Política

TV INTERATIVA

Testemunhas podem incriminar Picarelli

Ex-funcionários de emissora podem confirmar relação de deputado com emissora de TV

DA REDAÇÃO

23/11/2016 - 07h00
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No pedido de abertura de investigação protocolado ontem, no Ministério Público Federal (MPF), contra o deputado estadual Maurício Picarelli (PSDB), o advogado Laércio Arruda Guilhem solicitou a inquirição de cinco funcionários demitidos da TV Interativa (antigo nome fantasia da TV Guanandi); o afastamento imediato do parlamentar da emissora e o encaminhamento de ofício à Assembleia Legislativa, para instauração de procedimento ético, visando a cassação do mandato de Picarelli. A representação proposta por Laércio acusa o deputado do PSDB de infringir a Constituição Federal (CF) ao exercer a função de diretor da TVi ao mesmo tempo em que tem cargo parlamentar.

“No artigo 54 da CF, diz expressamente que deputados e senadores não podem firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público”, destacou o advogado. 

Além da Constituição Federal, o artigo 38 do Código Brasileiro de Telecomunicações, aponta, em seu parágrafo primeiro, que não pode exercer a função de diretor ou gerente concessionária, permissionária ou autorizada de serviço de radiodifusão quem esteja no gozo de imunidade parlamentar ou de foro especial. A penalidade, ressaltou Laércio, para aqueles que transgridem essas regras é a perda do mandato. 

Anteriormente, Picarelli declarou não ser diretor da TVi. Ele disse ter conhecimento de que não pode ser diretor de concessionária de serviço público e, ao mesmo tempo, ser parlamentar. “Eu sei que se eu fosse eu não poderia ser deputado. Sou formado em jornalismo e rádio e estou excedendo minha profissão”, afirmou. 

Entretanto, conforme o advogado, as ações do deputado do PSDB no canal de televisão mostram “exatamente o contrário”. “Essa falaciosa alegação, sem sombra de dúvidas, configurará falseamento da verdade, pois há provas incontestes de que o deputado estadual é de fato, o administrador da emissora, tanto que demitiu diversos funcionários”, declarou.

Como testemunhas da conduta de Picarelli na administração da TV Interativa foram apresentados na representação: Eduardo Arão Furtado Junior, Erika Cristina Bertoni Furtado, Mirian Avancini, Lean Sartori e Ronaldo Garcia. Eles foram demitidos de suas funções  e se colocaram à disposição para prestar informações “sobre o poder de gestão do deputado”.

Diante destes fatos, o advogado  pediu ao procurador-chefe da República em Mato Grosso do Sul, Emerson Kalif Siqueira, a instauração de procedimento para apurar irregularidades do parlamentar. O advogado ainda propôs abertura de ação civil pública pedindo o afastamento de Picarelli da televisão e o envio de ofício à Assembleia, para instauração de processo ético contra o parlamentar para cassação de seu mandato. 

Agora, com o pedido de apuração protocolado no MPF, caberá ao órgão decidir se abre ação civil pública contra o deputado estadual pedindo o afastamento dele da televisão, a reparação de danos morais difusos, bem como a cassação da outorga de exploração do canal regional de televisão — TV Interativa. 

Política

Cármen Lúcia vota pela confirmação da cassação de Zambelli e conclui placar da Primeira Turma

Com a manifestação da ministra, o colegiado tem quatro votos e conclui o julgamento

12/12/2025 19h00

Crédito: LULA MARQUES/ AGÊNCIA BRASIL

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A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, também votou para que a Primeira Turma da Corte confirme a decisão que decretou a perda do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP) - condenada a um total de 15 anos de prisão em duas ações penais. Com a manifestação da ministra, o colegiado tem quatro votos e conclui o julgamento chancelando também a anulação da decisão da Câmara dos Deputados que tentou salvar Zambelli.

Assim como o relator, Alexandre de Moraes, e os colegas Flávio Dino e Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia apontou inconstitucionalidade na votação da Câmara que tentou poupar o mandato da bolsonarista.

A ministra destacou a impossibilidade de Zambelli exercer seu cargo como deputada vez que foi condenada a prisão em regime fechado, lembrando que, por essa razão, é estabelecida a perda automática do mandato como decorrente da sentença condenatória.

"A condenação a pena que deva ser cumprida em regime fechado, como se dá na espécie vertente, relativamente a Carla Zambelli Salgado de Oliveira, impede que ela sequer se apresente, sendo fática e juridicamente impossível ela representar quem quer que seja. A manutenção do mandato deixaria o representado - o povo que elege - sem representação, pela impossibilidade de comparecimento para o exercício do cargo pelo que tinha sido eleito", destacou a ministra.

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Política

De olho em 2026, Botelho e Tebet articulam uso de terras da União para destravar obras em MS

Encontro teve como foco destravar ativos imobiliários federais para acelerar a habitação popular e a reforma agrária no estado

12/12/2025 16h00

Divulgação

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O superintendente do Patrimônio da União em Mato Grosso do Sul (SPU/MS), Tiago Botelho (PT), reuniu-se na quarta-feira (11), em Brasília, com a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB). O encontro teve como foco destravar ativos imobiliários federais para acelerar duas frentes sensíveis no estado: habitação popular e reforma agrária.

O encontro em Brasília carrega forte componente político. Segundo Botelho, a expectativa é preparar um pacote de entregas robusto para uma visita do presidente Lula a Mato Grosso do Sul, prevista para o primeiro trimestre de 2026. 

A agenda serviria como contraponto político em um estado majoritariamente ligado ao agronegócio conservador, apostando em obras estruturantes para disputar a narrativa local.

A articulação busca dar celeridade ao programa "Imóvel da Gente", transformando terrenos ociosos da União em canteiros de obras para o Minha Casa, Minha Vida. Botelho apresentou a Tebet um mapeamento de áreas em municípios estratégicos, visando ampliar o estoque de moradias antes do início das vedações eleitorais do próximo ano.

"Precisamos avançar, pois o déficit habitacional é muito grande", argumentou Botelho, citando números da gestão Lula 3. O superintendente também tocou em um ponto nevrálgico para a política do Centro-Oeste: a reforma agrária. A estratégia é utilizar áreas da União já identificadas, dependendo apenas de estudos de viabilidade do Incra, para evitar conflitos fundiários e acelerar assentamentos.

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