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Sonia Puxian: "Pegar o touro pelo chifre"

Jornalista, coordenadora de Comunicação da BPW – Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais de Campo Grande

Redação

14/11/2014 - 00h00
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Manifestações populares tomam conta das ruas em vários Estados como que dizendo: “As coisas não andam bem, não é assim que a gente quer!” Essa é a forma de o povo mostrar seu descontentamento com uma situação que lhe traz mal-estar. O que se vê é gente nos bastidores reclamando e insatisfeita com a situação atual do Brasil. Mudança? Sim! Mudança voltada para o povo e não minorias. 

Os alimentos estão cada vez mais caros, o salário é consumido rapidamente pela inflação que não dá brechas para poupar; “os juros” da poupança baixos; “os juros” do empréstimo altos; o salário não sobe, mas some; impostos em alta, basta lembrar que vem aí aumento do IPTU, mensalidades de escola, passagem de ônibus e outros itens... Esses são alguns dos motivos da insatisfação do povo brasileiro! Claro, sem falar na corrupção que já saturou as páginas de notícias...

Que tipo de esperança pode ter quem trabalha em ritmo alucinante, onde nada sobra, tudo falta! É tempo de parar e fazer mudanças radicais. Os impostos sufocam milhões de brasileiros, esses mesmos que trabalham duro no dia a dia e veem seu rendimento escoar pelas mãos. São esses milhões que querem o fim das incertezas e o início do bem-estar com relação à saúde, segurança, educação, inflação e sobretudo controle dos preços. 

É hora de dizer BASTA! Pegar o touro pelo chifre e dizer: “Aqui a bagunça acabou!”. É hora de livrar e aliviar milhões de brasileiros do pesado fardo de “pagar, pagar e pagar”, e não levar nada em troca, nem na saúde, nem na educação, nem na segurança... É hora de os representantes do povo fazerem o dever de casa com carinho e competência pra tirar NOTA 10!    

Às vezes sinto vontade de tomar as rédeas deste País e ver o povo feliz. Algumas vezes brinquei: “Pra presidenta do Brasil vote Sônia Puxian”. Claro que é só brincadeirinha, sei que não é fácil, mas no fundo existe a vontade de querer que as coisas aconteçam para a alegria do povo. Poder perguntar: “O que te falta pra ser feliz?”.  Dar as mãos e realizar o pedido de cada um que sonha com um País melhor. Simples? Não, mas nada impede de dar os primeiros passos. 

Muito já se fez pelo Brasil, que galgou grandes passos de avanço com relação à sua identidade no mundo, sendo reconhecido internacionalmente por suas riquezas naturais e considerado o Celeiro do Mundo. É um gigante com excelente localização geográfica, clima temperado, rico em terras férteis, esse gigante cresceu muito de alguns anos para cá com participação até na ONU.

Reconheço sua grandeza e poder, mas é hora de fazer mais ainda. 

Existe saída? Claro que sim. Seu nome: “Boa vontade”. Boa vontade não em promessas, discursos acalorados e projetos distantes, mas ação concreta e direta. Aqui tem gente que clama e reclama por uma vida melhor. Vida melhor significa: trabalhar e pagar as contas; trabalhar e comer; trabalhar e ter saúde; trabalhar e ter segurança; trabalhar e sobrar dinheiro; trabalhar com a certeza de que valeu a pena o esforço. 

As pessoas cansaram de reivindicar direitos! Basta! Agora é tempo de ação, realização e respostas concretas. Dias, meses, anos se passaram e é chegada a hora da mudança de verdade.     

Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: “Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Brasil! O teu povo te quer gigante e feliz. O teu povo te ama, mas reclama direitos que o tornem mais satisfeito...

Dos filhos deste solo és mãe gentil, 

Pátria amada, Brasil! 

Mãe gentil, dá a teus filhos a alegria de viver nesse “Gigante pela própria natureza”, com muito amor e alegria no coração!

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Eleição sem Bolsonaro? Bolsonarismo sem Bolsonaro? O peso do ex-presidente em 2026

07/04/2025 07h15

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Ao aceitar a denúncia contra Jair Bolsonaro, o STF sedimentou o entendimento de que a eleição presidencial de 2026 ocorrerá sem a presença do ex-presidente na lista de candidatos. A inelegibilidade já era uma realidade, em função da decisão emanada pelo TSE, entretanto, a trilha aberta na semana passada consolida este caminho e afasta praticamente de forma definitiva a candidatura do capitão.

Bolsonaro, entretanto, possui um ativo valioso na arena política: votos. Algo que se tornou importante não somente pela habilidade de eleger representantes, mas pela capacidade de produzir em profusão um milionário fundo partidário e eleitoral, aquilo que faz a máquina e as campanhas funcionarem. No modelo adotado pelo Brasil pós-Lava Jato, que proibiu as doações empresariais, a quantidade de deputados se tornou a conta mais importante de qualquer partido, pois seu resultado é aquilo que indica qual a fatia do bolo ficará com cada agremiação.

Neste jogo, o bolsonarismo tornou-se uma moeda valiosa. Em um primeiro momento, elegeu hordas de deputados na esteira de seu líder, em 2018, com inúmeros nomes desconhecidos que passaram a orbitar o cenário político. Em 2022, o fenômeno se repetiu. Aqueles que romperam com Bolsonaro foram punidos pelo eleitor, já aqueles que optaram pela fidelidade canina foram agraciados com votações robustas. Bolsonaro, que havia sido responsável direto pela eleição de 52 deputados pelo PSL em 2018, ajudou a eleger 99 no PL em 2022.

A força do bolsonarismo se tornou um ativo tão potente em termos eleitorais que muitos deputados tradicionais, já conhecidos do eleitor, abraçaram o ex-presidente como forma de garantir seus mandatos. Alguns migraram para seu partido, enquanto outras siglas encontraram na aliança com o bolsonarismo uma forma de crescer e criar maior envergadura política. Republicanos, Progressistas e até setores do União Brasil embarcaram neste caminho.

Tudo isso tem relação com as eleições de 2026. Com Bolsonaro inelegível, o desenho deste cenário se tornou algo delicado, que precisa ser estudado com atenção, sob pena de perda de fatias importantes de fundo partidário e eleitoral no próximo ciclo. Mais do que isso, ainda é possível contar com a variável da eventual prisão de Bolsonaro, passível de acontecer, em razão do julgamento que ocorrerá no STF.

Bolsonaro diz que segue candidato e que manterá seu nome na disputa até o fim, ou melhor, até o julgamento de sua candidatura pelo TSE, que, em condições normais de temperatura e pressão, seguramente será impugnada, assim como ocorreu com Lula em 2018. Neste cenário, resta saber quem será seu companheiro de chapa, aquele que vai herdar a candidatura e poderá levar seu movimento adiante. Este será aquele nome responsável por impulsionar as candidaturas proporcionais e, eventualmente, vencer a disputa pelo Planalto. Muitos consideram que, nesse cenário, o bolsonarismo pode inclusive se fortalecer ainda mais. A conferir.

Fato é que tudo indica uma eleição sem Bolsonaro na lista de candidatos presidenciais, porém, isto está longe de ser uma eleição sem Bolsonaro. Seu nome, dentro ou fora da disputa, vai balizar cada etapa do pleito de 2026.

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Aumento de policiamento e redução das desigualdades, políticas que se complementam

05/04/2025 07h45

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Recentemente, foi noticiado por vários jornais que o atual governo tem acenado para a questão da violência de forma diferente do que se costuma ver em posições políticas orientadas mais à esquerda. Normalmente, nessas vertentes, a violência urbana tende a ser vinculada à questão da desigualdade social, o que, em situações discursivas extremas ou emocionadas, atribui às pessoas que cometem delitos a pecha de vítimas da desigualdade social.

Por outro lado, o discurso político acerca da violência, em posições políticas orientadas mais para a direita, atribui sua causa à impunidade, que, para eles, é própria do sistema judicial brasileiro, acrescida da falta de policiamento ou de um corpo policial mal equipado.

Durante anos, e ainda hoje, o debate político sobre a segurança pública tende a exaltar uma das visões e, como se fosse algo automático, excluir a outra. Apesar do tom eleitoreiro das declarações do atual presidente da República, se fôssemos analisar esse fato com certo otimismo (um erro que cometemos muitas vezes), poderíamos dizer que, finalmente, alguém pode ter enxergado o óbvio: as políticas “opostas” acerca da segurança pública são, na verdade, complementares.

Tem razão a direita ao afirmar que o policiamento fraco e a pouca ostensividade ampliam a atuação criminosa em toda a sociedade, abrindo caminho para o crescimento do já bastante hegemônico crime organizado. Somente com policiamento constante, policiais bem remunerados e bem treinados, especialmente na correta aplicação dos procedimentos de abordagem policial, teríamos alguma chance de mitigar o crime organizado já existente. Daí se percebe, ainda que com certa cautela, o reconhecimento das guardas municipais como agentes de segurança.

No entanto, a esquerda também tem razão ao afirmar que não há contingente policial capaz de conter a criminalidade e seu crescimento em países com alta desigualdade social. Em países capitalistas, como o Brasil, o poder de consumo é a grande meta de seus cidadãos. Contudo, em uma sociedade desigual, uma parcela significativa da população não tem condições – e, em muitos casos, nunca terá – de alcançar um padrão razoável de consumo. Quanto maior for o número de pessoas que desejam consumir, mas não têm recursos para isso, mais “ovelhas negras” optarão pela via rápida para conseguir, ou seja, o crime.

É de se notar, no entanto, que as duas políticas propostas atuam em momentos distintos da criminalidade. A “direita” se preocupa com a criminalidade já existente e constituída, o que exige, naturalmente, uma atuação mais ostensiva e imediata. Nesses casos, a atuação policial não é apenas positiva, mas fundamental para o combate ao crime.

A “esquerda”, por sua vez, busca políticas que evitem o “embrião” do crime, desenvolvido em ambientes periféricos e profundamente desiguais, como bem explorado pela sociologia e criminologia que estudam o tema. A questão que se impõe é: por que não desenvolver uma política de segurança pública que combata ambos os momentos? Por que uma precisa ser aplicada em detrimento da outra?

Como dito, não há contradição nos discursos sobre segurança pública de ambos os lados e, se fossem adotados de maneira concomitante, o quadro da segurança pública nacional certamente seria outro. Nosso otimismo nos leva a crer que, talvez, haja uma esperança.

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