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CRIME ORGANIZADO

Morre motorista de aplicativo atingido durante ataque no aeroporto de Guarulhos

Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos, foi atingido nas costas por um tiro de fuzil e ficou internado na UTI do Hospital Geral de Guarulhos.

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Morreu na noite de sábado (9) o motorista de aplicativo que foi atingido durante o ataque no terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos na sexta (8).

A morte de Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos, foi confirmada pela Polícia Civil. Ele foi atingido nas costas e ficou internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Geral de Guarulhos.

O alvo dos disparos era o empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, 38, que morreu no local e havia sido jurado de morte pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Ele era suspeito de ter ordenado o assassinato de dois integrantes do grupo, e tinha fechado um acordo de delação premiada.

Além do motorista de aplicativo, que não possuía relação com o alvo do ataque, outra pessoa atingida permanece no Hospital Geral. Uma mulher de 28 anos também ficou ferida durante a ação, mas foi liberada após atendimento médico.

Segundo familiares, Celso estava no terminal 2 porque aquele era seu ponto preferido do aeroporto para pegar passageiros. Ele trabalhava como motorista de aplicativo havia dez anos, disse sua mulher, Simone Dionízia Fernandes Novais.

Ela contou para a reportagem a rotina do marido, que saía para trabalhar todos os dias às 7h. Pai de três filhos homens de 20, 13 e 3 anos, ele retornava para casa apenas ao cair da noite, por volta das 22h. "Tinha que brigar com ele para voltar. Às vezes nem comer ele comia, ligava para saber se havia almoçado" disse Simone.

Ele respondia que tinha contas a pagar, por isso o excesso de trabalho.

O filho mais novo do casal foi adotado quando tinha seis meses, e era muito apegado ao pai, disse a mulher. "Amor de alma".
Ela lembrou a felicidade diária do marido, principalmente ao cozinhar, algo que era aguardado pela família. "Ele adorava cozinhar, a gente fazia festa".

Segundo o colega de trabalho e amigo de Celso Vinícius Bernardi, 34, o motorista trabalhava atendendo passageiros em toda região de São Paulo. Ele foi atingido nas costas e perdeu um rim e metade do fígado devido ao ferimento causado por uma bala de fuzil.

Celso chegou a enviar um vídeo para a esposa de dentro da ambulância para avisar que tinha sido baleado.

Simone disse que depois de receber o vídeo, tentou falar com o marido, mas não conseguiu. Um amigo dele que o acompanhou na ambulância contou para ela o que tinha acontecido. Quando ela chegou ao hospital, ele já estava inconsciente.

Celso perdeu muito sangue e chegou a passar por uma cirurgia antes da morte ser confirmada.

Simone e outros familiares compareceram ao ao Instituto Médico Legal de Guarulhos neste domingo (10) para liberar o corpo. O enterro deve acontecer nesta segunda (11).

A irmã de Celso, Juliana Araújo Sampaio de Novais, 43, disse que assistia à TV quando soube de uma pessoa baleada em Guarulhos. Ela se preocupou por saber que o motorista ficava naquela região.

Ela e a mãe enfrentaram mais de 20 horas de viagem de ônibus. Chorando, ela disse que os familiares não tiveram nenhum amparo do poder público.

A mesma tristeza, classificada como revolta, tomava a esposa. "Não recebi nenhum telefonema". Ela afirmou que enquanto davam destaque para a morte de Gritzbach, se esqueciam de um trabalhador internado.

Em nota, o DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção a Pessoa) disse investigar as mortes. Até o momento, não há informações sobre prisões relacionadas ao caso, nem suspeitos identificados.
 

Gritzbach era escoltado por policiais militares quando aconteceu o ataque. Eles prestaram depoimento à Polícia Civil e foram afastados das atividades operacionais durante as investigações.

Os agentes prestavam serviço de segurança particular ao empresário.

Os dois carros utilizados pela escolta da vítima e um terceiro, supostamente usado pelos atiradores, foram apreendidos e passaram por perícia, assim como os celulares dos integrantes da escolta e da namorada do empresário.
 

(Informações da Folhapress)

Brasil

Modalidades e federações ajustam protocolos para diminuir concussões

Morte de Maguila, há um mês, reavivou debate sobre lesões cerebrais

25/11/2024 21h00

Modalidades e federações ajustam protocolos para diminuir concussões

Modalidades e federações ajustam protocolos para diminuir concussões Divulgação

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A morte de José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, completou um mês no último domingo (24). O falecimento do ex-pugilista, aos 66 anos, trouxe novamente à tona as discussões sobre a Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), doença degenerativa com a qual o campeão mundial de boxe conviveu por quase duas décadas, que atinge as células cerebrais por meio de impactos repetidos na cabeça. O avanço dos estudos a respeito da patologia, auxiliado pela doação de cérebros, tem levado o esporte a desenvolver protocolos para minimizar os traumas.

“Hoje em dia, em escolinhas de futebol dos Estados Unidos, as crianças não treinam cabeceio até uma certa idade”, relatou à Agência Brasil a coordenadora do Departamento Científico de Traumatismo Cranioencefálico da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Maria Elisabeth Ferraz.

“Evitar o cabeceio precoce na escolinha, no recreacional, é uma ótima medida [de prevenção]. Para que ficar submetendo a criança ao cabeceio desde pequena? Mesmo para quem faz boxe ou outras artes marciais, não é necessário chegar às vias de fato no treino. Por que ficar chutando ou dando soco na cabeça se é apenas o treino do movimento? Deve-se evitar esse tipo de coisa o máximo possível, ou pelo menos oferecer a informação de que traumatismo recorrente na cabeça pode levar a esses eventos [ETC], para que a pessoa, de posse da informação, escolha o que fazer”, completou a médica neurologista.

A Agência Brasil procurou algumas instituições esportivas para saber como funciona o protocolo de concussão. Uma delas foi o Comitê Olímpico do Brasil (COB). Segundo Rodrigo Sasson, médico da entidade, o COB segue o modelo chamado SCAT (sigla em inglês para Ferramenta de Avaliação de Concussão Esportiva), também padrão no Comitê Olímpico Internacional (COI) e na Federação Internacional de Futebol (Fifa).

“[O protocolo] começa com a estratificação. A gente tem o basal [quantidade de energia necessária para manutenção das funções vitais] de todos os atletas, avaliação de coordenação motora, reflexo, memória. Existem até protocolos de prevenção de preparação muscular da região cervical. Esse protocolo é revisto anualmente. A última revisão foi antes [dos Jogos Olímpicos] de Paris [França]”, explicou Sasson.

O SCAT também é a ferramenta utilizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). De acordo com o médico-chefe, Hesojy Gley, a entidade segue as orientações relacionadas à prevenção do segundo dano da concussão, que pode causar um dano cerebral grave. O especialista, porém, destacou que o esporte adaptado tem características peculiares para avaliação dos atletas.

“Uma das maiores dificuldades é no esporte para cegos, como o futebol. Aquelas características que dependem de estímulo visual não podem ser utilizadas. É fundamental que a equipe multidisciplinar conheça a dinâmica motora de cada atleta, para que, quando houver um trauma na cabeça, tenha-se o diagnóstico da concussão. Que se possa avaliar, além do risco de concussão aguda, se o atleta perdeu valências, características finas, neurológicas, que denotam uma concussão mais grave ou ainda não recuperada”, detalhou Gley.

“Essa preocupação foi mais levada à tona nos Jogos de Tóquio [Japão, em 2021], nos quais a própria Ibsa [sigla em inglês para Federação Internacional de Esporte para Cegos] adicionou uma substituição por concussão [no futebol de cegos]. O atleta com diagnóstico de concussão dado pelo médico é obrigado a ficar três minutos fora. Se ele mesmo voltar a campo, a substituição [são permitidas seis trocas por tempo de jogo a cada time] não conta”, emendou.

Um dos esportes com mais risco de impacto craniano é o rugby, devido à possibilidade de choques em alta velocidade. Conforme Lúcia Deibler, diretora médica do Programa de Bem-Estar do Jogador na Confederação Brasileira (CBRu), a modalidade trabalha junto à NFL (principal liga de futebol americano do mundo) para potencializar estudos e comparar dados na área de concussão. A pauta, segundo ela, integra uma das forças-tarefa da World Rugby (federação internacional) na área de saúde.

“Hoje, sabemos que o jogador tackleado [que está com posse da bola e sofre o tackle, ou seja, é derrubado pelos adversários] sofre menos concussão do que o tackleador [atleta que realiza o tackle]. Por isso, a gente vem com algumas leis e regras para baixar o nível do tackle o máximo possível. Também sabemos que são três os mecanismos básicos que resultam em concussão: contado direto na cabeça, em outra área do corpo ou simplesmente a mudança de direção”, descreveu Lúcia, que participou recentemente da conferência médica anual da World Rugby em Lisboa (Portugal).

“Dentro desses estudos, temos duas ações básicas quando se identifica ou há suspeita de concussão. A primeira é o reconhecer e remover: o atleta sai do treino ou jogo e não retorna até que se executem os 21 dias do protocolo de retorno. Outro sistema é o HIA [head injury assessment, ou avaliação de lesão na cabeça, na tradução literal do inglês], realizado em quatro estágios: imediatamente após a lesão, dois dias após a partida, entre 36 e 48 horas do evento e quando está para o atleta retornar”, continuou a médica.

E no futebol? A International Football Associação Board (Ifab), entidade responsável pelas regras da modalidade, aprovou, em março, um novo protocolo de concussão, que, por aqui, já foi adotado a partir das Séries A e B do Campeonato Brasileiro masculino. A medida autoriza uma substituição extra à equipe que teve o jogador atingido na cabeça. Um cartão de cor vermelha deve ser entregue ao quarto árbitro por alguém do banco. A saída de um atleta por trauma cerebral dá direito, ao time adversário, de também realizar uma troca extra.

Segundo o protocolo utilizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no caso de atletas de mesma equipe se chocarem e ambos terem identificados sintomas de concussão, a substituição extra se aplica a somente um deles. A recomendação é que o outro seja retirado da partida utilizando uma das cinco trocas permitidas normalmente.

“Os protocolos, certamente, têm estado cada vez melhores e, aos poucos, vêm sendo implementados no dia a dia do nosso esporte profissional. Nos EUA, hoje em dia, eles são muito mais rígidos. Não é aquilo de ‘sai um pouco, joga um soro gelado e volta’. O indivíduo é afastado e passa por avaliações. Dependendo do quadro e das queixas, pode fazer exames de imagem, testes neuropsicológicos e avaliações repetidas até que, de fato, esteja assintomático e seja autorizado a voltar a prática esportiva aos poucos”, concluiu Maria Elisabeth Ferraz, da ABN.

Brasil

MP adia R$ 1,3 bi de repasses da Lei Aldir Blanc para 2024

Relatório de Receitas e Despesas confirmou corte

25/11/2024 20h00

MP adia R$ 1,3 bi de repasses da Lei Aldir Blanc para 2024

MP adia R$ 1,3 bi de repasses da Lei Aldir Blanc para 2024 Agência Brasil

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O governo adiou o repasse para projetos de fomento à cultura e cortou R$ 1,3 bilhão da Lei Aldir Blanc previstos para este ano. A Medida Provisória 1.274, publicada em edição extraordinária no Diário Oficial da União da última sexta-feira (22), formalizou a mudança para este ano.

Desde o início da vigência da lei, a União transferiu R$ 3 bilhões para projetos financiados pela Lei Aldir Blanc. Diante da baixa execução dos projetos, o governo decidiu não transferir mais R$ 3 bilhões previstos para este ano. Com vigência imediata, a MP foi assinada pela ministra da Cultura, Margareth Menezes.

A Lei Aldir Blanc prevê o repasse de R$ 15 bilhões por cinco anos a partir de 2023, totalizando cinco parcelas de R$ 3 bilhões. A medida provisória alterou o texto da lei, estabelecendo que a execução será de “até R$ 3 bilhões” por ano, condicionando as futuras transferências à execução dos projetos culturais por estados e municípios. O valor total de R$ 15 bilhões está mantido, mas os repasses agora serão diluídos ao longo dos cinco anos.

A MP foi editada pouco depois de o governo anunciar o bloqueio adicional de R$ 6 bilhões em gastos obrigatórios do Orçamento Geral da União. Sem o adiamento, o governo teria de cortar de R$ 7,3 bilhões.

O adiamento de R$ 1,3 bilhão apareceu no Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução do Orçamento e oficializa o bloqueio dos R$ 6 bilhões, dentro da rubrica “apoio financeiro a municípios e estados”, que teve uma redução total de R$ 976,2 milhões. Dessa forma, caso não tivesse havido o adiamento, o valor da rubrica teria aumentado em R$ 323,8 milhões.

O relatório apenas mencionou a edição da MP, sem detalhar os valores. “A redução refere-se à revisão do cronograma de dispêndios, por parte do Ministério da Cultura, tendo em vista a iminente publicação de Medida Provisória alterando os termos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, conforme informado por meio do Ofício nº 36/2024/CGOFC/SPOA/GSE/GM/MinC, de 22 de novembro de 2024”, informou o documento.

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