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Sarney tentará reeleição à presidência do Senado, diz Lobão

Sarney tentará reeleição à presidência do Senado, diz Lobão

ESTADÃO

17/12/2010 - 21h00
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O senador Edison Lobão (PMDB-MA) disse à Reuters na noite desta sexta-feira que o atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), deverá disputar a reeleição ao cargo.

"Ele é o nome, não tem outro", afirmou o senador, que assumirá o comando do Ministério de Minas e Energia no governo da presidente eleita Dilma Rousseff. Lobão é um dos principais aliados políticos de Sarney.

Questionado se o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) poderia eventualmente tentar a indicação do partido, Lobão afirmou que Calheiros é um dos principais entusiastas da candidatura de Sarney.

O PMDB, por ter a maior bancada no Senado, deve seguir no comando da Casa. O partido já fez um acordo para manter o rodízio com o PT na presidência da Câmara.

 Para presidir a Câmara, o PT sacramentou nesta semana o nome do deputado Marco Maia (PT-RS), que atualmente dirige a Casa interinamente.

trump x lula

Tarifaço estremece a relação do agro de MS com os Bolsonaro

O setor é historicamente aliado do ex-presidente da República e agora considera o fato um erro imperdoável

12/07/2025 08h00

Os Estados Unidos são o segundo maior importador de carne bovina dos frigoríficos brasileiros

Os Estados Unidos são o segundo maior importador de carne bovina dos frigoríficos brasileiros Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que, a partir do dia 1º de agosto, vai impor sobretaxa de 50% sobre todos os produtos fabricados pelo Brasil estremeceu a relação do agronegócio de Mato Grosso do Sul com a família do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL), principalmente com o filho dele, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

No Estado, o setor é historicamente aliado de Bolsonaro, tanto que atuou abertamente nas eleições de 2018 e de 2022. Contudo, conforme lideranças do agronegócio estadual ouvidas na sexta-feira pelo Correio do Estado, é impossível não reconhecer as “digitais” da família Bolsonaro na decisão tomada por Trump, que vai impactar a economia do campo.

Diante desse cenário e com a possibilidade do seu agravamento, as lideranças não descartam uma redução do peso do agro no apoio ao ex-presidente, ressaltando que na eleição de 2022 ele derrotou Lula em 77 dos 100 municípios mais ricos do agronegócio do Brasil.

Esses representantes do agronegócio esperavam mais pragmatismo da família Bolsonaro na relação com os Estados Unidos, tendo conhecimento de que o setor seria um dos mais afetados em um possível embate. 

Além disso, eles criticaram a forma isolada e inconsequente como agiu Eduardo Bolsonaro, classificada de imperdoável e com a possibilidade de produzir danos que podem ser irreversíveis.

Para uma das lideranças do agro no Estado, Donald Trump aplicaria essa sobretaxa adicional de 50% sobre os produtos brasileiros de qualquer jeito, em função das ações adotadas pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na área de política internacional. 

“Ele fez várias declarações em apoio ao Irã e também à Palestina, criticando os americanos. Eu penso que, em briga de gente grande, o melhor a fazer é ficar calado”, aconselhou.

Ele ainda acrescentou que a gota d’água teria sido a fala do presidente Lula durante a reunião da cúpula do Brics, grupo formado por Brasil, Federação Russa, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. 

“Trump já iria sobretaxar o Brasil por causa do Brics, mas usou como argumento a perseguição a Bolsonaro. No entanto, não posso negar que Eduardo está fazendo um estrago por lá [EUA] e isso é muito ruim”, afirmou.

O empresário rural espera que o presidente Lula não adote a lei da reciprocidade contra os Estados Unidos e decida negociar antes de tomar qualquer decisão. 

“Temos mais de 20 dias para tentar resolver esse problema, para que a diplomacia brasileira consiga pelo menos que a sobretaxa volte aos 10%. É preciso ter cautela neste momento e que o governo federal não pare de procurar novos mercados. Não podemos nos concentrar apenas nos EUA e na China”, aconselhou.

Já outra fonte ligada à agroindústria sul-mato-grossense reforçou que a questão da sobretaxa de 50% sobre todos os produtos brasileiros precisa ser resolvida agora. 

“A parte política, isto é, a disputa entre Bolsonaro e Lula, a gente resolve nas eleições de 2026, pois, se não cair esse tarifaço e o governo brasileiro adotar a reciprocidade, vamos ter a volta da inflação”, alertou.

Conforme ele, 80% de parte importante da sua produção é importada dos EUA e, se o preço aumentar em 50%, vai ter de repassar para o seu produto final pelo menos 30%. 

“Então, o agronegócio precisa de um interlocutor para negociar com os americanos que não seja o Lula nem alguém da família Bolsonaro. Volto a afirmar: a questão política a gente resolve no próximo ano”, avisou, criticando o fato de Eduardo Bolsonaro ter misturado política com negócios.

Uma outra liderança rural da área pecuária do Estado ressaltou que se trata de uma questão complexa. 

“Não queria acreditar que a taxação fosse por questão política, até porque o Trump já vinha fazendo isso com outros países, porém, como ele citou a liberdade de Bolsonaro como condição, acabou criando um viés equivocado. É extremamente errado o que está acontecendo, pois Bolsonaro e o filho só pensaram neles, e não nos interesses econômicos do País”, analisou.

O pecuarista lembrou que, no ano passado, os Estados Unidos foram o segundo destino de toda a carne bovina exportada pelo Brasil, com a venda de 229 mil toneladas, perdendo apenas para a China. 

“De janeiro a maio deste ano, só MS exportou 26,4 mil toneladas de carne para os americanos. Por isso, eu defendo muita diplomacia por parte do Brasil e deixar de fora da mesa de negociações qualquer viés político”, recomendou.

Para concluir, ele voltou a criticar toda a pressão política feita por Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. 

“Quando se mistura política com economia não dá certo. Toda essa pressão do Eduardo é um absurdo. Mas quero ver até que ponto Trump vai manter essa ameaça, pois os EUA estão atualmente com o menor rebanho bovino da sua história e dependem da carne bovina vendida pelo Brasil”, pontuou, prevendo que a diplomacia brasileira terá de trabalhar bastante.

SAIBA

Riedel evita polêmica sobre a sobretaxa

O governador Eduardo Riedel (PSDB) afirmou, na sexta-feira, que não ficou surpreso com o tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “porque, desde que o presidente Trump assumiu, ele enviou para vários países e falou que enviaria [para outros] depois”. Com esse discurso, Riedel tenta se desvincular do debate político e ideológico que tomou conta do tema depois que o próprio presidente dos Estados Unidos usou a suposta perseguição das autoridades brasileiras ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como uma das razões para aplicar o tarifaço às exportações brasileiras a partir de primeiro de agosto. “É muito ruim para o Brasil e Mato Grosso do Sul é afetado diretamente. No ano passado, nós exportamos US$ 700 milhões aos EUA. Entendo que a gente tenha que usar o caminho da negociação diplomática. Ele tem feito isso com vários paceiros”, afirmou. O governador enfatizou que os norte-americanos, apesar de importantes parceiros comerciais de Mato Grosso do Sul, representaram apenas 6% das exportações no primeiro semestre deste ano (US$ 315 milhões).

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Mudança de ninho?

Soraya se reune com Aécio e diz que "portas do PSDB estão abertas"

Senadora pode deixar Podemos e seguir ao partido tucano em 2026

11/07/2025 14h30

Senadora não descartou rumar ao partido tucano em 2026

Senadora não descartou rumar ao partido tucano em 2026 Foto: Divulgação

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A senadora sul-mato-grossense Soraya Thronicke (Podemos) se reuniu com o líder nacional do PSDB Aécio Neves, e recebeu o sinal de que o partido tucano está “de portas abertas” caso ela decida deixar o atual partido.

O encontro ocorreu em meio aos burburinhos sobre seu interesse em disputar a cadeira da governadoria estadual em 2026, ocupada por Eduardo Riedel. Com exclusividade ao Correio do Estado, a senadora confirmou o encontro com o líder tucano, contudo, descartou um eventual embate com o governador em uma disputa pelo executivo estadual.

“Nesta semana eu estive sim em uma conversa reservada com o Aécio sobre o futuro da política aqui no estado. Não sei, até agora, de onde saiu essa afirmação específica (sobre interesse ao Governo de MS). Estou com o governador Eduardo Riedel, que tem feito um excelente trabalho”, declarou a senadora, que disse que o encontro “versou” apenas no sentido do partido lhe abrir as portas. 

Nos bastidores, a leitura é de que o partido tucano busque nomes com peso eleitoral para 2026. Neste sentido, o protagonismo recente de Soraya em matérias chaves como a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets pode contribuir para a mudança de sigla. 

Vai e vem

Último governador do PSDB no Brasil, Eduardo Riedel, estava de “malas prontas” para deixar o partido, contudo, os trâmites para a incorporação entre PSDB e Podemos melou. Na ocasião, o próprio deputado federal Aécio Neves disse que seria um grande “equívoco”, caso Riedel optasse por deixar o ninho tucano. 
Apesar disso, o parlamentar federal mineiro destacou que a decisão é muito pessoal.

“Eu acho um equívoco [a saída de Riedel], como achei um equívoco o que os governadores Eduardo Leite [RS] e Raquel Lyra [PE] fizeram, ao trocar o PSDB pelo PSD. Eles não saíram para um projeto”, lamentou.
“Se você tem seus sonhos, você tem que ter uma coisa não palpável, que te move, que sabe que te movimenta”, afirmou.

No início de junho, o ex-governador mineiro ressaltou que Riedel “é um quadro altamente extraordinário, sendo um governador moderno e, com os resultados econômicos apresentados por Mato Grosso do Sul na sua gestão, talvez seja um dos melhores do Brasil”.

Sem polêmica

Sem falar sobre possível mudança de partido, em agenda nesta sexta-feira (11), Riedel, ao contrário da grande maioria dos políticos e dos brasileiros como um todo, afirmou não estar surpreso com o tarifaço ou com a carta que o presidente dos Estados Unidos enviou ao Brasil. "Desde que o presidente Trump assumiu ele enviou para vários países e falou que iria enviar depois”, declarou.

Com esse discurso, o governador tenta se desvincular do debate político e ideológico que tomou conta do tema depois que o próprio presidente dos Estados Unidos usou a suposta perseguição das autoridades brasileiras ao ex-presidente Jair Bolsonaro como uma das razões para aplicar o tarifaço às exportações brasileiras a partir de primeiro de agosto.

Colaborou Daniel Pedra

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