Durante a instalação da 1ª Sessão Legislativa em Mato Grosso do Sul, o deputado Zeca do PT anunciou que irá propor uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a Missão Caiuá.
A organização já é alvo de diversas investigações e denúncias por suspeita de desvio de dinheiro destinado à saúde indígena.
Tem sido encontradas inconsistências na prestação de contas da Missão Evangélica Caiuá - organização não-governamental (ONG) responsável por cuidar da saúde de diversas aldeias indígenas pelo país e que tem sede em Dourados, no interior do Estado.
Diante desse cenário, o deputado Zeca frisou a importância de investigar a organização, a fim de evitar o possível desvio de recursos e desassistência aos indígenas.
“É papel da assembleia aprofundar a discussão a respeito da história dos recursos que vêm para a Missão Caiuá. Está instalada em Dourados, recebendo nos últimos 4 anos, R$ 450 milhões para saúde indígena e qualquer um de nós que vai em uma aldeia como eu vou, vê que não tem sequer um dipirona para tratar a dor, muito menos assistência médica e muito menos qualquer outro tipo de tratamento”, destacou em fala durante a solenidade.
Ao Correio do Estado, o deputado afirmou que pretende propor a CPI o quanto antes, se possível ainda na semana que vem ou até o fim de fevereiro.
“Vou precisar recolher assinaturas e contar com o apoio da assembleia. Com certeza, é muito importante esse debate para entender onde vai parar milhões repassados”, disse.
Saiba mais
A Missão Caiuá tem mais R$ 213 milhões para receber ainda este ano por contratos com o Ministério da Saúde. A verba, em tese, é destinada para ações que promovam a saúde indígena.
Em conversa com o jornal, o líder da Aldeia Bororó, Reinaldo Arevalo, afirmou que o dinheiro não é bem administrado pelos responsáveis, já que no local e na aldeia Jaguapiru, que deveriam ser atendidas pela entidade, não há medicamentos ou acesso à saúde básica.
Já os líderes da Aldeia Jaguapiru, informaram que os valores não chegavam ao local, que também passa por dificuldades com acesso à saúde, remédios e água potável.
Por outro lado, a Missão Evangélica afirmou que apenas atua de forma complementar na saúde indígena, contratando profissionais para atuar nas aldeias. Contudo, sabe-se que os médicos nunca chegaram a atender nestes locais.




