Brasil

CÂMERAS CORPORAIS

Seis empresas apontam fraude na escolha das câmeras da PM de SP

Além disso, empresas dizem que câmeras escolhidas permitem que os vídeos podem ser apagados, o que estaria contrariando o edital

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Seis empresas apresentaram recursos pedindo a anulação do processo de escolha da fornecedora das novas câmeras corporais da Polícia Militar de São Paulo, afirmando que houve descumprimento de regras e até indícios de fraude no processo.

O pregão eletrônico para a compra das novas câmeras teve a Motorola como vencedora, e a companhia passou por uma avaliação dos equipamentos no fim de junho.

As companhias afirmam que as câmeras corporais selecionadas pela PM não têm a autonomia de bateria suficiente, não são capazes de ler placas de automóveis conforme as exigências do edital, e que o sistema de gerenciamento dos arquivos permite a alguns usuários apagar imagens -o que também é vetado pelas regras do edital, além de ser um risco para investigações que dependem das imagens.

Os recursos apresentados pelas empresas foram noticiados inicialmente pelo site G1, e confirmados pela reportagem.

Questionada, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que "todas as amostras de testes para a prestação de serviços para a prova de conceito cumpriram os requisitos legais, técnicos e tecnológicos exigidos" e que "as denúncias são infundadas".

O QUE DIZ A MOTOROLA

A Motorola Solutions, responsável pelo desenvolvimento das câmeras, disse em nota que não comenta licitações em andamento, e que apresentará sua defesa no processo nesta terça (16).

"A Motorola Solutions tem orgulho de ser um fornecedor de tecnologia confiável para 100.000 clientes em mais de 100 países, ajudando a manter comunidades seguras em todo o mundo", diz a nota da empresa.

As empresas apresentaram os questionamentos após acompanharem a prova de conceito, etapa que avalia se os equipamentos cumprem os critérios exigidos em edital. Os recursos foram apresentados pelas empresas Interimagem, IPQ, Tronnix, Teletex, Teltex e BB Comércio e Instalação de Equipamentos Eletrônicos.

Mais de uma empresa apontou os mesmos problemas na prova, e algumas sugeriram inclusive que pode ter havido manipulação dos testes. Ao menos quatro delas apontaram que o gerenciamento de arquivos da Motorola tinha um botão "excluir" disponível a usuários logados como administradores no sistema. Elas apresentaram fotos da tela mostrando o botão.

A PM, no entanto, diz no termo de referência da licitação que "é vedada a exclusão manual de arquivos".

BATERIA FRACA

Vários concorrentes também apontaram problemas nos testes de bateria dos equipamentos. O edital exige que as baterias durem ao menos 12 horas de uso e 4 horas durante transmissões de vídeo (o modo live streaming). As empresa dizem que a Motorola não comprovou o cumprimento de nenhum dos requisitos.

No caso do teste de 12 horas, as empresas afirmam que o sistema de GPS das câmeras ficou desligado para economizar bateria. Elas apresentaram imagens das telas com a localização dos equipamentos que dois estavam faltando.

"Misteriosamente, as duas bodycams de teste de bateria, C07 e C08, que deveriam estar demonstrando o GPS ativo como os demais, estão com o sistema de georreferenciamento ora hibernando, ora simplesmente desligado", relatou a Interimagem.

"Essas ações foram claramente tomadas para economizar bateria e, assim, conseguir concluir a prova de conceito com carga."

Sobre o teste de bateria durante a transmissão de vídeo, a empresa Teletex afirmou que "o live streaming dessas COPs foi aberto no sistema da Motorola e apresentado ao público. Em seguida, ele foi fechado e reaberto apenas ao final das 4 horas. Ou seja, se o livestream não ficou aberto durante todo o período do teste, é impossível validar este item". Outras empresas relataram o mesmo.

Ao menos três empresas também relataram que a prova de conceito não demonstrou a leitura automática de placas de automóveis, especialmente placas com o padrão Mercosul. "Em nenhum momento o sistema capturou quaisquer placas", afirmou a BB Comércio e Instalação de Equipamentos. "A única captura ocorreu quando um dos agentes se aproximou de um veículo com placa antiga, e então o sistema capturou essa placa de maneira muito rápida e não houve qualquer checagem para analisar se a captura realizada estava correta."

Um dos recursos aponta que a própria Motorola admitiu que descumpriria outra exigência do edital, que é a identificação automática de armas de fogo. Essa informação está em um email enviado pela empresa à PM em dezembro de 2023, no qual informa que "a solução não consegue reconhecer armas de fogo, mochilas entre outros objetos que não sejam pessoas e veículos".

AVALIADOR

Concorrentes também questionaram a atuação de uma empresa, a Emiter, na prova de conceito.

A Tronnix relata que todos os testes foram conduzidoS pela empresa, e argumenta que, pelas regras de licitação do país, isso deveria ter sido feito por representantes do poder público.

Além da anulação do processo, algumas empresas também pedem o afastamento da Emiter da avaliação.

Questionamentos a licitações por concorrentes derrotados são comuns no Brasil. Os recursos apresentados pelas empresas se somam a outros questionamentos feitos à licitação por entidades da sociedade civil.

O edital lançado pela gestão Tarcísio faz alterações significativas em relação ao sistema atualmente em vigor, principalmente na forma como a gravação é feita. Hoje a corporação conta com pouco mais de 10 mil câmeras que gravam de forma ininterrupta, sem que o policial precise acioná-las. Ele pode apenas apertar um botão que melhora a qualidade da imagem e do áudio.

Com o novo edital, caberá ao policial ligar a câmera para que a gravação tenha início. Além disso, uma central também poderá fazer o acionamento caso ela perceba que o agente na rua descumpriu o protocolo e não ligou o equipamento.

Especialistas em segurança pública já apontaram que o novo modelo pode trazer prejuízos para futuras investigações, ao deixar sob responsabilidade dos policiais na rua a ligação do equipamento.

(INFORMAÇÕES DA FOLHAPRESS)

tarifaço

Brasil tem reservas para enfrentar decisões de Trump, diz Lula

"Mesmo o presidente Trump falando o que ele quer falar, o Brasil está seguro porque temos um colchão de US$ 350 bilhões", afirmou Lula

08/04/2025 07h36

O presidente Lula fez as declarações durnate evento promovido pela empresa Mercado Livre Brasil

O presidente Lula fez as declarações durnate evento promovido pela empresa Mercado Livre Brasil

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O Brasil tem reservas internacionais suficientes para enfrentar as decisões do governo Donald Trump, disse nesta segunda-feira (7) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante anúncio de investimentos do setor de logística em Cajamar (SP), Lula reiterou que a economia voltará a crescer mais que o previsto em 2025.

“Nós pagamos a dívida externa brasileira. Nós, pela primeira vez, fizemos uma reserva [internacional] de US$ 370 bilhões, o que segura este país contra qualquer crise. Mesmo o presidente Trump falando o que ele quer falar, o Brasil está seguro porque temos um colchão de US$ 350 bilhões, que dá ao Brasil e ao ministro da [Fazenda] Fernando Haddad uma certa tranquilidade”, disse Lula, em evento promovido pela empresa de comércio eletrônico Mercado Livre.

Segundo os dados mais recentes do Banco Central (BC), as reservas internacionais estavam em US$ 338,6 bilhões na última sexta-feira (7). No entanto, se contar os cerca de US$ 17 bilhões leiloados pelo BC desde o ano passado com compromisso de serem recomprados ao longo deste ano, o total sobe para US$ 355,6 bilhões.

Crescimento da economia

Durante o evento, o Mercado Livre anunciou investimentos de R$ 34 bilhões no Brasil apenas neste ano. Para o presidente, as apostas da empresa no país são justificadas porque a economia brasileira continuará a crescer acima do previsto neste ano, por causa de medidas recentes do governo para estimular o crédito e o consumo.

“Agora, as pessoas dizem: ‘A economia vai desacelerar, ela vai crescer menos’. E eu quero dizer para vocês, na frente dos trabalhadores do Mercado Livre, que a economia brasileira vai surpreender. Porque essa gente que fica discutindo o chamado mercado, essa gente que fica discutindo a economia não conhece o microcrédito funcionando, e o dinheiro chegando na mão de milhares e milhões de pessoas”, declarou Lula.

Segundo o presidente, a melhoria na economia já vem sendo percebida nos últimos anos, ao citar, como exemplo, que categorias profissionais tiveram reajuste salarial acima da inflação. "O salário mínimo já aumentou acima da inflação por dois anos consecutivos. O emprego voltou a crescer todo o ano. E o crédito está acontecendo com muita força nesse país, muita força”, destacou.

Desde que Donald Trump anunciou a aplicação de tarifas a produtos de outros países, chamado tarifaço, bolsas de valores de diversos país tiveram quedas. Para o presidente, o crescimento no Brasil não vai depender de outros países.

“Não depende de ninguém, não depende dos Estados Unidos, não depende da China, não depende da África, só depende de nós brasileiros”, disse.

“É isso que nós queremos: não queremos nada demais. Nós só queremos ser tratados com respeito, com dignidade, porque nós temos esse direito porque quem produz a riqueza desse país são vocês”, afirmou

Mercado Livre

Ao visitar o Centro de Logística do Mercado Livre, Lula abraçou funcionários da empresa e até colocou um pacote na esteira para ser encaminhado para entrega.

Ele esteve acompanhado de Fernando Yunes, vice-presidente sênior do Mercado Livre no Brasil, que explicou como será utilizado o aporte de R$ 34 bilhões neste ano. “É um aporte para conseguirmos avançar na nossa logística. Esse valor vai ser aportado tanto no Mercado Livre quanto no Mercado Pago e no marketing”, disse Yunes durante o evento.

Yunes também anunciou que a empresa vai contratar neste ano mais 14 mil pessoas, somando 50 mil funcionários no Brasil até o final deste ano. 

Estavam na comitiva os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho; e do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte do Brasil, Márcio França, além do prefeito de Cajamar, Kauãn Berto.

Fundado em 1999, o Mercado Livre é a companhia líder em e-commerce e serviços financeiros na América Latina, com operações em 18 países e mais de 84 mil funcionários diretos. A operação no Brasil representa 54% do total do negócio da empresa.

democracia

Bolsonaro diz que foi vítima de golpe na eleição de 2022

Manifestação em SP foi para pressionar a Câmara a cologar em votação o projeto que dá perdão aos condenados pelos atos do 8 de janeiro

07/04/2025 07h16

Secretaria de Segurança de SP estimou 600 mil pessoas, mas um aplicativo da USP apontou a presença de 44,9 mil pessoas

Secretaria de Segurança de SP estimou 600 mil pessoas, mas um aplicativo da USP apontou a presença de 44,9 mil pessoas

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Na primeira manifestação de rua após se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF) sob acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste domingo, 6, em São Paulo, que as acusações contra ele são fruto de perseguição política, atacou o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mandou recados ao Congresso sobre o projeto de anistia aos implicados no 8 de Janeiro.

Em um discurso de cerca de 25 minutos para apoiadores reunidos na Paulista, o ex-presidente afirmou que quem sofreu um golpe foi ele, ao ser derrotado na eleição de 2022, e que a manutenção de sua inelegibilidade em 2026 significaria "escancarar a ditadura no Brasil". Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Vamos falar quem deu golpe em outubro de 2022? Quem tirou Lula da cadeia? O cara condenado em três instâncias por corrupção, por lavagem de dinheiro, é tirado da cadeia. Quem descondenou o Lula para ele fugir da (Lei da) Ficha Limpa? Os mesmos", disse ele. "O golpe foi dado, tanto é que o candidato deles está lá."

O ex-presidente voltou a afirmar que seus adversários o querem "morto" e que sua saída do Brasil, em dezembro de 2022, sem reconhecer o resultado das urnas, foi medida de autoproteção.

"O golpe deles só não foi perfeito porque eu saí do Brasil em 30 de dezembro de 2022. Se eu estivesse no Brasil, seria preso na noite de 8 de janeiro, ou assassinado por esses mesmos que botaram esse vagabundo na Presidência. Estou no caminho deles. Se acham que vou desistir, fugir, estão enganados. O que os canalhas querem é me matar."

Aliados

O ato na Paulista para pressionar por uma anistia aos envolvidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023 contou com a presença de sete governadores, além de parlamentares e outros aliados.

Foram à Paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Jorginho Melo (PL-SC), Romeu Zema (Novo-MG), Wilson Lima (União Brasil-AM), Mauro Mendes (União Brasil-MT), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO).

A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), também marcaram presença.

Embora tenham, na época, condenado a destruição na Praça dos Três Poderes, Tarcísio, Caiado, Zema e Ratinho Jr., agora pré-candidatos em 2026, defenderam ontem uma anistia aos radicais.

"Quero prisão para assaltante, para quem rouba celular, para quem invade terra e para corrupto", disse Tarcísio em discurso. Segundo ele, se ovo, carne e outros alimentos estão caros, é porque Bolsonaro precisa voltar.

Ao chegar ao ato, Caiado afirmou que o 8 de Janeiro é indefensável, mas que as penas são desproporcionais. "É isso que estamos buscando: justiça, mas sem ser uma ação do Estado que venha punir como se fosse um gesto de vingança", disse o pré-candidato à Presidência em 2026.

Segundo o Monitor do Debate Público do Meio Digital, da USP, a manifestação de ontem reuniu cerca de 44,9 mil pessoas na Paulista.

O levantamento foi feito com base em fotos aéreas do momento de pico do ato, durante o discurso de Bolsonaro. Em fevereiro do ano passado, quando o ex-presidente também foi à Paulista pedir anistia, ele reuniu cerca de 185 mil manifestantes, conforme a mesma contagem da USP.

Já a Secretaria de Segurança Pública estimou 600 mil pessoas presentes. Neste ano, secretaria e Polícia Militar informaram que não haveria estimativa de público.

Após o ato esvaziado no mês passado, em Copacabana, no Rio, em que o mesmo grupo de pesquisa estimou público de 18,3 mil pessoas, bolsonaristas evitaram falar sobre a expectativa para São Paulo.

Batom

A manifestação foi marcada por referências à cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que pichou "Perdeu, mané", com batom, a estátua da Justiça, durante o 8 de Janeiro. Moraes propôs pena de 14 anos de prisão para ela, que está em prisão domiciliar.

Bolsonaro levou ao caminhão de onde discursou a mãe e a irmã da ré. "Não tenho adjetivo para qualificar quem condena uma mãe de dois filhos a pena tão absurda por um crime que ela não cometeu. Só um psicopata para falar que aquilo que aconteceu no dia 8 de janeiro foi tentativa armada de golpe militar", disse ele.

"A grande maioria do povo brasileiro entende as injustiças, e agora se socorre na nossa Câmara e no nosso Senado para fazer justiça. E a anistia é competência privativa do Congresso. Caso o projeto seja sancionado ou promulgado, vale a anistia. Estamos aqui impulsionados pelo episódio da Débora", declarou Bolsonaro

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) também discursou. Em alusão a Débora, ela convocou um "levante dos batons" por um perdão aos "presos injustiçados". A mulher de Bolsonaro disse que a cabeleireira deveria ser punida como um pichadora comum, a uma pena que não resultaria em prisão. "Não houve golpe", afirmou Michelle. "Não iremos desistir. Nosso Deus levantou Jair Messias Bolsonaro para cuidar da nossa Nação."

Câmara

Durante o ato, os manifestantes fizeram coro de "Fora, Moraes" e criticaram a condução da proposta de anistia pelo presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). Bolsonaro evitou esboçar reações.

O pastor Silas Malafaia, por sua vez, atacou o deputado e afirmou que Motta está "envergonhando o honrado povo da Paraíba" por não se empenhar a favor do projeto de lei da anistia. Na semana passada, pressionado pela bancada do PL, o presidente da Câmara pediu "equilíbrio" a ações "sem mesquinhez"

Segundo o Placar da Anistia do Estadão, levantamento exclusivo para identificar como cada um dos 513 deputados se posiciona sobre o tema, 197 são a favor do perdão ao 8 de Janeiro. Esse número é mais do que o suficiente para garantir a apresentação da urgência do projeto no plenário da Casa.

 

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