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DEMOCRACIA

Durante acareação no Supremo, Cid reitera acusações contra Braga Netto

Os dois ficaram frente a frente para confrontar pontos divergentes dos depoimentos que prestaram anteriormente na ação da trama golpista

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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, mantiveram suas versões nesta terça-feira, 24, durante acareação no Supremo Tribunal Federal (STF). Os dois ficaram frente a frente para confrontar pontos divergentes dos depoimentos que prestaram anteriormente na ação da trama golpista.

As principais divergências giram em torno de dois episódios: uma reunião na casa do ex-ministro, em Brasília, no dia 12 de novembro de 2022, e a suposta entrega de dinheiro por Braga Netto para financiar um plano de prisão e execução de autoridades.

Sobre este ponto, Cid alega ter recebido uma caixa de vinho com dinheiro das mãos do general no Palácio da Alvorada. Os recursos seriam usados para bancar os acampamentos em frente aos quartéis do Exército, segundo o tenente-coronel. Braga Netto nega ter entregado dinheiro ao ex-ajudante de ordens.

Lacrada

Ontem, o ex-ajudante de ordens afirmou que a sacola estava lacrada e que não chegou a ver o dinheiro, mas que o próprio Braga Netto afirmou que a quantia deveria ser usada para bancar os acampamentos. Ele afirmou que calculou o valor aproximado pelo peso da sacola, mas que em momento nenhum ela foi aberta.

Cid também afirmou que não mencionou a transação no primeiro depoimento porque ainda estava em "choque" após as prisões de antigos aliados na investigação.

Questionado pela defesa de Braga Netto sobre o local exato da entrega do dinheiro, ele não soube responder. Disse que poderia ter sido em uma das três áreas onde mais transitava no Palácio do Alvorada: a garagem privativa, a sala da ajudância de ordens ou o estacionamento ao lado da piscina.

"Também indagado pelo advogado do réu Braga Netto, o réu colaborador disse se recordar que o dinheiro foi recebido pela manhã, sem exatamente lembrar o horário, e que a entrega não foi presenciada por mais ninguém e que não possui provas materiais do recebimento do dinheiro", diz um trecho da ata da acareação.

Reunião

Sobre a reunião na casa de Braga Netto, Cid reiterou na acareação que os militares se reuniram para conversar sobre a "insatisfação" com o resultado das eleições. Enquanto o delator afirma que o encontro na casa do ex-ministro foi previamente agendado para debater medidas contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Braga Netto alega que o tenente-coronel apareceu de surpresa em seu apartamento funcional, em Brasília, acompanhado dos coronéis Hélio Ferreira Lima e Rafael Martins de Oliveira, das Forças Especiais do Exército, os chamados "kids pretos".

O tenente-coronel alega que não acompanhou o teor das conversas porque saiu antes do fim do encontro para preparar uma reunião para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Já Braga Netto disse que os coronéis foram apenas cumprimentá-lo e que todos foram embora juntos.

Mudança de versão

A defesa de Braga Netto questionou Mauro Cid ontem a respeito da alteração em sua versão sobre a reunião. No primeiro depoimento à Polícia Federal, ele declarou que a reunião na casa do ex-ministro ocorreu apenas porque Rafael Martins queria "tirar uma foto" com o general.

O tenente-coronel justificou que, em um primeiro momento, "pareceu que a reunião era mais uma no sentido de mostrar a insatisfação contra o resultado das eleições". "Porém que não passaria de mais uma bravata." Cid alegou que percebeu que o encontro era "algo mais sério" quando tomou conhecimento do plano "Punhal Verde e Amarelo", que previa a execução de autoridades como Lula, Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

A audiência não foi gravada por determinação de Moraes, relator do caso, para "evitar pressões indevidas, inclusive por meio de vazamentos pretéritos do que seria ou não perguntado aos corréus".

A audiência durou cerca de 1h30. O advogado José Luís Oliveira Lima, que representa Braga Netto, disse que vai oficiar a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por violação às prerrogativas da defesa, porque Moraes não permitiu a gravação da audiência, que foi fechada à imprensa. "Todos mantiveram (as falas originais), Mauro Cid se contradisse mais ainda", disse Lima. "É uma pena que não tenha imagem, porque o general Braga Netto em duas oportunidades afirmou que o senhor Mauro Cid, que permaneceu durante todo o ato com a cabeça baixa, é mentiroso, e (Cid) não negou quando teve oportunidade de falar", disse o advogado após a audiência.

A acareação foi autorizada na semana passada por Moraes a pedido da defesa do general Braga Netto.

Sem desconto

Senador é alvo da PF em operação contra roubalheira no INSS

Weverton Rocha (PDT-MA), que é vice-líder do Governo no Senado, foi um dos principais alvos da operação que também prendeu o filho do "Careca do INSS"

18/12/2025 07h30

Mandados de busca foram realizados na residência do senador Weverton Rocha, do PDT do Maranhão

Mandados de busca foram realizados na residência do senador Weverton Rocha, do PDT do Maranhão

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O senador Weverton Rocha (PDT-MA) é um dos principais alvos da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada na manhã desta quinta-feira (18) pela Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU). Weverton é suspeito de ter realizado negócios com alvos investigados pelos desvios, segundo o Estadão. A polícia cumpre busca e apreensão na residência do senador.

Romeu Carvalho Antunes, filho mais velho e sócio do empresário Antônio Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", é outro alvo e foi preso na operação. De acordo com o jornal, além de ter relação societária, ele tinha autorização para movimentar as contas de uma das empresas foi do pai que é suspeita de envolvimento nas fraudes em aposentadorias. O "Careca do INSS" está preso desde setembro.

A operação também cumpriu um mandado de prisão domiciliar e afastamento do atual número dois do Ministério da Previdência Social, Adroaldo Portal. Ele é jornalista e já trabalhou no gabinete de Weverton.

O advogado Éric Fidelis, filho do ex-diretor do INSS André Fidelis, também é alvo de buscas. A Operação Sem Desconto investiga um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Nesta quinta-feira, estão sendo cumpridos 52 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As ordens judiciais são cumpridas nos estados de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão, além do Distrito Federal.

Segundo a PF, as ações desta nova fase buscam "aprofundar as investigações da Operação Sem Desconto e esclarecer a prática dos crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa, estelionato previdenciário e atos de ocultação e dilapidação patrimonial".
 

sbt news

Lula diz que quer campanha 'civilizada' em 2026 e que já tem candidato em SP

O presidente afirmou que não pode escolher o adversário favorito, mas que está preparado para enfrentar os cotados a disputar a Presidência pelo campo da direita

16/12/2025 07h40

Depois de participar de evento de inauguração do jornal, o SBT News exibiu entrevista com o presidente Lula nesta segunda-feira

Depois de participar de evento de inauguração do jornal, o SBT News exibiu entrevista com o presidente Lula nesta segunda-feira

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em entrevista ao SBT News veiculada nesta segunda-feira, 15, que quer participar de uma campanha "civilizada, num alto nível e com debate altamente democrático" na disputa pelo Palácio do Planalto em 2026. O presidente afirmou ainda que já possui candidatos ao governo e de São Paulo e de Minas Gerais, além de postulantes ao Senado dos dois Estados.

"Eu espero que seja campanha civilizada, num alto nível, com debate altamente democrático porque é preciso tirar o Brasil do ódio que ele está. A campanha política poderá servir para que a gente faça a política voltar a ser respeitada, as instituições fortalecidas e a democracia seja a grande ganhadora", afirmou Lula.

Sobre São Paulo e Minas, Lula disse que é cedo para apontar os nomes dos candidatos da preferência dele. Segundo o presidente, apesar de ter os candidatos, é preciso que eles aceitem participar da campanha. Um caso emblemático é o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que resiste a ser o candidato ao governo de Minas apoiado pelo petista.

"Acho que é muito cedo para você definir as coisas sobre as eleições que vão se dar em outubro de 2026. Eu tenho todo o tempo do mundo para tentar fazer as articulações que preciso fazer. Obviamente que eu já tenho candidato a governador de São Paulo, tenho candidato a senador por São Paulo, já tenho candidato em Minas Gerais. Mas aqueles que eu quero podem não querer ser", disse Lula.

O presidente afirmou ainda não pode escolher o adversário favorito, mas que está preparado para enfrentar de uma só vez os cotados a disputar a Presidência pelo campo da direita. Confiante, Lula disse que a reeleição dele é a "única certeza" que possui.

"Eu estou preparado para disputar com todos eles de uma vez só. Tenho coisas para anunciar para o povo brasileiro, tenho uma prestação de contas ao povo brasileiro que eu duvido que outro presidente tenha. (...) Alguns poderão fazer promessas, eu vou mostrar a fotografia real das coisas que eu encontrei nesse País e das coisas que nós fizemos nesse País", disse o presidente.

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