Política

ELEIÇÕES 2020

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Sem corpo a corpo, políticos buscam novas estratégias

Com as medidas de distanciamento social, candidatos terão de apelar para campanha virtual

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Um ano de mudanças. A clássica afirmação de início de ano se encaixa perfeitamente para 2020, com restrições e alterações mudando a forma como as pessoas se relacionam.

A pandemia, que já forçou o adiamento das eleições para novembro, também mudará a forma como os candidatos fazem campanha. O tradicional corpo a corpo, que já vinha perdendo força para as redes sociais, sucumbiu de vez com a chegada das medidas de distanciamento social.  

Candidatos e marqueteiros agora procuram soluções para as dificuldades que virão.

A principal delas é a impossibilidade de aglomerações – as reuniões devem ter número limitado de pessoas, aquém do usual nas campanhas. Outro problema é o grande volume de publicações eleitorais nas redes sociais, que pode causar uma saturação e, além de encarecer, pode fazer com que o eleitorado refute candidatos.

“Todas as eleições são diferentes e essa terá uma característica peculiar”, frisa o prefeito Marcos Trad (PSD), que vai disputar a reeleição e que se posicionou contra o corpo a corpo neste momento de pandemia, para respeitar o isolamento.

“Se o candidato for responsável, vai evitar aglomeração. Ele não pode querer atingir um objetivo pessoal e o do partido colocando em risco seus próprios eleitores. Acredito que até mesmo os eleitores vão reprimir e repreender aglomeração”, frisa Trad.

Outro que reforça o uso das redes sociais é o vereador Eduardo Cury (DEM), que destaca que seu perfil de campanha não se fundamenta apenas em reuniões políticas, mas em seu currículo de médico há 45 anos, exercendo várias funções públicas relativas à Saúde em Campo Grande, como chefiar o Samu e a regulação.

“Tenho uma história fundamentada em ética, trabalho intenso, valores familiares e educacionais muito consistente. A rede social é um instrumento muito valioso, se estiver fundamentado nas bases que citei”, opina o parlamentar.

PRESENCIAL

Outro vereador, também médico, que vai tentar a reeleição é Lívio Leite (PSDB). Contudo, a falta de tempo para planejar ações é um problema a mais para ele solucionar, já que, conforme revelou, está focado nas atividades do comitê da Covid-19.  

“Não sabemos ainda como vamos fazer. Percebo muitas lives, interação, mas meu trabalho não é tão ligado às redes sociais. Isso pode me prejudicar”, frisa.

Há quem desde já crave que fará sua campanha de forma presencial, como é o caso do vereador Carlão (PSB). “Não tem como abrir mão do corpo a corpo. Meu trabalho é assim, com os mais carentes, e precisa disso. Então vamos respeitar o distanciamento, obedecer todas as normas e continuar nosso trabalho sem colocar ninguém em perigo”, conta.

VACINA: SALVAÇÃO?

A vacina da Covid-19 é tida como uma salvação para as campanhas eleitorais de 2020 pelo marqueteiro Gildo Andrade. “A minha expectativa é a de que ela saia antes do pleito. Mas é só expectativa, nada certo. Se vier, as pessoas voltam à vida normal aos poucos e as coisas voltam também, e tudo ocorre como sempre”.

No entanto, caso o lançamento da vacina não se concretize a tempo, justamente quem já possui um trabalho mais sólido nas redes sociais é que vai sair em vantagem, pois os demais teriam de ainda construir essa rede de contatos e apoiadores.

“Não precisa ser exatamente quem já tem mandato, mas artistas, radialistas, advogados, gente que já tem uma rede forte. Essa pessoa encurta caminho, porque a dificuldade vai ser chegar nas pessoas. Não podemos esquecer também de qual linguagem esse candidato vai usar nas redes. Cada um tem sua linguagem. Precisa de estrutura para se organizar, editar e formatar essa linguagem. E isso tudo custa dinheiro”, indica Gildo.

CONGESTIONAMENTO

O marqueteiro, que encabeçou a equipe de Marcos Trad em 2016, revela que há preocupação sobre um possível congestionamento virtual no período de campanha. “Já imaginou como o eleitor vai se comportar diante dessa gama de informações e lives? Ele pode até acompanhar, mas vai ser confuso”, comenta.

“Outra coisa que a gente tem de pensar é que em 2018 foi liberado o impulsionamento, que é a postagem paga para chegar a mais pessoas. Então imagina o volume grande de candidatos impulsionando as redes. Só vai dar isso”, opina Andrade.

Mais uma questão que intriga é a receptividade dos eleitores quanto à participação em reuniões presenciais. “Quem vai querer participar? E a distribuição de material de campanha, em papel, como vai ficar? Por isso, vai levar vantagem quem já está na rede com linguagem e já tem nicho, presta serviço”, conclui o marqueteiro.

Justiça

STF reafirma que todas as decisões da Corte são fundamentadas

Declaração é em resposta a comitê da Câmara dos Deputados dos EUA

18/04/2024 22h00

Marcelo Casal/ Agência Brasil

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O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou nesta quinta-feira (18) que todas as decisões tomadas pela Corte são fundamentadas. A manifestação foi feita após um comitê da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos divulgar notificações do ministro Alexandre de Moraes direcionadas à rede social X, antigo Twitter.

Na quarta-feira (17), os documentos, que estão em segredo de Justiça, foram divulgados pela comissão, que tem parlamentares ligados ao ex-presidente Donald Trump no comando dos trabalhos.

As notificações fazem parte de diversas determinações para retirada de conteúdos considerados ilegais por Moraes. A remoção das postagens são consideradas como censura pelos críticos do ministro.

Ao se manifestar sobre a divulgação do comitê, o Supremo rebateu acusações de que as decisões não foram fundamentadas.  Segundo o STF,  os documentos que foram divulgados são ofícios enviados às plataformas para cumprimento das decisões.

A Corte declarou ainda que todas as partes envolvidas em processos têm acesso à fundamentação das decisões.

"Todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes, as pessoas afetadas, têm acesso à fundamentação", afirmou a Corte.

A ofensiva contra o Supremo e Alexandre de Moraes nos Estados Unidos começou após o ministro incluir o empresário norte-americano Elon Musk, dono da rede social X, no inquérito que investiga atuação de milícias digitais para disseminar notícias falsas no país.

 

 

Recebidos pagos

Líder da oposição quer lista de presentes recebidos por Lula e Janja em viagens

Segundo Barros, as "mais de 15 viagens" de Lula não proporcionaram "efeitos positivos para o Brasil até o momento", o que justifica o pedido de "fiscalização"

18/04/2024 18h00

EBC

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O deputado federal Filipe Barros (PL-PR), líder da oposição na Câmara dos Deputados, solicitou acesso à lista de presentes recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela primeira-dama Rosângela Lula da Silva (PT) durante as viagens internacionais e nacionais realizadas por eles. O parlamentar argumenta que a situação dos 231 itens recebidos pelo casal do primeiro dia do mandato até 2 de maio de 2023, revelados pelo Estadão, "gera controvérsias".

O requerimento de acesso aos dados, protocolado nesta quarta-feira, 17, solicita ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo (PT), além da lista detalhada de presentes recebidos entre o início do mandato de Lula e o dia 16 de abril de 2024, informações sobre o encaminhamento dado aos itens e os valores gastos com alimentação durante as viagens do presidente. Procurada pelo Estadão, a Secretaria-Geral da Presidência ainda não se manifestou.

Segundo Barros, as "mais de 15 viagens" de Lula não proporcionaram "efeitos positivos para o Brasil até o momento", o que justifica o pedido de "fiscalização" que tem como objetivo o "esclarecimento da situação". Ainda, o deputado menciona a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de auditar o recebimento dos bens dados a Lula em 2023, antes do fim da gestão do mandatário.

Os presentes recebidos pelo presidente são catalogados pela Diretoria de Documentação Histórica, que faz parte do gabinete da Presidência. Em junho de 2023, o órgão admitiu que a lista contendo os bens dados a Lula, sendo 63 deles internacionais, poderia estar incompleta.

Caso das joias

No caso das joias que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou trazer ilegalmente para o País, o Estadão revelou que diversos servidores foram mobilizados para impedir justamente esta etapa do cadastro. O colar, anel, relógio e o par de brincos de diamantes avaliados em R$ 16,5 milhões eram um presente do príncipe da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman al Saud, e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos quando Bolsonaro e a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, voltaram da viagem.

A fim de liberar os presentes, o ex-presidente atuou pessoalmente e ainda acionou três ministérios para forçar a liberação dos itens que estavam na mochila de um militar, assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque Ao todo, foram oito tentativas para que Bolsonaro ficasse com as joias.

A revelação gerou tanto impacto que, em junho do ano passado, Janja e Lula cancelaram um jantar com o príncipe em Paris para evitar a má repercussão causada pelo encontro.

 

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