Política

Queda de braço

TCE refuta insegurança jurídica e atesta capacidade de conselheiros substitutos

Comissão temporária da Assembleia Legislativa quer o impeachment de Iran Coelho, Waldir Neves e Ronaldo Chadid

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O afastamento dos conselheiros Iran Coelho das Neves, Ronaldo Chadid e Waldir Neves do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) desde 8 de dezembro de 2022, após denúncia de participação em um esquema de corrupção que teria desviado mais de R$ 100 milhões, colocou em rota de colisão a comissão temporária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) criada para acompanhar os inquéritos dos três e a Corte de Contas.

Tudo porque o deputado estadual Coronel David (PL), presidente da comissão temporária, anunciou na quarta-feira o envio de um ofício ao presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Antonio Herman de Vasconcellos e Benjamin, solicitando a abertura de um processo de impeachment contra os três conselheiros investigados nas operações Mineração de Ouro, Terceirização de Ouro e Casa de Ouro, todas deflagradas pela Polícia Federal.

Segundo apurou o Correio do Estado, o ponto de discórdia entre os deputados estaduais da comissão temporária – Coronel David, Lia Nogueira (PSDB) e Antônio Vaz (Republicanos) – e o TCE-MS está no fato de a motivação dos parlamentares para o pedido de impeachment ter sido a desqualificação dos três auditores fiscais nomeados para serem os conselheiros substitutos.

Para os deputados estaduais, apesar de competentes em suas áreas, os auditores fiscais não teriam a prerrogativa original para exercer as funções de conselheiros da Corte de Contas.

“Com o afastamento dos conselheiros, foram colocadas outras pessoas que, por mais que tenham formação jurídica e garantia legal, ainda faz restar uma dúvida muito grande, gerando assim insegurança jurídica a respeito dos julgamentos que são feitos pelo Tribunal. Então, a comissão decidiu por apresentar esse pedido ao STJ, que é o órgão encarregado de adotar tais procedimentos. Esperamos uma resposta que seja satisfatória para a população de Mato Grosso do Sul”, declarou o deputado.

REAÇÃO IMEDIATA

Diante dos argumentos apresentados pela comissão temporária da Alems, a reação do TCE-MS foi imediata e veio por meio de nota oficial encaminhada para a imprensa na tarde de ontem, justificando que o pronunciamento veio em razão de recentes reportagens veiculadas acerca de eventual insegurança jurídica dos três substitutos.

Na nota, a Corte reforçou que, em relação à insegurança jurídica, “não procede a informação sobre a competência dos conselheiros substitutos, ora denominados auditores substitutos de conselheiros, para a função de julgar contas”. 

“O TCE-MS tem, como membros, os conselheiros titulares, os conselheiros substitutos e os procuradores de contas, tendo cada um competências específicas dentro do sistema de controle externo, previstas pela Constituição, por lei orgânica e por demais normativos que integram o ordenamento jurídico. Integra, ainda, um quadro de servidores, entre eles – dentro da carreira de controle externo – o auditor de controle externo”, pontuou.

Ainda conforme o TCE-MS, se faz necessário distinguir o cargo de conselheiro substituto, ora auditor substituto de conselheiro, do cargo de auditor de controle externo.

“Em ambos os casos, o ingresso ocorre por meio de concurso público, porém, possuem cargos e funções distintas. O conselheiro substituto, ora auditor substituto de conselheiro, exerce a atribuição da judicatura e tem, adicionalmente, a função de substituir os conselheiros titulares nos casos de vacância, férias, impedimentos, licenças e outros afastamentos legais”, explicou.

“Já o cargo de auditor de controle externo tem a atribuição específica de realizar a análise de contas e fiscalização contábil, financeira, operacional e patrimonial, o acompanhamento das receitas, a análise dos atos de admissão de pessoal e das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, os procedimentos licitatórios e contratos administrativos e o acompanhamento de obras e serviços, bem como  a realização de auditorias e inspeções”, detalhou.

Pela leitura constitucional, ainda de acordo com a nota oficial, os conselheiros substitutos formam o quadro de magistrados da Corte de Contas e “ostentam plena capacidade para exercer de modo eficaz, seguro e imparcial a função inerente à judicatura fiscal, da qual não podem ser alijados sem justo motivo, como já afirmado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 1.994-5”.
Segundo o TCE-MS, para presidir os processos, relatá-los e desempenhar condignamente as demais atribuições da judicatura de contas,  “os conselheiros substitutos são guarnecidos de iguais garantias e impedimentos dos titulares, o que garante tanto aos jurisdicionados quanto à coletividade a devida segurança jurídica e imparcialidade nos julgamentos”.

Saiba

O TCE-MS é composto por sete conselheiros, sendo três deles atualmente afastados por decisão judicial e substituídos pelos auditores Célio Lima de Oliveira, Leandro Lobo Ribeiro Pimentel e Patrícia Sarmento dos Santos.

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MUDANÇAS

Azambuja deve deixar PSDB e comandar PL de MS em 2025

Presidente do diretório regional do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro disse que mudanças já começam em janeiro do ano que vem

15/09/2024 18h16

Azambuja deve assumir comando regional do PL, partido de Bolsonaro, em 2025

Azambuja deve assumir comando regional do PL, partido de Bolsonaro, em 2025 Foto: Arquivo

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O ex-governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, deve mudar de partido e assumir a presidência do Partido Liberal (PL) em Mato Grosso do Sul no ano que vem, segundo confirmou o atual presidente do diretório regional do PL, Tenente Portela.

"A partir de 1º de janeiro de 2020, o PL aqui no MS será dirigido pelo Reinaldo Azambuja", disse Portela em um grupo nas redes sociais, onde estão todos os presidentes municipais da sigla.

"Para quem não gostou, questione o próprio Bolsonaro. Valdemar [Costa Neto] e o articulador político do PL, senador Rogério Marinho. Sou leal a um amigo de mais de 45 anos, e essa leal é via dupla", acrescentou o Tenente Portela.

A ida do ex-governador para a PL faz parte de um acordo que teria sido realizado com a nacional do partido de Bolsonaro, onde foi definida a aliança entre os partidos para apoiar candidatos do PSDB nas eleições municipais deste ano, especialmente  deputado federal Beto Pereira, que concorre a prefeito de Campo Grande, e Marçal Filho, em Dourados.

Conforme informações, outros políticos devem sair do PSBD e migrar para o PL em 2025, como previsto no acordo.

Segundo noticiou o Correio do Estado, na última semana, Bolsonaro entrou nas campanhas eleitorais dos candidatos às prefeituras de Campo Grande e Dourados.

Os candidatos gravaram vídeos, em Brasília, com o ex-presidente, e com participações de Azambuja e do Tenente Portela, além das candidatas a vice-prefeitas.

Ainda durante a gravação dos vídeos, ficou acertada a vinda de Bolsonaro a Campo Grande e a Dourados na reta final da campanha eleitoral, entre os dias 23 e 28, para pedir votos para Beto Pereira e Marçal Filho.

Diretórios regionais

O  suplente de senador Aparecido Andrade Portela, o Tenente Portela, assumiu a presidência do PL no dia 4 de julho deste ano, após destituição do então presidente, deputado federal Marcos Pollon.

Na ocasião, Marcos Pollon, publicou nas redes socias que foi destituído do comando após se opor ao apoio da sigla ao PSDB nas eleições municipais. 

Já Azambuja foi reconduzido ao comando estadual do PSDB no dia 21 de outubro do ano passado. Ele já ocupa o cargo desde julho de 2022.

Política

PGR deve se manifestar sobre o caso Silvio Almeida, solicita Ministro do STF

Processo está em sigilo de Justiça

15/09/2024 13h33

 Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça Fotos: Carlos Moura/ SCO/ STF

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, pediu manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a competência da Corte para analisar as denúncias de assédio sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida.

Na semana passada, Lula demitiu Almeida, “considerando a natureza das acusações” e por julgar “insustentável a manutenção do ministro no cargo”.

Na última quinta-feira (12), a Polícia Federal (PF) enviou ao STF um relatório preliminar da investigação aberta para apurar o caso. André Mendonça foi sorteado como relator e, nesta sexta-feira (13), encaminhou o processo para manifestação da PGR.

Como as acusações tratam do período no qual o ex-ministro tinha foro privilegiado, a PF pede que o STF defina se a questão deve ser analisada pela Corte ou por instâncias inferiores da Justiça. O processo está em sigilo de justiça, como de costume em ocorrências envolvendo denúncias de violência sexual, e não há prazo para decisão do ministro André Mendonça.

As denúncias contra Silvio Almeida foram tornadas públicas pelo portal de notícias Metrópoles na quinta-feira (5) e confirmadas pela organização Me Too, que atua na proteção de mulheres vítimas de violência. Sem revelar nomes ou outros detalhes, a entidade afirma que atendeu a mulheres que asseguram ter sido assediadas sexualmente pelo então ministro.

Importunação
Entre as vítimas de Almeida estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Apontada como alvo de importunação sexual, a ministra ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso, mas divulgou uma nota nas redes sociais pedindo respeito à sua privacidade e afirmando ser inaceitável relativizar ou diminuir episódios de violência e abuso sexual.

Na terça-feira (10), a PF ouviu uma das mulheres. O depoimento é mantido em sigilo. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para apurar o caso.

Responsável por investigar irregularidades trabalhistas, o Ministério Público do Trabalho (MPT) também instaurou um inquérito civil para apurar as recentes denúncias. Segundo o órgão, a Procuradoria Regional do Trabalho no Distrito Federal e no Tocantins (PRT-10) recebeu uma denúncia anônima contra Silvio Almeida depois do caso noticiado pelo Metrópoles. A partir da denúncia anônima e do noticiário, um procurador do Trabalho decidiu instaurar um inquérito de ofício, ou seja, independentemente de ter sido provocado por uma parte interessada. A medida, por si só, significa que o procurador concluiu ser necessário o MPT apurar os fatos.

Defesa
Advogado, professor universitário e por muitos considerado referência no debate sobre as relações raciais e o racismo na estruturação nacional, Silvio Almeida nega as acusações. Em uma primeira nota divulgada na noite de quinta-feira (5), o ainda ministro chegou a se referir às acusações como “mentiras” e “ilações absurdas”, alegando que lhes faltavam materialidade, ou seja, indícios objetivos da existência de crime.

Na sexta-feira (6), a defesa do ex-ministro informou que acionou a Justiça Federal para obter explicações da organização Me Too. Para o lugar de Silvio Almeida no Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, o presidente Lula nomeou a deputada estadual mineira Macaé Evaristo.
 

*Informações da Agência Brasil 

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