Política

zonas eleitorais

Resolução do TSE pode contribuir
com corrupção eleitoral

No Estado, 11 zonas eleitorais foram extintas com medida do tribunal

RODOLFO CÉSAR

19/06/2017 - 19h51
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Resolução do ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), vai extinguir 11 zonas eleitorais de Mato Grosso do Sul. Primeiramente, o mesmo ato previa a extinção de 26 zonas eleitorais, mas houve mudança de última hora.

A medida, conforme a Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul), pode contribuir para aumento da corrupção nas eleições municipais. Isso porque para eleitores tirarem o título em algumas cidades, com as mudanças, vai exigir viagens de 400 quilômetros, por exemplo. Assim, a prática de compra de votos pode ganhar força com o transporte de pessoas que não tem dinheiro para viajar.

A entidade também avaliou que o volume de procedimentos nas zonas que vão absolver as extintas pode influenciar negativamente porque ainda não está definido se o número de juízes e promotores serão ampliados para dar conta da demanda.

Denúncias e julgamentos podem, com isso, demorar mais tempo para serem feitos, atrapalhando a lisura de pleitos e até mesmo prestação de contas.

"Haverá acúmulo de demandas nas zonas que irão incorporar as extintas, além do fato de se ampliar o número de processos, de eleitores e candidatos nessas unidades, que deverão ser atendidos pelo mesmo promotor e juiz", informou nota da Assomasul.

O presidente da associação, Pedro Caravina, que também é prefeito de Bataguassu, pediu que a bancada federal e deputados estaduais tentem intervir nessa situação.

"A medida dificultará ainda mais para o eleitor residente nas pequenas cidades do interior o acesso à Justiça Eleitoral", alertou Caravina.

Em evento realizado hoje na Assomasul, em Campo Grande, o deputado Dagoberto Nogueira reconheceu que a situação pode incentivar a corrupção.

"Tem gente que vai andar 400 quilômetros para fazer um título, isso só vai estimular a corrupção eleitoral porque que tem dinheiro tira o título, quem não tem não vai tirar", comentou Dagoberto, referindo-se a eventual aliciamento de eleitores durante o período de campanhas eleitorais.

ZONAS EXTINTAS

As zonas eleitorais extintas serão Porto Murtinho, Pedro Gomes, Rio Negro, Deodápolis, Inocência, Nioaque, Sete Quedas, Anaurilândia, Corumbá, Três Lagoas e Ponta Porã.

A resolução previa impactar as seguintes cidades: Cassilândia, Fátima do Sul, Bataguassu, Camapuã, Porto Murtinho, Água Clara, Aparecida do Taboado, Iguatemi, Sonora, Caarapó, Pedro Gomes, Bonito, Mundo Novo, Bandeirantes, Rio Negro, Deodápolis, São Gabriel do Oeste, Inocência, Dourados, Nioaque, Sete Quedas, Anaurilândia, Chapadão do Sul, Corumbá, Três Lagoas e Ponta Porã.

Na reunião feita na Assomasul hoje, a diretora-geral do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), Tânia Coutinho, estava presente e confirmou a extinção de 11 zonas eleitorais.

Junior Mochi (PMDB), presidente da Assembleia Legislativa, e os deputados estaduais Beto Pereira (PSDB), Paulo Corrêa (PR), Professor Rinaldo (PSDB), Coronel David (PSC) e Eduardo Rocha (PMDB) também participaram do encontro na Capital.

"É uma discrepância o critério -- a densidade demográfica -- utilizado por Gilmar Mendes para remanejar essas zonas eleitorais em Mato Grosso do Sul", opinou o presidente da Assomasul.

Dagoberto ficou responsável por demandar intervenção ao senador Waldemir Moka (PMDB), coordenador da bancada federal.

OBRAS E OUTRAS MEDIDAS

Na reunião de hoje, o deputado federal presente mencionou que pode ser garantido recursos para construir dois cartórios eleitorais em Cassilândia, que acabou ficando fora do corte.

Para tentar frear a mudança, a Associação dos Magistrados já entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a resolução e portarias do TSE. Ao mesmo tempo, não há prazo que haver julgamento dela.

REVANCHE

Vira-casaca, Capitão Contar aposta em efeito Pablo Marçal para encarar Riedel

Em visitas ao interior, o ex-deputado estadual teria falado que continuará no PRTB e que desistiu do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro

13/02/2025 08h00

Ao centro, Capitão Contar participa de evento em Naviraí, ao lado do prefeito Rodrigo Sacuno (PL)

Ao centro, Capitão Contar participa de evento em Naviraí, ao lado do prefeito Rodrigo Sacuno (PL) Foto: Divulgação

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Em uma guinada de 180 graus, o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB) teria desistido de tentar uma vaga no Senado e sairia novamente candidato a governador de Mato Grosso do Sul nas eleições gerais de 2026.

Além disso, conforme apurou o Correio do Estado, ele deve continuar no PRTB, apostando no fenômeno Pablo Marçal, e não pretende mais migrar para o PL do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro, esquecendo que foi eleito deputado estadual em 2018 graças à “onda bolsonarista”.

O Capitão Contar também quer tentar uma revanche contra o governador Eduardo Riedel (PSDB), que o derrotou no segundo turno das eleições gerais de 2022 por uma diferença de 196.097 votos válidos, ou seja, 13,8% do total.

É bom lembrar que o ex-deputado estadual só avançou para o segundo turno depois que o ex-presidente pediu, na reta final do primeiro turno, em debate presidencial transmitido ao vivo pela TV Globo, votos ao então candidato bolsonarista sul-mato-grossense. 

A mudança de rumo, já que até então Bolsonaro apoiava a candidatura do tucano Eduardo Riedel, foi provocada por declaração da senadora Soraya Thronicke (Podemos), inimiga política do ex-presidente e também presidenciável na época, que o chamou de infiel por estar no palanque do PSDB.

A fala de Bolsonaro teve impacto imediato nas eleições em Mato Grosso do Sul e acabou fazendo com que Capitão Contar e Eduardo Riedel avançassem para o segundo turno, tirando do páreo o ex-governador André Puccinelli (MDB), que até então liderava todas as pesquisas de intenções de votos para voltar ao comando do Estado.

VIRA-CASACA

Preocupado em voltar a ocupar um cargo público eletivo, de preferência o mais alto de Mato Grosso do Sul, Contar não teria pensado duas vezes para virar a casaca, trocando o colega de caserna e de patente – ambos são capitães do Exército – pelo aliado de ocasião, o fenômeno Pablo Marçal.

O candidato do PRTB paulista por pouco não conseguiu avançar ao segundo turno da eleição para prefeito de São Paulo (SP), a maior e mais importante cidade brasileira, derrotando os candidatos apoiados por Bolsonaro – que acabou reeleito – e pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O Correio do Estado apurou que, nas andanças por cidades do interior do Estado, onde obteve muitos votos em 2018, Capitão Contar tem falado para seus apoiadores da direita que vai mesmo sair candidato a governador, pois os resultados de algumas pesquisas são muito animadores.

Ao ser questionado o porquê de não se filiar ao PL de Bolsonaro, ele revelou que, continuando no PRTB, teria o apoio de Pablo Marçal e, quem sabe, poderia repetir em Mato Grosso do Sul o mesmo efeito que o coach conseguiu com os eleitores da direita em São Paulo.

Capitão Contar acredita que Pablo Marçal deverá sair candidato a presidente da República pelo PRTB em 2026 e, dessa forma, faria uma dobradinha com ele no Estado, disputando o cargo de governador. 

Uma das cidades onde o ex-deputado estadual esteve e teria falado sobre esse assunto foi Naviraí. Ele participou da Jornada Pedagógica 2025, realizada pela Gerência Municipal de Educação (Gemed), na manhã de terça-feira, com aproximadamente 800 professores, coordenadores pedagógicos e administrativos.

O encontro dos trabalhadores em educação, realizado nas dependências do Salão Paroquial de Naviraí, teve a presença da primeira-dama Naiza Capuci Sacuno, da vice-prefeita Telma Minari (União Brasil) e do prefeito Rodrigo Sacuno (PL), que chegou ao encontro dos educadores acompanhado pelo Capitão Contar.

SAIBA

“Sou Bolsonaro e sairei ao Senado”, diz Contar

Procurado pelo Correio do Estado, o ex-deputado estadual Capitão Contar negou que disputará o cargo de governador em 2026 ou que apoiará Pablo Marçal.

“Por enquanto, vou continuar no PRTB, mas o meu candidato a presidente é Jair Bolsonaro. Não procede que vou apoiar Pablo Marçal. Todas as minhas decisões vão ser baseadas em pesquisas. E esses levantamentos apontam que é melhor disputar uma das vagas ao Senado. A legenda ainda será definida mais adiante”.

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EM ALTA

Corumbá recupera importância política no Estado e presença de Riedel amanhã reforça este cenário

O governador estará na cidade nesta quinta-feira (13) para lançar oficialmente o mais tradicional carnaval de Mato Grosso do Sul

12/02/2025 13h18

O prefeito de Corumbá, Dr. Gabriel (PSB), durante entrevista coletiva no município

O prefeito de Corumbá, Dr. Gabriel (PSB), durante entrevista coletiva no município Leonardo Amaral/Divulgação

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A presença do governador Eduardo Riedel (PSDB) em Corumbá (MS), na noite desta quinta-feira (13), para lançamento da programação do Carnaval 2025 demonstra que a cidade pantaneira voltou a ser peça importante no cenário político sul-mato-grossense.
 
Conforme apuração do Correio do Estado, será a primeira visita de Riedel ao município depois que o prefeito Dr. Gabriel (PSB) tomou posse há 44 dias e indica claramente a credibilidade da nova administração municipal.
 
"Deixa para trás aquele período de conflitos e falta de sintonia vividos na gestão passada. Corumbá recuperou sua importância política e seguimos trabalhando alinhados com o Estado, bancada federal e Assembleia Legislativa”, declarou Dr. Gabriel.
 
Ele acrescentou que o governador tem sido parceiro de primeira grandeza da sua administração. “Também não posso deixar de destacar a atuação do deputado estadual Paulo Duarte (PSB) nesse processo. O gabinete dele, em Campo Grande, está se tornando uma extensão para contatos com autoridades e busca de recursos", completou.
 
As ações do Estado em Corumbá confirmam a recuperação do status político do município, pois, ainda no ano passado, o governador destinou R$ 1,3 milhão para escolas de samba e blocos oficiais.
 
O repasse antecipado foi para aplicação na preparação dos desfiles de rua do carnaval corumbaense. O maior e mais organizado carnaval da região Centro-Oeste também recebeu verbas do deputado federal Beto Pereira (PSDB) e de outros integrantes da bancada federal.
 
O Executivo estadual lançou no fim de janeiro licitação - orçada em R$ 22,4 milhões - para serviços de pavimentação asfáltica, drenagem de águas pluviais e restauração funcional do pavimento (recapeamento) nos bairros Nova Corumbá e Guatós, localizados na parte alta da cidade.
 
Na primeira semana de fevereiro, o Governo do Estado formalizou acordo para construção de um hospital com 170 leitos. A unidade, que contará com novo modelo de gestão hospitalar, deverá ser concluída e entregue em seis anos.
 
O acordo com a Prefeitura e Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) também encerrou uma ação civil pública que se arrastava há pelo menos sete anos.
 
"Corumbá começou a viver um novo e grande momento, com união de esforços pelo desenvolvimento e crescimento da cidade e melhoria da qualidade de vida da nossa população. Esse esforço e união foram reconhecidos pelas esferas governamentais e resultou na volta da importância e força política de Corumbá no cenário sul-mato-grossense", declarou o deputado estadual Paulo Duarte.

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