Com o real valorizado e a economia em expansão, o número de passageiros transportados, partindo do país para o exterior, aumentou quase 70% entre 1999 e 2009, segundo dados do anuário da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), divulgados em novembro. Com a proximidade das férias, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) vem alertar para o risco de desenvolvimento de trombose por longos períodos sem mobilidade. Pesquisa da Escola de Saúde Pública de Harvard, em 2009 e publicado no "Annals of Internal Medicine", mostra que o risco de trombose cresce 26% a cada duas horas de voo.
“A trombose é um coágulo que se forma na veia e impede a passagem de sangue. Caso ele se desloque, pode causar uma embolia pulmonar, muitas vezes fatal”, destaca o presidente da SBACV, Guilherme Pitta. O grupo de risco para desenvolvimento de trombose é: pessoas com varizes grossas, obesos, usuários de hormônios (anticoncepcionais ou reposição hormonal), idosos, pessoas com histórico familiar de trombose ou que reconhecidamente tenha uma condição definida como trombofilia (grupos de doenças que predispõem à trombose).
De acordo com o secretário geral da SBACV, Marcelo Araújo, para tentar prevenir a trombose em grandes períodos sem mobilidade, como é no caso de vôos longos é preciso seguir alguns cuidados. “Fazer caminhadas no corredor durante o vôo, movimentar os tornozelos, joelhos e panturrilhas. Não sentar sobre as pernas ou permanecer com as pernas cruzadas. Não usar roupas apertadas e manter a hidratação durante o voo”, afirma. Ele explica que quem faz parte do grupo de risco deve procurar seu cirurgião vascular antes da viagem para prevenção. “Ele poderá receitar o uso de meias elásticas medicinais, que são apertadas, mas com compressão graduada para permitir um melhor fluxo e portanto evitar a trombose”, diz.
Os sintomas mais comuns de trombose são: dor (habitualmente na perna) e edema (inchaço). Segundo Araújo, as pessoas devem ficar atentas pois não é apenas o voo longo que predispõe o indivíduo à trombose. “Na verdade os voos têm mais visibilidade social, mas viagens de ônibus ou carro longas são também arriscadas”, aponta Araújo.