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Tratamento inovador para câncer de pele pretende proporcionar cura sem efeitos colaterais

Pesquisa realizada Mato Grosso do Sul poderá ser aplicada na rede Estadual e alcançar níveis mundiais, já que o câncer de pele é um dos mais frequentes

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Uma pesquisadora sul-mato-grossense está desenvolvendo um projeto para melhorar o tratamento de câncer de pele. O adesivo transdérmico, ou seja, capaz de atingir a corrente sanguínea, vai agir somente em células cancerígenas, sem atingir as saudáveis.

Isso será possível através da liberação de princípios bioativos de plantas nativas do Cerrado por um longo período de tempo, sem afetar as células saudáveis. Ao contrário do que acontece na quimioterapia, por exemplo.

“Atualmente não existe no mercado produtos semelhantes a esse, apenas medicamentos tópicos, como pomadas, sem efeitos transdérmicos. Sendo assim, o adesivo AdevStringens vai ser uma tecnologia de ponta futura”, explicou a autora da proposta, Débora da Silva Baldivia.

A pesquisadora de 35 anos é formada em Ciências Biológicas-licenciatura, com mestrado em Biologia Geral/Bioprospecção pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e doutorado em Biotecnologia e Biodiversidade também pela UFGD.

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Ainda é cedo para saber se o projeto poderá substituir a quimioterapia ou se será capaz de ser usado em conjunto a ela, como um tratamento complementar. Mas de acordo com a bióloga, os pesquisadores trabalharão para que o adesivo seja suficiente para curar sozinho as células cancerígenas.

Se isso acontecer, os pacientes ficarão livres dos efeitos colaterais causados pela quimioterapia e só precisarão ir aos hospitais para colar o adesivo próximo das áreas onde estão os tumores.

“O paciente gastará somente alguns minutos na clínica para colar o adesivo sobre a pele e retornar para sua casa ou ambiente de trabalho”, apontou Baldivia.

Depois de pronto, o estudo inovador poderá ser aplicado na rede de saúde do Estado e virar tendência a nível mundial. 

Atualmente as principais dificuldades que os pacientes encontram no tratamento do câncer é a resistência aos quimioterápicos, a alta toxicidade e a alta capacidade da formação de metástase, que é a disseminação do câncer para outros órgãos.

O câncer de pele corresponde 33% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil. Além disso, são registrados cerca de 185 mil novos casos a cada ano pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA).

O tipo mais comum é o câncer de pele não melanoma, que tem baixa letalidade. Em Mato Grosso do Sul as mulheres foram as mais atingidas por essa tipagem, foram 1.980 casos registrados em 2020, contra 1.510 homens diagnosticados com a doença.

O tipo melanoma é o menos frequente, mas possui alto índice de letalidade. No estado foram 50 homens e 50 mulheres com o diagnostico recebido no ano passado. As estimativas são do Inca, contabilizadas com incidência por 100 mil habitantes.

Os medicamentos usados para tratar o melanoma causam grandes efeitos colaterais nos pacientes e ainda não alcançam resultados satisfatórios em termos de remissão completa do tumor e prevenção de metástases.

Baldivia afirmou que os testes já realizados em laboratórios mostraram resultados promissores em relação ao tratamento do melanoma. “O adesivo proporcionará um efeito terapêutico mais prolongado, sem efeito colateral e poderá prevenir a formação da metástase”.

Desenvolvimento

O adesivo será desenvolvido no Laboratório de Biologia Molecular e Cultura de Células da Universidade Federal da Grande Dourados. A bióloga contará com a parceria dos professores doutores Edson Lucas dos Santos e Kely de Picoli Souza, responsáveis pelo laboratório.

Além disso, uma parte do projeto será desenvolvido na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com os pesquisadores Fernando de Freitas Lima e Caroline Honaiser Lescano.

O AdevStringens foi um dos classificados no Programa Centelha, que destina recursos para o fomento à tecnologia e inovação de empreendimentos com cunho científico, e aguarda para assinar o contrato e assim poder receber os recursos necessários para iniciar o desenvolvimento do projeto.

“Já atendi todas as exigências do programa, como enviar toda documentação exigida, abertura da empresa e de uma conta empresarial. O próximo passo será assinar o contrato e começar a receber as parcelas para dar início o desenvolvimento do produto”, explicou a responsável pelo projeto.

Serão disponibilizados R$ 58.350 para a criação dos adesivos. As parcerias firmadas fornecerão o espaço e equipamentos necessários para a realização das etapas de desenvolvimento.

Contudo, quando a empresa estiver em andamento, os pesquisadores pretendem captar novos recursos através de financiamentos, como o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) e agência pública Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Programa Centelha

A Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) divulgou o planejamento do Programa Centelha II MS em 2021. Estão previstos R$ 2 milhões de investimento.

O recurso é proveniente de contrato firmado entre a Semagro, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect).

Além do de Baldivia, mais de 60 outros projetos foram aprovados no programa desde sua criação, em 2019. O valor estimado é de até R$ 60 mil reais para cada um. A lista completa pode ser conferida aqui.

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Inteligência artificial

Google anuncia IA para criar vídeos, resumir reuniões e melhorar emails

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho

10/04/2024 16h00

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Divulgação

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O Google apresentou na terça-feira (9) um pacote de novidades de inteligência artificial para sua plataforma de trabalho que inclui Gmail, Docs, Meet e Sheets, após seguidos deslizes na competição pela liderança na tecnologia com a OpenAI e a Microsoft.

Entre os anúncios, chamou atenção uma ferramenta de IA geradora de slides em vídeo. Chamado de Google Vids, a nova ferramenta é, segundo o Google, um assistente de criação de vídeos equipado com inteligência artificial. A tecnologia cria uma espécie de sequência de cenas, ou um "storyboard", como é chamado na indústria criativa.

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho. Assinantes do Workspace, disponível por US$ 10 (R$ 50) mensais, terão acesso à plataforma.

De acordo com a vice-presidente do Google Kristina Behr, a ideia é que qualquer pessoa seja capaz de contar bem uma história com o auxílio da ferramenta. "Nosso objetivo é que, se uma pessoa pode fazer um slide, pode fazer um Google Vids", disse a executiva em evento realizado pelo Google em Las Vegas para anúncio de novidades voltadas às empresas.

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Uma das apostas do Google para recuperar a competitividade no mercado de IA é a integração de seus serviços.

O Google teve um início desajeitado no mercado de IA generativa, embora seja o responsável pelos principais avanços técnicos por trás da tecnologia. Entrou na concorrência apenas após o sucesso do ChatGPT, e o primeiro produto da empresa —Bard— desapontou o público em termos de performance.

A segunda tentativa, o chatbot Gemini que chegou ao mercado em fevereiro, rivaliza em performance com a versão mais recente do ChatGPT, mas foi centro de uma polêmica que envolveu a representação de nazistas não-brancos, entre outras imprecisões históricas. Por isso, a plataforma teve sua função de geração de imagens desativada por dias.

Agora a empresa se apoia na sua grande base de assinantes para integrar o bot concorrente do ChatGPT a Gmail, Docs, Sheets e outros recursos. Os recursos se assemelham às funções de IA disponíveis no pacote Office e no Windows, da Microsoft.

Um exemplo dessas funcionalidades é um assistente feito com IA capaz de resumir conversas, fazer traduções e responder dúvidas durante uma sessão de Google Meet. O robô funciona a partir de comando de voz.

Também com expectativa de lançamento em junho, a tecnologia tem suporte para 69 idiomas incluindo o português, segundo o Google. A assinatura do serviço custará US$ 10 (R$ 50).
O assistente também funcionará no Google Chat, bate-papo presente no Gmail.

A plataforma de email também passará a receber comandos por voz e receberá um botão para "melhorar" textos com um clique. A tecnologia "transformará uma nota simples em um email completo".

Ainda com base em IA, as planilhas do Google ganharão uma funcionalidade para formatar e organizar dados de maneira intuitiva. O produto promete acelerar a produção de tabelas.
O Google também acrescentou gatilhos condicionais às planilhas, que avisarão o usuário em caso de mudanças relevantes nos dados.

No Google Docs, programa de edição de texto, a empresa implementará um sistema de abas, que promete facilitar acesso e trabalho em múltiplos documentos ao mesmo tempo.

Para o Google Drive, o gigante da tecnologia passou a oferecer na terça um recurso de classificação e proteção de arquivos com o auxílio de IA. A tecnologia pretende facilitar a gestão de arquivos de negócios, para facilitar a detecção de arquivos nocivos, como vírus.

Integrado aos aplicativos de produtividade, o chatbot do Google para empresas, chamado Vertex, terá 130 opções de personalização sob promessa de adequar e melhorar a performance da tecnologia às necessidades dos usuários.

Programadores ainda ganharam acesso na terça a uma versão mais sofisticada do chatbot Gemini, o modelo 1.5 Pro.

De acordo com o Google, essa versão trabalha melhor com imagens, áudios e linguagens de programação.
 

Justiça

Barroso dá recado a Musk e fala em instrumentalização criminosa das redes sociais

O presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito"

08/04/2024 14h00

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota hoje em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado". divulgação

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Em meio ao embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, divulgou nota nesta segunda (8) em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

Neste domingo (7), Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.

Moraes afirmou que o empresário iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), "instigando a desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações criminosas".

Na nota assinada por Barroso, sem citar nominalmente Musk, o presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação nesta corte com observância do devido processo legal".

"O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais", afirmou.

"O Supremo Tribunal Federal atuou e continuará a atuar na proteção das instituições, sendo certo que toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras", disse Barroso.

Segundo ele, "é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil", que "decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

No domingo, Musk disse em seu perfil no X que Moraes deveria renunciar ou sofrer impeachment. No mesmo texto, afirmou que em breve publicará tudo o que é exigido pelo ministro e "como essas solicitações violam a legislação brasileira".

Um dia antes, um perfil institucional do X havia postado que bloqueou "determinadas contas populares no Brasil" devido a decisões judiciais, e Musk retuitou mensagem em que disse que "estamos levantando todas as restrições" e que "princípios importam mais que o lucro".

Apesar de o post da empresa não citar de onde seriam as decisões, Musk repostou a publicação, junto da mensagem: "Por que você está fazendo isso @alexandre", marcando o ministro do STF.

Horas após a postagem do domingo, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado. Segundo o ministro, a medida se justifica pela "dolosa instrumentalização criminosa" da rede, em conexão com os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.

Moraes determinou ainda a instauração de um inquérito para apurar as condutas de Musk em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa e incitação ao crime, todos previstos no Código Penal.
 

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