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RESPONSABILIDADE

Adolescentes e o peso da gravidez precoce

Adolescentes e o peso da gravidez precoce

DA REDAÇÃO

12/12/2011 - 00h00
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A notícia de que Carolina Soares, 17 anos, estava grávida mexeu com a vida de toda a família. Hoje, ao lado do namorado, o estudante Flávio Alves da Nóbrega, 16 anos, a jovem mãe já carrega o casal de gêmeos nos braços e, junto, as responsabilidades da maternidade prematura.

“Aconteceu por um descuido e não está sendo fácil. Não tivemos apoio da família logo de início e ainda tive que parar de estudar e trabalhar”, conta Carolina. O pai também lembra das dificuldades quando a namorada anunciou que seria mãe. “Ninguém aceitou, muitos diziam que não conseguiríamos levar adiante a gravidez”, diz.

Histórias como a de Carolina e Flávio se repetem a cada dia. Segundo o Censo 2010, Mato Grosso do Sul está entre os cinco estados com maior índice de mães na faixa etária abaixo de 20 anos, juntamente com Acre, Tocantins, Alagoas e Pará. Cerca de 440 crianças e adolescentes, de 12 a 15 anos de idade, já tiveram o primeiro filho, um percentual de mais de 21% da maternidade total de crianças nascidas.

A coordenadora do Programa de Planejamento Familiar da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, médica ginecologista e obstetra Maria Auxiliadora Budib, explica que o início da vida sexual está relacionado aos meios cultural e familiar nos quais a adolescente está inserida. “Na Idade Média muitas meninas casavam-se ainda mais novas, com até dez anos de idade. Hoje, em nosso país, a primeira relação sexual das meninas ocorre entre os 15 e 17 anos”, destaca.

Sobre os riscos da gravidez na adolescência, a obstetra ressalta que são grandes as possibilidades de ocorrerem problemas, já que o corpo da jovem ainda não está preparado para todo o ciclo gestacional, além de imaturidade psíquica para encarar a maternidade na fase da adolescência.

“Na tentativa de esconder a gravidez dos pais e dos amigos, geralmente a adolescente inicia tardiamente o pré-natal, o que agrava os eventuais riscos da gestação de alto risco”, explica a ginecologista. Conforme Budib, o pré-natal feito com regularidade previne complicações, além de detectar doenças genéticas ainda durante a gravidez e antecipar o conhecimento da saúde tanto do feto quanto da mãe.

Para evitar a gravidez precoce ou indesejada, a médica aconselha o uso de métodos contraceptivos, principalmente do preservativo, que pode ser associado a outro meio de proteção que a adolescente achar mais adequado como pílula, injeção, DIU (Dispositivo Intra-Uterino), adesivo ou anel vaginal.

Prevenção e atendimento

Com o objetivo de ajudar crianças e adolescentes grávidas a encarar com mais tranquilidade essa nova etapa, em 2008, foi instituída em Mato Grosso do Sul, por meio da lei estadual 3.526, de autoria da deputada Dione Hashioka (PSDB), a Política de Prevenção e Atendimento à Gravidez na Infância, Adolescência e Juventude.

A proposta abrange ações especializadas na área de saúde das gestantes e por meio da educação com trabalhos de orientação, acompanhamento pré-natal durante e após o parto, direitos do recém-nascido, registro civil de nascimento, promoção de debates e ações multilaterais pelos órgãos da administração pública, entre outros.

Segundo a gerente técnica do Programa Estadual de Saúde do Adolescente e do Jovem, Vera Lúcia Silva Ramos, a nova proposta está incorporada a outros programas já existentes no Estado no que tange ao atendimento à gravidez na adolescência e que trata da prevenção a outros problemas que afetam os jovens como o vírus HIV/Aids.

A médica Maria Auxiliadora Budib ressalta que, além do apoio do Estado, o gravidez na adolescência requer, acima de tudo, a atenção da família, pois a maioria das meninas se encontra fragilizada devido à situação. “A adolescente já vive inúmeros conflitos próprios da faixa etária e precisa ainda mais deste apoio para um seguimento pré-natal correto, um parto tranquilo e também para que não haja evasão escolar, acarretando baixa escolaridade e baixa estima por parte desta mãe”, frisa.

No caso de Carolina, o bem estar apenas se estabeleceu no ambiente familiar com a chegada dos gêmeos Pedro e Manuela há pouco mais de um mês. “Sei que a vida vai ficar mais difícil agora, mas não me arrependo. Já não consigo me ver sem eles”, afirma. Mas ela alerta as jovens que ainda não passaram pela experiência. “Para essas adolescentes eu aconselho pensar bem porque a maternidade é infinitamente mais complicada nessa fase”, explica a adolescente, que pretende retomar os estudos e o trabalho no ano que vem.

Fonte: Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul
 

TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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