A descoberta de uma nova classe de sólido, os quasicristais, pelo cientista israelense Daniel Shechtman, Prêmio Nobel de Química de 2011, alterou fundamentalmente a forma como os químicos concebem a matéria sólida, fato reconhecido pelo comitê organizador do Nobel. A história de como Shechtman comprovou a estrutura que diferenciava o novo sólido dos demais – antes classificados como cristais e amorfos – será relatada pelo próprio pesquisador, que está no Brasil para participar da 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O evento científico começa hoje (22), às 19h, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Tendo como tema principal Ciência, Cultura e Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza, o encontro deve reunir, segundo a SBPC, 20 mil pessoas. Serão 61 conferências, 66 mesas redondas, 48 minicursos e atividades como reuniões de trabalho, assembleias e encontros para a discussão sobre os avanços da ciência.
De acordo com o comitê do Prêmio Nobel, a partir da descoberta de Shechtman em 1982, cientistas produziram, posteriormente, tipos de quasicristais em laboratório e encontraram formas naturais do sólido em amostras minerais de um rio na Rússia.
As pesquisas avançaram e, conforme artigo da revista Química Nova na Escola, da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), quasicristais foram encontrados em um dos mais duráveis tipos de aço do mundo. A publicação relata ainda que, ao tentar obter diferentes tipos de ligas metálicas, uma empresa sueca criou uma espécie de aço que, hoje, é usado em produtos como lâminas de barbear e em agulhas finas feitas especificamente para cirurgia de olhos.