por 317 votos a 111, o projeto de Decreto Legislativo (PDL-03) que dificulta a realização de abortos em crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. O texto seguirá para análise do Senado. 

Dos deputados federais de Mato Grosso do Sul, quatro votaram a favor da proposta, três votaram contra e um não votou por estar de licença, sendo o deputado Vander Loubet (PT), que está se recuperando de uma cirurgia.

Veja como votou cada deputado de MS na chamada PDL da Pedofilia:

A favor:

  • Marcos Pollon (PL)
  • Rodolfo Nogueira (PL)
  • Dr. Luiz Ovando (PP)
  • Beto Pereira (PSDB)

Contra:

  • Camila Jara (PT)
  • Dagoberto Nogueira (PSDB)
  • Geraldo Resende (PSDB)

PDL da Pedofilia

O projeto, de autoria da deputada Chris Tonietto (PL-RJ), suspende resolução do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (Conanda) sobre o tema.

A resolução determinava que a criança deve ter garantido o seu direito de acesso à informação sobre a possibilidade de aborto caso a gestação seja resultado de episódio de violência sexual.

A resolução também permite o aborto, em casos de estupro, independente de decisão judicial autorizativa ou da comunicação aos responsáveis legais nos casos em que houver suspeita de violência sexual ocorrida na família.

Além disso, outro trecho da resolução estabelece como conduta discriminatória se um profissional recusar a prática do aborto apenas com a justificativa de não acreditar na palavra da vítima de que ocorreu a violência sexual.  

Na justificativa para suspender o ato normativo, a deputada Chris Tonietto (PL-RJ) alega que o ato normativo do Conanda fala do direito ao aborto, o que ela não considera como direito e que, por este motivo, "não há que se falar em aborto legal".

Os autores da proposta no Congresso também afirmam que o trecho que dispõe sobre a não comunicação aos responsáveis nos casos de suspeita de violência ocorrida na família contraria o Código Penal, que atribui aos pais ou responsáveis a decisão, devido à incapacidade civil de crianças e adolescentes.

Os parlamentares da bancada cristã também são contrários ao trecho que menciona a conduta discriminatória caso o profissional de recuse a fazer o aborto, alegando que há hospitais católicos onde profissionais são contra o aborto e não deveriam ser obrigados a realizar a interrupção da gestação.

Já deputados de esquerda criticaram o projeto, afirmando que a proposta é cruel contra crianças que sofreram estupro.

Preocupação e impactos

O Ministério das Mulheres demonstrou preocupação com o projeto que vetaria a resolução do Conanda sobre as diretrizes para o atendimento humanizado e prioritário de meninas vítimas de estupro na rede de saúde. 

De acordo com o governo, a decisão do conselho busca garantir a aplicação de direitos já existentes em lei.

“O PDL, ao anular essa orientação, cria um vácuo que dificulta o acesso dessas vítimas ao atendimento e representa um retrocesso em sua proteção”, diz o Ministério em nota.

O Ministério das Mulheres ainda destaca que a decisão do Conanda tem relação com o “cenário alarmante” vivido no país. Entre 2013 e 2023, por exemplo, o Brasil registrou mais de 232 mil nascimentos de mães com até 14 anos.

“São gestações infantis decorrente de estupro de vulnerável. Embora a lei garanta o aborto legal em casos de estupro, milhares de meninas são forçadas à maternidade anualmente”.

Segundo o governo federal, em 2023, apenas 154 meninas em todo o país conseguiram a

O Ministério destacou ainda que a gestação forçada é a maior causa de evasão escolar feminina e leva à morte de uma menina por semana no Brasil. 

O governo ainda ponderou que a resolução do Conanda não ultrapassa suas funções nem cria novos direitos.

“Apenas detalha como aplicar a lei para salvar vidas. Suspender esta medida é fechar os olhos para a violência e falhar com as meninas brasileiras”, apontou a nota.

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