Política

8 de janeiro

Unificação de penas vira nova alternativa à anistia; negociação segue à espera de Alcolumbre

A aliados, o deputado federal Paulinho da Força fala que já há um maior consenso entre lideranças partidárias para resolver a divergência entre as duas Casas.

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O deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) disse, nesta quarta-feira, 8, que ainda espera o aval do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), para poder votar o texto da anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro no plenário da Câmara dos Deputados. A aliados, ele fala que já há um maior consenso entre lideranças partidárias para resolver a divergência entre as duas Casas.

O plano, que conta com adesão de caciques do Centrão, seria o de unificar todas as penas aos acusados de participarem dos atos golpistas e reduzir elas em uma fração. A proporção (se seria um quarto, a metade ou um sexto) ainda não está acertada.

Na terça-feira, 7, Paulinho, Alcolumbre e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se reuniram para discutir a anistia.

Nesse encontro foi sinalizado que uma redução das penas de forma geral, que pudesse atingir até o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), poderia passar, mas não nos termos de uma anistia "ampla, geral e irrestrita", como queriam bolsonaristas.

Segundo Paulinho, nesse encontro, Davi sinalizou que consultaria os pares para saber se daria um aval para a tramitação da anistia. "Estamos fazendo ajustes. Davi Alcolumbre está ouvindo os pares", disse Paulinho. "Pacificando com o Davi resolvemos 90% dos problemas."

Bolsonaristas se mantêm irredutíveis na defesa uma anistia ampla para todos. Na terça-feira, 7, convocados pelo pastor Silas Malafaia, eles foram à rua em Brasília para fazer a chamada "caminha pela anistia", em que pregaram contra a redução de penas.

A reação popular, sinaliza, crescimento da rejeição da população brasileira ao perdão da pena aos acusados por envolvimento nos atos golpistas.

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira aponta que 47% dos entrevistados são contra qualquer tipo de perdão, enquanto 35% defendem a anistia a todos, inclusive Bolsonaro.

Ainda sobre o projeto que pretende diminuir penas, 52% dos entrevistados nesse mesmo levantamento dizem que são contra e que as penas foram justas, enquanto 37% são a favor e afirmam que as penas foram muito duras.

Na tarde desta quarta-feira, 8, Otto Alencar (PSD-BA) foi até à Câmara dos Deputados conversar com Paulinho da Força. Paulinho disse que Otto o procurou para falar que Alcolumbre ouviu os pares e quer melhorar o texto do relatório, mas não elaborou sobre quais seriam essas melhorias.

"Estive com o presidente da CCJ, ele disse que Davi já consultou Ele disse que Davi consultou para melhorar o relatório. Assim que eu tiver esse texto, vamos para a votação. Espero resolver esse texto até amanhã", disse.

À reportagem, Otto disse que procurou Paulinho para pedir desculpas sobre uma declaração dada há duas semanas, quando ironizou a escolha do deputado como relator, e comentou a visão dele sobre a possibilidade de aprovar a anistia - a qual ele diz que é contra.

"O que acho que pode acontecer no Congresso é legislar e aprovar uma alteração, e sendo interpretado pelo Supremo, que tem que ir para lá, possa diminuir a pena ou não", disse. "Ninguém, nem senador, nem deputado, diminui pena. Quem pode, com alteração da lei, diminuir a pena, é quem está lá em cima, o Supremo."

Paulinho da Força diz a deputados do Novo que projeto poderá dar liberdade no 8/1

Na tarde desta quarta-feira, Paulinho da Força fez a última visita para conversar com as bancadas dos partidos. A derradeira parada foi com o Novo.

Deputados do Novo disseram que Paulinho os assegurou que, se aprovada, a anistia daria liberdade a quem esteve na Praça dos Três Poderes e está preso, e reduziria significativamente as penas para Bolsonaro e outros acusados de terem participado de um plano de tentativa de golpe de Estado, como o general Walter Braga Netto e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

Depois do encontro, os parlamentares disseram que deverão aprovar o texto apresentado por Paulinho, ainda que defendam uma anistia ampla.

"Somos a favor de avanços, mas somos ainda mais a favor de uma anistia ampla, geral e irrestrita e vamos trabalhar por isso", disse Marcel van Hattem (Novo-RS).

Para Luiz Lima (Novo-RJ) a garantia de liberdade a quem esteve na Praça dos Três Poderes no 8 de Janeiro já seria uma vitória. "O projeto aprovado, todas as pessoas envolvidas no 8 de Janeiro serão libertadas imediatamente. Não somos satisfeito em relação às penas sofridas por Bolsonaro, deputado Ramagem, Braga Netto. Essas penas, a princípio no relatório serão muito reduzidas. Só do relatório de ter a liberdade das pessoas de 8 de Janeiro já é uma vitória", disse.

ELEIÇÕES 2026

Pressionada pelo PL, União Progressista terá de lançar pré-candidato ao Senado

Com Azambuja e Contar no páreo, PP e União Brasil ficam praticamente obrigados a lançar um nome para concorrer

06/12/2025 08h20

O deputado estadual Gerson Claro (PP) ou o secretário de Estado Jaime Verruck (PSD) pode ser o escolhido

O deputado estadual Gerson Claro (PP) ou o secretário de Estado Jaime Verruck (PSD) pode ser o escolhido Montagem

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Com a provável chapa pura do PL para disputar as duas vagas ao Senado por Mato Grosso do Sul, já que, até o momento, são pré-candidatos pelo partido o ex-governador Reinaldo Azambuja e o ex-deputado estadual Capitão Contar, a Federação União Progressista, formada pelo PP e o União Brasil, será obrigada a lançar pelo menos um pré-candidato ao cargo.

A informação foi passada ao Correio do Estado por uma fonte da própria federação, revelando ainda que o nome poderá ser o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado estadual Gerson Claro (PP), ou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck (PSD), que teria sido convidado a fazer parte dos progressistas.

A União Progressista lançará apenas um pré-candidato ao Senado porque tem o compromisso de apoiar a eleição de Azambuja, porém, como o PL caminha para ter dois pré-candidatos ao Senado, a federação terá de formar uma “aliança branca”, ou seja, fazer um acordo eleitoral informal com a legenda à qual, oficialmente, não estará coligada.

Por meio dessa informalidade, PP e União Brasil poderão pedir votos para o próprio candidato a senador e também para Azambuja e vice-versa, sem a necessidade de um documento de coligação formal registrado na Justiça Eleitoral que una os partidos em todos os níveis da disputa.

Esse tipo de aliança permite que diretórios regionais apoiem candidatos que seriam vetados pelas executivas nacionais, contornando, por vezes, regras de verticalização, que exigem alinhamento das coligações em diferentes níveis.

Na prática, o partido pode lançar um candidato próprio, mas orientar, de forma velada ou explícita, seus eleitores a votarem no candidato de outra legenda. Isto é, a Federação União Progressista pedirá para que os seus eleitores destinem o primeiro voto para Gerson Claro ou Jaime Verruck e o segundo, para Azambuja.

DISPUTA

Pacificada a questão da federação lançar um pré-candidato ao Senado nas eleições do próximo ano, o imbróglio ficará na definição do nome, pois Gerson Claro já está no PP e tem demonstrado desde o início do ano o desejo de ser o escolhido para ser o representante.

Procurado pelo Correio do Estado, o presidente da Assembleia Legislativa disse que não sabia dessa provável configuração para o pleito de 2026.

“Eu só posso afirmar que estou trabalhando para ser o candidato da federação ao Senado Federal”, afirmou.

O secretário Jaime Verruck também foi procurado pela reportagem, mas preferiu não comentar nada, revelando apenas que tem interesse em ser pré-candidato a senador da República pelo PSD, partido em que está filiado desde março do ano passado.

Ele já teria até anunciado a data em que vai se desincompatibilizar do cargo de secretário de Estado (30 de março de 2026) para disputar uma das duas cadeiras ao Senado pelo grupo político do governador Eduardo Riedel (PP).

No entanto, se ficar no PSD, Verruck terá problemas internos para resolver, afinal, a sigla é presidida no Estado pelo senador Nelsinho Trad, que tentará a reeleição e, portanto, poderá inviabilizar a candidatura do secretário pela legenda, o que poderia obrigá-lo a trocar de partido.

Por isso, a ida de Verruck para o PP está muito próxima e, caso o escolhido para representar a Federação União Progressista seja Gerson Claro, o secretário poderá acabar disputando uma cadeira na Câmara dos Deputados.

O Correio do Estado ainda procurou a presidente estadual do PP e também da federação, senadora Tereza Cristina, porém, não houve retorno até o fechamento desta edição. Em tempo, PP e União Brasil já entregaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o protocolo com o requerimento de registro de federação partidária.

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Política

Flávio anuncia que Bolsonaro o escolheu como candidato a presidente da República em 2026

Antes de falar publicamente sobre o assunto, o senador avisou ao Partido Liberal e ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre a decisão de Bolsonaro

05/12/2025 15h37

Flávio Bolsonaro

Flávio Bolsonaro Agência Brasil / Tânia Rêgo

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou nesta sexta-feira, 5, que seu pai, Jair Bolsonaro (PL), confirmou que ele será o candidato a presidente do grupo em 2026. "É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação", escreveu Flávio em uma publicação no X.

Antes de falar publicamente sobre o assunto, o senador avisou ao Partido Liberal e ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre a decisão de Bolsonaro.

A informação foi antecipada pelo site Metrópoles. O Estadão confirmou que o senador conversou com Tarcísio nesta semana para tratar do assunto. O presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, disse estar a par da articulação.

"Flávio me disse que o nosso capitão ratificou sua candidatura. Bolsonaro falou, está falado. Estamos juntos", afirmou Valdemar

Na publicação nas redes sociais, o filho "01" do ex-presidente disse que o País vive dias difíceis e que não pode se conformar em vê-lo caminhar para tempos de instabilidade, insegurança e desânimo.

Ele também afirmou que não ficará de braços cruzados vendo a democracia sucumbir. Bolsonaro está preso na Superintendência Regional da Polícia Federal em Brasília desde 25 de novembro, cumprindo a pena de 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

"Eu me coloco diante de Deus e diante do Brasil para cumprir essa missão. E sei que Ele irá à frente, abrindo portas, derrubando muralhas e guiando cada passo dessa jornada", concluiu Flávio.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem autorizado visitas periódicas ao ex-presidente, especialmente de sua família. Na terça-feira, Flávio esteve com o pai, mas não mencionou qualquer conversa sobre candidatura à Presidência da República.

Membros da cúpula do PL dizem ver a informação com ressalvas, e que acreditam se tratar de um balão de ensaio para tanto inflar quanto testar o nome de Flávio a nível nacional. A escolha definitiva, para alguns, será tomada mais adiante.

Uma pessoa ligada à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) rechaça a escolha de Flávio e diz que Bolsonaro não teria tomado tal decisão sem consultar a esposa. E questiona a razão de o ex-presidente "não ter confidenciado para a Michelle, mas para outra pessoa, sem falar para a esposa, ainda mais depois do ocorrido na última semana".

A informação surge dias após um racha entre Michelle e os filhos Flávio, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ). O estopim da briga pública foi uma crítica da ex-primeira-dama à articulação feita pelo PL cearense, chefiado pelo deputado federal André Fernandes, para apoiar o ex-presidenciável Ciro Gomes na disputa contra o PL pelo governo do Estado.

Os três filhos saíram em defesa de Fernandes, alegando que a articulação teve aval de Bolsonaro, e Flávio chamou a postura da madrasta de "arrogante e autoritária". Após a visita ao pai na segunda-feira, o senador disse ter pedido desculpas a Michelle.

No dia seguinte, o PL fez uma reunião de emergência para colocar panos quentes na crise, e o acordo com Ciro foi suspenso por tempo indeterminado - o que foi lido por alguns como vitória parcial de Michelle sobre os enteados.

A crise pública que teve a formação de alianças eleitorais como pivô aconteceu uma semana depois de o bolsonarismo cerrar fileiras, numa reunião a portas fechadas em 24 de novembro, para defender um alinhamento de discurso em defesa de Bolsonaro, que havia acabado de ser preso preventivamente.

Em seu discurso na ocasião, Michelle criticou os correligionários que atacam os colegas nas redes sociais, afirmou que a "roupa suja" deve ser lavada em casa, e pediu maior alinhamento em torno de Bolsonaro. O que foi debatido naquele encontro, entretanto, veio a ruir com a exposição das divergências feita em Fortaleza.

Já Flávio foi ungido o porta-voz oficial do pai. Sem Eduardo, autoexilado nos Estados Unidos, e mais próximo do ex-presidente do que o outro irmão Carlos, que mora no Rio de Janeiro, o senador ocupa um espaço privilegiado, com mandato, holofotes e acesso à PF para trazer e levar informações do mundo externo.

A decisão do PL de dar o posto de tamanha influência a Flávio contrasta com a avaliação que o irmão Eduardo faz do poder de todos os membros da família de representar a voz do ex-presidente.

"Enquanto durar a prisão do Bolsonaro, sempre vai haver essa confusão de quem fala por ele, quem fala, quem não fala. Tanto o Flávio como o Carlos, a Michelle, são próximos do meu pai e vão ter acesso a ele. Eu acho importante que sigam tendo essa proximidade pelo ponto de vista principalmente emocional", declarou Eduardo em entrevista ao Estadão.

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