Da Redação
A
extradição de Juan Carlos Ramírez Abadía, entregue à Justiça dos
Estados Unidos no dia 23 de agosto, foi antecipada e precedida de um
acordo em que o megatraficante colombiano se comprometeu a revelar
supostos planos do traficante brasileiro Luiz Fernando da Costa, o
Fernandinho Beira-Mar, para tentar fugir do presídio de segurança
máxima de Campo Grande (MS). O esquema veio à tona no início do mês
passado, quando a Polícia Federal desencadeou a Operação X.
Depois de ter sido achacado por agentes da Polícia Civil de São Paulo,
Abadía temia ser morto e pediu que o governo brasileiro antecipasse sua
extradição. "Um processo normal dura, em média, dois anos. O dele levou
apenas cinco meses dentro do STF (Supremo Tribunal Federal). É óbvio
que teve o dedo do Executivo nisso", comentou um policial.
Abadía foi preso em São Paulo no início de agosto do ano passado e
levado logo em seguida para o presídio federal de Campo Grande o mesmo
em que estava Beira-Mar. O colombiano revelou ao serviço de
inteligência do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) que
Beira-Mar preparava uma fuga mediante extorsão e seqüestro de parentes
de autoridades das três esferas de governos - Legislativo, Executivo e
Judiciário.
Abadía começou a pedir pressa na extradição depois que, no dia 13 de
abril, o presídio de Campo Grande ficou debaixo de um tiroteio por 15
minutos envolvendo um grupo armado e os agentes penitenciários. Os
achaques a Abadía e toda a quadrilha dele levaram o Ministério da
Justiça e concordar que para o Brasil era melhor extraditá-lo para os
EUA. O STF autorizou a extradição do colombiano, mas a intenção inicial
do governo brasileiro era obrigá-lo a cumprir pelo menos parte da pena
de 30 anos a que foi condenado no País por formação de quadrilha e
lavagem de dinheiro.
Fonte: Agência Estado


