Um grande desafio que se impõe a região Centro-Oeste, no âmbito econômico, é promover uma mudança estrutural produtiva no sentido de incentivar os setores e produtos com elevados conteúdos tecnológicos, de alto valor agregado, que transbordam seus benefícios para todos os setores da economia possibilitando a formação de um círculo virtuoso de crescimento e desenvolvimento econômico.
O economista e cientista político austríaco Joseph Alois Schumpeter, afirmava, principalmente em sua obra Capitalismo, Socialismo e Democracia de 1942, que um dos fatores essenciais do capitalismo é possuir um processo de mutação industrial que surge de dentro do sistema e incessantemente revoluciona a estrutura e a dinâmica econômica, destruindo a velha e criando uma nova. Essa constante evolução é nomeada de destruição criativa. Assim, novos produtos, empresas e processos destroem velhos produtos, empresas e processos, abrindo espaço para o desenvolvimento.
Nesse contexto, o economista Christopher Freeman ajudou a conceituar os chamados sistemas de inovação, que seriam um conjunto de instituições, organizações, entidades e empresas, que objetivam contribuir para a criação, absorção e difusão de inovações. Algumas entidades são: empresas privadas, públicas, ministérios, secretarias, Universidades, Institutos de pesquisa e educacionais, agências de fomento financeiras e não financeiras... Ou seja, um sistema de inovação está relacionado com uma criação e fortalecimento institucional para a cooperação, aprendizado, interações que criem um ambiente favorável à criação e difusão de novas tecnologias.
Observando a realidade do Centro-Oeste por meio de dados do IBGE e outros institutos constata-se que ocorreram melhoras no “lado mais científico” como, por exemplo, no número de pesquisadores, instituições, artigos científicos publicados, número de doutores. Mas, quando se analisa o setor produtivo, nota-se que algumas mazelas se apresentam. Deste modo, alguns desafios a serem vencidos são: elevar a cooperação entre empresas, Universidades e Institutos de Pesquisa; buscar um maior ineditismo nos produtos inovadores; elevar o número de pós-graduados nos setores de Pesquisa e Desenvolvimento das empresas, elevar o percentual de pessoas ocupadas com Pesquisa e Desenvolvimento que possuam dedicação exclusiva; no que diz respeito ao apoio governamental, não focar apenas nos financiamentos as compra de máquinas e equipamentos utilizados para inovar e sim, também, apoios aos projetos de Pesquisa e Desenvolvimento e inovação tecnológica em parceria com Universidades e institutos de pesquisa.
Minimizando esses problemas, a região Centro-Oeste poderá desenvolver um sistema de inovação mais maduro que seja capaz de produzir novos produtos, processos e inovações, criando alicerces para impulsionar o desenvolvimento econômico e tecnológico da região e, por conseguinte do Brasil.