O Google acaba de dar retorno ao comissário de Informação britânico (ICO, na sigla em inglês), depois que este, na semana passada, reabriu uma investigação acerca do serviço Google Stree View, sob a suspeita de que a empresa não estivesse sendo totalmente transparente quanto às suas práticas de coleta de dados. Segundo o site The Verge, a resposta veio através de uma longa carta elaborada por seu Conselheiro Global de Privacidade, Peter Fleischer.
A carta, que foi publicada na íntegra pelo jornal The Telegraph, abordou questões específicas colocadas pelo ICO - especialmente aquelas que sugerem que o Google deixa sua carga de dados "pré-preparada" antes de apresentá-la às autoridades. O Google insiste que jamais adulterou qualquer dado coletado, incluindo senhas e mensagens pessoais que tenha sido capturadas pelos carros do Street View através de redes wireless pouco seguras. A empresa afirmou que só intervém nas informações no momento de deixá-las "humanamente" legíveis. Insinuações de que a inteligência em coleta de dados do Street View estaria "generalizada" entre todo o Google, também foram rebatidas. "Não é o caso", declarou a companhia.
Entretanto, alguns indivíduos dizem que a empresa só se tornou ciente de seus problemas com a coleta de dados em meados de 2010, quando o próprio Google alegou ter cessado a mesma. Porém, relatórios anteriores mostram que autoridades europeias foram as primeiras a revelar a violação de provacidade, mesmo que o Google continuasse negando sua existência. O gigante das buscas reconhece que perdeu a oportunidade de identificar problemas mais cedo, mas insiste em defender que o objetivo da coleta de dados via Wi-Fi é unicamente encontrar pontos de acesso para serviços de localização - e ainda afirmou que em momento algum diretores ou responsáveis pelo projeto pediram acesso aos dados coletados, e que estes jamais foram usados em qualquer produto ou serviço. Tal argumento é o cerne da defesa do Google, porém ele contradiz relatório anterior da Comissão Federal de
Comunicações (FCC, na sigla em inglês), que aponta justamente para as intenções que o engenheiro do Street View teria em coletar, armazenar e revisa os dados coletados, para possível utilização em outros produtos do Google. Um documento, fazendo referência a tais objetivos com os dados, teria circulado entre integrantes do projeto, mas o Google afirma que ninguém da equipe leu o documento, ou entendeu seu pleno significado. A carta de Fleischer encerra com um apelo para que o comissário reconsidere sua posição, e traz anexados documentos que comprovam que os dados coletados foram destruídos pelo Google em 2010.