Política

CORRUPÇÃO NA PETROBRAS

STF decide que inquéritos da Lava Jato serão desmembrados

STF decide que inquéritos da Lava Jato serão desmembrados

AGÊNCIA BRASIL

23/09/2015 - 20h33
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O plenário do STF decidiu hoje (23) remeter o inquérito que investiga a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) à relatoria de outro ministro, que não Teori Zavascki, relator dos casos relativos à Operação Lava Jato. O inquérito 4130 investiga supostas condutas da senadora em fatos associados às investigações da Operação Lava Jato, mas não relativos à corrupção na Petrobras.

O entendimento da maioria dos ministros foi de que inquéritos que não relacionem os crimes diretamente à estatal petrolífera, mesmo que tenham sido descobertos durante investigações da Lava Jato, podem ser remetidos a outros ministros. Dos dez ministros presentes, oito votaram pelo desmembramento do processo.

Além disso, a corte decidiu pela remessa do processo à Justiça de São Paulo, uma vez que a maior parte dos fatos denunciados teria ocorrido lá. Nessa votação, o ministro Roberto Barroso, que havia votado com a maioria no desmembramento, divergiu, e entendeu que a decisão de remeter o processo à Justiça de São Paulo não caberia à corte e, sim, ao juiz da 13ª Vara de Curitiba, Sérgio Moro.

Os ministros Celso de Mello e Gilmar Mendes foram votos vencidos nas duas questões apresentadas no plenário. Mendes defendeu que o caso envolvendo a senadora é parte de um “esquema criminoso” com os mesmos operadores e que, portanto, deveria se manter nas mesmas relatoria e seção judiciária dos processos relacionados à Petrobras.

“O que se apurou, até o momento, é que o esquema criminoso foi replicado em diversos órgãos públicos, onde se reproduziu o mesmo modus operandi, com os mesmos agentes e as mesmas empreiteiras”. Mendes acrescentou que, se houver desmembramento dos processos, será necessário “um GPS para entrar nesse emaranhado, talvez a mais complexa organização criminosa que já se viu nesse país”.

O presidente da corte, ministro Ricardo Lewandowski, rebateu, dizendo que a decisão por distribuir os processos é necessária para “afastar eventuais alegações de nulidade no futuro”. Ele ainda lembrou que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai acompanhar o andamento de todos os processos. “O comando e o sucesso da operação repousa nas mãos do procurador-geral da República Rodrigo Janot, que vai continuar cuidando com toda a proficiência.”

Documentos apreendidos no escritório do advogado Guilherme Gonçalves, em Curitiba, durante a 18ª fase da Lava Jato – batizada de “Pixuleco II” – levantaram suspeitas de que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) tenha recebido valores de “natureza criminosa”. Em agosto, o juiz Sérgio Moro enviou ao STF os documentos que citavam a senadora.

No despacho publicado à época, Moro destacou que, de acordo com provas colhidas no processo, há indícios de que a senadora tenha sido beneficiária de recursos da empresa Consist Software, investigada na Pixuleco II, e que tinha contrato com o Ministério do Planejamento para gestão de empréstimos consignados.

Em nota divulgada em agosto, a senadora informou que conhece Gonçalves “há muito tempo” e que todo o trabalho dele, como advogado nas campanhas dela, consta das prestações de contas aprovadas pela Justiça Eleitoral. “Desconheço as relações contratuais que Guilherme Gonçalves mantém com outros clientes, assim como desconheço qualquer doação ou repasse de recursos da empresa Consist para minha campanha”, afirmou Gleisi.

Política

Tiago Vargas é condenado a pagar indenização de R$ 40 mil por ofender ex-governador

A Justiça negou o recurso apresentado pelo ex-vereador e aumentou o valor da indenização que ele terá que pagar ao ex-governador Reinaldo Azambuja por danos morais

12/05/2025 16h53

Reprodução Redes Sociais

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A 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul manteve a condenação do ex-vereador Tiago Vargas e aumentou para R$ 40 mil o valor da indenização por ele ter usado as redes sociais para ofender o ex-governador Reinaldo Azambuja.

Os desembargadores votaram de forma unânime, entendendo que o parlamentar extrapolou os limites da imunidade garantida pelo cargo.

Essa não é a primeira derrota de Vargas na Justiça.

No dia 16 de novembro de 2021, período em que ele ainda era vereador na Câmara Municipal de Campo Grande, a Justiça determinou que removesse das redes sociais vídeos em que atacava o então governador Reinaldo Azambuja.

No vídeo em questão, Tiago Vargas tece duras críticas ao que chama de “blitz no trânsito”, critica a atuação do policiamento e, em determinado momento, refere-se ao governador como “canalha” e “corrupto”.

O conteúdo foi publicado nas redes sociais de Tiago Vargas — como Facebook e Instagram — e, conforme apontado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), ganhou grande repercussão e foi amplamente compartilhado.

Além disso, o caso repercutiu na imprensa, ultrapassando o público que acompanhava o ex-vereador nas redes sociais.

A defesa de Tiago Vargas argumentou que ele estava amparado pela imunidade parlamentar, segundo o artigo 29, inciso VIII, da Constituição Federal, e, portanto, teria o direito de se manifestar livremente no exercício do mandato, inclusive nos vídeos publicados nas redes sociais.

A Corte, por sua vez, entendeu que a liberdade de expressão tem limites e não deve ser usada para atacar a honra de terceiros sem provas.

Também considerou que houve abuso do direito à liberdade de expressão.

O desembargador Marcelo Câmara Rasslan, relator do processo, concluiu que as declarações foram “prematuras e exageradas” e que o ex-parlamentar poderia ter encaminhado o caso ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) para apuração, sem expor publicamente o ex-governador.

O magistrado ainda destacou que as acusações foram feitas sem apresentação de provas.

“Em tempos em que as chamadas fake news são disseminadas quase que de forma instantânea, qualquer acusação direcionada a um terceiro, desprovida de provas, toma proporções gigantescas, ainda mais quando esse terceiro também é uma pessoa pública”, pontuou Rasslan.

Apesar de reconhecer que houve ofensa, o pedido de retratação pública foi negado. Isso porque existe um trâmite específico para a solicitação, e a defesa do ex-governador Reinaldo Azambuja não seguiu os passos exigidos pela legislação.

“Isso porque o direito de resposta ou retificação do ofendido em matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social está disciplinado pela Lei nº 13.188/2015, a qual estabelece o procedimento a ser seguido”, explicou o relator. E concluiu:

“Não consta nos autos ter havido o cumprimento do disposto no artigo 3º da mencionada lei. (...) Somente com a recusa do veículo de comunicação em publicar ou transmitir a resposta restará caracterizado o interesse jurídico para a propositura de ação judicial, nos termos do que dispõe o artigo 5º daquela lei.”

A Justiça decidiu manter a condenação de Tiago Vargas, negando o recurso interposto por ele. Também atendeu parcialmente o pedido do ex-governador Reinaldo Azambuja, aumentando o valor da indenização de R$ 20 mil para R$ 40 mil.

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RELAÇÕES EXTERIORES

Nelsinho Trad ganha apoio da CNI para missão aos Estados Unidos onde discutirá tarifas

O senador defende que o diálogo direto com o Congresso dos EUA pode abrir espaço para maior entendimento entre Brasil e os americanos

12/05/2025 14h49

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) durante reunião no consulado do Brasil em Nova York, nos Estados Unidos

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) durante reunião no consulado do Brasil em Nova York, nos Estados Unidos Reprodução

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Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, o senador sul-mato-grossense Nelsinho Trad (PSD) comunicou, nesta segunda-feira (12), que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) anunciou apoio estratégico para a missão parlamentar que ele articula até os Estados Unidos para tratar sobre as tarifas comerciais adotadas pelo governo norte-americano.

“A sinalização positiva da CNI veio durante a programação da Brazilian Week, que está sendo realizado aqui em Nova York (EUA), após encontro com o presidente da entidade, Ricardo Alban, e representantes das 14 federações estaduais da indústria brasileira, realizado no consulado-geral do Brasil”, revelou.

De acordo com ele, a proposta do grupo parlamentar, que busca discutir tarifas comerciais e mitigar os impactos de medidas protecionistas americanas, já tinha sido acolhida pelo vice-presidente da República Geraldo Alckmin e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

A iniciativa surgiu após encontro entre o senador Nelsinho e o encarregado de negócios da embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar. “Em 2019, nós tivemos um problema semelhante com a questão do aço e do alumínio. Na época, a então ministra de Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina, hoje, senadora pelo PP, pegou um avião e veio para os Estados Unidos, ficando sete dias aqui e conseguiu uma solução”, recordou.

Para o parlamentar sul-mato-grossense, apesar de serem circunstâncias diferentes, o Brasil tem precedência e ele vai tentar buscar um horizonte melhor. “Defendo que o diálogo direto com o Legislativo americano pode abrir espaço para maior entendimento entre os países”, projetou.

Nelsinho Trad reforçou que é preciso entender o que os norte-americanos querem sinalizar com essas medidas e mostrar que o Brasil é vantajoso para os Estados Unidos.

Além da agenda nos EUA, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal e da Representação do Brasil no Parlamento do Mercosul também articula outra frente de trabalho: uma missão do Parlamento do Mercosul a Estrasburgo, na França, onde fica a sede do Parlamento Europeu. 

“Lá, será discutido o Acordo Mercosul-União Europeia. Para essa outra missão, também já tenho o apoio da CNI e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)”, informou.

O senador classificou ainda que o momento atual como o mais propício dos últimos anos para a conclusão do tratado, com base nos encontros que teve com parlamentares europeus em agendas promovidas pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e o Itamaraty.

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