Política

Operação Coffee Break

Vereadores se contradizem e Gaeco pedirá quebra de sigilo bancário e fiscal

Investigados por corrupção na Operação Coffee Break tiveram celulares apreendidos

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O Ministério Público Estadual (MPE) encontrou contradições nos depoimentos dos vereadores investigados na Operação Coffee Break, desencadeada nesta terça-feira 925) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). De acordo com o promotor Marcos Alex Vera, será pedida a quebra de sigilo bancário e fiscal dos envolvidos.

O procurador-geral de Justiça, Humberto de Matos Brites, o promotor de Justiça do Gaeco Marcos Alex Vera de Oliveira e o procurador responsável pela força-tarefa criada pelo MPE para investigar a Lama Asfáltica no estado Thalles Flanklin de Souza participaram de um entrevista coletiva na tarde desta terça-feira.

Conforme o MPE, a operação foi desencadeada porque surgiram novas provas de duas investigações distintas, sendo elas a captação de recursos para pagar a campanha eleitoral de Gilmar Olarte em troca de cargos e vantagens oferecidas para a cassação do então prefeito Alcides Bernal.

Prestaram depoimento no Gaeco os vereadores Mario Cesar, Edil, Airton Saraiva, Waldecy Batista, Gilmar da Cruz, Carlão, Edson Shimabukuro, Paulo Siufi, Jamal Salém e o ex-vereador Alceu Bueno. Também prestam depoimento os empresários João Amorim, João Baird e Fabio Portela Machinsky.

Segundo Marcos Alex, os investigados foram conduzidos para depoimento porque em algum momento, tiveram os nomes citados nas ligações telefônicas ou troca de mensagens. Os celulares dos investigados foram apreendidos e serão periciados. Não há previsão para a conclusão da perícia, mas o promotor adiantou que em análise preliminar “deu para ver que a troca de mensagens tem conteúdo interessante”.

O presidente da Câmara Municipal, Mário César, e o prefeito da Capital, Gilmar Olarte, foram afastados do cargo por determinação judicial. Além disso, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão e 13 de condução coercitiva. Conforme o Marcos Alex, as medidas de segurança foram tomadas para não atrapalhar as investigações.

Foram apreendidos os celulares de Olarte, Mario Cesar, Edil Albuquerque (PMDB), Airton Saraiva (DEM), Waldecy Batista (PP), Gilmar da Cruz (PRB), Carlão (PSB), Edson Shimabukuro (PTB), Paulo Siufi (PMDB), Jamal Salém (vereador que hoje ocupa cargo de secretário de saúde), Alceu Bueno (ex-vereador), Eduardo Romero (PT do B), Flavio Cesar (PT do B), Otávio Trad (PMDB) e dos empresários João Amorim, João Baird e Fabio Portela Machinsky.

Ainda segundo o Gaeco, não é possível afirmar que os 23 vereadores que votaram a favor da cassação de Bernal estejam envolvidos no esquema de corrupção. Outras pessoas ainda serão ouvidas durante as investigações.

Os empresários investigação na Operação Lama Asfáltica, da Polícia Federal, João Amorim e João Baird, também aparecem em diálogos das investigações do Gaeco, e por este motivo, foram chamados para depor. Devido a isso, o MPE pediu o compartilhamento das provas da Lama Asfáltica.

Julgamento

STF tem maioria para rejeitar recurso de Bolsonaro, que pode ir para a cadeia

Os votos foram dados no julgamento virtual dos recursos protocolados pelas defesas dos condenados no processo, que pedem para evitar a execução das penas em regime fechado

07/11/2025 16h13

Ex-presidente Jair Bolsonaro

Ex-presidente Jair Bolsonaro Walter Campanato/Agência Brasil

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Já existe maioria na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) para manter a condenação do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) e mais seis réus na ação penal do Núcleo 1 da trama golpista. 

Os votos foram dados no julgamento virtual dos recursos protocolados pelas defesas dos condenados no processo, que pedem para evitar a execução das penas em regime fechado. 

Já votaram o relator da ação, Alexandre de Moraes, além dos ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin.  Falta o voto da ministra Cármen Lúcia. 

O ministro Luiz Fux não vai votar. No mês passado, o ministro mudou para a Segunda Turma da Corte após votar pela absolvição de Bolsonaro. 

A votação permanece aberta até a próxima sexta-feira (14). 

O julgamento

Estão em julgamento os chamados embargos de declaração, recurso que tem objetivo de esclarecer omissões e contradições no texto final do julgamento, que foi realizado no dia 11 de setembro e terminou com a condenação de Bolsonaro e seus aliados na trama. 

Além de Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão, também tiveram os recursos negados o ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de 2022, Walter Braga Netto;  Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa e Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). 

Mauro Cid , ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, assinou delação premiada durante as investigações e não recorreu da condenação. Ele já cumpre a pena em regime aberto e tirou a tornozeleira eletrônica. 

Prisão 

No momento, Bolsonaro está em prisão domiciliar cautelar, em função de outra investigação: a do inquérito sobre o tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil.

Se o recurso for rejeitado, a prisão de Bolsonaro e dos demais acusados poderá ser decretada.
O ex-presidente pode cumprir a pena definitiva na ação penal do golpe no presídio da Papuda, em Brasília, ou em uma sala especial na Polícia Federal.

A decisão final será de Alexandre de Moraes.

Os demais condenados são militares e delegados da Polícia Federal e poderão cumprir as penas em quartéis das Forças Armadas ou em alas especiais da própria Papuda.

Diante do estado de saúde de Bolsonaro, a defesa também poderá solicitar que o ex-presidente seja mantido em prisão domiciliar, como ocorreu com o ex-presidente Fernando Collor. 

Condenado pelo Supremo em um dos processos da Operação Lava Jato, Collor foi mandado para um presídio em Maceió (AL), mas ganhou o direito de cumprir a pena em casa, sob monitoramento de tornozeleira eletrônica, por motivos de saúde. (Com Agência Brasil)

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Política

STF tem 2 votos para rejeitar recurso e manter condenação de Bolsonaro

Ministro Flavio Dino seguiu integralmente o voto do relator

07/11/2025 14h30

Este é o último recurso de Bolsonaro no caso

Este é o último recurso de Bolsonaro no caso Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), seguiu integralmente o voto do relator, Alexandre de Moraes, para manter a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por ter liderado uma organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado. 

Mais cedo, Moraes abriu o julgamento e votou pela rejeição deste que é o último recurso de Bolsonaro no caso. Outros seis condenados, todos antigos aliados do ex-presidente, também tiveram seus recursos rejeitados por Moraes e Dino, que apenas seguiu o relator, sem anexar voto escrito. 

Os ministros julgam os recursos do chamado “núcleo crucial” do golpe, ou núcleo 1, conforme divisão feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O julgamento ocorre na Primeira Turma, em ambiente virtual. Os outros dois ministros do colegiado - Cristiano Zanin e Cármen Lúcia - têm até 14 de novembro para votar. 

O julgamento desses recursos é a última etapa que separa os condenados de uma eventual ordem de prisão. 

É possível acompanhar o julgamento e ler as manifestações dos ministros na ação penal 2668 por meio do portal do Supremo Tribunal Federal. Os relatórios e os votos relativos a cada um dos recursos dos réus ficam disponíveis na aba “Sessão Virtual”. 

Os recursos em julgamento são os embargos de declaração, que servem para o esclarecimento de alguma contradição ou omissão no texto final da condenação. Em tese, mesmo que aceito, esse tipo de apelo não teria o alcance de modificar o resultado do julgamento. 

Fux

O ministro Luiz Fux, único que votou pela absolvição de Bolsonaro e dos demais acusados do núcleo 1, não participa do julgamento dos recursos. Em outubro, o magistrado mudou da Primeira para a Segunda Turma do Supremo, aproveitando vaga aberta com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso. 

Ao anunciar a troca, Fux chegou a dizer que gostaria de continuar participando do julgamento de Bolsonaro, mas o ministro acabou não formalizando nenhum pedido nesse sentido. O Supremo confirmou que, nesse caso, prevalece o Regimento Interno, que não prevê a participação do ministro de uma turma em julgamento da outra. 

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