Política

DECISÃO

STF derruba restrição a tempo de TV e Fundo Partidário para novos partidos

Para maioria dos ministros, lei aprovada em 2013 fere pluralismo político

G1

01/10/2015 - 19h18
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O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (1º) derrubar regras aprovadas em 2013 pelo Congresso que reduziram verbas do Fundo Partidário e tempo de propaganda na TV e no rádio para novos partidos. Por 6 votos a 5, a maioria dos ministros entendeu que as normas feriam os princípios do pluralismo político e da liberdade de criar novas siglas.

O julgamento se deu sobre uma ação do partido Solidariedade que questionava uma lei de 2013 que impedia que parlamentares que mudassem de partido no meio do mandato transferissem para a nova legenda parte do Fundo Partidário e do tempo no rádio e na TV da sigla de origem.

A lei estabelece que a divisão da maior parte do fundo e da propaganda eleitoral é distribuída proporcionalmente ao tamanho das bancadas. A lei de 2013 deixava para os novos partidos uma parte ínfima desses recursos, o que motivou o Solidariedade, criado à época, a entrar com a ação para obter participação nas fatias maiores.

Com a decisão do STF, o novo partido da ex-ministra Marina Silva, Rede Sustentabilidade, deverá receber mais verbas e tempo de TV nas eleições do ano que vem, já que ao menos quatro deputados federais, oriundos de outras siglas, já decidiram migrar para a nova legenda. Qualquer outra sigla que receber deputados também aumenta seus recursos nas eleições seguintes à migração.

A lei eleitoral estipula que 90% do tempo de propaganda é distribuído conforme o tamanho da bancada de cada partido na Câmara; os outros 10% são divididos igualitariamente entre todas as 35 legendas oficialmente registradas no país. Do mesmo modo, a lei diz que 95% do Fundo Partidário é distribuído conforme as bancadas e somente 5% de forma igualitária entre todos.

A decisão do STF garante aos novos partidos a participação na parte maior, mesmo que seus deputados tenham sido eleitos por outra legenda.

Relator do caso na Corte, o ministro Luiz Fux chamou a atenção para o fato de a lei de 2013 ter sido aprovada logo após um julgamento, pelo próprio STF, que garantia às novas siglas acesso maior às verbas, conforme sua bancada. Ele considerou que a legislação conter "fundamentação absolutamente vazia para impor uma reversão da jurisprudência do STF".

"Além de o legislador não ter logrado em trazer novos e consistentes argumentos para infirmar o pronunciamento da Suprema Corte brasileira, referido diploma inviabiliza no curto prazo o funcionamento e o desenvolvimento das minorias político-partidárias, numa flagrante ofensa aos postulados fundamentais do pluralismo político, da liberdade partidária", afirmou.

Votaram com Fux os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Marco Aurélio Mello. Contrários a esse entendimento, porém derrotados, votaram Edson Fachin, Teori Zavascki, Celso de Mello, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.

Ao abrir a divergência, Fachin se posicionou pela "autocontenção" do STF diante de uma nova regra aprovada pelo Legislativo. Considerou ainda que, ao manter a divisão do fundo e da propaganda conforme a bancada original de cada partido, a nova lei respeitou a escolha dos eleitores no momento da votação.

"A democracia carece de partidos sólidos, criados com representatividade e movimentos sociais com identidade clara, não para atender a mandatários circunstanciais insatisfeitos com as legendas pelas quais se elegeram, muito menos para agregar tempo de rádio e televisão ou cota do fundo partidário a partidos estabelecidos ou coligações oportunistas, formadas sem harmonia de perfis programáticos, apenas para alcançar representatividade política que não conseguiram lograr por meio do sufrágio", afirmou.

Política

Alckmin: próximo pagamento do INSS já poderá ter ressarcimento

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu o bloqueio de R$ 2,5 bilhões em dinheiro e bens de entidades e empresas para ressarcir aposentados e pensionistas

11/05/2025 21h00

RAFA NEDDERMEYER/AGÊNCIA BRASIL

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Os pensionistas do INSS que tiveram descontos indevidos devem começar a ser ressarcidos já a partir do próximo pagamento, quando serão devolvidos R$ 298 milhões, disse o vice-presidente Geraldo Alckmin neste domingo.

Segundo ele, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu o bloqueio de R$ 2,5 bilhões em dinheiro e bens de entidades e empresas para ressarcir aposentados e pensionistas que não autorizaram qualquer desconto, mas foram lesados.

Além disso, o vice-presidente voltou a dizer que o problema começou na gestão anterior e que o atual governo tem atuado para devolver os valores descontados indevidamente e punir os envolvidos na fraude. "É importante dizer que esse problema não começou agora, infelizmente começou lá atrás, mas vai terminar agora", afirmou durante visita à 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária, promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra no Parque da Água Branca, em São Paulo.

Alckmin comentou ainda que a Caixa Econômica Federal avalia meios de atender presencialmente aposentados e pensionistas que não têm acesso aos canais digitais ou não sabe como usá-los.

O vice-presidente também disse que parte das pessoas que foram lesadas já receberam comunicação, mas que é possível informar ao INSS, por meio de aplicativo, se concordou ou não com os descontos.

DIREITOS

Jornada 6x1 é cruel, diz ministro do Trabalho, Luiz Marinho

Governo é favorável à redução, mas desde que haja um debate saudável

10/05/2025 22h00

Foto: FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/ AGÊNCIA BRASIL

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O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse neste sábado (10), em São Paulo, que a jornada 6x1 é cruel, mas que não vê a possibilidade de se acabar imediatamente com esse tipo de escala.

De acordo com o ele, o governo é favorável à redução da jornada, mas ele defende que haja um “debate saudável” sobre esse tema e acerca do fim da escala 6x1 para que esses projetos possam ser aprovados.

“Eu enxergo que é possível, plenamente possível (aprovar a redução da jornada] com um debate responsável, com tranquilidade, sem criar um susto para o empresariado. É preciso olhar isso sobre todos os aspectos. Eu enxergo que seria plenamente possível o Congresso aprovar a redução da jornada de trabalho imediatamente para 40 horas semanais sem redução de salário e iniciar um processo maduro de debate na construção gradativa para acabar com 6x1.

Mas, do ponto de vista prático,  ele diz não enxergar a possibilidade de se acabar imediatamente com a escala 6x1. 

“Isso seria muito positivo, porque o 6x1 é uma jornada cruel, em especial para as mulheres”, disse o ministro.

A declaração do ministro ocorreu após visita à quinta edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) no Parque da Água Branca, na capital paulista.

De acordo com Marinho, debater esses temas é importante para toda a sociedade brasileira. 

“Um bom ambiente de trabalho ajuda não somente na saúde, mas ajuda na produtividade e na qualidade do seu produto. Nós queremos um país saudável. Nós queremos um povo feliz. E nós queremos salário decente e empregos para todos e todas”, disse ele.

Aposentados

Em entrevista a jornalistas, o ministro também comentou sobre o esquema criminoso que prejudicou aposentados e pensionistas, em que descontos não autorizados foram aplicados em benefícios para favorecer sindicatos e associações. De acordo com Marinho, todos os aposentados e pensionistas que foram prejudicados com essa fraude serão ressarcidos pelo governo. 

“Esse problema surgiu lá em 2019 e o governo anterior não investigou absolutamente nada, mas nós tomamos a iniciativa de investigação, enquadramento e de punição. E vamos garantir aos aposentados e pensionistas que eles serão ressarcidos de cada centavo que lhes foi retirado indevidamente”, declarou.

Feira do MST
Na manhã deste sábado, o ministro do Trabalho visitou a Feira Nacional da Reforma Agrária, que acontece até amanhã (11) na capital paulista. “Estamos mostrando para o Brasil o tamanho da eficiência dos assentamentos. A gente costuma dizer que a agricultura no Brasil é um grande fenômeno, um grande ativo do povo brasileiro e tem espaço para todo mundo. O presidente Lula costuma dizer ‘Olha, o agronegócio tem o seu espaço, mas tem um espaço da agricultura familiar também, que é acima de tudo a grande responsável de alimentar a população brasileira’. O alimento da mesa do dia-a-dia, o leite, a fruta, o arroz, o feijão e o trigo passam pela agricultura familiar, passam pelos assentamentos e passam pelo debate de reforma agrária”, falou o ministro.

Segundo João Paulo Rodrigues, da Coordenação Nacional do MST, essa é uma das maiores feiras do país em produção de alimentos.  Ela explicou que são mais de 1.850 itens diferentes. "Essa diversidade você não vai encontrar em lugar nenhum do Brasil, somente nessa feira. São 500 toneladas de produtos, 15 mil mudas de árvores, mais de 500 kg de sementes e hortaliças".  Rodrigues contou que a feira foi realizada para discutir o tema dos alimentos saudáveis e garantir que esse produto chegue à mesa do trabalhador. 

Por isso, o poder de compra do trabalhador numa feira dessa é diferenciado. Com o preço dos alimentos você pode melhorar o salário e melhorar a condição de vida do trabalhador”, falou o coordenador do movimento. “Aqui vai ser o momento para você ver que é possível produzir alimento de qualidade com preço bom e que seja justo para quem produz e justo para quem consome”, acrescentou o coordenador.

Ministra das Mulheres

Quem também visitou a feira na manhã de hoje foi a ministra das Mulheres, Márcia Lopes. “Sou uma grande admiradora porque, de fato, o MST sempre nos ensinou muito. Acompanhei todo o processo de muita criminalização e de muita violência contra o MST. E agora, como ministra das Mulheres, vou andar por esse Brasil e reencontrar as mulheres do MST, as mulheres camponesas e as agricultoras familiares”, falou.

A jornalistas, a ministra recém-empossada disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lhe pediu para que as políticas públicas atinjam as mulheres e que elas possam também participar das decisões.

Em poucos dias à frente da pasta, ela contou que tem dando continuidade à agenda da ex-ministra, Cida Gonçalves, mas afirmou que algumas mudanças devem ocorrer no ministério. 

“Nesta semana a gente verificou os prazos de entrega de relatórios, prazos de agendas. A agenda da ex-ministra Cida está sendo continuada. Eu disse para a equipe que a gente vai respeitar a história que esse ministério tem, não vamos começar do zero, e vamos valorizar as pessoas que estão lá e que tem identidade com a área. Ninguém pode trabalhar insatisfeito, ninguém pode trabalhar não acreditando no que faz.

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