Política

DECISÃO JUDICIAL

TRE dará a palavra final sobre políticos de MS na lista dos fichas-sujas do TCE

O entendimento é do desembargador Odemilson Fassa, que negou liminar para associação de prefeitos e ex-prefeitos

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O desembargador Odemilson Roberto Castro Fassa, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), indeferiu liminar pleiteada pela Associação dos Prefeitos e Ex-Prefeitos de Mato Grosso do Sul (Aprefex) contra lista de políticos sul-mato-grossenses que tiveram as contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) e reforçou que a palavra final sobre a inelegibilidade deles é do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS).

No mandado de segurança coletivo, a Aprefex alegou que o presidente do TCE-MS, conselheiro Jerson Domingos, na confecção do documento publicado, não observou o entendimento adotado pelo Recurso Extraordinário (RE) nº 848826, julgado com repercussão geral reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ao arrolar julgamentos não submetidos à apreciação das câmaras municipais, o que configura clara violação dos direitos políticos e de imagem dos prefeitos e ex-prefeitos representados pela associação.

Porém, o magistrado lembrou que “a Corte de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul tem obrigação legal de tornar disponíveis à Justiça Eleitoral, até o dia 15 de agosto do ano em que se realizarem as eleições, a relação dos que tiveram suas contas relativas a exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável e por decisão irrecorrível do órgão competente, ressalvados os casos em que a questão estiver sendo submetida à apreciação do Poder Judiciário ou que haja sentença judicial favorável ao interessado”.

Ele ainda citou que o conselheiro Jerson Domingos recebeu, no dia 9 abril deste ano, de Luiz Gustavo Mantovani, procurador regional eleitoral, o Ofício PRE-MS nº 23/2024, “solicitando informações, por intermédio da ferramenta Sisconta Eleitoral, no âmbito desse Tribunal, acerca dos dados relativos a: a) pessoas que tiveram suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por decisão ou parecer irrecorrível do Tribunal, nos últimos oito anos (art. 1º, I, g, da LC nº 64/90), apresentando-se cópia dos respectivos decretos legislativos de rejeição de contas, se disponível”.

“Sucede que, mediante a publicação do ato impugnado, o Presidente da Corte de Contas está apenas atendendo às requisições expedidas pelo Ministério Público Eleitoral e pelo Procurador-Geral de Justiça do MPMS [Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul], para acesso às informações sobre potenciais óbices às candidaturas de pessoas físicas a que se referem os dados, nos termos da legislação federal, conforme se infere do Recibo Código nº 051473 (f. 383)”, destacou o desembargador.

Odemilson Roberto Castro Fassa completou ainda que, “no que interessa, não se verifica ilegalidade no ato impugnado, pois ao Presidente da Corte de Contas foram requisitadas informações a respeito das ‘pessoas que tiveram suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por decisão ou parecer irrecorrível do Tribunal, nos últimos oito anos”.

Dessa forma, conforme o magistrado, o ato do presidente do TCE-MS limitou-se a dar publicidade à lista dos políticos fichas-sujas com as informações requisitadas pelos órgãos competentes, não acarretando reflexos na elegibilidade das pessoas que delas constam e tampouco vinculando o pronunciamento da Justiça Eleitoral a respeito de eventual incidência da causa de que trata o artigo 1º, I, g, da Lei Complementar nº 64/90.

“Tanto é assim que no ato impugnado está explicitado que ‘não cabe ao Tribunal de Contas a tarefa de declarar a inelegibilidade dos gestores que figuram na relação encaminhada ao Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Mato Grosso do Sul, sendo a matéria afeita à competência da Justiça Eleitoral, conforme dispõe o artigo 2º, da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990’. Posto isso, indefiro a liminar pleiteada”, decidiu o desembargador, reforçando o papel do TRE-MS na questão.

Saiba

A Aprefex, que é presidida pelo deputado estadual Pedro Arlei Caravina (PSDB), teria sido motivada pelo fato de a lista com os políticos fichas-sujas contar com o nome do deputado federal Beto Pereira (PSDB), que é candidato a prefeito de Campo Grande e teve três contas reprovadas quando foi prefeito de Terenos entre 2014 e 2015.

Além disso, ainda estão na lista o prefeito de Paranaíba, Maycol Henrique Queiroz Andrade (PSDB), e o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra (PSDB), ambos candidatos à reeleição.

Cintra aparece quatro vezes na lista, tendo irregularidades nos anos de 2011, 2013, 2016 e 2018, enquanto Andrade foi citado por uma irregularidade em 2018.

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Eleições 2024

Ciro Nogueira acredita que Adriane terá apoio de Beto no segundo turno

O presidente nacional do PP também reforçou que o ex-presidente Jair Bolsonaro cometeu um erro ao apoiar o PSDB

12/09/2024 08h00

O senador Ciro Nogueira durante entrevista coletiva ontem

O senador Ciro Nogueira durante entrevista coletiva ontem Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Ao conceder entrevista coletiva no fim da tarde de ontem, em Campo Grande, o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (Piauí), disse acreditar que a prefeita Adriane Lopes, candidata à reeleição, caso avance para o segundo turno das eleições municipais, contará com o apoio do candidato tucano ao cargo, deputado federal Beto Pereira.

“Eu espero que sim, que o PSDB e o Beto Pereira apoiem a candidatura da Adriane Lopes, se ela for para o segundo turno. Não só o PSDB, como todas as pessoas de bem que amam essa cidade”, declarou na coletiva realizada no comitê central da prefeita Adriane Lopes, no Bairro Vivendas do Bosque.

O líder progressista também reforçou que, apesar do apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao candidato tucano, os eleitores da direita vão votar na prefeita.

“Eu não tenho dúvida que quem representa o campo político da direita aqui em Campo Grande votará na nossa candidata Adriane Lopes, não tenho dúvida quanto a isso”, ressaltou.

Ciro Nogueira completou que o ex-presidente pode contar com ele e com a senadora Tereza Cristina (PP) enquanto for candidato.

“Ele é o nosso grande líder, o grande líder da direita. Agora, ele foi levado ao erro aqui, porque um grupo político prometeu que vai se filiar ao PL no futuro. Então, o interesse de Campo Grande não foi levado em conta”, assegurou.

O senador argumentou ainda que, se Bolsonaro fosse levar em conta o interesse de Campo Grande, teria escolhido Adriane Lopes para apoiar nas eleições municipais deste ano no município.

“Se tem uma pessoa que eu conheço bem e com quem convivi por muitos anos, é o presidente Bolsonaro. Quando fui ministro no governo dele, ficava ao seu lado o tempo todo e o conheço bem para dizer quando ele sabe que errou. Mas vamos corrigir esse erro para ele, para, assim, estarmos todos juntos na sua volta ao comando desse País com os votos dos homens e das mulheres de bem do nosso Brasil”, projetou.

INDUZIDO AO ERRO

Ainda falando sobre a decisão de Bolsonaro de apoiar o candidato do PSDB em Campo Grande, Ciro Nogueira lembrou que, por ocasião dessa situação, ele e a senadora Tereza Cristina tiveram uma conversa bem franca com o ex-presidente.

“Eu acredito que ele foi levado a um erro político. É um direito dele apoiar qualquer candidato, mas ele fez uma escolha completamente equivocada aqui em Mato Grosso do Sul, na cidade de Campo Grande. Foi uma escolha equivocada”, reforçou.

O presidente nacional do PP completou ainda que Bolsonaro foi levado ao erro pelo senador Rogério Marinho (PL-RN), que não é daqui e não tem atuação política aqui.

“Levou em consideração apenas o interesse de uma possível mudança de partido de um grupo político no futuro. E não é isso que é importante para a cidade de Campo Grande”, analisou.

Para ele, o Bolsonaro tinha de escolher alguém que tivesse identificação histórica com Campo Grande, e não alguém que não tivesse autoridade e dedicação com o Estado.

“Ele deveria ter ouvido a senadora Tereza Cristina, que é uma liderança em nível regional e nacional. Não tem ninguém que faça mais a defesa, esteja nas trincheiras e que tenha contribuído com o sucesso da gestão dele do que a senadora Tereza, foi sua melhor ministra”, afirmou.

Ciro Nogueira destacou que, agora, os eleitores da direita têm de fazer a sua escolha. “E eu tenho certeza que eles vão fazer a escolha por essas duas mulheres [Adriane Lopes e Tereza Cristina] que estão fazendo uma grande gestão e vão fazer uma administração melhor ainda a partir do próximo ano. Nós estamos aqui, prefeita, para lhe trazer apoio e para firmar um compromisso de que estaremos ao seu lado a partir do próximo ano”, prometeu.

O senador acrescentou também que, além do apoio do deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP) e da senadora Tereza Cristina, a prefeita Adriane Lopes contará com a bancada de 51 deputados federais e dos sete senadores na gestão dela.

“Para que, com você mais experiente e com a casa arrumada, possa ser um exemplo para todos nós progressistas do País. Porque o Bolsonaro não tem identificação nenhuma com essas pessoas, que não têm história ao lado dele. Quem tem história com ele é esse grupo político que está aqui, principalmente a senadora Tereza Cristina. Essa que tem a autoridade para falar em nome dele, para pedir voto em nome dele. Porque ele sabe, no fundo ele sabe, que errou nessa escolha, mas a população vai corrigir esse erro e nós vamos estar todos juntos ao lado dele em 2026”, finalizou.

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Eleições em Campo Grande

Ciro Nogueira diz que Bolsonaro foi induzido ao erro ao apoiar Beto Pereira

Cacique do PP se referiu a tucanos de MS ao comentar efeito da ausência de ex-presidente em palanque de Adriane Lopes

11/09/2024 18h20

Ciro Nogueira esteve em evento de campanha de Adriane Lopes

Ciro Nogueira esteve em evento de campanha de Adriane Lopes Divulgação

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Em evento da campanha de reeleição da atual prefeita Adriane Lopes (PP), o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, do Piauí, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi induzido ao erro por “outras pessoas” para apoiar a candidatura do deputado federal Beto Pereira (PSDB) à prefeitura de Campo Grande.

A declaração de Ciro Nogueira, que foi chefe da Casa Civil durante o governo Bolsonaro, foi feita ao lado da senadora Tereza Cristina (PP-MS), outra ex-ministra bolsonarista.

Nesta eleição, Ciro Nogueira e Tereza Cristina estão em lado oposto do ex-presidente. Eles apoiam a correligionária Adriane Lopes na disputa, enquanto Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, se uniram ao ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que busca fazer de Beto Pereira o prefeito de Campo Grande.

“Pelo que eu conheço do presidente (Jair) Bolsonaro, ele nem conhecia, nem tem identificação com essas pessoas”, afirmou Ciro Nogueira, referindo-se aos tucanos de Mato Grosso do Sul, como Reinaldo Azambuja e Beto Pereira. “Foi levado ao erro por outras pessoas. Não tem história ao lado deles”, completou.

A aliança entre PSDB e PL em Mato Grosso do Sul foi articulada pelo senador Rogério Marinho (PL-RN) e visa as eleições de 2026. O objetivo é, caso Bolsonaro não consiga se candidatar, formar uma maioria no Senado para conseguir votos para, por exemplo, cassar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como deseja o grupo liderado por Marinho, em relação ao ministro Alexandre de Moraes. É neste contexto que se insere a possível candidatura de Azambuja ao Senado em 2026.

“Aqui em Mato Grosso do Sul, quem tem autoridade para falar em nome de Bolsonaro é esta que está aqui, Tereza Cristina”, declarou Nogueira.

O PL e o PSDB planejam uma visita de Jair Bolsonaro a Campo Grande para o fim deste mês. Os tucanos cobram mais participação do ex-presidente na campanha de Beto Pereira. Recentemente, Bolsonaro gravou um vídeo pedindo votos para o deputado federal.

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