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SUSPEITO

Senador é acusado de se apossar de terras públicas

Senador é acusado de se apossar de terras públicas

ESTADÃO

06/03/2011 - 23h41
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Acusado de invasão de 2.811 hectares de terras públicas nas cercanias de Boa Vista, em Roraima, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) tornou-se réu em ação de imissão de posse movida pelo governo do Estado. Segundo pedido de tutela antecipada, apresentado pela Procuradoria-Geral do Estado, o senador apropriou-se de uma gleba que o governo de Roraima destinou ao assentamento de agricultores.

Se Mozarildo ceder, o governo planeja dividir a fazenda em lotes de 35 hectares para atender parte das mil famílias que aguardam a convocação do Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima). Na fila estão famílias da terra indígena Raposa Serra do Sol.

O juiz César Henrique Alves, da 8.ª Vara Cível, deu prazo de 72 horas para o senador se manifestar, a partir da citação. Mozarildo alega que já possuía 1.700 hectares de terras ao lado da área invadida. Na ação, o Estado de Roraima o acusa de incorporar à sua propriedade mais 2.811 hectares, sem o consentimento prévio do Iteraima.

Mozarildo, opositor do governo José de Anchieta Júnior (PSDB), afirma que o processo de retomada de sua fazenda é uma "vingança" do chefe do Executivo. O senador pediu auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar a aplicação de R$ 53 milhões no asfaltamento da BR-210, no sul do Estado. O recurso foi destinado em 2010, mas a rodovia está intransitável.

Em fevereiro, Anchieta foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado, sob acusação de usar a emissora de rádio do governo para se promover durante as eleições em 2010. Uma liminar do ministro Arnaldo Versiani, do Tribunal Superior Eleitoral, o manteve no cargo.

O governo pede a desocupação da área, denominada gleba Murupu, sob argumento de que precisa dar ao espaço à correta destinação social prevista na política de reforma agrária e na Constituição. O procurador-geral, Francisco das Chagas Batista, informou que os argumentos do governo de Roraima para pedir a sua imissão na posse das terras estão embasados na Constituição, que proíbe o usucapião de terras públicas.

Murupu está matriculada em nome do Estado de Roraima sob registro 43.993 no Instituto de Terras. No pedido de antecipação de tutela na ação reivindicatória, distribuído para a 8.ª Vara Cível de Boa Vista, o procurador-geral observou que a imissão de posse decorre de procedimento administrativo do Instituto de Terras, segundo o qual a área em disputa foi repassada pela União a Roraima.

Segundo o presidente do Instituto de Terras, Márcio Junqueira, o senador detém título definitivo de 1.600 hectares denominado TD Boqueirão, na gleba Murupu. Ele teria se apossado de mais 2.811 hectares e agregado à sua fazenda de forma irregular.

Junqueira sustenta que a terra é improdutiva, coberta pelo lavrado - vegetação nativa formada por campos naturais - e que a única benfeitoria é a cerca. Ele rechaçou a tese de retaliação ao senador. "Não há nada de pessoal na ação. O Estado não está a serviço de particular e todas as pessoas, independentemente do cargo que ocupam, estão ao alcance da legalidade."

Original

Mozarildo afirmou que as terras agora pleiteadas pelo governo foram compradas por ele na década de 70, quando ainda era estudante de medicina e nem exercia atividade política. "Mais tarde, outras parcelas foram adquiridas e incorporadas à propriedade original", disse.
A chefe da Procuradoria Imobiliária do Estado, Krishlene Braz Ávila, confirma que a área ocupada é improdutiva.


"A área pertence ao Estado de Roraima, cedida pela União", assevera Chagas Batista, procurador-geral. "A ação reivindicatória é fundada exatamente no argumento de que o domínio é do Estado. O réu (senador) detém a posse de forma ilegítima da gleba. O que se pleiteia na tutela antecipada é que o Estado seja imitido na posse imediatamente, antes do julgamento da questão. Quando se litiga com a coisa pública, não se admite usucapião."



Mensagem

Comitiva de MS em Israel está "bem e em segurança", diz secretário; veja vídeo

Pelas redes sociais, Ricardo Senna pediu orações e disse que toda delegação está protegida

14/06/2025 09h00

Prédios atingidos por ataques iranianos em Tel Aviv

Prédios atingidos por ataques iranianos em Tel Aviv Foto: Reprodução (X)

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Em meio aos conflitos entre Irã e Israel, uma comitiva de Mato Grosso do Sul presente em Tel Aviv, capital israelense, aguarda retorno ao Brasil após o país atacar o Irã na quinta-feira (12).  Por meio de suas redes sociais, Ricardo Senna, secretário executivo de Ciência e Tecnologia, tranquilizou os sul-mato-grossenses e disse que a comitiva segue em segurança.

Entre os integrantes da comitiva também estão Christinne Maymone, secretária adjunta da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Marcos Espíndola, responsável pelo setor de tecnologia da pasta. O grupo integra a Missão Internacional do Consórcio Brasil Central em Israel, que estava prevista para acontecer entre 7 a 14 de junho. 

Senna aproveitou a ocasião para descrever como o governo local tem lidado com os ataques aéreos do país vizinho.

“É um processo muito bem trabalhado pelas forças israelenses, que detectam os mísseis quando lançados, identificam as regiões, e antecipadamente disparam um alerta. Se soar o alarme, você tem 1min30seg para ir até o abrigo. Como nós estamos no hotel, cada andar tem um abrigo, inclusive no subsolo. Mais uma vez, quero agradecer, estamos bem, estamos em segurança, agradeço a todos pelas mensagens e orações que vocês tem feito”, declarou o secretário, que disse não ser possível ouvir e nem perceber os ataques na região em que estão.

 

Por sua vez, o consórcio também se manifestou sobre o ocorrido e disse monitorar os brasileiros. 

Leia a nota na íntegra:

O Consórcio Brasil Central informa que sua comitiva, atualmente em missão oficial em Israel, encontra-se em segurança e em constante articulação com o Ministério das Relações Exteriores de Israel, com a Embaixada do Brasil em Tel Aviv e demais autoridades brasileiras, buscando soluções seguras e responsáveis para o retorno da delegação diante do cenário delicado que se desenha na região. A missão oficial, prevista para ocorrer entre os dias 7 e 14 de junho, foi realizada a convite do Governo de Israel, com o apoio da Embaixada de Israel no Brasil, visando fortalecer a cooperação internacional e promover a troca de experiências em áreas estratégicas para o desenvolvimento da região do Brasil Central. A agenda, que trouxe resultados positivos, contemplou encontros de alto nível com autoridades israelenses, incluindo o Presidente Isaac Herzog e a Primeira-Dama Michal Herzog, além de visitas técnicas voltadas às áreas de segurança pública, saúde, inovação tecnológica, agricultura e desenvolvimento social. Reiteramos que a integridade e a segurança da comitiva é prioridade absoluta neste momento e que todas as medidas estão sendo adotadas com prudência, responsabilidade e atenção total ao cenário internacional. O Consórcio reafirma seu compromisso com a busca de soluções que promovam o desenvolvimento regional, o bem-estar da população e a construção de parcerias internacionais sustentáveis.

O confronto

Na noite de quinta-feira (12), as Forças de Defesa de Israel atingiram dezenas de alvos no Irã. Explosões foram registradas em Teerã e em outras cidades do país. Os militares afirmaram que o objetivo da operação era impedir o avanço do programa nuclear iraniano. O regime iraniano ameaçou Israel e Estados Unidos, ao afirmar que os países iriam "pagar caro". O líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, disse que Israel receberia "um destino amargo".

No dia seguinte, depois que as Forças israelenses realizaram uma segunda ofensiva, o Irã lançou centenas de mísseis balísticos. Vídeos mostraram o momento em que alguns deles atingiram Tel Aviv e furando o sistema de defesa do país rival.

Pedido de paz 

O Papa Leão XIV demonstrou "grande preocupação" com os ataques entre Israel e Irã neste sábado e apelou para que a comunidade internacional trabalhe para construir caminhos de reconciliação. O pontífice ainda pediu "responsabilidade" de iranianos e israelenses para com o próprio povo e o mundo, e "razão" para não cederem ao que chamou de "fúria cega".

"Ninguém jamais deve ameaçar a existência de outro. É dever de todos os países apoiar a causa da paz, abrindo caminhos de reconciliação e promovendo soluções que garantam segurança e dignidade para todos", afirmou o pontífice neste sábado na Praça de São Pedro, em Roma, após realizar sua primeira Audiência Jubilar desde que assumiu a liderança da Igreja Católica em 8 de maio.

Leão XIV também reforçou o apelo de "construir um mundo mais seguro e livre da ameaça nuclear", que deve ser buscado "por meio de um encontro respeitoso e de um diálogo sincero para construir uma paz duradoura, fundada na justiça, na fraternidade e no bem comum".

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MOBILIZAÇÃO

Tereza comanda reação no Congresso Nacional contra aumento de impostos

A Federação União Progressista, formada pelo PP e pelo União Brasil, cobra cortes de despesas por parte do governo federal

14/06/2025 08h30

A senadora Tereza Cristina durante reunião das lideranças do PP e do União Brasil em Brasília (DF)

A senadora Tereza Cristina durante reunião das lideranças do PP e do União Brasil em Brasília (DF) Foto: Divulgação

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A senadora sul-mato-grossense Tereza Cristina, líder do PP no Senado e vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) na Casa de Leis, faz parte das lideranças da Federação União Progressista, formada pelo PP e pelo União Brasil, na reação dentro do Congresso Nacional contra o aumento de impostos que não seja precedido de cortes de despesas por parte do governo federal.

Essa nova frente política foi criada após as discussões sobre a proposta alternativa do governo ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

“Esse governo parece viver em uma eterna sexta-feira 13, ou seja, toda semana edita uma nova medida que assusta quem produz, investe e trabalha. Agora querem aumentar os impostos sobre a cesta básica, os insumos agrícolas e os investimentos populares. Isso não é justiça fiscal, é irresponsabilidade”, declarou a parlamentar, nesta sexta-feira.

Na análise de Tereza Cristina, já passou da hora de o “governo Lula 3 [PT] apresentar um corte estrutural de despesas”.

“O brasileiro não aguenta mais pagar a conta da gastança. Taxar, taxar e taxar não pode ser e não será nunca a saída. Por isso, a União Progressista fechou questão no Congresso contra o aumento de impostos”, reforçou.

Ela explicou que essa decisão será oficializada após reunião com toda a bancada da federação nas duas Casas, mas a definição já conta com o apoio integral dos parlamentares das duas legendas.

“A solução para a nossa economia é cortar gasto, e não aumentar os impostos”, argumentou.

Os presidentes do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e do União Brasil, Antonio Rueda, também fazem parte da mobilização da federação contra o aumento de impostos por parte do governo Lula.

“Estamos tratando um limite, uma risca de giz no chão, de quem é contra e quem é a favor ao aumento de impostos em nosso país”, definiu Nogueira, enquanto Rueda reforçou o posicionamento de que taxar a população não pode ser a solução para o problema nas contas do governo.

“Só aceitaremos examinar qualquer discussão fiscal se a coluna das despesas estiver no centro do debate”, garantiu.

LCA

A senadora criticou o fato de o governo Lula não priorizar  “o setor que carrega a economia e, a 20 dias do anúncio do novo Plano Safra, vir com essa pegadinha das LCAs [Letras de Crédito do Agronegócio], que prejudica sim o financiamento do agro, pois, no último Plano Safra, elas responderam por 43% do total financiado”.

Na avaliação da parlamentar, as ameaças de taxação a fundos que financiam o Plano Safra são muito ruins.

“Já ia ser um Plano Safra muito difícil, por conta do problema estrutural do governo, que não quer parar de gastar e que precisa, toda vez, mesmo tendo arrecadado mais de R$ 300 bilhões de receitas extras, de dinheiro para gastar sabe Deus onde”, afirmou.

Ela argumentou que, como não emplacou o IOF, que é um imposto regulatório, e não de arrecadação, o governo federal veio com outras medidas.

“Com a cobrança de 5%, a LCA deixa de ficar atrativa, portanto, diminui o volume de recursos [para o crédito rural] nessa modalidade. Dizer que não impacta o Plano Safra não procede, porque a LCA é uma das três principais fontes. Queremos ser parceiros do ministro da Agricultura, porque ele vai ser o principal impactado por essa situação”, alertou.

Para concluir, Tereza Cristina avaliou ainda que as dificuldades das próximas safras podem levar a uma perda de produtividade.

“Várias coisas podem acontecer, mas realmente hoje nós temos uma dificuldade [maior]: o custo de juros de mercado, que chegam hoje a 22%, de 19% a 22%, isso é inviável para a agricultura. E sem o seguro rural, mais difícil ainda. Então, podemos ter sim uma quebra de produtividade”, pontuou.

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