O deputado federal, relator das mudanças no Código Florestal, Aldo Rebelo, acusou cientistas de serem financiados por ONGs. A acusação foi negada em nota oficial pela SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).
Rebelo acusou parte dos cientistas da SBPC de serem financiados pelo "lobby ambientalista" formado por ONGs como Greenpeace e WWF.
"A SBPC, quando foi convocada pela comissão especial da Câmara, negou-se a comparecer dizendo que não tinha posição", disse o deputado, em evento sobre sustentabilidade para empresários em São Paulo, em 26 de maio.
"Quando foi procurada pelo lobby ambientalista, que paga a alguns dos pesquisadores -- paga, porque eu sei--, a SPBC resolveu manifestar-se", completou Rebelo.
De acordo com o deputado, esses pesquisadores receberam recursos para elaborar sua colaboração técnica-científica ao debate sobre a revisão do Código Florestal.
Em resposta, a SBPC afirmou que as ONGs não participaram do grupo de trabalho criado para estudar o Código Florestal de 1965 e que os cientistas trabalharam de maneira "voluntária".
"Tratava de trabalho técnico-científico e que, portanto, só deveria ser realizado por pesquisadores de instituições nacionais de ensino e ou pesquisa", destaca a nota.
"O deputado falta com a verdade perante a opinião pública brasileira e os seus eleitores nas suas recentes declarações à imprensa."
A SBPC destacou ainda que o deputado "faltou com a verdade" ao afirmar que a SBPC se negou a participar de um encontro da bancada ruralista e só se manifestar quando foi convidada pela bancada ambientalista.
"Melhor faria o deputado em ater-se objetivamente aos argumentos substanciais colocados pela ciência no debate, porque é isto que interessa à nação e é o que se espera de um legislador", conclui.
Com informações da Folha