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Agência Espacial Nasa confirma sucesso em teste para desviar asteroide

Humanidade pela primeira vez demonstrou a capacidade de desviar um asteroide de sua trajetória, tecnologia crucial para salvar a Terra de um futuro impacto

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Agora é oficial: a humanidade pela primeira vez demonstrou a capacidade de desviar um asteroide de sua trajetória, tecnologia crucial para salvar a Terra de um futuro impacto, quando a necessidade aparecer.

O anúncio foi feito em entrevista coletiva pela Nasa, nesta terça (11).

A agência espacial americana apresentou, entre outros dados, os frutos de duas semanas de observação do asteroide Dimorfo e seu astro parental, Dídimo, após o espetacular impacto da sonda Dart (acrônimo para Double Asteroid Redirection Teste, ou teste de redirecionamento de asteroide duplo), no último dia 26.

Antes da colisão, Dimorfo completava uma volta ao redor de Dídimo a cada 11 horas e 55 minutos.

As novas medições mostram que a trajetória foi encurtada, acompanhada por uma redução no período, que agora é de 11 horas e 23 minutos.

Estamos falando, portanto, de uma alteração de 32 minutos no período orbital.

"O resultado foi consistente com nossas simulações, mas mais para o extremo superior da margem", disse Lori Glaze, diretora da divisão de ciência planetária da Nasa.

Havia, é verdade, grande incerteza sobre qual seria o tamanho da mudança no período orbital. Isso porque o efeito da pancada, realizada a uma velocidade de aproximadamente 22,5 mil km/h, dependeria de parâmetros como a forma e a consistência interna do asteroide.

Se ele fosse mais denso, como uma única pedra gigante de 170 metros, a mudança seria menor do que se ele fosse uma grande coleção de pedrinhas fracamente agregadas pela gravidade.

As imagens enviadas pela Dart da superfície de Dimorfo pouco antes do impacto revelaram que ele parecia ser mais como uma pilha de pedrinhas, bastante poroso.

As observações pós impacto, feitas tanto por telescópios espaciais como pela sonda italiana LICIACube, que viajou junto com a Dart, mostraram grande ejeção de material, também consistente com isso.

Para proclamar sucesso na mudança de trajetória do asteroide, a Nasa esperava medir uma alteração de ao menos 73 segundos no período orbital. Acabou com 32 minutos, cerca de 25 vezes mais.

Na prática, isso significa que a estratégia de defesa planetária envolvendo a técnica de impacto cinético -simplesmente trombar uma nave em alta velocidade com um asteroide para modificar seu rumo- é eficiente para desviar ao menos os astros com porte e consistência similares aos de Dimorfo.

Foi uma mudança de 4%, bastante significativa, sobretudo porque a expectativa geral dos astrônomos e cientistas planetários é a de que, quando chegar a hora de ter de desviar um astro desses, teremos anos, possivelmente décadas, de aviso prévio.

O segredo para isso é catalogar o maior número possível de rochas espaciais vagando pelas redondezas da Terra, de modo a poder prever um potencial impacto com antecedência.

Quanto antes for feita uma intervenção na órbita, maior a chance de que ela se "desencontre" do planeta no futuro.

Os asteroides mais perigosos, com 1 km ou mais, que em tese seriam capazes de promover extinções em massa, comparáveis à que acabou com os dinossauros há 65,5 milhões de anos, já estão praticamente todos catalogados, e nenhum deles oferece risco à Terra no futuro próximo.

Para os menores que isso, contudo, sobretudo na faixa dos 140 metros para baixo (comparáveis ao Dimorfo), há milhares ainda por ser descobertos.

É contra esses, capazes de potenciais danos locais, que uma ação como a realizada pela Dart se mostraria mais efetiva.

Confirmação

De acordo com Nancy Chabot, do Laboratório de Física Aplicada (APL) da Universidade Johns Hopkins, órgão responsável por gerenciar e executar a missão Dart para a Nasa, a determinação da alteração do período orbital foi feita por dois métodos diferentes.

Telescópios no Chile e na África do Sul monitoraram eclipses de Dimorfo, toda vez que o asteroide-luz passava sob a sombra de Dídimo, e dois grupos independentes chegaram à mesma conclusão: o período alterou-se para 11h23min.

A margem de incerteza para a medição é de dois minutos, para mais ou para menos.

Em paralelo, radiotelescópios fizeram imageamento de radar do sistema Dídimo-Dimorfo, capaz de registrar a posição relativa dos astros, um em relação ao outro, e confirmaram que Dídimo não estava na posição que seria esperada caso a órbita estivesse igual à de antes do impacto.

Em vez disso, a observação também corroborava uma redução de 32 minutos no período -o que equivale a dizer que o astro está agora fazendo uma volta um pouco mais fechada ao redor de Dídimo do que fazia antes do impacto.

Os estudos agora prosseguem, para determinar exatamente o que aconteceu com o material ejetado da superfície após o impacto e que outras alterações no sistema (como o grau de achatamento da órbita ou a rotação do asteroide) podem ter ocorrido.

Vale lembrar que tudo isso aconteceu a 11 milhões de km da Terra, e a dupla Dídimo-Dimorfo, antes ou depois da pancada, oferece risco zero ao nosso planeta.

Foi apenas a "vítima" de um teste histórico: pela primeira vez, os habitantes do terceiro planeta a contar do Sol não estão mais completamente indefesos caso um asteroide tente se interpor em seu caminho.

 

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Inteligência artificial

Google anuncia IA para criar vídeos, resumir reuniões e melhorar emails

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho

10/04/2024 16h00

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Divulgação

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O Google apresentou na terça-feira (9) um pacote de novidades de inteligência artificial para sua plataforma de trabalho que inclui Gmail, Docs, Meet e Sheets, após seguidos deslizes na competição pela liderança na tecnologia com a OpenAI e a Microsoft.

Entre os anúncios, chamou atenção uma ferramenta de IA geradora de slides em vídeo. Chamado de Google Vids, a nova ferramenta é, segundo o Google, um assistente de criação de vídeos equipado com inteligência artificial. A tecnologia cria uma espécie de sequência de cenas, ou um "storyboard", como é chamado na indústria criativa.

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho. Assinantes do Workspace, disponível por US$ 10 (R$ 50) mensais, terão acesso à plataforma.

De acordo com a vice-presidente do Google Kristina Behr, a ideia é que qualquer pessoa seja capaz de contar bem uma história com o auxílio da ferramenta. "Nosso objetivo é que, se uma pessoa pode fazer um slide, pode fazer um Google Vids", disse a executiva em evento realizado pelo Google em Las Vegas para anúncio de novidades voltadas às empresas.

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Uma das apostas do Google para recuperar a competitividade no mercado de IA é a integração de seus serviços.

O Google teve um início desajeitado no mercado de IA generativa, embora seja o responsável pelos principais avanços técnicos por trás da tecnologia. Entrou na concorrência apenas após o sucesso do ChatGPT, e o primeiro produto da empresa —Bard— desapontou o público em termos de performance.

A segunda tentativa, o chatbot Gemini que chegou ao mercado em fevereiro, rivaliza em performance com a versão mais recente do ChatGPT, mas foi centro de uma polêmica que envolveu a representação de nazistas não-brancos, entre outras imprecisões históricas. Por isso, a plataforma teve sua função de geração de imagens desativada por dias.

Agora a empresa se apoia na sua grande base de assinantes para integrar o bot concorrente do ChatGPT a Gmail, Docs, Sheets e outros recursos. Os recursos se assemelham às funções de IA disponíveis no pacote Office e no Windows, da Microsoft.

Um exemplo dessas funcionalidades é um assistente feito com IA capaz de resumir conversas, fazer traduções e responder dúvidas durante uma sessão de Google Meet. O robô funciona a partir de comando de voz.

Também com expectativa de lançamento em junho, a tecnologia tem suporte para 69 idiomas incluindo o português, segundo o Google. A assinatura do serviço custará US$ 10 (R$ 50).
O assistente também funcionará no Google Chat, bate-papo presente no Gmail.

A plataforma de email também passará a receber comandos por voz e receberá um botão para "melhorar" textos com um clique. A tecnologia "transformará uma nota simples em um email completo".

Ainda com base em IA, as planilhas do Google ganharão uma funcionalidade para formatar e organizar dados de maneira intuitiva. O produto promete acelerar a produção de tabelas.
O Google também acrescentou gatilhos condicionais às planilhas, que avisarão o usuário em caso de mudanças relevantes nos dados.

No Google Docs, programa de edição de texto, a empresa implementará um sistema de abas, que promete facilitar acesso e trabalho em múltiplos documentos ao mesmo tempo.

Para o Google Drive, o gigante da tecnologia passou a oferecer na terça um recurso de classificação e proteção de arquivos com o auxílio de IA. A tecnologia pretende facilitar a gestão de arquivos de negócios, para facilitar a detecção de arquivos nocivos, como vírus.

Integrado aos aplicativos de produtividade, o chatbot do Google para empresas, chamado Vertex, terá 130 opções de personalização sob promessa de adequar e melhorar a performance da tecnologia às necessidades dos usuários.

Programadores ainda ganharam acesso na terça a uma versão mais sofisticada do chatbot Gemini, o modelo 1.5 Pro.

De acordo com o Google, essa versão trabalha melhor com imagens, áudios e linguagens de programação.
 

Justiça

Barroso dá recado a Musk e fala em instrumentalização criminosa das redes sociais

O presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito"

08/04/2024 14h00

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota hoje em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado". divulgação

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Em meio ao embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, divulgou nota nesta segunda (8) em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

Neste domingo (7), Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.

Moraes afirmou que o empresário iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), "instigando a desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações criminosas".

Na nota assinada por Barroso, sem citar nominalmente Musk, o presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação nesta corte com observância do devido processo legal".

"O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais", afirmou.

"O Supremo Tribunal Federal atuou e continuará a atuar na proteção das instituições, sendo certo que toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras", disse Barroso.

Segundo ele, "é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil", que "decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

No domingo, Musk disse em seu perfil no X que Moraes deveria renunciar ou sofrer impeachment. No mesmo texto, afirmou que em breve publicará tudo o que é exigido pelo ministro e "como essas solicitações violam a legislação brasileira".

Um dia antes, um perfil institucional do X havia postado que bloqueou "determinadas contas populares no Brasil" devido a decisões judiciais, e Musk retuitou mensagem em que disse que "estamos levantando todas as restrições" e que "princípios importam mais que o lucro".

Apesar de o post da empresa não citar de onde seriam as decisões, Musk repostou a publicação, junto da mensagem: "Por que você está fazendo isso @alexandre", marcando o ministro do STF.

Horas após a postagem do domingo, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado. Segundo o ministro, a medida se justifica pela "dolosa instrumentalização criminosa" da rede, em conexão com os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.

Moraes determinou ainda a instauração de um inquérito para apurar as condutas de Musk em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa e incitação ao crime, todos previstos no Código Penal.
 

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