Cidades

ENTREVISTA

'PEC 37 é a maior aberração desde a Constituição de 88', diz promotor

'PEC 37 é a maior aberração desde a Constituição de 88', diz promotor

JULIENE KATAYAMA

23/04/2013 - 08h42
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Proposta em 2011, a Emenda Constitucional 37 está pronta para ser votada no Congresso Nacional e os parlamentares têm demostrado celeridade sobre a pauta que irá restringir a competência para a investigação criminal às polícias federal e civis dos Estados e do Distrito Federal. A possibilidade de tirar o poder de investigação do Ministério Público e de outras instituições com a aprovação da PEC 37 mobilizou as instituições nas últimas semanas. Amanhã (24) será o grande ato, em Brasília, na tentativa de convencer os deputados de votarem contra o projeto. O presidente da Associação Sul-mato-grossense dos membros do Ministério Público, Alexandre Magno de Lacerda, expõe alguns pontos polêmicos com a aprovação da proposta de emenda constitucional, a exemplo do monopólio de investigação nas mãos das polícias. Segundo ele, as polícias federal e civis são subordinadas ao Poder Executivo e, por isso, não têm total imparcialidade e os trabalhos poderiam ser prejudicados.


CORREIO PERGUNTA - Do que trata a PEC 37?

ALEXANDRE MAGNO -A PEC 37 pretende criar o monopólio de investigação de todos os crimes para as polícias federal e civis, colocando a expressão privativamente na Constituição, no art. 144, § 10º. A PEC, na prática, vai proibir o MP de investigar diretamente ou participar pessoalmente das investigações em parceria com a Polícia Civil, Federal, PRF, PM, COAF, Receita Federal, Tribunais de Contas, CGU, a própria imprensa no jornalismo investigativo criminal ou o cidadão que for vítima de um crime. Tudo vai ter que passar na mão do delegado de polícia. O MP deverá ficar em seu gabinete, esperando a polícia enviar após 30 dias o que está ocorrendo na investigação para só então o MP poder requisitar novas diligências. Não haverá possibilidade de atuação conjunta e pessoal, para evitar pressões políticas, na colheita das provas. Isso num passe de mágica sem dar prerrogativas para os delegados, dar estrutura, efetivo. Um verdadeiro retrocesso de pelo menos 200 anos.

Na prática, quais são as consequências?

A partir do momento em que você dá monopólio para uma única instituição, sempre monopólio é péssimo, os Gaecos fecham imediatamente, pois o Promotor não vai poder participar pessoalmente das investigações ou realizar investigação em conjunto. Perderá com isto também um contato direto, por exemplo, com os Tribunais de Contas, Controladoria-Geral da União, COAF que investigam lavagem de dinheiro, crime organizado, desvio de dinheiro público, pois quase todas as investigações administrativas destes órgãos também têm cunho penal. Os delegados afirmam que trata da PEC da legalidade, que o MP não perde nada porque nunca pode investigar. Trata-se de um jogo falacioso de palavras, pois o Superior Tribunal de Justiça amplamente reconhece o poder investigatório do Ministério Público, e o próprio Supremo Tribunal Federal, em suas duas turmas, já reconheceu este poder investigatório direto do MP, e está para reconhecer no plenário esta questão, regulamentando, impondo regras.

Em relação à Operação Nacional contra a Corrupção, foi uma resposta a PEC 37?

De fato, o Procurador-Geral da República fez pronunciamento mostrando as ações que já iriam ocorrer. Eles simplesmente fizeram uma organização para que todas ocorressem juntas para mostrar o trabalho integrado, isso porque foram só 13 Estados da Federação, com desvios que ultrapassam R$ 1,1 bilhão. Então já deu para mostrar que tanto no caso do mensalão, que começou com investigação da PF e terminou com a investigação direta do MPF, do Celso Daniel, que os policiais afirmaram que foi um crime comum, banal, mas, após investigação direta do MP, os verdadeiros culpados foram condenados e os reais motivos esclarecidos.

Se for aprovada a PEC, como o senhor vê o combate ao colarinho branco?

Vai cair drasticamente, ou até inexistir. Posso afirmar que grande parte dos crimes de corrupção, colarinho branco, foram ou por investigação direta do MP, ou em parceria com a Polícia Federal. Sem a participação direta ou ajuda pessoal do MP. Podemos acreditar que a Polícia Civil e Federal vão apurar na mesma intensidade, isto sem dar garantias aos delegados? Vai aumentar a demanda, pois tudo terá de passar na mão da polícia. E hoje, por exemplo, os homicídios no Brasil têm margem de apuração de apenas 5 a 8%. É uma desconstrução de todo um sistema de segurança pública, que vem evoluindo por décadas. O modelo que eles querem implementar é tão somente usado no Quênia, Uganda e Indonésia, que não são nenhum exemplo de democracia e nem de combate à corrupção. Os organismos internacionais estão vindo contra PEC 37, Anistia Internacional, ONU, OEA, magistrados europeus, organizações de Combate à Corrupção e membros da Magistratura e Ministério Público da Rússia, Ucrânia, Alemanha, China, Austrália, Áustria, Suíça, Argentina, EUA, Paraguai, etc. Nacionais como a CNBB, Maçonaria, Conselho Federal de Medicina, Conselheiros, Auditores e Procuradores dos Tribunais de Contas, algumas OABs estaduais, etc., todos contra a PEC 37.

A PEC 37 pode contribuir com aumento da corrupção na Polícia?

Não vou chegar nesse aspecto de falar se vai aumentar ou não a corrupção dentro da polícia, eu tenho certeza que vai aumentar a corrupção no País de forma geral e a sensação de impunidade com certeza vai ocorrer.

Como os Estados estão se mobilizando?

Essa campanha nacional surgiu quando percebemos que há uma possibilidade real e imediata de ser aprovada a proposta. Hoje nós temos quase 190 parlamentares federais que foram em sua maioria investigados diretamente só pelo Ministério Público ou em conjunto com a PF. É claro que há interesse pessoal de diversos parlamentares em não ter o Ministério Público investigando-o diretamente. É muito melhor ter a polícia, que possui subordinação ao Executivo. Destaco que há muitos políticos honestos no Congresso Nacional, gente séria e honrada. A Lei da Ficha Limpa é um começo ainda. A imprensa nacional está atenta a esta PEC 37, e divulgará com certeza o voto de cada parlamentar, e o povo saberá julgar tudo isto.

Como está a movimentação com os parlamentares do Estado?

Hoje nós temos os deputados federais que já se manifestaram publicamente contrários à PEC, o deputado Mandetta, Geraldo Resende, Reinaldo Azambuja, Marçal Filho. O deputado Fábio Trad também manifestou que votará contra a redação aprovada na comissão especial. Afirmou que irá buscar uma solução alternativa, um novo modelo de segurança pública. Neste ponto estamos mantendo contato com ele, para que, quem sabe, Mato Grosso do Sul não seja o protagonista de uma discussão ampla, com todos os segmentos da segurança pública para que, se de fato formos mudar a nossa Constituição Federal em uma matéria tão relevante, seja feita após uma ampla discussão das lideranças das instituições que hoje participam de segurança pública, e só depois possamos aprová-la. Os deputados Vander Loubet e Akira Otsubo estão ajudando nesta solução de consenso. Da mesma forma já mantivemos contato com o Senador Moka, que também disse que ajudará nesta construção e está solidário ao Ministério Público. O senador Ruben Figueiró também manifestou apoio ao MP para outros colegas. Em breve falaremos com o Senador Delcídio e Biffi, para expor nosso ponto de vista. 

TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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