Cidades

MARIA DA PENHA

Violência contra a mulher tem média
de 6 chamados por dia na Capital

Ocorrências são registradas pela Guarda que atende na Casa da Mulher

IZABELA JORNADA

15/05/2017 - 15h17
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Em quatro meses, a Patrulha Maria da Penha atendeu 1.401 diligências e 741 ocorrências prestando auxílio a quem solicita medida preventiva. As diligências são atendimentos que acontecem por telefone, já as ocorrências são visitas dos guardas civis até a residência da vítima que solicitou o atendimento.

Comandada pela Guarda Civil Municipal (GCM), a equipe atua na Casa da Mulher Brasileira e o atendimento é contabilizado mensalmente. 

A chefe de divisão da patrulha, Nélis Braúna, explicou que a equipe também faz acompanhamento da vítima via telefone, repassando orientações.

“A Guarda Civil Municipal atendeu, no período de janeiro a abril deste ano, 741 ocorrências. Quando a vítima liga pedindo ajuda, nós deslocamos com a viatura até a residência para atender. Pode ser conter o agressor ou até mesmo para trazer a vítima até a Casa da Mulher Brasileira”, explicou Nélis.

A patrulha também atendeu casos de violência doméstica envolvendo agressões de filhos. Nélis citou como exemplo o caso de uma mulher de 76 anos, agredida pelo filho de 46 anos, que é usuário de droga.

A guarda civil municipal Ana Cristina Cardoso, comandante de uma das viaturas, pontuou que em cada visita a patrulha faz relatório e essas informações são repassadas à equipe que acompanha as mulheres que solicitam medida protetiva.

FRAGILIZADA

Segundo Ana Cristina, o cuidado no tratamento destas mulheres é diferenciado, pois a maioria está fragilizada por toda situação de violência. “Damos tratamento humanizado e orientação correta às vítimas. Para fazer este trabalho, passamos por um curso de capacitação específico, que tivemos na Guarda Municipal”, explicou.

A Patrulha Maria da Penha tem uma equipe de 25 guardas municipais, incluindo 10 mulheres, que atuam 24 horas no atendimento a ocorrências de violência contra a mulher. Se houver flagrante, o agressor é preso e conduzido à Delegacia da Casa da Mulher Brasileira.

Na Casa da Mulher Brasileira há ainda o serviço do Ministério Público, que dá encaminhamento ao Poder Judiciário.  Nos casos em que a mulher já sofreu a violência, ela é conduzida até a unidade, onde recebe assistência psicológica e jurídica.

A Patrulha Maria da Penha conta com duas viaturas exclusivas para realizar as ocorrências e atendimento em Campo Grande. Uma guarda municipal sempre atua na viatura para ajudar em algum modo de não constranger a vítima durante os chamados.

Quem atua no serviço especializado precisou ser capacitado pela Delegacia da Mulher, Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres e Defensoria Pública.

NÚMEROS RUINS

Pesquisa do Observatório da Mulher contra a Violência, que é ligado ao Instituto de Pesquisa DataSenado, mostrou que em Em Mato Grosso do Sul o aumento de assassinatos de mulheres pretas ou pardas foi de 53% e o número de estupros chega a 106,3 casos em grupo de 100 mil mulheres, o terceiro pior resultado do país.

Essa análise foi divulgada em fevereiro deste ano, com dados de 2014 do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde.

EXECUÇÃO

Jovem é executado com tiro na cabeça às margens de rodovia

Corpo de João Pedro Ferreira dos Santos, de 20 anos, já estava em estado de decomposição quando foi achado por um morador da região, na MS-444

23/11/2024 11h30

João Pedro, de 20 anos, foi encontrado com um tiro na cabeça em frente à um Renault Clio

João Pedro, de 20 anos, foi encontrado com um tiro na cabeça em frente à um Renault Clio Foto: RCN/Reprodução

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Um jovem de 20 anos, identificado como João Pedro Ferreira dos Santos, foi encontrado morto com uma marca de tiro na cabeça, às margens da MS-444, em Selvíria, cidade a 75 km de Três Lagoas, onde a vítima morava.

Segundo informações, um morador da região transitava pelo local normalmente, na parte da tarde desta sexta-feira (22), e percebeu um Renault Clio com placa de Araçatuba (SP) parado na estrada. Ao se aproximar, avistou o corpo estirado na frente do veículo e acionou os agentes policiais.

No geral, estiveram no local Policiais da Força Tática do 2º Batalhão de Polícia Militar de Três Lagoas, equipe da Delegacia de Selvíria e perícia, que confirmou que havia uma marca de tiro na cabeça do jovem. O corpo da vítima estava de costas e com um pano cobrindo a região dos olhos.

Ao aprofundar a investigação, desta vez no veículo, a perícia encontrou uma cápsula de calibre 380, próxima a porta do passageiro. Uma poça de sangue também foi avistada dentro do carro, levando a Polícia a levantar a suspeita que João foi executado dentro do Clio, com um tiro à queima-roupa, e posteriormente seu corpo ter sido arrastado até o local onde foi encontrado.

O rapaz estava sem documentos, mas foi identificado após trabalho da Polícia, que conseguiram identificar que morava em Três Lagoas. A perícia também informou que o corpo do jovem deve estar no local há mais de 24 horas.

O Renault Clio foi levado para a delegacia para uma investigação mais detalhada. Já o corpo foi encaminhado para o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol), onde foi necropsiado e reconhecido por familiares. 

Como ainda não há suspeitos ou indícios de motivações para o cometimento do crime, o caso foi registrado como morte a esclarecer, mas alterado horas depois para homicídio. As investigações seguem.

Homicídio doloso em MS

Segundo dados do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública deste ano, Mato Grosso do Sul registrou 448 casos de homicídio doloso em 2023 e 498 em 2022.

Ao entrar na estatística de Morte Violentas Intencionais (MVI), que engloba também casos de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e morte decorrente por intervenção policial, MS é um dos seis estados que apresentaram aumento, junto com Amapá, Mato Grosso, Pernambuco, Minas Gerais e Alagoas.

Os negros são as maiores vítimas nestes crimes, ocupando 78% das ocorrências. Em relação à idade, 49,4% dos mortos tinham até 29 anos. Já acerca do instrumento utilizado, 73,6% são com arma de fogo. 

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Droga líquida

O que é "loló", entorpecente que causou explosão em transportadora

Também conhecido como "lança-perfume", a droga é popular entre os jovens e causa preocupação nas autoridades de saúde pública

23/11/2024 10h30

Reprodução

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O conteúdo do pacote que explodiu em uma transportadora em Campo Grande, na tarde da última segunda-feira (18), foi identificado pela polícia como "lança-perfurme", entorpecente líquido popularmente conhecido como "loló".

Mas afinal, o que é loló?

O loló se enquadra em um grupo chamado "drogas depressoras da atividade do Sistema Nervoso Central (SNC)", ou seja, drogas que diminuem atividades cerebrais. Ele consiste em um entorpecente psicoativo feito a partir de solventes químicos.

Geralmente, é comercializado em frascos de alta pressão, mas em eventos, como festas, por exemplo, é comum ser armazenado em latinhas de bebida e garrafinhas plásticas.

O entorpecente evapora rapidamente quando entra em contato com o ar, então seu uso é feito por inalação, através da boca e do nariz. 

Composição

Geralmente, é composto por cloreto de etila, éter e clorofórmio, acompanhados por etanol, e uma essência perfumada ou bala para saborizar.

Efeitos

Um artigo desenvolvido por estudantes da Universidade de São Paulo (USP), explica que os inalantes são absorvidos pelos  pulmões e iniciam seus efeitos rapidamente, ultrapassando a barreira hematoencefálica, uma estrutura que regula a passagem de substâncias entre o sangue e o sistema nervoso central, ou seja, a droga é absorvida com facilidade, e chega rapidamente - em questão de segundos - ao encéfalo. 

Os efeitos da inalação duram pouco tempo, uma média de 10 a 30 minutos, o que faz com que os usuários façam cada vez mais o uso de doses da droga.

A substância inibe os receptores do sistema nervoso central relacionados à excitabilidade neuronal. Dessa forma, surgem efeitos como:

  • excitação;
  • euforia;
  • tranquilidade;
  • hilaridade;
  • sensação de flutuação;
  • relaxamento;
  • alucinações.

Ainda conforme a pesquisa publicada pela USP, com exceção das alucinações, os efeitos iniciais se assemelham aos de consumo de álcool.

No entanto, após essa fase, os usuários costumam apresentar sintomas como:

  • confusão;
  • perda do autocontrole;
  • sonolência;
  • descoordenação muscular;
  • diminuição dos reflexos;
  • fala pastosa;
  • cefaleia;
  • vertigem;
  • batimentos cardíacos acelerados;
  • zumbidos nos ouvidos;
  • náuseas e vômitos;
  • e desorientação.

Em casos de inalação intensa e repetitiva, a depressão do sistema nervoso central é tamanha que pode levar à morte por parada cardiorrespiratória, diz a pesquisa.

História

A droga se popularizou no Brasil no início do século XX, importada da Argentina. Inicialmente, era borrifada entre os foliões em bailes e carnavais, se tornando, inclusive, símbolo das festividades cariocas.

A "brincadeira" tomou maiores proporções quando a mistura deixou de ser borrifada em determinado público e passou a ser diretamente inalada pelos jovens. Para isso, eram utilizados lenços molhados.

Com o avanço do abuso do uso da substância, inúmeras mortes por intoxicação começaram a ser registradas, causadas por parada cardiorrespiratória.

Em 1961, a fabricação, o comércio e o uso do produto foram proibidos no país por decreto do presidente Jânio Quadros, o que posteriormente gerou a Lei N° 5.062/6612, que vigora até os dias de hoje.

Obviamente, a legislação não fez com que as pessoas parassem de consumir o entorpecente, e o loló continua tendo espaço, principalmente entre os jovens.

Um dos ilícitos mais consumidos do Brasil

Uma estimativa feita pela Fundação Oswaldo Cruz, divulgada no “III Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira”, 2019, revelou que as substâncias tipo loló estão entre as drogas ilícitas mais consumidas no país, atrás apenas de maconha e cocaína em pó.

Em números absolutos, estima-se que 4,2 milhões de brasileiros já tenham consumido inalantes do tipo em algum momento da vida.

Explosão em transportadora

Na tarde da última segunda-feira (18), um pacote explodiu ao ser manuseado pelo funcionário de uma transportadora localizada no bairro Coronel Antonino, em Campo Grande.

Imagens da câmera de segurança do local mostram que o funcionário não chegou a abrir a caixa. Ele derrubou o pacote, e no momento em que pegou de volta, a embalagem explodiu. Confira:

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, o funcionário sofreu um corte no rosto, e foi socorrido pelos próprios colegas.

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