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Entenda por que as bets atraem tantos influencers e podem ser usadas para lavar dinheiro

Nos primeiros sete meses do ano, 25 milhões de brasileiros começaram a fazer apostas online, cerca de 3,5 milhões de novos inscritos por mês

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As apostas esportivas foram liberadas no Brasil em dezembro de 2018, no fim do governo Michel Temer (MDB), com a indicação de que o Ministério da Fazenda faria a regulamentação da categoria em até quatro anos. O prazo se passou e nada foi feito até dezembro de 2023, quando o governo Lula (PT) editou a lei 14.790, dando início ao processo de regulação.

Durante esse período, segundo especialistas ouvidos pela Folha, as casas de apostas online ficaram livres para atuar no país, mas sem obrigações legais, favorecendo a realização de atividades ilícitas, como combinação de resultados, sites fraudulentos, propagandas enganosas e lavagem de dinheiro.

Nesta quarta-feira (4), a advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra foi presa no Recife, na operação Integration, suspeita de participação em esquema criminoso. A acusação contra ela não foi detalhada pelos investigadores e o caso está em segredo de Justiça. Nas redes sociais, disse ser vítima de perseguição e injustiça.

Um dos pontos comuns a essas bets, como as casas de apostas são conhecidas, é o uso de influenciadores digitais, ex-jogadores e artistas como garotos-propaganda, para passar confiança aos usuários e melhorar a imagem das marcas.

Para o advogado José Francisco Manssur, sócio do escritório CSMV Advogados, que atuou como assessor especial da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda na elaboração das regras para o setor de apostas, o principal motivo para as bets atraírem tantos influencers é o grande volume de dinheiro que gira no mercado de apostas.

Levantamento do Instituto Locomotiva, realizado entre os dias 3 e 7 de agosto, mostra que nos primeiros sete meses do ano 25 milhões de brasileiros começaram a fazer apostas online, cerca de 3,5 milhões de novos inscritos por mês.

O alto faturamento das bets faz com que essas casas paguem muito mais do que qualquer outro produto aos influencers para fazer propaganda. Além disso, muitas vezes também os colocam em condição de afiliado: se o apostador que entrar pela primeira vez declarar que viu o anúncio no influenciador tal, esse influenciador também ganha.

Gustavo Scandelari, coordenador do núcleo criminal da Dotti Advogados, destaca que a atividade de influenciador digital não é regulamentada de maneira detalhada no Brasil, o que os deixa livres para atuar na divulgação das bets.

"Não existe uma legislação criminal para os influenciadores. Essa liberdade normativa é uma lacuna legislativa que o Brasil tem de suprir", diz.

As bets ainda são alvo de investigações policiais que tentam coibir as ações ilegais nas casas que ainda não aderiram totalmente à lei 14.790, de dezembro de 2023, que estabeleceu as obrigações para a existência das apostas esportivas e jogos online no Brasil. A lei já está em vigor, mas as empresas têm anistia para se adequar até 1º de janeiro de 2025.

Dessa forma, ainda existem casos de lavagem de dinheiro, como o investigado na operação que prendeu Deolane Bezerra.

Até 2022, antes da lei 14.790, era possível apostar usando um CPF falso ou criar jogos fantasmas, quando o apostador criava jogos inexistentes na plataforma online e depois jogava contra ele mesmo. Assim, o dinheiro adquirido de forma ilícita, como em tráfico de drogas e jogos ilegais, teria uma origem lícita depois da aposta.

Outra maneira de lavagem é fazer apostas pulverizadas em vários clubes e resultados diferentes. Essa pessoa está sujeita a perder dinheiro, mas ela acaba ganhando de 50% a 60% do total. Então, ela esquenta esse valor ao declarar que ganhou nas apostas.

Thiago Bottino, professor da faculdade de direito da FGV (Fundação Getulio Vargas), explica que uma das características da lavagem de dinheiro é que ela sempre vai ser feita onde há alguma atividade lícita. Portanto, as casas de apostas seriam um terreno fértil para a prática, afirma.

"É um negócio barato. Pode ser feito online, sem muito investimento, e suas sedes, muitas vezes, estão em paraísos fiscais", diz Bottino.

(Informações da Folhapress)

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Senador é alvo da PF em operação contra roubalheira no INSS

Weverton Rocha (PDT-MA), que é vice-líder do Governo no Senado, foi um dos principais alvos da operação que também prendeu o filho do "Careca do INSS"

18/12/2025 07h30

Mandados de busca foram realizados na residência do senador Weverton Rocha, do PDT do Maranhão

Mandados de busca foram realizados na residência do senador Weverton Rocha, do PDT do Maranhão

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O senador Weverton Rocha (PDT-MA) é um dos principais alvos da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada na manhã desta quinta-feira (18) pela Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU). Weverton é suspeito de ter realizado negócios com alvos investigados pelos desvios, segundo o Estadão. A polícia cumpre busca e apreensão na residência do senador.

Romeu Carvalho Antunes, filho mais velho e sócio do empresário Antônio Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", é outro alvo e foi preso na operação. De acordo com o jornal, além de ter relação societária, ele tinha autorização para movimentar as contas de uma das empresas foi do pai que é suspeita de envolvimento nas fraudes em aposentadorias. O "Careca do INSS" está preso desde setembro.

A operação também cumpriu um mandado de prisão domiciliar e afastamento do atual número dois do Ministério da Previdência Social, Adroaldo Portal. Ele é jornalista e já trabalhou no gabinete de Weverton.

O advogado Éric Fidelis, filho do ex-diretor do INSS André Fidelis, também é alvo de buscas. A Operação Sem Desconto investiga um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Nesta quinta-feira, estão sendo cumpridos 52 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As ordens judiciais são cumpridas nos estados de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão, além do Distrito Federal.

Segundo a PF, as ações desta nova fase buscam "aprofundar as investigações da Operação Sem Desconto e esclarecer a prática dos crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa, estelionato previdenciário e atos de ocultação e dilapidação patrimonial".
 

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Lula diz que quer campanha 'civilizada' em 2026 e que já tem candidato em SP

O presidente afirmou que não pode escolher o adversário favorito, mas que está preparado para enfrentar os cotados a disputar a Presidência pelo campo da direita

16/12/2025 07h40

Depois de participar de evento de inauguração do jornal, o SBT News exibiu entrevista com o presidente Lula nesta segunda-feira

Depois de participar de evento de inauguração do jornal, o SBT News exibiu entrevista com o presidente Lula nesta segunda-feira

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em entrevista ao SBT News veiculada nesta segunda-feira, 15, que quer participar de uma campanha "civilizada, num alto nível e com debate altamente democrático" na disputa pelo Palácio do Planalto em 2026. O presidente afirmou ainda que já possui candidatos ao governo e de São Paulo e de Minas Gerais, além de postulantes ao Senado dos dois Estados.

"Eu espero que seja campanha civilizada, num alto nível, com debate altamente democrático porque é preciso tirar o Brasil do ódio que ele está. A campanha política poderá servir para que a gente faça a política voltar a ser respeitada, as instituições fortalecidas e a democracia seja a grande ganhadora", afirmou Lula.

Sobre São Paulo e Minas, Lula disse que é cedo para apontar os nomes dos candidatos da preferência dele. Segundo o presidente, apesar de ter os candidatos, é preciso que eles aceitem participar da campanha. Um caso emblemático é o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que resiste a ser o candidato ao governo de Minas apoiado pelo petista.

"Acho que é muito cedo para você definir as coisas sobre as eleições que vão se dar em outubro de 2026. Eu tenho todo o tempo do mundo para tentar fazer as articulações que preciso fazer. Obviamente que eu já tenho candidato a governador de São Paulo, tenho candidato a senador por São Paulo, já tenho candidato em Minas Gerais. Mas aqueles que eu quero podem não querer ser", disse Lula.

O presidente afirmou ainda não pode escolher o adversário favorito, mas que está preparado para enfrentar de uma só vez os cotados a disputar a Presidência pelo campo da direita. Confiante, Lula disse que a reeleição dele é a "única certeza" que possui.

"Eu estou preparado para disputar com todos eles de uma vez só. Tenho coisas para anunciar para o povo brasileiro, tenho uma prestação de contas ao povo brasileiro que eu duvido que outro presidente tenha. (...) Alguns poderão fazer promessas, eu vou mostrar a fotografia real das coisas que eu encontrei nesse País e das coisas que nós fizemos nesse País", disse o presidente.

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