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Sônia Puxian: "Prazer em conhecê-lo, quem é você?"

Jornalista, membro da BPW/CG – Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais de Campo Grande - MS

Redação

03/05/2015 - 00h00
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Dono de um potencial sem igual seu território é gigante assim como gigante são suas fronteiras e riquezas naturais. Ao completar 515 anos já desponta como senhor da situação nos quesitos: água, áreas rural e agrícola, beleza natural, banhado pelo Oceano Atlântico possui clima tropical temperado, minérios, excelente localização geográfica com extensas áreas de floresta, ausência de conflitos de religião entre outros privilégios... 

Admirado por sua pujança ele responde por um percentual significativo quando o assunto é sustentabilidade e petróleo. Esse gigante ora adormecido por problemas que o tomaram de sobressalto espera por dias melhores e observa distante o momento certo de despertar. Silêncio e incertezas invadem o sentimento de sua gente! Mas quem é você? Deixa eu me apresentar, meu nome é Brasil, fui descoberto no dia 22 de abril, prazer em conhecê-lo.     

Não é você o “Gigante pela própria natureza, és belo, forte impávido colosso?”. Sim sou eu mesmo, mas quase que sem aviso prévio esse gigante recebeu várias advertências de que a situação não estava nada boa, mas sem tempo de nem sequer digerir o que estava por vir, acordou um dia de sobressalto e se deparou com um clima de ameaça e mal estar já instalado no ar.

Descobertas de corrupção em larga escala são descobertas a cada dia e novas situações de irregularidade ocupam capas de jornais e noticiários na TV. O gigante vive momentos de apreensão e dúvida com relação ao futuro. Insatisfação e incertezas tomam conta do seu povo: trabalhadores, professores, médicos, empresários, empreiteiras, comerciantes, população em geral, já não sabem mais que rumo tomar... 

O gigante se pergunta se é melhor acordar ou permanecer adormecido diante desse pesadelo que tomou conta do seu espaço. E no contexto sem texto de tantas dúvidas que pairam no ar milhares de pessoas se questionam: “Desemprego? Sim! Trabalho? Não! Inflação? Sim! Segurança? Não! Impostos? Sim! Solução? Não! Corrupção? Sim! Punição... Cadê a resposta? 

“E o teu futuro espelha essa grandeza, terra adorada, entre outras mil és tu Brasil ó Pátria amada”.  Desperta gigante porque grande é o teu potencial e grande á a tua coragem de levantar e clamar por crescimento. O futuro te espera, o teu povo te aplaude e te acolhe, ele quer te ver bem, grande, liberto, aberto ao que há de melhor para o seu povo e sua gente, para suas terras e fronteiras. 

Prazer em conhecê-lo, nosso nome é brasileiro, fazemos parte do Brasil de vencedores, de empreendedores e de gente que luta e atinge seus ideais. Quais ideais? Liberdade, lealdade, trabalho, responsabilidade, contenção de gastos, redução da inflação, de impostos, contas de luz, água, transportes, combustível, alimentos...  

Vamos à luta, vamos caminhar em direção à solução dos problemas que invadiram a área e ocuparam todos os espaços, inclusive do cidadão que vive a sua rotina de trabalho e dificuldades e já não tem mais esperança nos dias que estão por vir.  

Mas uma coisa é certa, como diz Fernando Sabino: “No fim tudo dá certo, e se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim”. Estamos em busca do fim... União e determinação vão reger esse gigante que já despertou para buscar sua paz, crescimento e estabilidade... Avante Brasil, teu povo te ama e reclama sua paz e segurança. Vamos desfraldar a bandeira verde e amarelo e hastear alto em todos os mastros esse símbolo de Ordem e Progresso. Vamos cobrar a ordem e obter o progresso que tanto o povo almeja. 

Avante gigante, teu povo te ama! 
“Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada Brasil!”
Vai dar tudo certo...

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Eleição sem Bolsonaro? Bolsonarismo sem Bolsonaro? O peso do ex-presidente em 2026

07/04/2025 07h15

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Ao aceitar a denúncia contra Jair Bolsonaro, o STF sedimentou o entendimento de que a eleição presidencial de 2026 ocorrerá sem a presença do ex-presidente na lista de candidatos. A inelegibilidade já era uma realidade, em função da decisão emanada pelo TSE, entretanto, a trilha aberta na semana passada consolida este caminho e afasta praticamente de forma definitiva a candidatura do capitão.

Bolsonaro, entretanto, possui um ativo valioso na arena política: votos. Algo que se tornou importante não somente pela habilidade de eleger representantes, mas pela capacidade de produzir em profusão um milionário fundo partidário e eleitoral, aquilo que faz a máquina e as campanhas funcionarem. No modelo adotado pelo Brasil pós-Lava Jato, que proibiu as doações empresariais, a quantidade de deputados se tornou a conta mais importante de qualquer partido, pois seu resultado é aquilo que indica qual a fatia do bolo ficará com cada agremiação.

Neste jogo, o bolsonarismo tornou-se uma moeda valiosa. Em um primeiro momento, elegeu hordas de deputados na esteira de seu líder, em 2018, com inúmeros nomes desconhecidos que passaram a orbitar o cenário político. Em 2022, o fenômeno se repetiu. Aqueles que romperam com Bolsonaro foram punidos pelo eleitor, já aqueles que optaram pela fidelidade canina foram agraciados com votações robustas. Bolsonaro, que havia sido responsável direto pela eleição de 52 deputados pelo PSL em 2018, ajudou a eleger 99 no PL em 2022.

A força do bolsonarismo se tornou um ativo tão potente em termos eleitorais que muitos deputados tradicionais, já conhecidos do eleitor, abraçaram o ex-presidente como forma de garantir seus mandatos. Alguns migraram para seu partido, enquanto outras siglas encontraram na aliança com o bolsonarismo uma forma de crescer e criar maior envergadura política. Republicanos, Progressistas e até setores do União Brasil embarcaram neste caminho.

Tudo isso tem relação com as eleições de 2026. Com Bolsonaro inelegível, o desenho deste cenário se tornou algo delicado, que precisa ser estudado com atenção, sob pena de perda de fatias importantes de fundo partidário e eleitoral no próximo ciclo. Mais do que isso, ainda é possível contar com a variável da eventual prisão de Bolsonaro, passível de acontecer, em razão do julgamento que ocorrerá no STF.

Bolsonaro diz que segue candidato e que manterá seu nome na disputa até o fim, ou melhor, até o julgamento de sua candidatura pelo TSE, que, em condições normais de temperatura e pressão, seguramente será impugnada, assim como ocorreu com Lula em 2018. Neste cenário, resta saber quem será seu companheiro de chapa, aquele que vai herdar a candidatura e poderá levar seu movimento adiante. Este será aquele nome responsável por impulsionar as candidaturas proporcionais e, eventualmente, vencer a disputa pelo Planalto. Muitos consideram que, nesse cenário, o bolsonarismo pode inclusive se fortalecer ainda mais. A conferir.

Fato é que tudo indica uma eleição sem Bolsonaro na lista de candidatos presidenciais, porém, isto está longe de ser uma eleição sem Bolsonaro. Seu nome, dentro ou fora da disputa, vai balizar cada etapa do pleito de 2026.

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Aumento de policiamento e redução das desigualdades, políticas que se complementam

05/04/2025 07h45

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Recentemente, foi noticiado por vários jornais que o atual governo tem acenado para a questão da violência de forma diferente do que se costuma ver em posições políticas orientadas mais à esquerda. Normalmente, nessas vertentes, a violência urbana tende a ser vinculada à questão da desigualdade social, o que, em situações discursivas extremas ou emocionadas, atribui às pessoas que cometem delitos a pecha de vítimas da desigualdade social.

Por outro lado, o discurso político acerca da violência, em posições políticas orientadas mais para a direita, atribui sua causa à impunidade, que, para eles, é própria do sistema judicial brasileiro, acrescida da falta de policiamento ou de um corpo policial mal equipado.

Durante anos, e ainda hoje, o debate político sobre a segurança pública tende a exaltar uma das visões e, como se fosse algo automático, excluir a outra. Apesar do tom eleitoreiro das declarações do atual presidente da República, se fôssemos analisar esse fato com certo otimismo (um erro que cometemos muitas vezes), poderíamos dizer que, finalmente, alguém pode ter enxergado o óbvio: as políticas “opostas” acerca da segurança pública são, na verdade, complementares.

Tem razão a direita ao afirmar que o policiamento fraco e a pouca ostensividade ampliam a atuação criminosa em toda a sociedade, abrindo caminho para o crescimento do já bastante hegemônico crime organizado. Somente com policiamento constante, policiais bem remunerados e bem treinados, especialmente na correta aplicação dos procedimentos de abordagem policial, teríamos alguma chance de mitigar o crime organizado já existente. Daí se percebe, ainda que com certa cautela, o reconhecimento das guardas municipais como agentes de segurança.

No entanto, a esquerda também tem razão ao afirmar que não há contingente policial capaz de conter a criminalidade e seu crescimento em países com alta desigualdade social. Em países capitalistas, como o Brasil, o poder de consumo é a grande meta de seus cidadãos. Contudo, em uma sociedade desigual, uma parcela significativa da população não tem condições – e, em muitos casos, nunca terá – de alcançar um padrão razoável de consumo. Quanto maior for o número de pessoas que desejam consumir, mas não têm recursos para isso, mais “ovelhas negras” optarão pela via rápida para conseguir, ou seja, o crime.

É de se notar, no entanto, que as duas políticas propostas atuam em momentos distintos da criminalidade. A “direita” se preocupa com a criminalidade já existente e constituída, o que exige, naturalmente, uma atuação mais ostensiva e imediata. Nesses casos, a atuação policial não é apenas positiva, mas fundamental para o combate ao crime.

A “esquerda”, por sua vez, busca políticas que evitem o “embrião” do crime, desenvolvido em ambientes periféricos e profundamente desiguais, como bem explorado pela sociologia e criminologia que estudam o tema. A questão que se impõe é: por que não desenvolver uma política de segurança pública que combata ambos os momentos? Por que uma precisa ser aplicada em detrimento da outra?

Como dito, não há contradição nos discursos sobre segurança pública de ambos os lados e, se fossem adotados de maneira concomitante, o quadro da segurança pública nacional certamente seria outro. Nosso otimismo nos leva a crer que, talvez, haja uma esperança.

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