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Audi e-Tron Sportback chega às concessionárias brasileiras com preços que começam em R$ 511.990

O "SUV-cupê" elétrico esbanja força, estilo e tecnologia, por preços que o restringirão à elite econômica

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Uma teoria corrente entre executivos das marcas automotivas premium que atuam no Brasil afirma: na impossibilidade de fazer viagens internacionais por conta da pandemia do coronavírus, muitos milionários resolveram “se recompensar” trocando de carro. Se não dá para ostentar esquiando em Aspen ou surfando nas Ilhas Maldivas, o jeito é comprar veículos mais requintados. Verdade ou não, alguns automóveis muito caros andam vendendo bem por aqui. Em abril, logo no início da pandemia, a Audi desembarcou no Brasil o utilitário esportivo e-Tron, seu primeiro veículo 100% elétrico. Importado da Bélgica por preços que variam de R$ 499.990 a R$ 539.990, tornou-se o elétrico mais vendido do país – com as cento e duas unidades emplacadas até agosto, superou as noventa e cinco de 2020 do Chevrolet Bolt (que custa menos da metade do e-Tron). O desempenho estimulou a marca das quatro argolas a trazer agora o e-Tron Sportback, com preços que começam em R$ 511.990.

As duas configurações de carroceria do e-Tron partilham plataforma e motor. São praticamente idênticas até a chamada “coluna B” – a que fica entre as portas dianteiras e traseiras. Daí para trás, a Sportback exibe uma traseira mais rebaixada, com o desenho característico dos cupês. O estilo rendeu ainda uma redução no coeficiente aerodinâmico, que é de 0,27 cx no utilitário esportivo e de 0,25 cx no “SUV-cupê” – em ambos os modelos, esses índices são obtidos com os retrovisores externos com câmeras (opcionais disponíveis apenas para a versão “top” Performance Black). O menor coeficiente aerodinâmico trouxe o “efeito colateral” de aumentar em dez quilômetros a autonomia da Sportback em relação ao e-Tron SUV – são 446 quilômetros no ciclo europeu WLTP. As dimensões dos dois e-Tron são idênticas: 4,90 metros de comprimento, 2,04 metros de largura e 1,61 metro de altura, com entre-eixos de 2,93 metros. O novato herda a característica grade Singleframe de design octogonal, com linhas verticais e horizontais. Na borda inferior dos faróis em forma de “L”, quatro faixas horizontais criam a assinatura e-Tron nas luzes diurnas. Na lateral, destaca-se o logotipo e-Tron na cor laranja na tampa de abertura para acoplar o carregador e as rodas de 21 polegadas. Atrás, as lanternas preservam o design inaugurado no Q8 e a ausência dos escapamentos deixa claro que se trata de um veículo com zero emissão de hidrocarbonetos.

Como o e-Tron SUV, o Sportback tem dois motores elétricos que entregam 408 cavalos de potência e 67,7 kgfm de torque – distribuídos em 183,6 cavalos e 31,5 kgfm na frente e 224,4 cavalos e 36,2 kgfm no traseiro. Com torque instantâneo, como qualquer veículo elétrico, a aceleração de zero a 100 km/h ocorre em 5,7 segundos e a velocidade máxima é de 200 km/h limitada eletronicamente – desempenho idêntico ao da versão SUV. O sistema de baterias de íons de lítio é composto por trinta e seis módulos, pesa cerca de 700 quilos e pode ser recarregado desde uma tomada simples de 110V até as de alta tensão. Ele armazena 95 kWh de energia bruta e fica embaixo do habitáculo. Segundo a Audi, em estações de recarga ultra rápida de 150 kW, é possível “abastecer” até 80% da bateria em trinta minutos. Durante as desacelerações, a bateria é recarregada pelos motores elétricos, que atuam como geradores nessas situações.  

A versão Performance, que parte de R$ 511.990, traz bancos dianteiros elétricos em couro com ajuste lombar, suspensão a ar adaptativa, ar-condicionado de quatro zonas, teto solar elétrico panorâmico, volante com ajuste elétrico de altura, projeção da palavra e-Tron na abertura de todas as portas, luzes internas personalizáveis com trinta opções, faróis full-led, controle de cruzeiro adaptativo com assistente de saída de faixa, abertura e fechamento elétrico do porta-malas com sistema “hands-free”, auxílio de estacionamento com display 360 graus, indicador de pressão dos pneus e oito airbags. O multimídia MMI vem com sistema de navegação e interface para smartphones com sistema iOS e Android.  Há também o Virtual Cockpit Plus, no qual é possível escolher entre duas configurações, além do sistema de som Bang & Olufsen 3D com dezesseis alto-falantes. Já a versão Performance Black, que começa em R$ 551.990, agrega bancos dianteiros esportivos em Alcântara, acabamento interno na cor cinza Volcano e teto interior na cor preta. Por fora, ostenta o kit S Line com soleiras em alumínio e iluminadas, capa do retrovisor externo na cor preta, frisos decorativos em High Gloss Black e pinças de freio laranja.  

Para quem não acha a Performance Black suficientemente equipada, há opcionais como os retrovisores virtuais (R$ 13 mil), faróis full-led Matrix HD (R$ 13 mil) e o Side Assist (R$ 8 mil), que engloba tecnologias como o Pre Sense traseiro (reconhece a iminência de uma colisão e regula o tensionamento dos cintos dianteiros, posicionamento de banco e fechamento de teto solar e vidros), o Exit Warning Assist (aviso de perigo quando os passageiros estão saindo do veículo), o Side Assist (aviso de perigo em mudança de faixa) e o Assistente de Tráfego Reverso (informa sobre a possibilidade de um acidente ao se fazer uma manobra traseira). Para ambas as versões, há opcionais de pintura metálica (R$ 2.600) e o Pacote Tecnológico (R$ 26 mil), que contempla head-up display, Pre Sense dianteiro e o Night Vision Assist, que melhora a visibilidade noturna. Dá para levar a fatura do e-Tron Sportback “top” para acima dos R$ 600 mil.

As quatorze concessionárias Audi com a bandeira e-Tron têm pontos de carga rápida DC de 22 kW. Estão localizadas em Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Londrina, Florianópolis, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Vitória e quatro em São Paulo. Até 2022, a Audi pretende instalar duzentos pontos de infraestrutura de recarga em shoppings, academias, hotéis e restaurantes nas regiões onde há concessionárias. A marca tem ainda uma parceria com a Porsche, a Volkswagen e a EDP (subsidiária brasileira da empresa portuguesa de distribuição de energia elétrica) para instalar trinta estações de recarga rápida em rodovias brasileiras. Até o fim de 2021, a Audi quer trazer mais dois modelos elétricos: o e-Tron Sportback S e e-Tron GT.

Experiência a bordo

Lugar singular

O e-Tron Sportback tem espaço generoso para cinco ocupantes e bagagens. Como não tem o eixo cardã, não há o túnel central, o que oferece mais conforto no assento central do banco de trás. A capacidade de bagagem é de 555 litros e, com o banco traseiro rebatido, aumenta para 1.665 litros. Na parte frontal, sob o capô, há um compartimento de 60 litros que acomoda o kit de ferramentas e o cabo do carregador.

No painel e no console central estão os dois displays do MMI Touch, de 10,1 e 8,6 polegadas. Pelo superior, é possível controlar informações, entretenimento e navegação. No inferior, gerencia-se entrada de texto, funções de conforto e ar-condicionado. Com o opcional de retrovisores com câmeras, as imagens capturadas aparecem em displays posicionados entre o painel de instrumentos e a porta. Se o motorista mover o dedo pela superfície do display sensível ao toque, são ativados símbolos que permitem reposicionar a imagem. Contudo, a localização das telas em que as imagens são reproduzidas é mais baixa em relação à dos retrovisores externos convencionais. Demora um pouco para se acostumar com isso.

Primeiras impressões

Admirável mundo novo

Como é característico dos veículos elétricos, o ruído do motor do e-Tron Sportback praticamente não existe. Ao acionar o botão de partida, é necessário consultar o painel para confirmar se o carro está ligado – auditivamente, é impossível perceber. Os ruídos aerodinâmicos e do contato dos pneus com o asfalto também são discretíssimos, porque o isolamento acústico é primoroso. 

Na primeira acelerada forte, a performance dinâmica se revela impressionante para um utilitário esportivo de 2,5 toneladas. O fato do elevado torque máximo de 67,7 kgfm ser disponibilizado de forma instantânea transmite uma sensação inusitada e arrebatadora – quase como se o motorista estivesse acelerando um foguete espacial. Com a prática, aprende-se a usar o acelerador com a devida sutileza.

O e-Tron Sportback oferece três níveis de recuperação de energia, reguláveis por meio de comandos posicionados atrás do volante – onde normalmente ficam os “paddles shifts” das marchas. O nível máximo de recuperação possibilita usar apenas um pedal – como no e-Pedal apresentado em 2017 no Nissan Leaf, o carro se imobiliza gradualmente quando o motorista alivia a pressão no acelerador. 

Nas curvas rápidas, a suspensão com molas pneumáticas e amortecedores de dureza variável ajuda a atenuar o rolamento. Ela se adapta às diferentes situações do solo e permite ao novo “SUV-cupê” elétrico da Audi esbanjar equilíbrio. O peso das baterias no assoalho ajudou a criar um improvável SUV com centro de gravidade baixo. Com comportamento dinâmico de um esportivo, o e-Tron Sportback se revela um veículo divertido e tão tecnológico que chega a ser um tanto perturbador em um primeiro contato. Mas os afortunados donos se acostumarão rapidamente às novidades.

Nova versão híbrida

Toyota RAV4 2024 é um híbrido plug-in e desembarca no Brasil com preço de R$ 399.990

O utilitário esportivo tem autonomia de 55 quilômetros no modo 100% elétrico

17/04/2024 08h28

Toyota RAV4 Plug-in Hybrid Divulgação

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A Toyota do Brasil acaba de anunciar a chegada do RAV4 Plug-in Hybrid.

O utilitário esportivo lançado em 1994, que chegou ao mercado brasileiro em 2013 na sua quarta geração, desembarca agora na sua versão híbrida recarregável na tomada. Importado do Japão, o modelo tem preço que parte de R$ 399.990 e cinco opções de cores: Branco Lunar, Prata Metálico, Cinza e Azul Topázio e Vermelho Emoção.

Independentemente da cor escolhida, o teto é sempre em preto. Seu conjunto Hybrid Dynamic Force une um motor a combustão de 2,5 litros com 185 cavalos de potência e 22,3 kgfm de torque a dois elétricos, o dianteiro de 182 cavalos e 27,4 kgfm e o traseiro de 54 cavalos e 12,1 kgfm.

Entrega uma potência combinada de 306 cavalos, aliando a transmissão do tipo CVT ao propulsor a combustão interna, que leva o SUV de zero a 100 km/h em seis segundos, com autonomia de 55 quilômetros no modo totalmente elétrico.

O modelo alcança ainda uma média de 35 km/l em ambientes urbanos e 30 km/l em estradas. Durante este mês, a marca japonesa comunicará quais as concessionárias da rede no país receberão o novo RAV4.

Toyota RAV4 Plug-in Hybrid - Divulgação

O RAV4 tem quatro modos de operação para seu sistema híbrido plug-in: “Normal”, “Eco”, “EV” (elétrico) e “Sport”.

O SUV vem equipado com um carregador portátil convencional de 2,3 kW e um Wallbox de 7,4 kW, que permite a recarga das baterias em duas horas e meia.

De acordo com a marca oriental, a facilidade de carregamento é uma característica dos veículos híbridos plug-in da Toyota.

O bocal para introdução do plug está localizado no para-lama traseiro direito, sendo acessível por meio de uma tampa que trava e abre automaticamente conforme a abertura ou o trancamento do veículo.

O compartimento tem proteção térmica e uma luz indicadora para mostrar como está o processo de carregamento e quando ele é concluído.

A Toyota equipou o SUV com uma série de novos recursos de ajuda à condução e de segurança, como a assistência de permanência de faixa e alerta de oscilação, projetada para monitorar as marcações da estrada e ajustar automaticamente a direção para ajudar a não sair da faixa, fornecendo suporte de direção adicional e alertas sonoros.

O sistema traz câmera de reconhecimento frontal, radar e sensor de monitoramento de ponto cego, auxiliando o condutor em diferentes situações. Traz ainda assistência de farol alto automático e aviso de saída de faixa com opção de som ou vibração do volante.

“O RAV4 Plug-in Hybrid reforça a oferta de produtos eletrificados da Toyota no Brasil. A nova versão é mais uma alternativa para impulsionar a descarbonização por meio de novas tecnologias de eletrificação alinhadas ao contexto local e às necessidades dos clientes”, destaca Evandro Maggio, presidente da Toyota do Brasil.

Toyota RAV4 Plug-in Hybrid - DivulgaçãoToyota RAV4 Plug-in Hybrid - Divulgação

O Toyota Safety Sense segue presente no SUV, com o sistema de pré-colisão frontal com detecção de pedestres e ciclistas e frenagem automática de emergência.

O controle de cruzeiro adaptativo (ACC) teve mudanças e pode ser ajustado em todas as velocidades, com reconhecimento de placas de trânsito e redução de velocidade em curvas.

A lista de segurança inclui sete airbags - dois frontais, dois laterais, dois de cortina e um de joelhos do motorista -, controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, freios ABS com EBD, assistência à frenagem de emergência, luzes de freio de emergência e dois pontos de ancoragem Isofix para cadeirinhas de criança.

Dentro, o SUV produzido em Takaoka e Nagakusa, no Japão, apresenta novidades em relação à versão SX Connect Hybrid, como tela de multimídia de 10,5 polegadas de alta resolução com conexão para smartphones e tablets, por meio de espelhamento com Android Auto ou Apple CarPlay, e visualização da câmera traseira com linhas-guia dinâmica.

O computador de bordo tem tela de TFT colorida de 12,3 polegadas, enquanto o Head-up display mostra informações de velocidade e conta com reconhecimento de placas de trânsito.

O RAV4 Plug-in Hybrid dispõe de ar-condicionado digital de duas zonas e acionamento remoto, abertura e fechamento da tampa do porta-malas também pela chave do veículo e retrovisores externos autorretrateis com ajustes elétricos, indicador de direção e sistema de aquecimento (desembaçador).

Toyota RAV4 Plug-in Hybrid - DivulgaçãoToyota RAV4 Plug-in Hybrid - Divulgação

Com mais de 20 milhões de veículos comercializados, a Toyota lidera globalmente no segmento de eletrificados.

A marca japonesa celebra agora os 11 anos da introdução do primeiro híbrido no mercado nacional, o Prius, lançado em 2013, que ajudou na popularização de uma tecnologia até então desconhecida no país.

A montadora inovou também em 2019 ao lançar o sistema híbrido flex, com o Corolla sedã, e que equipa ainda o SUV Corolla Cross desde 2021.

Até 2026, a Toyota investirá R$ 5 bilhões na produção de um novo veículo compacto híbrido flex, com lançamento previsto para o próximo ano, além de outro modelo com a mesma tecnologia destinado especialmente para o Brasil.

Toyota RAV4 Plug-in Hybrid - DivulgaçãoToyota RAV4 Plug-in Hybrid - Divulgação

TEST DRIVE

Versão Savana é a mais radical da picape média Mitsubishi L200 Triton

A L200 Triton Savana tem preço sugerido de R$ 299.990 e é produzida em Catalão (GO)

15/04/2024 14h41

Teste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana Luiza Kreitlon/AutoMotrix

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Desde sua primeira geração, apresentada no Japão há mais de 40 anos, a proposta da picape Mitsubishi L200 é reunir o conforto e a dirigibilidade de um utilitário esportivo de luxo com uma ampla capacidade para o off-road. Tal capacidade para enfrentar de forma destemida as trilhas, os lamaçais e os buracos é particularmente explícita na versão Savana. Criada em 2004 para o mercado brasileiro, é caracterizada por incorporar como itens de série modificações comuns entre os proprietários da L200 que faziam uso pesado, como pneus fora-de-estrada e snorkel. Apresentada há um ano, a atual L200 Triton Savana tem preço sugerido de R$ 299.990 e é produzida em Catalão (GO), na fábrica da HPE Automotores do Brasil, representante oficial da marca Mitsubishi Motors no país. A versão é oferecida em quatro opções de cores: Amarelo Rally (a do modelo testado), Verde Forest, Bege Jizan e Branco Fuji. A picape conta com cinco anos de garantia de fábrica.

A base da Savana é a L200 Triton Sport HPE, de R$ 269.990. Os generosos cromados do modelo original dão lugar a plástico preto sem pintura na grade, capa dos retrovisores e em outros detalhes. Sob o para-choque está uma placa de deslizamento, também em preto, que protege a mecânica e ajuda a transpor obstáculos. Os faróis são em leds e auxiliados pelas luzes de neblina. O snorkel vem de série e amplia a capacidade de transpor trechos alagados de até 70 centímetros. No teto da cabine está um bagageiro com capacidade para até 50 quilos e que abriga pranchas de desencalhe – que funcionam como uma versão “profissional” do macete clássico dos donos de Fusca, que colocavam os próprios tapetes do carro sob os pneus para escapar dos atoleiros. Na caçamba da Mitsubishi L200 Triton Savana 2024, que conta com acabamento anti-riscos, há uma caixa com chave na lateral. As rodas de liga leve de 18 polegadas com pneus 265/60 de uso urbano da L200 Triton Sport HPE são substituídas por rodas de aço estampado de 17 polegadas, mais resistentes a impactos. Os pneus são o Goodyear Duratrack 265/70R17, específicos para uso mais pesado no fora-de-estrada. Os para-lamas recebem alargadores em plástico para proteger a carroceria de riscos. Sob as portas, onde costumam ficar os estribos, estão os “rocksliders”, barras que protegem a parte inferior das laterais da carroceria.

Teste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana - Foto: Luiza Kreitlon/AutoMotrix Teste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana - Foto: Luiza Kreitlon/AutoMotrix 

O motor da L200 Triton Savana é o mesmo que equipa todas as versões da picape média. É um 2.4 turbodiesel de quatro cilindros com estrutura leve em alumínio que traz a tecnologia de válvulas variáveis MIVEC e turbina de geometria variável. Desenvolve 190 cavalos de potência e 43,9 kgfm de torque. A transmissão automática de 6 marchas tem opção para trocas sequenciais por meio de particularmente avantajados “paddles shifters” localizados atrás do volante. O sistema Super Select 4WD-II (SS4-II) oferece ao motorista quatro modos de operação: “2H” – usado para estradas e vias públicas, privilegia a economia de combustível com desempenho suave –, “4H” – para estradas e pisos irregulares, inclusive asfalto, serra e em condição de chuva, com o sistema distribuindo automaticamente a tração entre os dois eixos, por meio do diferencial central –, “4HLc” – para terreno acidentado com superfícies de baixa aderência como terra e cascalho – e “4LLc” – para subidas ou descidas íngremes, rochas, areia e lama. A L200 Triton Savana conta ainda com o “Off-Road Mode”, preparando a picape para ficar mais resistente para terrenos mais severos, e o controle de descida em rampas. Para situações em que uma ou mais rodas estão sem contato com o chão, a picape conta com o sistema ativo de controle de tração. O bloqueio do diferencial permite que as rodas de trás recebam tração de forma idêntica, sendo útil em atolamentos.

Teste da picape Mitsubishi L200 Triton SavanaTeste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana - Foto: Luiza Kreitlon/AutoMotrix

Experiência a bordo

A Mitsubishi L200 Triton Savana não tem um visual interno dos mais contemporâneos –, questão que talvez nem incomode o consumidor típico da versão. Mas isso deve ser resolvido com a esperada atualização da nova geração, já confirmada para o Brasil. Os instrumentos têm aspecto conservador. Uma grande alavanca de freio de mão no console ocupa um espaço bem maior que os botões dos freios de estacionamento eletrônicos das picapes mais recentes. A central multimídia JBL traz tela sensível ao toque de 7 polegadas – pequena para os padrões das atuais concorrentes –, integrada aos smartphones por meio das tecnologias Apple CarPlay e Android Auto, com GPS embarcado. A chave é simples, do tipo com com a parte metálica exposta, algo inesperado em um modelo da faixa dos R$ 300 mil.

Embora conte com alças frontais, a picape é alta e faz falta um estribo para facilitar o acesso – os “rocksliders” não cumprem a mesma função. Para aumentar a percepção de requinte, há detalhes em preto brilhante no painel e um inclinômetro gráfico longitudinal e lateral, assim como indicador de esterçamento das rodas dianteiras – equipamento bastante útil no “off-road”. Os bancos são em um revestimento de aspecto elegante, que imita couro, sendo o do motorista com regulagens elétricas. Os espaços na traseira são amplos e confortáveis. A picape traz ar-condicionado de duas zonas, que se completa com eficientes saídas de ar colocadas no teto, permitindo a refrigeração de toda a cabine de forma mais rápida. Os passageiros do banco traseiro podem ajustar a intensidade da ventilação em até quatro níveis. E o carpete do interior dá lugar a um material emborrachado, que facilita a limpeza.

Teste da picape Mitsubishi L200 Triton SavanaTeste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana - Foto: Luiza Kreitlon/AutoMotrix

Impressões ao dirigir

A Savana é um off-road à moda antiga – do tipo que agrada saudosistas de veículos lameiros radicais, como o extinto Toyota Bandeirante e os Land Rover Defender do século passado. Nas trilhas, o conjunto da picape da Mitsubishi esbanja consistência e robustez. Não há mudanças mecânicas em relação às outras configurações da L200 e a Savana mantém o 2.4 turbodiesel, com construção em alumínio e variador de tempo de válvulas na admissão e no escape. O motor entrega 190 cavalos em 3.500 rpm e robustos 43,9 kgfm em 2.500 rpm – força suficiente para performances convincentes, tanto na estrada quanto fora dela. Tem boa elasticidade e se entende bem com o câmbio automático de 6 marchas, com opções para trocas sequenciais nos “paddles shifters”. As trocas são suaves e a oferta de torque é farta. Na estrada, não falta disposição para levar as mais de duas toneladas da picape até velocidades elevadas ou para fazer ultrapassagens seguras. Segundo a etiquetagem do Inmetro, o consumo da L200 Triton Sport Savana é de 9,3 km/l no uso urbano e de 10,3 km/l no rodoviário.

Se não há diferença mecânica da Savana em relação às outras L200, há características acústicas distintas. O som reverberado pelo snorkel na coluna frontal direita se faz notar na cabine. Os pneus lameiros impõem um rodar mais rumoroso e o rack no teto também emite sua sonorização adicional. A direção tem assistência hidráulica e é um tanto pesada nas manobras, também por conta dos pneus. O feixe de molas na traseira e o curso da suspensão dianteira não favorecem tanto conforto no uso urbano e nem um comportamento dinâmico mais arisco nas curvas em velocidades mais elevadas. Contudo, entregam uma reconfortante confiabilidade a quem enfrenta obstáculos como valões, atoleiros, pirambeiras e dunas de areia. O ambiente no qual a L200 Triton Savana se sente mais à vontade é nas trilhas – é o veículo mais robusto que a Mitsubishi Motors já produziu no Brasil. A sensação tranquilizadora no “off-road” é reforçada pelo sistema de tração 4x4, que conta com modos 4x2, 4x4 automático, 4x4 50/50 e 4x4 com reduzida, além do seletor de fora-de-estrada e o bloqueio do diferencial traseiro. A reduzida ajuda a passar por obstáculos mais complicados e os pneus reforçam expressivamente a valentia da Savana. O Off-Road Mode deixa a picape mais preparada para encarar os mais variados tipos de terreno, com quatro modos: “Cascalho”, “Lama/Neve”, “Areia” e “Pedra”. Os atributos para as trilhas são respeitáveis: ângulo de entrada de 33 graus, ângulo de saída de 24 graus e altura livre em relação ao solo de 23,3 centímetros.

As assistências semi-autônomas ativas – controle de tração e de estabilidade, assistente de frenagem de emergência, sistemas de frenagem autônoma, de monitoramento de pontos cegos e de prevenção de aceleração involuntária e controle ativo de tração estabilidade – andam valorizadas nas picapes médias mais recentes. Na linha L200 Triton, estão disponíveis apenas na versão Sport HPE-S, que custa exatamente os mesmos R$ 299.990, porém não aparecem na Savana. Tais tecnologias talvez nem combinem tanto com a proposta “ lameira raiz” da L200 Triton Savana, pois sensores e radares são equipamentos delicados, que normalmente sentem o impacto do uso mais extremo.

Teste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana Teste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana - Foto: Luiza Kreitlon/AutoMotrix

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