Política

NESTA SEGUNDA

Câmara vota pedido de perda de mandato de Eduardo Cunha

Para sessão começar será preciso cerca de 420 deputados

AGÊNCIA CÂMARA

11/09/2016 - 11h00
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A votação do pedido de perda de mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é o destaque do Plenário de amanhã (12), em sessão extraordinária marcada para as 19 horas (de Brasília).

Os deputados deverão votar o parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO), aprovado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar no dia 4 de junho.

O relator concluiu que Cunha mentiu em depoimento espontâneo à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em maio de 2015, quando disse não possuir contas no exterior.

Ele nega que tenha mentido à CPI, argumentando que as contas estão no nome de um trust familiar contratado por ele para administrar seus recursos no exterior.

Cunha está afastado das funções de deputado federal desde maio deste ano e esteve afastado também da presidência da Casa até 7 de julho, quando renunciou ao cargo.

RITO DE VOTAÇÃO

Como confirmado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a votação do parecer seguirá o mesmo rito das votações anteriores de perda de mandato.

Entretanto, alertou que qualquer tentativa de dividir a votação e analisar separadamente a manutenção ou não dos direitos políticos do processado dependerá de decisão soberana do Plenário.

Em relação a eventuais iniciativas de deputados aliados de Cunha, Maia afirmou que não vai impedir a apresentação de questões de ordem, destacando que um recurso à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) com efeito suspensivo contra a decisão da presidência dependerá do apoio de um terço dos presentes em Plenário.

QUÓRUM

Maia lembrou ainda que a votação começará somente com quórum alto, de cerca de 420 deputados. Para a perda do mandato, são necessários os votos da maioria absoluta dos membros da Câmara (257).

Segundo a Secretaria-Geral da Mesa, na fase de discussão, o primeiro a falar será o relator do parecer, por 25 minutos. Em seguida, os advogados de Cunha terão outros 25 minutos para usar a palavra, e o próprio deputado afastado poderá usar mais 25 minutos para se defender pessoalmente.

Deputados inscritos no início da sessão poderão falar, então, por cinco minutos cada um. Depois que mais de quatro se manifestarem, o Plenário pode decidir pelo encerramento da discussão. A votação será realizada a seguir de forma nominal e aberta, pelo painel eletrônico.

HISTÓRICO

O processo que pede a cassação de Cunha é o mais longo da história da Câmara. Ele começou em 13 de outubro de 2015 com representação do Psol e da Rede.

Escolhido como relator em 5 de novembro de 2015, o deputado Fausto Pinato (PP-SP) apresentou seu parecer preliminar pela continuidade do processo contra Cunha em 24 do mesmo mês, mas teve de deixar a relatoria depois de o vice-presidente, Waldir Maranhão (PP-MA), aceitar recurso contra sua escolha por ser do mesmo bloco partidário do PMDB, formado no início da legislatura. Na época, Pinato pertencia ao PRB.

Em 9 de dezembro de 2015, o deputado Marcos Rogério assumiu a relatoria e, após vários recursos no andamento do processo, o parecer foi aprovado pelo Conselho de Ética, por 11 votos a 9, em 14 de junho de 2016.

Em 23 de junho foi apresentado recurso regimental à CCJ contra essa decisão do conselho. Entre os argumentos constavam cerceamento do direito de defesa, aditamento de denúncias novas ao processo e parcialidade do presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PR-BA).

A CCJ finalizou o julgamento do recurso em 14 de julho, rejeitando, por 48 votos a 12, o relatório do deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF), que era favorável à volta do processo ao Conselho de Ética.

Devido ao período de campanha das eleições municipais, o processo não foi analisado em agosto pelo Plenário.

G20

Lula: taxação de 2% dos super-ricos poderia gerar US$ 250 bi por ano

Presidente também disse que estabilidade mundial depende de instituições mais representativas

18/11/2024 19h25

Presidente Lula, durante cúpula do G20

Presidente Lula, durante cúpula do G20 Divulgação

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse durante a cúpula do G20, no Rio de Janeiro, que a taxação de super-ricos pode gerar US$ 250 bilhões por ano globalmente. Ele deu a declaração nesta segunda-feira, 18.

“Uma taxação de 2% sobre o patrimônio de indivíduos super-ricos poderia gerar recursos da ordem de US$ 250 bilhões por ano para serem investidos no enfrentamento dos desafios sociais e ambientais do nosso tempo”, declarou o presidente brasileiro.

Lula também disse que a estabilidade mundial depende de instituições mais representativas. O petista se refere a órgãos como o Conselho de Segurança da ONU, no qual o Brasil e países como Índia e Alemanha gostariam de entrar. “A resposta para a crise do multilateralismo é mais multilateralismo”, declarou o petista. De acordo com ele, a reforma da governança global entrou definitivamente na agenda do G20.

Lula também disse que a diplomacia vem perdendo terreno para a intransigência, e que é urgente rever regras financeiras que afetam países em desenvolvimento. Segundo o petista, a globalização neoliberal fracassou.

O presidente brasileiro disse que medidas tomadas por diversos países depois da crise financeira de 2008 impediram um “colapso de proporções catastróficas” no mundo, mas que esse “ímpeto regulador” não foi suficiente.

“O mundo voltou a crescer, mas a riqueza gerada não gerou aos mais necessitados. Não é surpresas que a desigualdade fomente o ódio, extremismo e violência, nem que a democracia esteja sob ameaça. A globalização neoliberal fracassou”, declarou ele.
 

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Dinheiro público

Senado aprova regras para emendas parlamentares: entenda os impactos para governo e STF

Senado rejeitou mecanismo que permitiria ao Executivo bloquear as emendas proporcionalmente quando houvesse crescimento excessivo em outras despesas obrigatórias

18/11/2024 19h01

Senado aprovou projeto das emendas parlamentares, mas rejeitou dispositivo que o obriga a cortar gastos com o Executivo

Senado aprovou projeto das emendas parlamentares, mas rejeitou dispositivo que o obriga a cortar gastos com o Executivo Arquivo

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O Senado Federal concluiu nesta segunda-feira (18) a votação de um projeto de lei que redefine as regras para o uso das emendas parlamentares, recursos orçamentários indicados por deputados e senadores para suas bases eleitorais. Com alterações que restringem os bloqueios desses recursos, a medida gera divergências entre o Congresso, o governo federal e o Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, o texto retorna para apreciação na Câmara dos Deputados.

O projeto mantém grande parte do orçamento sob controle do Congresso e avança pouco nas exigências impostas pelo STF, que suspendeu o pagamento das emendas desde agosto devido à falta de transparência. Uma das principais polêmicas é a rejeição pelo Senado, por 47 votos a 14, de um mecanismo que permitiria ao Executivo bloquear as emendas proporcionalmente quando houvesse crescimento excessivo em outras despesas obrigatórias.

Apesar de a proposta preservar R$ 39 bilhões para emendas impositivas individuais e de bancada em 2025, com reajustes anuais pela inflação a partir de 2026, o governo federal avalia que o acordo inicial com o STF foi descumprido. O Palácio do Planalto, agora, deixa o impasse para ser resolvido diretamente entre o Congresso e o Supremo.

Outro ponto crítico envolve as chamadas “emendas Pix”, que continuarão sendo repassadas diretamente às prefeituras, sem a burocracia exigida em outras modalidades. Embora o projeto exija que os parlamentares detalhem o destino dos recursos, não há garantia de fiscalização ou prestação de contas, deixando prefeitos livres para aplicá-los sem controle rigoroso.

O relator do projeto, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), também ampliou o número de emendas de bancada de até 8 para 10 por estado, contrariando esforços do governo e do STF para reduzir a fragmentação dos recursos. Além disso, o texto mantém a possibilidade de individualização dessas emendas e define de forma ampla os projetos considerados estruturantes, permitindo alocações variadas que fogem ao objetivo original de maior transparência.

Por fim, o Senado rejeitou um destaque que obrigaria a destinação de ao menos 50% das emendas de comissão para a saúde, enfraquecendo uma tentativa de priorização de áreas essenciais. A Consultoria de Orçamentos do Senado alerta que as comissões temáticas podem se tornar meras carimbadoras, enquanto lideranças partidárias continuam decidindo para onde os recursos vão, favorecendo parlamentares influentes sem identificação pública.

A aprovação do projeto reforça o controle do Congresso sobre o orçamento público, mas levanta questões sobre transparência e fiscalização. O texto ainda precisa da aprovação da Câmara, e sua implementação será um teste para o equilíbrio entre os poderes e a gestão eficiente dos recursos públicos no Brasil.

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