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PM expulsa índios da terra de Pedrossian

PM expulsa índios da terra de Pedrossian

Redação

17/05/2010 - 22h00
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Karine Cortez, Enviada especial
Miranda (
MS)

 

Cem homens da Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais (Cigcoe), com apoio de 30 policiais federais e cães da raça rottweiler, cumpriram ontem o mandado de reintegração de posse na Fazenda Petrópolis, situada às margens da MS-446, em Miranda, de propriedade do ex-governador Pedro Pedrossian. A tropa chegou à fazenda por volta das 15h30min e por meia hora tentou negociar com pelo menos 300 indígenas, da etnia terena, que foram irredutíveis e se negaram a sair. Eles, na realidade, saíram da aldeia para auxiliar as últimas seis famílias, que permaneciam no local, a enfrentar os policiais. Antes, parte do grupo havia interditado a BR-262 próximo à cidade de Miranda. "Temos duas opções. Ou vocês saem de forma pacífica ou haverá confronto, porque hoje nós vamos cumprir a determinação da Justiça", disse durante a negociação o delegado da Polícia Federal, Alcídio de Souza Araújo.

Às 16h, armados com bombas de efeito moral e de gás lacrimogênio, além de pistolas com balas de borracha, a tropa de choque invadiu a fazenda e começou o confronto. Alguns índios estavam a cavalo armados com pedaços de paus, flecha, pedras e foram para cima da polícia. Durante a correria um índio foi ferido na perna por um disparo de bala de borracha e uma criança machucou o joelho. Em quinze minutos os indígenas começaram a deixar o local sem levar nada, algumas mulheres saíram carregando as crianças e os cachorros. Os terenas são da Aldeia Cachoeirinha que fica há pelo menos 300 metros da entrada da fazenda onde algumas famílias montaram barracos.

O oficial de Justiça, Marcelo Mendes, confirmou que na área estavam morando apenas seis famílias, mas como ontem já havia ordem para desocupação, os índios saíram da aldeia e foram para o local. "Esta é a sexta vez que estamos vindo aqui desde o dia 4 de março, quando saiu a ordem de reintegração. Não poderíamos deixar o local sem cumprir a ordem judicial", salientou Marcelo. Os indígenas disseram que não queriam deixar a área para não correr o risco de perder as plantações de mandioca, feijão e milho. Mas, o oficial de Justiça informou que os proprietários da fazenda já depositaram em juízo cerca de R$10,6 mil como pagamento do que ficou no local. "O dinheiro foi depositado, mas os índios não aceitaram", explicou.

Depois da desocupação, o delegado da PF, o oficial de Justiça e a tropa de choque do Cigcoe foram até a sede da fazenda para que o filho do ex-governador, Pedro Paulo Pedrossian, assinasse o termo de reintegração de posse e também vistoriaram o local. "Havia informação de que eles tinham depredado algumas coisas na sede, mas nada disso foi constatado. Não mexeram em nada", enfatizou o oficial de Justiça. Por volta das 17h30min alguns indígenas foram autorizados a entrar novamente no local para pegar alguns pertences. Pelo menos 15 cabeças de gado que eram criados pelos terenas, foram devolvidas. Às 18h um trator começou a demolir os barracos.

"A gente não quis briga, porque se quisesse tinha acabado com esses PMs. Não precisavam ter agido dessa forma", disse o cacique terena, Juarez Fonseca. Já o líder indígena que se identificou apenas como Lindomar deixou a fazenda fazendo ameaças. "Mato Grosso do Sul vai aprender a respeitar os povos indígenas do nosso Estado. Só queremos o que é nosso de direito", salientou.

 

Moradores

Quando já havia anoitecido, por volta das 18h30min, moradores de Miranda que têm fazenda na região chegaram ao local do conflito desesperados dizendo que os índios estavam atirando pedras e pedaços de paus nos veículos que passavam próximo da aldeia. "Moça, eu vim aqui porque estou desesperada. Estava indo com minhas filhas para a Fazenda Santa Luzia que é da minha mãe e fica em frente da aldeia, mas minha mãe ligou dizendo que não era para a gente passar para lá, porque os índios estão armados na estrada e tacando pedra nos carros que passam", disse Marivalda Antonia da Silva Padilha, 57 anos.

O chefe de transportes da Prefeitura de Miranda, Emiliano Martins, que coordena a entrega das frutas e verduras da merenda escolar nas aldeias foi para a estrada no início da tarde depois de ser comunicado que os índios haviam prendidos dois funcionários que haviam ido até a Aldeia Cachoeirinha. "A única coisa que sei é que os índios não estão deixando eles saírem de lá", disse. Cerca de meia hora os rapazes conseguiram a liberação para deixar a aldeia.

Nova data

"Enem dos concursos" será divulgado em fevereiro de 2025; 33,9 mil inscritos são de MS

Mudança ocorreu em virtude de uma decisão judicial que determinou reintegração de candidatos eliminados por falhas

21/11/2024 17h10

Divulgação foi adiada após falhas nas orientações dadas durante o exame

Divulgação foi adiada após falhas nas orientações dadas durante o exame Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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A divulgação dos resultados finais do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), conhecido como “Enem dos Concursos”, prevista para esta quinta-feira (21) foi adiada para 11 de fevereiro de 2025 pelo Governo Federal.

O adiamento ocorreu em virtude de uma decisão judicial que determinou a reintegração de candidatos anteriormente eliminados por falhas no preenchimento de informações no cartão de respostas. Ao todo, 33.909 mil pessoas se inscreveram em Mato Grosso do Sul.

O concurso, aplicado em 18 de agosto, oferta 6.640 vagas em 21 órgãos públicos. A Justiça Federal acatou ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF), que apontou inconsistências nas orientações dadas durante o exame.

“O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos informa que a divulgação dos resultados finais do CPNU, inicialmente prevista em edital para o dia 21 de novembro, será ajustada. Um novo cronograma será divulgado amanhã (dia 21 de novembro)”, informou a pasta.

De acordo com o coordenador-geral de logística do CPNU, Alexandre Retamal, o novo cronograma terá um impacto financeiro adicional de cerca de 3,5% sobre o valor global do concurso, que foi de R$ 130 milhões, somada a repactuação realizada em razão das chuvas no Rio Grande do Sul em maio.

Segundo o MPF, fiscais informaram apenas a necessidade de transcrever uma frase da capa do caderno de questões, sem destacar a obrigatoriedade de marcar o número correspondente ao caderno de provas, entretanto, o edital previa eliminação apenas para quem não cumprisse ambas as exigências, o que, segundo o juiz Adelmar Aires Pimenta da Silva, do TRF1 do Tocantins,  fator que impossibilitaria justificar exclusões.

A União argumenta que as eliminações seguiram as regras do edital. Em agosto, a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, afirmou que a marcação do caderno de provas não seria motivo de desclassificação.

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Coronel que comandou pelotão de MS é indiciado pela PF por tentativa de golpe

Vale destacar que o Coronel já havia sido preso durante a Operação Tempus Veritatis, em 2024

21/11/2024 16h50

Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019

Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019 Divulgação Redes Sociais

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Nesta quinta-feira (21), a Polícia Federal (PF) indiciou 37 pessoas no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e o Coronel Bernardo Romão Corrêa Neto.

Os indiciados foram acusados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. O relatório das investigações foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Vale destacar que o Coronel Bernardo Romão já havia sido preso durante a Operação Tempus Veritatis, em 2024. Comandou também o 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado (10º R C Mec) em Bela Vista e permaneceu no cargo até 12 de janeiro de 2022, quando passou o comando.

Em fevereiro deste ano, o Coronel, que estava em Washington (EUA) para participar de um curso de defesa, foi alvo de uma ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no âmbito da Operação Tempus Veritatis.

Apesar da prisão estar prevista para 8 de janeiro, ela só foi realizada em 11 de fevereiro, quando ele retornou ao Brasil. Detido em Brasília, foi entregue à Polícia do Exército e permanece preso no Batalhão da Guarda Presidencial.

Romão, que atua como assistente do Comando Militar do Sul, em Goiás, é integrante dos Black Kids, um pelotão de elite do Exército Brasileiro, também esteve presente na reunião ocorrida em 28 de outubro, em Brasília, logo após o segundo turno das eleições, onde foram discutidos planos para um possível golpe.

As investigações da PF abordaram dois eixos principais: a tentativa de golpe de Estado e a abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Além disso, identificaram a disseminação de notícias falsas sobre supostas fraudes nas eleições presidenciais, com o objetivo de legitimar uma eventual intervenção militar.

Os investigadores também encontraram indícios de envolvimento de Romão na chamada "milícia digital", conhecida popularmente como "gabinete do ódio", grupo responsável pela propagação de desinformação e discursos antidemocráticos.

Veja a lista completa dos indiciados, por ordem alfabética:

  1. Ailton Gonçalves Moraes Barros
  2. Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
  3. Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin)
  4. Almir Garnier Santos; ex-comandante da Marinha
  5. Amauri Feres Saad
  6. Anderson Lima de Moura
  7. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
  8. Angelo Martins Denicoli
  9. Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
  10. Bernardo Romão Correa Netto
  11. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  12. Carlos Giovani Delevati Pasini
  13. Cleverson Ney Magalhães
  14. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
  15. Fabricio Moreira de Bastos
  16. Fernando Cerimedo
  17. Filipe Garcia Martins
  18. Giancarlo Gomes Rodrigues
  19. Guilherme Marques de Almeida
  20. Helio Ferreira Lima
  21. Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
  22. José Eduardo de Oliveira e Silva
  23. Laercio Vergilio
  24. Marcelo Bormevet
  25. Marcelo Costa Câmara
  26. Mario Fernandes
  27. Mauro Cid, tenente-coronel do Exército ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
  28. Nilton Diniz Rodrigues
  29. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
  30. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
  31. Rafael Martins de Oliveira
  32. Ronald Ferreira de Araujo Júnior
  33. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  34. Tércio Arnaud Tomaz
  35. Valdemar Costa Neto, presidente do PL
  36. Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa
  37. Wladimir Matos Soares

Ramão Neto

O coronel, que comandou o 10º R C Mec, em Bela Vista, é apontado pela investigação como braço direito do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Romão Netto aparece como suspeito nas investigações como figura que articulava e incitava os militares a aderir ao golpe.

A reunião ocorreu por intermédio de Corrêa Neto, e contou com a presença de assistentes dos generais que supostamente seriam favoráveis ao golpe, assim como oficiais. Conforme trocas de mensagens trocadas, localizadas no celular de Mauro Cid, foram selecionados apelas militares que fazem parte das forças especiais (Kids Pretos).

No documento da polícia federal ele compunha o núcleo que tinha como objetivo que os militares aderissem ao golpe de estado.

Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019

Além disso, Romão Neto aparece dentro do âmbito do 'gabinete do ódio' estimulando que integrantes das Forças Armadas disseminassem notícias falsas, por meio das redes sociais, questionando lisura do processo eleitoral do país. Em conversas com Cid, a investigação aponta que a sugestão de medidas que atentam contra a democracia.

"Nesse sentido, observa-se a atuação do investigado BERNARDO ROMÃO CORREA NETO nas medidas direcionadas à disseminação de notícias falsas por integrantes das Forças Armadas em associação com outros membros do grupo criminoso para desacreditar o processo eleitoral".

Mensagens sobre a reunião para discutir o golpe:

Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019 Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019

Após a reunião com as Forças Especiais (FE) uma carta foi elaborada para ser encaminhada ao comandante do exército Freire Gomes com intuito de pressioná-lo a aderir ao golpe, intitulada como "Carta ao Comandante do Exército de Oficias Superiores da Ativa do Exército Brasileiro".

No "apagar" das luzes do governo do presidente Bolsonaro, precisamente no dia 30 de dezembro de 2022, foi enviado para fazer um curso até julho de 2025, o que levantou suspeita por parte da investigação de que teria sido uma tentativa de escapar de eventuais investigações. 

"Ressaltem-se, ainda, as considerações da autoridade no sentido de que BERNARDO ROMÃO CORREA NETO: foi designado para exercer missão no Estados Unidos - com ônus total para o Comando do Exército - na cidade de Washington, D.C. até junho de 2025. A permanência do investigado em solo estrangeiro por pelo menos mais um ano e meio, somada as circunstâncias da designação da missão, que somente foi publicada no fim do governo anterior (30.12.2022), demonstram fortes indícios de que o investigado agiu para se furtar ao alcance de investigações e consequentemente da aplicação da lei penal, fatos estes que justificam a decretação da prisão preventiva".

***Colaborou Laura Brasil***

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