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Arrizo 6 GSX é o sedã médio da Caoa Chery que quer entrar em briga de cachorro grande

Em versão única, ele chegou parar encarar o Toyota Corolla, o Honda Civic, o Chevrolet Cruze e o Volkswagen Jetta

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A Caoa Chery foi criada no Brasil há exatos três anos, em novembro de 2017, originária da aquisição de 50,7% das operações nacionais da fabricante chinesa Chery pelo conglomerado brasileiro Caoa. Distribuidor das marcas Subaru e Hyundai no Brasil e com uma fábrica na cidade de Anápolis (GO), o Grupo Caoa tem noventa concessionárias próprias da Hyundai, da Subaru, da Ford e, de 2017 para cá, da Caoa Chery. Na unidade industrial goiana, onde já eram montados os modelos Hyundai HR, ix35 e Tucson, passaram a ser produzidos os utilitários esportivos Caoa Chery Tiggo 5X, Tiggo 7 e, mais recentemente, Tiggo 8, enquanto a fábrica paulista construída pelos chineses da Chery em Jacareí (SP) produz o SUV Tiggo 2, o sedã compacto “ampliado” Arrizo 5 e, a partir deste ano, o médio Arrizo 6. Lançado em versão única e bem equipada, a GSX, o Arrizo 6 desembarcou nas concessionárias nacionais na primeira quinzena de julho, com preço de tabela de R$ 108.750 – mas, até o meados de novembro, ainda aparecia no site da Caoa Chery com o preço de lançamento de R$ 104.990. O único opcional são as cores da carroceria.

Na briga dos sedãs médios, a marca sino-brasileira enfrenta concorrentes de prestígio como o Toyota Corolla, o Honda Civic, o Chevrolet Cruze e o Volkswagen Jetta – todos com preços iniciais a partir de R$ 110 mil em suas configurações menos equipadas. No entanto, enfrentar adversários consagrados não parece ser problema para a montadora novata. A conquista da décima primeira posição entre as marcas de automóveis mais vendidas no país significa ter deixado para trás concorrentes bastante consolidados no mercado local, como Peugeot, Citroën e Mitsubishi. Para manter o crescimento, a Caoa Chery decidiu produzir o Arrizo 6, lançado na China em outubro de 2018 sobre a plataforma M1X, a mesma do Arrizo 5. Sua versão “made in Brazil” foi desenvolvida desde o final do ano passado pela engenharia da Caoa em parceria com o centro de design da Chery em Frankfurt, na Alemanha. 

O sedã da Caoa Chery tem 4,67 metros de comprimento, 1,81 metro de largura, 1,41 metro de altura, 2,65 metros de distância de entre-eixos – é quatro centímetros mais longo, três centímetros mais largo, quatro centímetros mais baixo e tem o entre-eixos cinco centímetros mais curto que o Corolla. A capacidade do porta-malas é de 570 litros – são cem litros a mais em relação ao sedã da Toyota e é a maior do segmento no Brasil. O design privilegia traços horizontais, que conferem sensação de amplitude. Os faróis contam com assinatura de leds, luzes de circulação diurna e acendimento e ajuste de altura automáticos dos conjuntos ópticos. Na traseira, uma linha horizontal passa no meio das lanternas em leds, com luzes de neblina afixadas no para-choque. No perfil, destacam-se a silhueta tipo fastback, com uma linha de teto que desce suave até a traseira. O interior, segundo a Caoa Chery, é inspirado no estilo alemão de design Bauhaus – um visual “clean”, com formas definidas pela função. A chave presencial comanda não apenas a abertura das portas, mas também o rebatimento dos retrovisores externos, o acionamento do teto solar e a climatização interna – permanecendo sempre a última escolhida pelo motorista antes de sair do carro. 

O Arrizo 6 é equipado com o motor 1.5 turbo bicombustível com 150 cavalos de potência e 21,4 kgfm de torque a 1.750 rotações por minuto, associado à transmissão CVT de 9 marchas e dois modos de condução, o “Eco” e o “Sport”. Conforme o Inmetro, faz uma média de 11 km/l na cidade e de 13,3 km/l na estrada com gasolina e de 7,6 km/l na cidade e de 9,4 km/l na estrada abastecido com etanol. Em termos de segurança, o sedã traz controle eletrônico de estabilidade e de tração, freios ABS de última geração com EBD e disco nas quatro rodas, assistente de partida em rampa, botão de freio de mão, seis airbags – de cortina, lateral para motorista e passageiros e duplo frontal –, indicadores de cinto do motorista e do passageiro, de pressão e de temperatura dos pneus e de portas abertas, sistema Isofix de fixação para cadeirinha de criança e alarme.

As vendas do Arrizo 6 totalizaram duzentos e quatro emplacamentos em outubro. Um número ainda distante das quatrocentas e trinta e seis vendas do Jetta, o quarto colocado no segmento de sedãs médios liderado com folgas pelo Corolla, que emplacou 4.240 unidades no mês passado, seguido de Civic, com 2.463 unidades, e Cruze, com 525 unidades. A Caoa Chery iniciou 2020 com cento e dez lojas localizadas nas principais cidades brasileiras, entretanto, prevê chegar ao final deste ano com cento e quarenta revendas. Juntamente com a ampla linha de SUVs, o novo sedã é uma das apostas para ajudar a viabilizar essa expansão na rede.

Experiência a bordo

O poder da imagem

O sedã da Caoa Chery tem um interior harmonioso e requintado, com um padrão de acabamento surpreendentemente elevado. O teto solar elétrico amplia a sensação de espaço. O cluster colorido, interativo e configurável tem tela de LCD de 7 polegadas e se harmoniza bem com o multimídia de 9 polegadas, igualmente colorido. O console de controle do ar-condicionado “touchscreen” segue o estilo. Os passageiros de trás contam com dupla saída do ar-condicionado e uma tomada USB para carregamento de celulares – na frente, há outas duas. Bancos, volante e painéis de portas são revestidos com material que imita couro. O volante só ajusta em altura e o porta-luvas não é iluminado, assim como os espelhos dos para-sóis. O ar-condicionado não tem modo automático nem regulagem numérica da temperatura. 

No quadro de instrumentos, o design alerta visualmente o motorista sobre eventuais “excessos”. O velocímetro analógico tem marcação até 120 km/h, para e depois continua a partir de 140 km/h. Acima de 120 km/h, o velocímetro digital muda a cor de branco para vermelho, para alertar que a velocidade está elevada. O conta-giros segue a mesma lógica e tem uma graduação até 3 mil rpm, faixa em que o motor consome menos combustível. Depois, a linha de gradação é interrompida e retoma a partir de 4 mil rpm. A central multimídia de 9 polegadas tem espelhamento por Apple CarPlay e Android Auto, Bluetooth, controle do ar-condicionado e das configurações do veículo. No computador de bordo, a tela colorida de LCD de 7 polegadas possibilita configuração e exibe as imagens da “câmera de 360 graus”, captadas na grade frontal, sobre a placa traseira e nos espelhos externos. Quando o motorista joga a seta para a direita, as imagens da câmera traseira e da situada no retrovisor direito aparecem na tela do multimídia. Apesar da baixa resolução das imagens, o sistema reforça expressivamente a segurança nas mudanças de faixa. 

Impressões ao dirigir

Confortável consistência

Ao contrário do que aconteceu com os primeiros automóveis de origem chinesa a chegarem ao Brasil, o Arrizo 6 não pretende conquistar clientes apenas pelo fato de custar mais barato que os concorrentes. O sedã da Caoa Chery é um carro dinamicamente sedutor. Com o reforço tecnológico da “câmera de 360 graus”, permite condução agradável e manobras facilitadas no trânsito urbano, com sua direção com assistência elétrica progressiva. Os modos “Sport” e “Eco” ajudam a adequar o comportamento dinâmico às necessidades do motorista. Para os mais “controladores”, há a opção de acionamento manual das marchas na alavanca do console.

Depois que os engarrafamentos do cotidiano são deixados para trás, o sedã da Caoa Chery revela outro aspecto interessante: é um ótimo parceiro para longas estradas. Os bancos confortáveis permitem ao motorista dirigir durante horas seguidas sem se cansar. Auxiliado pelo perfil baixo da carroceria, que colabora no reduzido coeficiente aerodinâmico de 0,28 cx, o “powertrain” formado pelo motor 1.5 turbo e o câmbio CVT de 9 marchas simuladas oferece ao Arrizo performances dinâmicas bem satisfatórias, especialmente ano modo “Sport”.

As retomadas são consistentes e o conjunto mecânico não “fraqueja” em nenhuma faixa de giros. Velocidades elevadas são atingidas de forma agradavelmente rápida – um sutil ajuste na calibração da assistência elétrica da direção poderia deixar o volante mais firme em altas velocidades. Nas curvas, as inclinações de carroceria são discretas – quando o motorista “abusa” do acelerador, os controles de estabilidade entram em ação. As frenagens bruscas reforçam a impressão de consistência do conjunto. Os tempos em que os carros projetados na China deixavam a desejar em relação aos japoneses, sul-coreanos, europeus e norte-americanos estão ficando no passado.

Ficha técnica

Caoa Chery Arrizo 6 GSX
Motor1.5L DVVT Turbo Flex, 4 cilindros, 16 válvulas (4 por cilindro), injeção multiponto
Potência150 cavalos (etanol) e 147 cavalos (gasolina), ambos a 5.500 rpm 
Torque21,4 kgfm a 1.750 rpm (etanol ou gasolina)
TransmissãoCVT de 9 velocidades
Tanque de combustível48 litros
Porta-malas570 litros
Número de ocupantes5 pessoas
Comprimento4,67 metros
Largura1,81 metro
Altura1,49 metro
Distância de entre eixos2,65 metros
Peso1.364 quilos
Direçãoassistência elétrica
Suspensõesdianteira MacPherson do tipo independente, coluna com mola em espiral, amortecedor com ajuste duplo e barra estabilizadora, traseira semi-independente com barra de torção, coluna com mola em espiral, amortecedor com ajuste duplo e barra estabilizadora
Rodasliga leve de 17 polegadas
Pneus205/50 R17 (estepe) 125/70 R16
PreçosR$ 108.750 – promocional de lançamento R$ 104.990

 

Nova versão híbrida

Toyota RAV4 2024 é um híbrido plug-in e desembarca no Brasil com preço de R$ 399.990

O utilitário esportivo tem autonomia de 55 quilômetros no modo 100% elétrico

17/04/2024 08h28

Toyota RAV4 Plug-in Hybrid Divulgação

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A Toyota do Brasil acaba de anunciar a chegada do RAV4 Plug-in Hybrid.

O utilitário esportivo lançado em 1994, que chegou ao mercado brasileiro em 2013 na sua quarta geração, desembarca agora na sua versão híbrida recarregável na tomada. Importado do Japão, o modelo tem preço que parte de R$ 399.990 e cinco opções de cores: Branco Lunar, Prata Metálico, Cinza e Azul Topázio e Vermelho Emoção.

Independentemente da cor escolhida, o teto é sempre em preto. Seu conjunto Hybrid Dynamic Force une um motor a combustão de 2,5 litros com 185 cavalos de potência e 22,3 kgfm de torque a dois elétricos, o dianteiro de 182 cavalos e 27,4 kgfm e o traseiro de 54 cavalos e 12,1 kgfm.

Entrega uma potência combinada de 306 cavalos, aliando a transmissão do tipo CVT ao propulsor a combustão interna, que leva o SUV de zero a 100 km/h em seis segundos, com autonomia de 55 quilômetros no modo totalmente elétrico.

O modelo alcança ainda uma média de 35 km/l em ambientes urbanos e 30 km/l em estradas. Durante este mês, a marca japonesa comunicará quais as concessionárias da rede no país receberão o novo RAV4.

Toyota RAV4 Plug-in Hybrid - Divulgação

O RAV4 tem quatro modos de operação para seu sistema híbrido plug-in: “Normal”, “Eco”, “EV” (elétrico) e “Sport”.

O SUV vem equipado com um carregador portátil convencional de 2,3 kW e um Wallbox de 7,4 kW, que permite a recarga das baterias em duas horas e meia.

De acordo com a marca oriental, a facilidade de carregamento é uma característica dos veículos híbridos plug-in da Toyota.

O bocal para introdução do plug está localizado no para-lama traseiro direito, sendo acessível por meio de uma tampa que trava e abre automaticamente conforme a abertura ou o trancamento do veículo.

O compartimento tem proteção térmica e uma luz indicadora para mostrar como está o processo de carregamento e quando ele é concluído.

A Toyota equipou o SUV com uma série de novos recursos de ajuda à condução e de segurança, como a assistência de permanência de faixa e alerta de oscilação, projetada para monitorar as marcações da estrada e ajustar automaticamente a direção para ajudar a não sair da faixa, fornecendo suporte de direção adicional e alertas sonoros.

O sistema traz câmera de reconhecimento frontal, radar e sensor de monitoramento de ponto cego, auxiliando o condutor em diferentes situações. Traz ainda assistência de farol alto automático e aviso de saída de faixa com opção de som ou vibração do volante.

“O RAV4 Plug-in Hybrid reforça a oferta de produtos eletrificados da Toyota no Brasil. A nova versão é mais uma alternativa para impulsionar a descarbonização por meio de novas tecnologias de eletrificação alinhadas ao contexto local e às necessidades dos clientes”, destaca Evandro Maggio, presidente da Toyota do Brasil.

Toyota RAV4 Plug-in Hybrid - DivulgaçãoToyota RAV4 Plug-in Hybrid - Divulgação

O Toyota Safety Sense segue presente no SUV, com o sistema de pré-colisão frontal com detecção de pedestres e ciclistas e frenagem automática de emergência.

O controle de cruzeiro adaptativo (ACC) teve mudanças e pode ser ajustado em todas as velocidades, com reconhecimento de placas de trânsito e redução de velocidade em curvas.

A lista de segurança inclui sete airbags - dois frontais, dois laterais, dois de cortina e um de joelhos do motorista -, controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, freios ABS com EBD, assistência à frenagem de emergência, luzes de freio de emergência e dois pontos de ancoragem Isofix para cadeirinhas de criança.

Dentro, o SUV produzido em Takaoka e Nagakusa, no Japão, apresenta novidades em relação à versão SX Connect Hybrid, como tela de multimídia de 10,5 polegadas de alta resolução com conexão para smartphones e tablets, por meio de espelhamento com Android Auto ou Apple CarPlay, e visualização da câmera traseira com linhas-guia dinâmica.

O computador de bordo tem tela de TFT colorida de 12,3 polegadas, enquanto o Head-up display mostra informações de velocidade e conta com reconhecimento de placas de trânsito.

O RAV4 Plug-in Hybrid dispõe de ar-condicionado digital de duas zonas e acionamento remoto, abertura e fechamento da tampa do porta-malas também pela chave do veículo e retrovisores externos autorretrateis com ajustes elétricos, indicador de direção e sistema de aquecimento (desembaçador).

Toyota RAV4 Plug-in Hybrid - DivulgaçãoToyota RAV4 Plug-in Hybrid - Divulgação

Com mais de 20 milhões de veículos comercializados, a Toyota lidera globalmente no segmento de eletrificados.

A marca japonesa celebra agora os 11 anos da introdução do primeiro híbrido no mercado nacional, o Prius, lançado em 2013, que ajudou na popularização de uma tecnologia até então desconhecida no país.

A montadora inovou também em 2019 ao lançar o sistema híbrido flex, com o Corolla sedã, e que equipa ainda o SUV Corolla Cross desde 2021.

Até 2026, a Toyota investirá R$ 5 bilhões na produção de um novo veículo compacto híbrido flex, com lançamento previsto para o próximo ano, além de outro modelo com a mesma tecnologia destinado especialmente para o Brasil.

Toyota RAV4 Plug-in Hybrid - DivulgaçãoToyota RAV4 Plug-in Hybrid - Divulgação

TEST DRIVE

Versão Savana é a mais radical da picape média Mitsubishi L200 Triton

A L200 Triton Savana tem preço sugerido de R$ 299.990 e é produzida em Catalão (GO)

15/04/2024 14h41

Teste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana Luiza Kreitlon/AutoMotrix

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Desde sua primeira geração, apresentada no Japão há mais de 40 anos, a proposta da picape Mitsubishi L200 é reunir o conforto e a dirigibilidade de um utilitário esportivo de luxo com uma ampla capacidade para o off-road. Tal capacidade para enfrentar de forma destemida as trilhas, os lamaçais e os buracos é particularmente explícita na versão Savana. Criada em 2004 para o mercado brasileiro, é caracterizada por incorporar como itens de série modificações comuns entre os proprietários da L200 que faziam uso pesado, como pneus fora-de-estrada e snorkel. Apresentada há um ano, a atual L200 Triton Savana tem preço sugerido de R$ 299.990 e é produzida em Catalão (GO), na fábrica da HPE Automotores do Brasil, representante oficial da marca Mitsubishi Motors no país. A versão é oferecida em quatro opções de cores: Amarelo Rally (a do modelo testado), Verde Forest, Bege Jizan e Branco Fuji. A picape conta com cinco anos de garantia de fábrica.

A base da Savana é a L200 Triton Sport HPE, de R$ 269.990. Os generosos cromados do modelo original dão lugar a plástico preto sem pintura na grade, capa dos retrovisores e em outros detalhes. Sob o para-choque está uma placa de deslizamento, também em preto, que protege a mecânica e ajuda a transpor obstáculos. Os faróis são em leds e auxiliados pelas luzes de neblina. O snorkel vem de série e amplia a capacidade de transpor trechos alagados de até 70 centímetros. No teto da cabine está um bagageiro com capacidade para até 50 quilos e que abriga pranchas de desencalhe – que funcionam como uma versão “profissional” do macete clássico dos donos de Fusca, que colocavam os próprios tapetes do carro sob os pneus para escapar dos atoleiros. Na caçamba da Mitsubishi L200 Triton Savana 2024, que conta com acabamento anti-riscos, há uma caixa com chave na lateral. As rodas de liga leve de 18 polegadas com pneus 265/60 de uso urbano da L200 Triton Sport HPE são substituídas por rodas de aço estampado de 17 polegadas, mais resistentes a impactos. Os pneus são o Goodyear Duratrack 265/70R17, específicos para uso mais pesado no fora-de-estrada. Os para-lamas recebem alargadores em plástico para proteger a carroceria de riscos. Sob as portas, onde costumam ficar os estribos, estão os “rocksliders”, barras que protegem a parte inferior das laterais da carroceria.

Teste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana - Foto: Luiza Kreitlon/AutoMotrix Teste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana - Foto: Luiza Kreitlon/AutoMotrix 

O motor da L200 Triton Savana é o mesmo que equipa todas as versões da picape média. É um 2.4 turbodiesel de quatro cilindros com estrutura leve em alumínio que traz a tecnologia de válvulas variáveis MIVEC e turbina de geometria variável. Desenvolve 190 cavalos de potência e 43,9 kgfm de torque. A transmissão automática de 6 marchas tem opção para trocas sequenciais por meio de particularmente avantajados “paddles shifters” localizados atrás do volante. O sistema Super Select 4WD-II (SS4-II) oferece ao motorista quatro modos de operação: “2H” – usado para estradas e vias públicas, privilegia a economia de combustível com desempenho suave –, “4H” – para estradas e pisos irregulares, inclusive asfalto, serra e em condição de chuva, com o sistema distribuindo automaticamente a tração entre os dois eixos, por meio do diferencial central –, “4HLc” – para terreno acidentado com superfícies de baixa aderência como terra e cascalho – e “4LLc” – para subidas ou descidas íngremes, rochas, areia e lama. A L200 Triton Savana conta ainda com o “Off-Road Mode”, preparando a picape para ficar mais resistente para terrenos mais severos, e o controle de descida em rampas. Para situações em que uma ou mais rodas estão sem contato com o chão, a picape conta com o sistema ativo de controle de tração. O bloqueio do diferencial permite que as rodas de trás recebam tração de forma idêntica, sendo útil em atolamentos.

Teste da picape Mitsubishi L200 Triton SavanaTeste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana - Foto: Luiza Kreitlon/AutoMotrix

Experiência a bordo

A Mitsubishi L200 Triton Savana não tem um visual interno dos mais contemporâneos –, questão que talvez nem incomode o consumidor típico da versão. Mas isso deve ser resolvido com a esperada atualização da nova geração, já confirmada para o Brasil. Os instrumentos têm aspecto conservador. Uma grande alavanca de freio de mão no console ocupa um espaço bem maior que os botões dos freios de estacionamento eletrônicos das picapes mais recentes. A central multimídia JBL traz tela sensível ao toque de 7 polegadas – pequena para os padrões das atuais concorrentes –, integrada aos smartphones por meio das tecnologias Apple CarPlay e Android Auto, com GPS embarcado. A chave é simples, do tipo com com a parte metálica exposta, algo inesperado em um modelo da faixa dos R$ 300 mil.

Embora conte com alças frontais, a picape é alta e faz falta um estribo para facilitar o acesso – os “rocksliders” não cumprem a mesma função. Para aumentar a percepção de requinte, há detalhes em preto brilhante no painel e um inclinômetro gráfico longitudinal e lateral, assim como indicador de esterçamento das rodas dianteiras – equipamento bastante útil no “off-road”. Os bancos são em um revestimento de aspecto elegante, que imita couro, sendo o do motorista com regulagens elétricas. Os espaços na traseira são amplos e confortáveis. A picape traz ar-condicionado de duas zonas, que se completa com eficientes saídas de ar colocadas no teto, permitindo a refrigeração de toda a cabine de forma mais rápida. Os passageiros do banco traseiro podem ajustar a intensidade da ventilação em até quatro níveis. E o carpete do interior dá lugar a um material emborrachado, que facilita a limpeza.

Teste da picape Mitsubishi L200 Triton SavanaTeste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana - Foto: Luiza Kreitlon/AutoMotrix

Impressões ao dirigir

A Savana é um off-road à moda antiga – do tipo que agrada saudosistas de veículos lameiros radicais, como o extinto Toyota Bandeirante e os Land Rover Defender do século passado. Nas trilhas, o conjunto da picape da Mitsubishi esbanja consistência e robustez. Não há mudanças mecânicas em relação às outras configurações da L200 e a Savana mantém o 2.4 turbodiesel, com construção em alumínio e variador de tempo de válvulas na admissão e no escape. O motor entrega 190 cavalos em 3.500 rpm e robustos 43,9 kgfm em 2.500 rpm – força suficiente para performances convincentes, tanto na estrada quanto fora dela. Tem boa elasticidade e se entende bem com o câmbio automático de 6 marchas, com opções para trocas sequenciais nos “paddles shifters”. As trocas são suaves e a oferta de torque é farta. Na estrada, não falta disposição para levar as mais de duas toneladas da picape até velocidades elevadas ou para fazer ultrapassagens seguras. Segundo a etiquetagem do Inmetro, o consumo da L200 Triton Sport Savana é de 9,3 km/l no uso urbano e de 10,3 km/l no rodoviário.

Se não há diferença mecânica da Savana em relação às outras L200, há características acústicas distintas. O som reverberado pelo snorkel na coluna frontal direita se faz notar na cabine. Os pneus lameiros impõem um rodar mais rumoroso e o rack no teto também emite sua sonorização adicional. A direção tem assistência hidráulica e é um tanto pesada nas manobras, também por conta dos pneus. O feixe de molas na traseira e o curso da suspensão dianteira não favorecem tanto conforto no uso urbano e nem um comportamento dinâmico mais arisco nas curvas em velocidades mais elevadas. Contudo, entregam uma reconfortante confiabilidade a quem enfrenta obstáculos como valões, atoleiros, pirambeiras e dunas de areia. O ambiente no qual a L200 Triton Savana se sente mais à vontade é nas trilhas – é o veículo mais robusto que a Mitsubishi Motors já produziu no Brasil. A sensação tranquilizadora no “off-road” é reforçada pelo sistema de tração 4x4, que conta com modos 4x2, 4x4 automático, 4x4 50/50 e 4x4 com reduzida, além do seletor de fora-de-estrada e o bloqueio do diferencial traseiro. A reduzida ajuda a passar por obstáculos mais complicados e os pneus reforçam expressivamente a valentia da Savana. O Off-Road Mode deixa a picape mais preparada para encarar os mais variados tipos de terreno, com quatro modos: “Cascalho”, “Lama/Neve”, “Areia” e “Pedra”. Os atributos para as trilhas são respeitáveis: ângulo de entrada de 33 graus, ângulo de saída de 24 graus e altura livre em relação ao solo de 23,3 centímetros.

As assistências semi-autônomas ativas – controle de tração e de estabilidade, assistente de frenagem de emergência, sistemas de frenagem autônoma, de monitoramento de pontos cegos e de prevenção de aceleração involuntária e controle ativo de tração estabilidade – andam valorizadas nas picapes médias mais recentes. Na linha L200 Triton, estão disponíveis apenas na versão Sport HPE-S, que custa exatamente os mesmos R$ 299.990, porém não aparecem na Savana. Tais tecnologias talvez nem combinem tanto com a proposta “ lameira raiz” da L200 Triton Savana, pois sensores e radares são equipamentos delicados, que normalmente sentem o impacto do uso mais extremo.

Teste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana Teste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana - Foto: Luiza Kreitlon/AutoMotrix

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