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Empresas investem em metaversos após guinada do Facebook

Há corrida pela contratação de empresas criadoras de ambientes mais imersivos na internet

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A mudança de nome do Facebook para Meta e os planos da companhia no desenvolvimento de um metaverso provocaram corrida pela contratação de empresas criadoras de ambientes mais imersivos na internet.

O aquecimento do setor se intensificou após anúncio feito em outubro do ano passado pelo presidente da Meta, Mark Zuckerberg, do uso de óculos de realidade virtual como porta de entrada em universos online onde seria possível conhecer pessoas, encontrar amigos, assistir filmes e fazer reuniões ou compras.

As ações acontecerão no metaverso, caracterizado como um ambiente digital em que pessoas representadas por bonecos virtuais, os avatares, interagem entre elas ou com objetos.

A imersão é viabilizada por recursos gráficos 3D ou imagens 360º e pela união de elementos virtuais e paisagens reais, as chamadas realidades virtual e aumentada.

Desde o anúncio da Meta, a procura pelos serviços da VRGlass saltou 300%, afirma Ohmar Tacla, 40, fundador. 

A empresa desenvolve ambientes personalizados em 3D para ecommerce, eventos, reuniões e treinamentos.

"Antes falávamos em metaverso e ninguém entendia. A demanda explodiu depois do posicionamento do Mark [Zuckerberg] sobre a nova estratégia. Em janeiro recebemos cinco vezes mais propostas se comparado com o mesmo período de 2021", diz Tacla.

Um dos projetos que teve participação da VRGlass foi a construção de um metaverso para a fabricante de revestimentos Roca Brasil Cerámica apresentar os seus lançamentos de 2022.

Na plataforma, os clientes, na forma de avatares, circularam por galerias, salas de reuniões e auditórios. 

Além de conhecerem produtos expostos no ambiente virtual, os visitantes podiam assistir vídeos e responder quiz sobre tecnologias e ações de sustentabilidade da empresa.

Algumas das atividades garantiam pontuação, convertida em brindes no mundo real. 

O recurso da gamificação foi usado com o objetivo de aumentar o tempo de cada usuário dentro da plataforma.

"Também optamos por dar aos avatares a possibilidade de dançar ou de tirar selfies como forma de descontração. Muitos não tinham a vivência dos games, mas se divertiram no nosso metaverso", diz Christie Schulka, diretora de marketing da Roca Brasil Cerámicas. 

"Foi uma experiência bem-sucedida. Conseguimos trazer para a plataforma até clientes de outros países."

A Roca investiu cerca de R$ 1 milhão na criação do metaverso. 

O valor incluiu a contratação da VRGlass, que desenvolveu o ambiente online, de um escritório de arquitetura que projetou os espaços virtuais e também a distribuição de produtos para clientes.

É possível, porém, desenvolver metaversos não tão caros. 

Na VRGlass, o aluguel de cenários genéricos em 3D custa a partir de R$ 10 mil por mês.

O valor mínimo para se construir um ambiente sob demanda é de R$ 50 mil. 

Para a criação de um único produto virtual personalizado, como tênis ou camiseta, o consumidor terá de pagar a partir de R$ 5.000. 

Em 2021, a empresa, que tem 40 funcionários, faturou R$ 2,8 milhões.

Jogos populares como o Decentraland e Roblox também servem de vitrine para empresas e são considerados metaversos. 

Neles, os jogadores podem fazer compras com criptomoedas, decorar casas e assistir a shows em tempo real. 

Os cantores americanos Ariana Grande e Travis Scott já se apresentaram como avatares.

No Brasil, as marcas estão preferindo, no geral, desenvolver suas próprias plataformas imersivas usadas em eventos ou datas comemorativas. 

A maior parte dos projetos para metaversos hoje é encomendada por empresas de médio e grande portes.

Esse universo ainda está longe da massificação, e as pequenas empresas dão apenas dando os primeiros passos em direção ao setor.

Para não desperdiçar tempo e dinheiro, as marcas devem conhecer bem os seus clientes antes de investir em um projeto no metaverso, diz Fernando Moulin, professor do master em gestão da experiência do consumidor da ESPM e sócio da consultoria de negócios Sponsorb.

"Quantos dos consumidores da marca estão no metaverso? Os clientes estão interessados em usar uma roupa virtual?", diz Moulin. 

"Mas se os clientes são jovens, jogam videogames e têm familiaridade com esse conceito, então faz sentido."

A chegada da rede 5G no Brasil e o barateamento de equipamentos como os óculos de realidade virtual podem estimular mais empresas a apostar nesse universo.

Segundo a Gartner, companhia de pesquisa de mercado, até 2026 um quarto da população mundial com acesso à internet passará pelo menos uma hora por dia no metaverso para trabalho, compras, educação e atividades sociais ou entretenimento.

No ambiente corporativo, a desenvolvedora PushStart lançou em novembro do ano passado a plataforma PushVerse, usada por empresas durante processos seletivos.

Nela, os candidatos controlam avatares e exploram ambientes com características da empresa. Na plataforma eles resolvem problemas, respondem perguntas e lidam com situações do dia a dia.

"Colocamos uma personagem perdida no cenário e o candidato é avaliado por suas decisões e iniciativa de ajudá-la ou não", diz Felipe Marlon, 36, sócio da empresa.

Para decisões mais assertivas, os candidatos podem ser monitorados por psicólogos ou profissionais do departamento de recursos humanos. 

A plataforma também compila dados que ajudam na melhoria de processos internos da empresa contratante.

Em janeiro, a procura pelos serviços da PushStart cresceu cinco vezes, segundo Marlon. Os projetos no PushVerse custam a partir de R$ 50 mil.

Na pandemia, espaços virtuais interativos e imersivos surgem como alternativas às telas de videochamadas tradicionais usadas à exaustão durante a crise sanitária.

A Blitzar, que realiza eventos digitais interativos, transporta para a internet o ambiente do escritório usando realidade virtual ou imagens 360º.

O ambiente pode ter objetos clicáveis que trazem informações em textos ou vídeos. 

O recurso pode ser acessado por funcionários que trabalham a distância e precisam conhecer a disposição de uma loja, por exemplo. Um projeto sai por a partir de R$ 50 mil.

"Com esse valor, uma empresa pode reformar o escritório físico. Mas quem visita esse espaço? Na internet, as possibilidades se ampliam", diz Binho Dias, 43, sócio-fundador da Blitzar. A empresa faturou R$ 2 milhões no ano passado.

Inteligência artificial

Google anuncia IA para criar vídeos, resumir reuniões e melhorar emails

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho

10/04/2024 16h00

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Divulgação

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O Google apresentou na terça-feira (9) um pacote de novidades de inteligência artificial para sua plataforma de trabalho que inclui Gmail, Docs, Meet e Sheets, após seguidos deslizes na competição pela liderança na tecnologia com a OpenAI e a Microsoft.

Entre os anúncios, chamou atenção uma ferramenta de IA geradora de slides em vídeo. Chamado de Google Vids, a nova ferramenta é, segundo o Google, um assistente de criação de vídeos equipado com inteligência artificial. A tecnologia cria uma espécie de sequência de cenas, ou um "storyboard", como é chamado na indústria criativa.

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho. Assinantes do Workspace, disponível por US$ 10 (R$ 50) mensais, terão acesso à plataforma.

De acordo com a vice-presidente do Google Kristina Behr, a ideia é que qualquer pessoa seja capaz de contar bem uma história com o auxílio da ferramenta. "Nosso objetivo é que, se uma pessoa pode fazer um slide, pode fazer um Google Vids", disse a executiva em evento realizado pelo Google em Las Vegas para anúncio de novidades voltadas às empresas.

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Uma das apostas do Google para recuperar a competitividade no mercado de IA é a integração de seus serviços.

O Google teve um início desajeitado no mercado de IA generativa, embora seja o responsável pelos principais avanços técnicos por trás da tecnologia. Entrou na concorrência apenas após o sucesso do ChatGPT, e o primeiro produto da empresa —Bard— desapontou o público em termos de performance.

A segunda tentativa, o chatbot Gemini que chegou ao mercado em fevereiro, rivaliza em performance com a versão mais recente do ChatGPT, mas foi centro de uma polêmica que envolveu a representação de nazistas não-brancos, entre outras imprecisões históricas. Por isso, a plataforma teve sua função de geração de imagens desativada por dias.

Agora a empresa se apoia na sua grande base de assinantes para integrar o bot concorrente do ChatGPT a Gmail, Docs, Sheets e outros recursos. Os recursos se assemelham às funções de IA disponíveis no pacote Office e no Windows, da Microsoft.

Um exemplo dessas funcionalidades é um assistente feito com IA capaz de resumir conversas, fazer traduções e responder dúvidas durante uma sessão de Google Meet. O robô funciona a partir de comando de voz.

Também com expectativa de lançamento em junho, a tecnologia tem suporte para 69 idiomas incluindo o português, segundo o Google. A assinatura do serviço custará US$ 10 (R$ 50).
O assistente também funcionará no Google Chat, bate-papo presente no Gmail.

A plataforma de email também passará a receber comandos por voz e receberá um botão para "melhorar" textos com um clique. A tecnologia "transformará uma nota simples em um email completo".

Ainda com base em IA, as planilhas do Google ganharão uma funcionalidade para formatar e organizar dados de maneira intuitiva. O produto promete acelerar a produção de tabelas.
O Google também acrescentou gatilhos condicionais às planilhas, que avisarão o usuário em caso de mudanças relevantes nos dados.

No Google Docs, programa de edição de texto, a empresa implementará um sistema de abas, que promete facilitar acesso e trabalho em múltiplos documentos ao mesmo tempo.

Para o Google Drive, o gigante da tecnologia passou a oferecer na terça um recurso de classificação e proteção de arquivos com o auxílio de IA. A tecnologia pretende facilitar a gestão de arquivos de negócios, para facilitar a detecção de arquivos nocivos, como vírus.

Integrado aos aplicativos de produtividade, o chatbot do Google para empresas, chamado Vertex, terá 130 opções de personalização sob promessa de adequar e melhorar a performance da tecnologia às necessidades dos usuários.

Programadores ainda ganharam acesso na terça a uma versão mais sofisticada do chatbot Gemini, o modelo 1.5 Pro.

De acordo com o Google, essa versão trabalha melhor com imagens, áudios e linguagens de programação.
 

Justiça

Barroso dá recado a Musk e fala em instrumentalização criminosa das redes sociais

O presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito"

08/04/2024 14h00

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota hoje em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado". divulgação

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Em meio ao embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, divulgou nota nesta segunda (8) em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

Neste domingo (7), Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.

Moraes afirmou que o empresário iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), "instigando a desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações criminosas".

Na nota assinada por Barroso, sem citar nominalmente Musk, o presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação nesta corte com observância do devido processo legal".

"O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais", afirmou.

"O Supremo Tribunal Federal atuou e continuará a atuar na proteção das instituições, sendo certo que toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras", disse Barroso.

Segundo ele, "é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil", que "decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

No domingo, Musk disse em seu perfil no X que Moraes deveria renunciar ou sofrer impeachment. No mesmo texto, afirmou que em breve publicará tudo o que é exigido pelo ministro e "como essas solicitações violam a legislação brasileira".

Um dia antes, um perfil institucional do X havia postado que bloqueou "determinadas contas populares no Brasil" devido a decisões judiciais, e Musk retuitou mensagem em que disse que "estamos levantando todas as restrições" e que "princípios importam mais que o lucro".

Apesar de o post da empresa não citar de onde seriam as decisões, Musk repostou a publicação, junto da mensagem: "Por que você está fazendo isso @alexandre", marcando o ministro do STF.

Horas após a postagem do domingo, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado. Segundo o ministro, a medida se justifica pela "dolosa instrumentalização criminosa" da rede, em conexão com os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.

Moraes determinou ainda a instauração de um inquérito para apurar as condutas de Musk em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa e incitação ao crime, todos previstos no Código Penal.
 

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