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Versão intermediária XS é a mais procurada do compacto Toyota Yaris

Ele chega com o intuito de tentar alcançar os bons desempenhos de vendas dos médios da marca

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O Yaris 2023 recebeu uma discretíssima reestilização. Na frente, as linhas ficaram mais fluidas, com a grade e os para-choques redesenhados. 

Todas as versões passaram a contam com DRL (luzes de circulação diurna) em leds – com um visual de clara inspiração no sedã Corolla. 

Aliás, em alguns aspectos, a versão sedã do Yaris até parece um “mini-Corolla”. 

Não houve alterações na traseira, em nenhuma das configurações – a capacidade do porta-malas continua sendo de 310 litros na versão hatch e de 473 litros no sedã. Em ambas as carrocerias, o compacto é disponível nas versões XL, XS e XLS.  

Todas as variantes do Yaris contam com o mesmo motor 1.5L Flex Dual VVT-i, atualizado para se adequar ao Proconve L7 – até a linha 2022, havia um propulsor 1.3 nos modelos de entrada. 

O motor trabalha acoplado a uma transmissão automática CVT com simulação de 7 marchas – as versões XS e XLS vem com “paddles shifts” no volante para trocas sequenciais. 

A potência e o torque seguem com 110 cavalos a 5.600 rotações por minuto e 14,9 kgfm a 4 mil giros, quando abastecido com etanol, e 105 cavalos e 14,3 kgfm a gasolina, nos mesmos giros. Em todas as versões, o Yaris 2023 oferece dois modos de condução. 

No “Sport”, as curvas de aceleração ficam mais curtas e com respostas mais rápidas. Para quem prefere focar na economia, o modo “Eco” prioriza o baixo consumo.  

Desde seu lançamento no mercado nacional, em junho de 2018, o Yaris traz equipamentos como controles de tração e de estabilidade, assistente de subida em rampa, freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem (EBD) e assistente de frenagem (BAS), cintos de segurança de três pontos e apoios de cabeça para todos os ocupantes e Isofix com ancoragem Top Tether de cadeiras infantis. 

Na linha 2023, a gama passou a sair de fábrica com sete airbags (dois frontais, dois laterais, dois de cortina e um de joelho) e avisos sonoros de cinto de segurança para os passageiros traseiros. 

Todas as versões trazem carenagem dos espelhos externos elétricos na cor do carro e pisca integrado, maçanetas externas e para-choques na cor da carroceria, descansa-braços dianteiro, chave com comandos integrados, computador de bordo com 12 funções, direção eletroassistida progressiva (EPS), sistema de assistência ao arranque em subida (HAC), luzes diurnas no para-choque dianteiro e sistema de áudio central multimídia Toyota Play+ com tela sensível ao toque de 7 polegadas. 

Nas versões XS e XLS, foram incorporados dois sistemas de segurança ativa: o de Pré-Colisão, que emite um alerta sonoro e visual ao motorista, fornecendo uma carga extra no sistema de frenagem para auxiliar na redução da velocidade do veículo em caso de impacto iminente, e o de Alerta de Evasão de Faixa – emite um alerta sonoro quando o condutor sai da faixa de rolagem sem ativar as setas.  

Com sua média de 1.005 emplacamentos mensais de 2022, a configuração sedã do Yaris é superada em vendas pelos concorrentes de três volumes Chevrolet Onix Plus (4.033/mês), Hyundai HB20S (2.259), Honda City (1.776) e Fiat Cronos (1.118), mas deixa para trás o Nissan Versa (896) e o Volkswagen Virtus (447). 

Aproximadamente 50% das vendas do sedã compacto da Toyota são da versão intermediária XS, com o restante dividido igualmente entre a básica XL e a “top” XLS. 

Partindo do que já é oferecido na versão básica, a XS acrescenta faróis halógenos projetores com máscara negra e linha guia em leds com função “siga-me”, luzes de condução diurna em leds separadas dos faróis e lanterna também em leds, acabamento externo preto na terceira coluna, aerofólio traseiro e rodas de liga leve com acabamento na cor prata, bancos parcialmente em couro, revestimento do volante em couro, ar-condicionado automático, encosto do banco traseiro rebatível 60:40, computador de bordo de alta resolução (TFT), manoplas para troca de marchas localizada no volante (“paddle shift”), controle de velocidade de cruzeiro, descansa-braço traseiro com porta-copos, Smart Entry e Start Button/Push Start.

Na tabela de abril de 2022 da Toyota, o Yaris sedã XS aparece com preço sugerido de R$ 105.490 – exatos R$ 3.400 a mais que a configuração hatch com o mesmo acabamento –, porém, o valor pode variar de acordo com a tributação e alíquotas de cada Estado. 

O preço do sedã compacto intermediário fica estrategicamente entre os R$ 96.890 da versão XL e os R$ 117.590 da XLS. 

A gama de cores inclui o Branco Polar (a do sedã XS avaliado), o Cinza Granito, o Prata Lua Nova, o Preto Infinito e o Azul Titan.  

Experiência a bordo

O que há e o que não há

No Yaris XS, motorista e passageiros conseguem se acomodar bem, tanto nos bancos da frente quanto no de trás – se forem duas pessoas, já que três ficam um tanto justos. 

Os tons acinzentados predominam nos revestimentos e o padrão de acabamento transmite sensação de qualidade. 

Costuras “fake” no painel dão a sensação de o Yaris usar couro no revestimento, que é de plástico. 

Na central multimídia, a tela de 7 polegadas é sensível ao toque e compatível com Android Auto e Apple CarPlay. 

Os passageiros do banco traseiro contam com duas entradas USB para carregamento de celulares e demais equipamentos eletrônicos.

O computador de bordo tem visor multifunção em tela de 4,2 polegadas em TFT de alta resolução com funções como intensidade de brilho da tela, hodômetro total e parcial, consumo médio e instantâneo, autonomia, velocidade média, relógio, temperatura externa, posição de marcha, nível de combustível, velocímetro digital, Eco Wallet (calcula o consumo conforme o estilo do motorista), luz de condução econômica e ranking de eficiência com histórico de consumo. 

Apesar das boas soluções, também há pontos a evoluir em um modelo que custa mais de R$ 100 mil, como o sedã Yaris XS. 

A coluna de direção tem ajuste de altura, mas não de profundidade. O modelo não traz sensor de estacionamento nem na frente nem atrás e sensores de luz e chuva também são ausentes.  

Impressões ao dirigir

Racionalidade em foco

O conjunto formado pelo motor 1.5 de quatro cilindros aspirado e o câmbio continuamente variável (CVT) de 7 marchas simuladas permite ao Yaris XS entregar uma boa dirigibilidade e um comportamento dinâmico condizente à proposta, todavia, um tanto desprovido da esportividade. 

Os 14,9 kgfm de torque e os 110 cavalos de potência, quando há etanol no tanque, bastam para mover os 1.130 quilos do sedã compacto sem aparentar esforço, mas sem a exuberância oferecida por alguns concorrentes. 

As acelerações são suaves e graduais. Trocar sequencialmente as marchas nas borboletas atrás do volante ou na alavanca de câmbio acrescenta alguma percepção dinâmica. 

Já os modos de condução “Eco” e “Sport” influem de fato nas respostas do sedã, que variam da racionalidade no primeiro às reações mais espertas no segundo. 

Como é comum nos veículos com CVT, o ruído do “powertrain” domina o habitáculo tão logo o motorista aumenta a pressão no pedal da direita.

A empunhadura do volante é boa e a suspensão é coerente com a proposta de um sedã familiar – absorvem bem as irregularidades do piso e priorizam o conforto. 

O centro de gravidade baixo ajuda no equilíbrio entre conforto e estabilidade. 

O Toyota Safety Sense de série, composto por uma câmera no para-brisa e um radar frontal, viabiliza sistemas de auxílio ao motorista pouco invasivos, como o alerta de pré-colisão – que sinaliza o perigo de impacto frontal sem atuar nos freios – e os avisos visuais e sonoros de mudança não sinalizada de faixas, sem interferência no volante. 

Controles eletrônicos de estabilidade e tração e assistente de partida em rampas ajudam a proporcionar um comportamento dinâmico seguro e agradável. 

Segundo o Inmetro, com etanol, o Yaris sedã faz 9 km/l na cidade e 10,6 km/l na estrada. Já os números com gasolina são de 13 km/l na cidade e de 14,5 km/l na estrada. 

Ficha técnica

Toyota Yaris sedã XS

Motor: 1.5L Dual VVT-i, aspirado, 1.496 cm3

Potência: 110 cavalos a 5.600 rpm (etanol), 105 cavalos a 5.600 rpm (gasolina)

Torque: 14,9 kgfm a 4 mil rpm (etanol), 14,3 kgfm a 4 mil rpm (gasolina)

Transmissão: CVT com 7 marchas simuladas

Tração: dianteira

Suspensão: dianteira tipo MacPherson com barra estabilizadora, traseira, eixo de torção com barra estabilizadora

Direção: eletroassistida progressiva

Tanque de combustível: 45 litros

Freios: dianteira disco ventilado, traseira a tambor, com ABS, BAS e EBD

Rodas e pneus: 15 polegadas de liga leve, pneus 185/60 R15 (pneus “verdes”)

Dimensões: 4,42 metros de comprimento, 1,73 metro de largura, 1,49 metro de altura, 2,55 metros de entre-eixos

Porta-malas: 473 litros

Peso em ordem de marcha: 1.130 quilos

Preço sugerido: R$ 105.490 (pode variar de acordo com a tributação e alíquotas específicas de cada Estado) 

Nova versão híbrida

Toyota RAV4 2024 é um híbrido plug-in e desembarca no Brasil com preço de R$ 399.990

O utilitário esportivo tem autonomia de 55 quilômetros no modo 100% elétrico

17/04/2024 08h28

Toyota RAV4 Plug-in Hybrid Divulgação

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A Toyota do Brasil acaba de anunciar a chegada do RAV4 Plug-in Hybrid.

O utilitário esportivo lançado em 1994, que chegou ao mercado brasileiro em 2013 na sua quarta geração, desembarca agora na sua versão híbrida recarregável na tomada. Importado do Japão, o modelo tem preço que parte de R$ 399.990 e cinco opções de cores: Branco Lunar, Prata Metálico, Cinza e Azul Topázio e Vermelho Emoção.

Independentemente da cor escolhida, o teto é sempre em preto. Seu conjunto Hybrid Dynamic Force une um motor a combustão de 2,5 litros com 185 cavalos de potência e 22,3 kgfm de torque a dois elétricos, o dianteiro de 182 cavalos e 27,4 kgfm e o traseiro de 54 cavalos e 12,1 kgfm.

Entrega uma potência combinada de 306 cavalos, aliando a transmissão do tipo CVT ao propulsor a combustão interna, que leva o SUV de zero a 100 km/h em seis segundos, com autonomia de 55 quilômetros no modo totalmente elétrico.

O modelo alcança ainda uma média de 35 km/l em ambientes urbanos e 30 km/l em estradas. Durante este mês, a marca japonesa comunicará quais as concessionárias da rede no país receberão o novo RAV4.

Toyota RAV4 Plug-in Hybrid - Divulgação

O RAV4 tem quatro modos de operação para seu sistema híbrido plug-in: “Normal”, “Eco”, “EV” (elétrico) e “Sport”.

O SUV vem equipado com um carregador portátil convencional de 2,3 kW e um Wallbox de 7,4 kW, que permite a recarga das baterias em duas horas e meia.

De acordo com a marca oriental, a facilidade de carregamento é uma característica dos veículos híbridos plug-in da Toyota.

O bocal para introdução do plug está localizado no para-lama traseiro direito, sendo acessível por meio de uma tampa que trava e abre automaticamente conforme a abertura ou o trancamento do veículo.

O compartimento tem proteção térmica e uma luz indicadora para mostrar como está o processo de carregamento e quando ele é concluído.

A Toyota equipou o SUV com uma série de novos recursos de ajuda à condução e de segurança, como a assistência de permanência de faixa e alerta de oscilação, projetada para monitorar as marcações da estrada e ajustar automaticamente a direção para ajudar a não sair da faixa, fornecendo suporte de direção adicional e alertas sonoros.

O sistema traz câmera de reconhecimento frontal, radar e sensor de monitoramento de ponto cego, auxiliando o condutor em diferentes situações. Traz ainda assistência de farol alto automático e aviso de saída de faixa com opção de som ou vibração do volante.

“O RAV4 Plug-in Hybrid reforça a oferta de produtos eletrificados da Toyota no Brasil. A nova versão é mais uma alternativa para impulsionar a descarbonização por meio de novas tecnologias de eletrificação alinhadas ao contexto local e às necessidades dos clientes”, destaca Evandro Maggio, presidente da Toyota do Brasil.

Toyota RAV4 Plug-in Hybrid - DivulgaçãoToyota RAV4 Plug-in Hybrid - Divulgação

O Toyota Safety Sense segue presente no SUV, com o sistema de pré-colisão frontal com detecção de pedestres e ciclistas e frenagem automática de emergência.

O controle de cruzeiro adaptativo (ACC) teve mudanças e pode ser ajustado em todas as velocidades, com reconhecimento de placas de trânsito e redução de velocidade em curvas.

A lista de segurança inclui sete airbags - dois frontais, dois laterais, dois de cortina e um de joelhos do motorista -, controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, freios ABS com EBD, assistência à frenagem de emergência, luzes de freio de emergência e dois pontos de ancoragem Isofix para cadeirinhas de criança.

Dentro, o SUV produzido em Takaoka e Nagakusa, no Japão, apresenta novidades em relação à versão SX Connect Hybrid, como tela de multimídia de 10,5 polegadas de alta resolução com conexão para smartphones e tablets, por meio de espelhamento com Android Auto ou Apple CarPlay, e visualização da câmera traseira com linhas-guia dinâmica.

O computador de bordo tem tela de TFT colorida de 12,3 polegadas, enquanto o Head-up display mostra informações de velocidade e conta com reconhecimento de placas de trânsito.

O RAV4 Plug-in Hybrid dispõe de ar-condicionado digital de duas zonas e acionamento remoto, abertura e fechamento da tampa do porta-malas também pela chave do veículo e retrovisores externos autorretrateis com ajustes elétricos, indicador de direção e sistema de aquecimento (desembaçador).

Toyota RAV4 Plug-in Hybrid - DivulgaçãoToyota RAV4 Plug-in Hybrid - Divulgação

Com mais de 20 milhões de veículos comercializados, a Toyota lidera globalmente no segmento de eletrificados.

A marca japonesa celebra agora os 11 anos da introdução do primeiro híbrido no mercado nacional, o Prius, lançado em 2013, que ajudou na popularização de uma tecnologia até então desconhecida no país.

A montadora inovou também em 2019 ao lançar o sistema híbrido flex, com o Corolla sedã, e que equipa ainda o SUV Corolla Cross desde 2021.

Até 2026, a Toyota investirá R$ 5 bilhões na produção de um novo veículo compacto híbrido flex, com lançamento previsto para o próximo ano, além de outro modelo com a mesma tecnologia destinado especialmente para o Brasil.

Toyota RAV4 Plug-in Hybrid - DivulgaçãoToyota RAV4 Plug-in Hybrid - Divulgação

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Versão Savana é a mais radical da picape média Mitsubishi L200 Triton

A L200 Triton Savana tem preço sugerido de R$ 299.990 e é produzida em Catalão (GO)

15/04/2024 14h41

Teste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana Luiza Kreitlon/AutoMotrix

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Desde sua primeira geração, apresentada no Japão há mais de 40 anos, a proposta da picape Mitsubishi L200 é reunir o conforto e a dirigibilidade de um utilitário esportivo de luxo com uma ampla capacidade para o off-road. Tal capacidade para enfrentar de forma destemida as trilhas, os lamaçais e os buracos é particularmente explícita na versão Savana. Criada em 2004 para o mercado brasileiro, é caracterizada por incorporar como itens de série modificações comuns entre os proprietários da L200 que faziam uso pesado, como pneus fora-de-estrada e snorkel. Apresentada há um ano, a atual L200 Triton Savana tem preço sugerido de R$ 299.990 e é produzida em Catalão (GO), na fábrica da HPE Automotores do Brasil, representante oficial da marca Mitsubishi Motors no país. A versão é oferecida em quatro opções de cores: Amarelo Rally (a do modelo testado), Verde Forest, Bege Jizan e Branco Fuji. A picape conta com cinco anos de garantia de fábrica.

A base da Savana é a L200 Triton Sport HPE, de R$ 269.990. Os generosos cromados do modelo original dão lugar a plástico preto sem pintura na grade, capa dos retrovisores e em outros detalhes. Sob o para-choque está uma placa de deslizamento, também em preto, que protege a mecânica e ajuda a transpor obstáculos. Os faróis são em leds e auxiliados pelas luzes de neblina. O snorkel vem de série e amplia a capacidade de transpor trechos alagados de até 70 centímetros. No teto da cabine está um bagageiro com capacidade para até 50 quilos e que abriga pranchas de desencalhe – que funcionam como uma versão “profissional” do macete clássico dos donos de Fusca, que colocavam os próprios tapetes do carro sob os pneus para escapar dos atoleiros. Na caçamba da Mitsubishi L200 Triton Savana 2024, que conta com acabamento anti-riscos, há uma caixa com chave na lateral. As rodas de liga leve de 18 polegadas com pneus 265/60 de uso urbano da L200 Triton Sport HPE são substituídas por rodas de aço estampado de 17 polegadas, mais resistentes a impactos. Os pneus são o Goodyear Duratrack 265/70R17, específicos para uso mais pesado no fora-de-estrada. Os para-lamas recebem alargadores em plástico para proteger a carroceria de riscos. Sob as portas, onde costumam ficar os estribos, estão os “rocksliders”, barras que protegem a parte inferior das laterais da carroceria.

Teste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana - Foto: Luiza Kreitlon/AutoMotrix Teste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana - Foto: Luiza Kreitlon/AutoMotrix 

O motor da L200 Triton Savana é o mesmo que equipa todas as versões da picape média. É um 2.4 turbodiesel de quatro cilindros com estrutura leve em alumínio que traz a tecnologia de válvulas variáveis MIVEC e turbina de geometria variável. Desenvolve 190 cavalos de potência e 43,9 kgfm de torque. A transmissão automática de 6 marchas tem opção para trocas sequenciais por meio de particularmente avantajados “paddles shifters” localizados atrás do volante. O sistema Super Select 4WD-II (SS4-II) oferece ao motorista quatro modos de operação: “2H” – usado para estradas e vias públicas, privilegia a economia de combustível com desempenho suave –, “4H” – para estradas e pisos irregulares, inclusive asfalto, serra e em condição de chuva, com o sistema distribuindo automaticamente a tração entre os dois eixos, por meio do diferencial central –, “4HLc” – para terreno acidentado com superfícies de baixa aderência como terra e cascalho – e “4LLc” – para subidas ou descidas íngremes, rochas, areia e lama. A L200 Triton Savana conta ainda com o “Off-Road Mode”, preparando a picape para ficar mais resistente para terrenos mais severos, e o controle de descida em rampas. Para situações em que uma ou mais rodas estão sem contato com o chão, a picape conta com o sistema ativo de controle de tração. O bloqueio do diferencial permite que as rodas de trás recebam tração de forma idêntica, sendo útil em atolamentos.

Teste da picape Mitsubishi L200 Triton SavanaTeste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana - Foto: Luiza Kreitlon/AutoMotrix

Experiência a bordo

A Mitsubishi L200 Triton Savana não tem um visual interno dos mais contemporâneos –, questão que talvez nem incomode o consumidor típico da versão. Mas isso deve ser resolvido com a esperada atualização da nova geração, já confirmada para o Brasil. Os instrumentos têm aspecto conservador. Uma grande alavanca de freio de mão no console ocupa um espaço bem maior que os botões dos freios de estacionamento eletrônicos das picapes mais recentes. A central multimídia JBL traz tela sensível ao toque de 7 polegadas – pequena para os padrões das atuais concorrentes –, integrada aos smartphones por meio das tecnologias Apple CarPlay e Android Auto, com GPS embarcado. A chave é simples, do tipo com com a parte metálica exposta, algo inesperado em um modelo da faixa dos R$ 300 mil.

Embora conte com alças frontais, a picape é alta e faz falta um estribo para facilitar o acesso – os “rocksliders” não cumprem a mesma função. Para aumentar a percepção de requinte, há detalhes em preto brilhante no painel e um inclinômetro gráfico longitudinal e lateral, assim como indicador de esterçamento das rodas dianteiras – equipamento bastante útil no “off-road”. Os bancos são em um revestimento de aspecto elegante, que imita couro, sendo o do motorista com regulagens elétricas. Os espaços na traseira são amplos e confortáveis. A picape traz ar-condicionado de duas zonas, que se completa com eficientes saídas de ar colocadas no teto, permitindo a refrigeração de toda a cabine de forma mais rápida. Os passageiros do banco traseiro podem ajustar a intensidade da ventilação em até quatro níveis. E o carpete do interior dá lugar a um material emborrachado, que facilita a limpeza.

Teste da picape Mitsubishi L200 Triton SavanaTeste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana - Foto: Luiza Kreitlon/AutoMotrix

Impressões ao dirigir

A Savana é um off-road à moda antiga – do tipo que agrada saudosistas de veículos lameiros radicais, como o extinto Toyota Bandeirante e os Land Rover Defender do século passado. Nas trilhas, o conjunto da picape da Mitsubishi esbanja consistência e robustez. Não há mudanças mecânicas em relação às outras configurações da L200 e a Savana mantém o 2.4 turbodiesel, com construção em alumínio e variador de tempo de válvulas na admissão e no escape. O motor entrega 190 cavalos em 3.500 rpm e robustos 43,9 kgfm em 2.500 rpm – força suficiente para performances convincentes, tanto na estrada quanto fora dela. Tem boa elasticidade e se entende bem com o câmbio automático de 6 marchas, com opções para trocas sequenciais nos “paddles shifters”. As trocas são suaves e a oferta de torque é farta. Na estrada, não falta disposição para levar as mais de duas toneladas da picape até velocidades elevadas ou para fazer ultrapassagens seguras. Segundo a etiquetagem do Inmetro, o consumo da L200 Triton Sport Savana é de 9,3 km/l no uso urbano e de 10,3 km/l no rodoviário.

Se não há diferença mecânica da Savana em relação às outras L200, há características acústicas distintas. O som reverberado pelo snorkel na coluna frontal direita se faz notar na cabine. Os pneus lameiros impõem um rodar mais rumoroso e o rack no teto também emite sua sonorização adicional. A direção tem assistência hidráulica e é um tanto pesada nas manobras, também por conta dos pneus. O feixe de molas na traseira e o curso da suspensão dianteira não favorecem tanto conforto no uso urbano e nem um comportamento dinâmico mais arisco nas curvas em velocidades mais elevadas. Contudo, entregam uma reconfortante confiabilidade a quem enfrenta obstáculos como valões, atoleiros, pirambeiras e dunas de areia. O ambiente no qual a L200 Triton Savana se sente mais à vontade é nas trilhas – é o veículo mais robusto que a Mitsubishi Motors já produziu no Brasil. A sensação tranquilizadora no “off-road” é reforçada pelo sistema de tração 4x4, que conta com modos 4x2, 4x4 automático, 4x4 50/50 e 4x4 com reduzida, além do seletor de fora-de-estrada e o bloqueio do diferencial traseiro. A reduzida ajuda a passar por obstáculos mais complicados e os pneus reforçam expressivamente a valentia da Savana. O Off-Road Mode deixa a picape mais preparada para encarar os mais variados tipos de terreno, com quatro modos: “Cascalho”, “Lama/Neve”, “Areia” e “Pedra”. Os atributos para as trilhas são respeitáveis: ângulo de entrada de 33 graus, ângulo de saída de 24 graus e altura livre em relação ao solo de 23,3 centímetros.

As assistências semi-autônomas ativas – controle de tração e de estabilidade, assistente de frenagem de emergência, sistemas de frenagem autônoma, de monitoramento de pontos cegos e de prevenção de aceleração involuntária e controle ativo de tração estabilidade – andam valorizadas nas picapes médias mais recentes. Na linha L200 Triton, estão disponíveis apenas na versão Sport HPE-S, que custa exatamente os mesmos R$ 299.990, porém não aparecem na Savana. Tais tecnologias talvez nem combinem tanto com a proposta “ lameira raiz” da L200 Triton Savana, pois sensores e radares são equipamentos delicados, que normalmente sentem o impacto do uso mais extremo.

Teste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana Teste da picape Mitsubishi L200 Triton Savana - Foto: Luiza Kreitlon/AutoMotrix

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