Você já conversou com uma pessoa enquanto ela falava ao celular? Imagine que você é um professor de adolescentes e tem de administrar turmas inteiras de jovens que praticamente nasceram conectados -- e, claro, não desgrudam de seus portáteis. Segundo uma pesquisa sobre ética no uso de aparelhos móveis e tecnologia, encomendada pela Intel, um terço dos jovens norte-americanos entre 8 e 17 anos prefere ficar sem férias a deixar de usar aparelhos móveis de comunicação.
Aos responderem a pesquisa, professores relataram que essa dependência reflete diretamente no comportamento dos estudantes em sala de aula. As reclamações mais frequentes sobre uso da tecnologia foram: estudantes digitando textos em celulares, atendendo a ligações ou usando seus portáteis para colar nas provas. Os dados levantados pela empresa mostram que as crianças norte-americanas entre 8 e 12 anos possuem dois ou mais dispositivos móveis.
Quanto à responsabilidade de ensinar boas maneiras às crianças, os professores são taxativos: 96% deles disseram que a responsabilidade é dos pais. Os pais entrevistados, entretanto, jogam a bola para os professores: 64% dizem que os professores deveriam ensinar boas maneiras a seus filhos.
Mau exemplo
De acordo com a pesquisa, 95% dos jovens alegam ter testemunhado seus pais cometendo “infrações” com dispositivo móveis, como falar ao celular enquanto dirigem, durante o jantar ou mesmo no cinema.
Esse comportamento influencia diretamente na percepção das crianças sobre qual o ambiente correto para utilizar dispositivos móveis. Cerca de metade dos jovens entre 8 e 17 anos entrevistados julga normal o uso de celulares à mesa de jantar, durante a refeição.
Para o estudo, foram entrevistados 212 professores, 286 pais de alunos e 500 jovens de 8 a 17 anos.