Em comemoração aos 11 anos do Projeto Padrinho em Campo Grande, completado no último domingo (26), uma novidade visa ampliar sua área de atuação no Estado, que está ligado à Coordenadoria da Infância e da Juventude. O projeto já começou a ser implantado nas demais comarcas de MS.
Criado em Campo Grande, em junho de 2000, por iniciativa da então juíza da Infância e Juventude da Capital, Maria Isabel de Matos Rocha, o Projeto Padrinho tornou-se referência nacional e já está em 10 comarcas do interior, proporcionando a centenas de padrinhos e afilhados a oportunidade de crescerem um com o outro.
Ao oferecer carinho ou acolher temporariamente em sua casa, os padrinhos auxiliam no desenvolvimento afetivo das crianças e essa relação beneficia os dois lados.
Existem várias opções de apadrinhamento para atender as necessidades de todos que desejam ser padrinhos:
- padrinho afetivo: proporciona atenção e carinho à criança abrigada;
- padrinho voluntário: faz algum tipo de trabalho esporádico nas entidades de acolhimento;
- prestador de serviço: aquele que atende os abrigos de acordo com sua especialidade profissional, de maneira gratuita ou com ajuda material.
Na Capital e nas comarcas em que o projeto já foi implantado estão cadastrados como padrinhos professores de balé e judô, psicólogos, dentistas, além de famílias acolhedoras que recebem a criança em casa até que o processo judicial seja concluído e definida a situação da criança, que será a adoção ou retorno à família.
O Projeto Padrinho atende cerca de 20 entidades, atua auxiliando o judiciário como um apoio técnico e ainda cria oportunidades de crianças fora da faixa etária de adoção convencional serem adotadas em razão do convívio familiar.
“É importante destacar a questão afetiva, pois assim que a criança é inserida na convivência familiar e comunitária, por meio da apadrinhamento, melhora sua autoestima, pois ela recebe afeto e ganha qualidade em sua formação pessoal” ressalta a psicologa Rosa Pires Aquino, coordenadora do
Projeto Padrinho e do Núcleo de Orientação e Fiscalização das Entidades de Abrigos.
Para mostrar a atuação do Projeto Padrinho, a psicologa cita uma criança adotada aos 9 anos que, por meio da adoção internacional, foi morar na França. Hoje com 12 anos, ela vem passar as férias na casa do padrinho afetivo. “Uma criança que tem um padrinho nunca esquece”, finaliza.
Os responsáveis pelo projeto fazem a captação dos padrinhos e mantêm parcerias com empresas universidades e agências de publicidade, chamados padrinhos prestadores de serviços. Esses estabelecimentos auxiliam na divulgação do projeto, na doação de camisetas, na manutenção dos projetos voltados para crianças e adolescentes que vivem em entidades de acolhimentos.
Em 2007, o Projeto Padrinho foi premiado como melhor projeto na área de infância e juventude pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). O projeto também tem como parceira a Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude (Abraminj).
Ampliação: Em Três Lagoas, o projeto completou um ano em abril e, nesse período, passaram pela iniciativa 90 padrinhos entre afetivos, voluntários, doadores de bens e material, além de algumas empresas madrinhas.
Atualmente existem 25 crianças/adolescentes abrigados apadrinhados, porém há ainda 20 crianças esperando por um padrinho, alguém que possa doar um pouco de carinho.
A assistente social da Comarca de Três Lagoas, Elisângela Nascimento, comemora um dos principais benefícios que o projeto trouxe para a comunidade: “Foi muito bom quebrar o paradigma de que as crianças necessitam apenas de coisas materiais e mostrar que é muito importante elas receberem carinho e afeto”, ressaltou.
Os 11 anos de projeto são comemorados com alegria na Capital e no interior, pois é importante lembrar que o apadrinhamento é considerado uma via de mão dupla, em que ganham as crianças, por receberem carinho e afeto, e os padrinhos, por receberem todo esse amor de volta em forma de sorrisos e gratidão.
Serviço
Mais informações sobre o Projeto Padrinho podem ser obtidas na Coordenadoria da Infância e da Juventude, situada na Rua das Garças, 1140, em Campo Grande, ou pelos telefones 3317-3984/3446.
(Com informações de TJMS)