Nas últimas semanas, a atenção do mercado para o cenário doméstico parece ter se voltado à preocupação com a inflação e com o futuro da taxa de juros na economia brasileira, ainda mais após a decisão de elevação do compulsório dos bancos, por parte do Banco Central. Assim, a ata do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada nesta quinta-feira (16) ganhou importância adicional, porém não esclareceu ao mercado como deve ser a conduta da política monetária no início de 2011.
No documento publicado nesta manhã, a autoridade monetária evidencia que os riscos para a dinâmica inflacionária, de fato, continuaram a acelerar, com pouca certeza sobre os efeitos do cenário externo na pressão de preços no País, sobretudo em relação às commodities. O BC não deixou claro qual será o tom no que diz respeito à elevação dos juros, apesar de reconhecer que "há certa equivalência entre ações macroprudenciais e ações convencionais de política monetária". Porém, ainda segundo o documento, "não há respaldo para que esses dois conjuntos de instrumentos sejam vistos como substitutos perfeitos, pois divergem, entre outros aspectos, no alcance e nos mecanismos de transmissão."
Em outras palavras, a preocupação com a inflação foi clara, mas não se pode dizer o mesmo sobre os mecanismos que serão adotados para contê-la. Na visão da autoridade monetária a manutenção da Selic no atual patamar não garante o cumprimento do centro da meta de inflação em 2011, mas os efeitos das medidas macroprudenciais recentemente tomadas (a referência é sobre o aumento do compulsório) ainda precisam ser observados. Fonte: Info Money