A senadora Soraya Thronicke (Podemos) se reuniu, nesta segunda-feira (7), com o ministro do Esporte, André Fufuca, em busca de recursos para reforma e reestruturação do Estádio Universitário Pedro Pedrossian (Morenão), interditado desde 2022.
O estádio, que pertence à União e é administrado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
“Desde o início do meu trabalho no Senado, tenho buscado fortalecer o esporte como ferramenta de inclusão e desenvolvimento. Já destinei mais de R$ 5 milhões para Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura, e quero ampliar esse alcance, especialmente para os clubes de futebol, apesar das barreiras burocráticas. O esporte transforma vidas e é isso que queremos incentivar”, afirmou Soraya na reunião.
O secretário Marcelo Miranda reforçou a importância da recuperação do estádio para o fortalecimento do futebol sul-mato-grossense. “O Morenão é o principal estádio do estado, com uma estrutura e arquitetura incríveis. Eu sou apaixonado por esse estádio. Estamos em um momento de retomada do futebol, mas a UFMS não tem condições para arcar com a reforma. O certo é investir em infraestrutura esportiva para reduzir a dependência dos clubes”, destacou.
O ministro André Fufuca demonstrou apoio à proposta e se comprometeu a analisar o projeto para viabilizar parte dos recursos ainda este ano. Ele também sugeriu a busca por modelos de parceria público-privada (PPP) para acelerar a recuperação do espaço e devolver o Morenão à população.
Reabertura
Em julho, o deputado Pedrossian Neto (PSD) disse que o espaço interditado desde 2022, deve passar por um equilíbrio entre projeto e orçamento. À época, declarou que entre os próximos passos para uma eventual reabertura estavam a finalização dos estudos técnicos contratados pela Agência Estadual de Gestão e Empreendimentos (Agesul).
Só com esses números em mãos, segundo o deputado, será possível dimensionar o tamanho do investimento necessário para a reabertura parcial do estádio. Há especulações de que os valores possam variar entre R$ 10 milhões e R$ 40 milhões, mas o deputado acredita que a cifra real será mais modesta.
“Tudo depende do que for proposto. Se for uma reforma básica para reabrir parte do estádio, é viável. Mas, se começarem a querer fazer tudo do melhor padrão, com arquibancadas novas, cobertura, acessibilidade total, aí o custo sobe muito. O desafio é equilibrar o projeto com o orçamento possível”, explicou na ocasião.
O impasse em torno da reforma e da concessão do espaço se mantém entre representantes do governo do Estado e da UFMS. Passadas três audiências públicas, o deputado estadual à frente da articulação falou sobre o histórico das discussões e apontou os principais entraves que ainda emperram o avanço do projeto de revitalização do estádio.
O processo de reabertura teve início com um aporte de recursos estaduais, repassados à UFMS via Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (Fapec), para uma reforma inicial. Em função da lentidão das obras, houve rescisão de contrato com a empresa responsável e os valores foram devolvidos ao governo do Estado.De acordo com o deputado, os impasses se concentram em exigências feitas pela UFMS.
Segundo Pedrossian Neto, a universidade quer garantir o direito de utilizar a arena para eventos universitários, receber eventual pagamento de outorga, caso haja, manter o Memorial do Futebol e o Museu da Ciência existentes no local, além de querer que a manutenção do estádio seja assumida pelo Estado logo após a assinatura do convênio, algo que, segundo o deputado, o governo rejeita, pois pretende transferir essa responsabilidade a uma futura empresa concessionária por meio de uma parceria público-privada (PPP).
“O governo quer apenas o instrumento jurídico para começar o projeto da PPP. Não pretende assumir a manutenção do estádio por conta própria”, resumiu o deputado. Ele destacou que a Agesul já contratou uma empresa para realizar o orçamento de uma reforma parcial, que incluiria apenas parte da arquibancada coberta, com 12 mil lugares. Dois terços do estádio permaneceriam intocados.


