Aeronave pousou em pista clandestina no interior de São Paulo e foi preso, com 400 tijolos de pasta base
Uma aeronave que saiu de Mato Grosso do Sul foi interceptada no estado de São Paulo, carregada com pasta base de cocaína, nesta segunda-feira (16).
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o avião de pequeno porte pousou em um aeroporto clandestino próximo ao terminal aéreo de Penápolis, na região de Araçatuba.
Policiais que estavam a bordo do helicóptero da Polícia Militar do estado, já de posse de denúncia sobre o tráfico, se aproximaram para abordagem.
O piloto percebeu a aproximação dos policiais assim que desceu na pista e tentou manobrar o avião e fugir, mas foi impedido pelos militares.
Dentro da aeronave estavam cerca de 400 tijolos de pasta base de cocaína.
O piloto do avião de 33 anos e um passageiro de 45 foram presos no local.
inda segundo a PM, um carro estava nas imediações do aeroporto clandestino para fazer o transporte da cocaína, que seria desembarcada do avião e levada para o destino por via terrestre.
Viaturas do Tático Ostensivo Rodoviário (TOR) realizavam o cerco, mas o motorista abandonou o veículo e fugiu.
A ocorrência está em andamento e, até a publicação desta reportagem, a droga ainda não pesada e não foi divulgado o valor estimado de prejuízo ao tráfico.
Os presos e a pasta base serão encaminhadas à Polícia Federal de Araçatuba, onde o caso será investigado.
Avião estava carregado com cerca de 400 tijolos de pasta base de cocaína (Foto: Divulgação / Secretaria de Segurança de São Paulo) Nova rota
Apesar de Mato Grosso do Sul ainda ser uma rota do tráfico, devido a posição de fronteira, traficantes estão criando novas rotas do tráfico de cocaína da Bolívia para países europeus, mas dessa vez, desviando o caminho tradicional.
Conforme reportagem do Correio do Estado, descobertas da polícia boliviana identificaram que a rota aérea, usando Santa Cruz de la Sierra até a Polônia, pode ser um caminho encontrado pelos criminosos para desviar da fiscalização que vem ocorrendo a partir de Corumbá, bem como em portos de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
Essa situação passou a ser uma linha de investigação depois que uma tonelada de cocaína foi encontrada escondida em pequenas porções de amêndoas, que seriam exportadas para a Polônia por uma empresa de importação e exportação chamada Adonai.
Entre representantes dessa empresa está, inclusive, uma servidora municipal da prefeitura de Santa Cruz de la Sierra.
Equipes da FELCN identificaram esse carregamento no dia 22 de novembro. A cocaína, que pode alcançar valor estimado no mercado ilegal na Bolívia de mais de US$ 3,3 milhões, estava camuflada em mais de 50 caixas em que estavam as amêndoas.
A força policial que identificou o carregamento de cocaína dentro das amêndoas tem unidade instalada em Puerto Suárez, que faz fronteira com Mato Grosso do Sul, e os policiais da FELCN fizeram troca de informações para tentar identificar possíveis rotas alternativas que podem ser criadas.
Do lado brasileiro, as forças de segurança em Corumbá já identificaram diferentes recursos que traficantes tentaram utilizar.
Houve apreensão de 3,3 kg de cocaína em palmilha de tênis, em outubro, na Nova Corumbá, e outros 4,6 kg com três pessoas, também na palmilha de tênis, em agosto, no posto de fiscalização Lampião Aceso, na BR-262.
Em maio, 6,5 kg foram localizados dentro de caixas de suco na BR-262, em ônibus de viagem interestadual. Ano passado, 13 kg de cloridrato de cocaína foram encontrados diluídos em cosméticos e foram descobertos pela Receita Federal, no Posto Esdras, com uma mulher equatoriana.
Conforme dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp), entre janeiro e novembro deste ano, a apreensão de drogas foi recorde e aumentou em 30% na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram interceptados 525.163,6 kg de droga em 2024, contra 403.540,8 em 2023.
Com relação à cocaína, houve a apreensão de 11.623,1 kg. A maconha foi a droga mais interceptada, com 499,76 toneladas.