Cidades

Voar, voar...subir, subir

Afinal, voar de balão em MS é seguro?

O acidente de balão em Santa Catarina levantou dúvidas sobre a segurança da prática esportiva.

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O acidente em Santa Catarina que aconteceu neste final de semana e provocou a morte de oito pessoas acendeu o alerta para debates antigos sobre a prática da atividade no país. Por meio de nota, o Ministério do Turismo informou que pretende avançar no assunto da regularização do balonismo como atividade turística no Brasil. 

Segundo a Associação Brasileira de Ecoturismo e Turismo, a procura por voos turísticos de balão aumentaram 20% ao ano, desde 2023. No entanto, essa atividade não é regulamentada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), sendo definida como “turismo de aventura”.

Para o diretor-executivo da Associação Brasileira de Empresas de Turismo e Cultura, Luiz Del Vigna, ainda não existem normas técnicas para esse tipo de atividade. 

“Não há nenhuma garantia da Anac de que este ou aquele empreendedor está operando dentro de regras, porque essas regras não existem. Como ele se caracteriza como turismo de aventura e o turismo de aventura tem uma legislação específica, essas empresas que operam o balonismo, elas precisam, de acordo com o Código Brasileiro de Defesa do Consumidor e com a Lei Geral do Turismo, implementar um sistema de gestão de segurança das operações baseado nas normas técnicas brasileiras”.

A ANAC, em nota, afirmou que o balonismo é permitido no Brasil, mas como uma atividade aerodesportiva, sendo considerada uma atividade de alto risco por conta da sua natureza e suas características, por conta e risco dos envolvidos. 

Balonismo em MS

Em Mato Grosso do Sul, o setor de balonismo vem crescendo por conta das paisagens do Pantanal e alta demanda e procura. Pelo menos quatro empresas realizam essa atividade no Estado em regiões da Serra da Bodoquena, Bonito, Camisão e Aquidauana. 

O piloto Irídio Boni, de 36 anos, é proprietário da Pantanal Balonismo, empresa que faz vôos na cidade de Aquidauana. Segundo ele, o acidente em Santa Catarina não aconteceu porque o balão é perigoso, mas sim, por falha humana.

Ele afirma que a situação causada pelo incêndio fez com que o balão voltasse a subir com as pessoas a bordo, sem piloto e em chamas. “O que está sendo averiguado é por que o piloto não encerrou a viagem ao primeiro contato com o solo”.

Boni afirma que existem legislações e certificações que as empresas precisam obter para estar regulamentadas perante a ANAC para exercer a atividade. 

“O balão de ar quente tem dois tipos de certificação. A RBAC-91, que são de aeronaves que passam por fiscalização e verificações. Para pilotá-las, o piloto precisa ter uma licença de piloto de balão. Depois, têm aeronaves que são regulamentadas pela RBAC 103, que é de aeronaves esportivas, aeronaves que são tão boas quanto as outras. Porém, algumas pessoas decidem entrar nesse ramo e são mais aventureiras, e essa normativa não é tão abrangente, ela permite algumas outras coisas. Então, vai do caráter de cada empresa estabelecer a sua conduta e padrões de segurança”, explicou ao Correio do Estado.

Boni reforçou que existem muitas empresas que trabalham no Brasil de forma segura, conforme exigências da Agência de Aviação e com toda a segurança, inclusive a sua, instalada em Aquidauana. 

“A nossa empresa, quando se instalou em Aquidauana, foi cobrada pelo município por todas as normativas da ANAC. Foram cobrados todos os certificados, todas as exigências, a prefeitura se preocupou com todas as pessoas que iriam viver essa experiência, já que a atividade serve como alavanca para o turismo”.

O piloto explicou que, em caso de acidentes, até envolvendo fogo, existem recursos e medidas a serem tomadas, como, especialmente, a descida do balão, que pode ser feita em segundos, além do corte de abastecimento de gás da aeronave. 

“O balão é uma atividade extremamente segura. Estou no mercado há 14 anos e nunca tivemos um acidente. Porém, temos um sério compromisso com a qualidade e segurança. Nossa empresa não é a mais barata, mas não vai encontrar no mesmo local outra com a mesma qualidade e segurança”, afirmou. “Estamos trabalhando para manter a segurança, mas, de vez em quando, entram pessoas aventureiras no ramo e esses aventureiros que cometem esse erro que levam a fatalidades”.

Uma forma de se proteger e ter mais segurança para a realização do passeio, segundo Boni, é pesquisar sobre a empresa e sobre o piloto do balão que realizará a viagem. 

“É importante fazer pesquisa sobre a empresa, ver as avaliações, seguir o piloto nas redes sociais e verificar se ele faz vôos regularmente e verificar se a empresa é devidamente regulamentada pela ANAC. As chances de acontecer um acidente assim são muito pequenas”, explica.

Não foram encontrados registros de acidentes de balões em áreas do estado de Mato Grosso do Sul. Os preços para as viagens de balão no estado variam de 500 a 900 reais por pessoa. 

 

Colapso na saúde

Deputado protocola ação pedindo intervenção urgente do Estado na saúde de Campo Grande

O parlamentar classifica a situação do SUS da Capital como grave e à beira de um colapso

19/12/2025 18h15

Saúde de Campo Grande é alvo de ações e acumula discussões por estar

Saúde de Campo Grande é alvo de ações e acumula discussões por estar "à beira de um colapso" FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O deputado estadual Pedrossian Neto entrou com uma ação no Ministério Público de Mato Grosso do Sul pedindo que o Governo do Estado adote medidas e providências na saúde de Campo Grande. 

O parlamentar classifica o quadro como “grave, estrutural e persistente”, além de “risco concreto de desassistência à população”. 

No documento encaminhado ao procurador-geral de Justiça, Romão Ávila, o deputado afirma que a crise na saúde da Capital não apresenta mais episódio pontuais de descaso, mas, sim, falhas recorrentes de organização, financiamento e governança, afetando diretamente na segurança dos pacientes, capacidade de resposta da rede de urgência e emergência, além do funcionamento regular do Sistema Único de Saúde. 

Um dos pontos centrais do pedido é a situação da Santa Casa de Campo Grande, o maior em atendimento do SUS no Estado e referência em urgência, emergência e alta complexidade. 

O documento mostra alertas e registros públicos que apontam superlotação extrema, atendimento de pacientes em corredores e macas, ocupação acima da capacidade e risco iminente de um colapso assistencial, repercutindo em toda a rede estadual. 

Além disso, o hospital sofre com desabastecimento de insumos e medicamentos na área de urgência e atenção básica, segundo já foi alertado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-MS), além de falhas estruturais na rede de odontologia, como comunicado pelo Conselho Regional de Odontologia (CRO-MS), o que já levou à paralisação de atendimentos e prejuízo à assistência. 

Pedrossian ainda destacou a fragilidade da governança da saúde municipal, evidenciada pela reprovação do Relatório Anual de Gestão da Saúde de 2024 pelo Conselho Municipal de Saúde, aliado à ausência de secretário municipal de Saúde, deixando a pasta sob condução de um comitê gestor, que não condiz com o princípio de direção única do SUS. 

Para o deputado, a intervenção estadual não se trata de uma medida política, mas de “providência excepcional prevista na Constituição, necessária para assegurar a continuidade de um serviço público essencial, evitar um colapso sistêmico e proteger o direito à saúde da população”. 

PLANO DE AÇÃO

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul determinou na última quinta-feira (18) que o Estado de Mato Grosso do Sul e o Município de Campo Grande têm 90 dias para apresentarem um Plano de Ação que se mostre eficaz à plena retomada do atendimento integral no Hospital Santa Casa. 

A decisão foi dada após o MPMS entrar com uma Ação Civil com o objetivo de impedir o agravamento da crise assistencial enfrentada pela Santa Casa de Campo Grande. 

O hospital, maior do Estado que atende o Sistema Único de Saúde (SUS), enfrenta problemas constantes de superlotação extrema, falta de insumos, dívidas acumuladas com médicos e fornecedores, comprometendo a continuidade dos serviços prestados. 

Na ação, o MPMS descreve o cenário como um “colapso institucional”, com setores essenciais funcionando muito acima da capacidade, superlotação do pronto-socorro agravada por uma reforma iniciada sem planejamento financeiro e sem conclusão após mais de dois anos de obras. 

Segundo o órgão, a unidade funciona em condições precárias há anos, com pacientes aguardando atendimento em ambiente inadequado, como os corredores, além do desabastecimento de medicamentos e insumos, falta de materiais cirúrgicos, dívidas com médicos e prestadores e o risco real de paralisação de atendimentos de alta complexibilidade. 

Diante desse quadro, o Estado e o Município, com a participação da Santa Casa, têm 90 dias para apresentarem um plano emergencial concreto voltado para a regularização integral dos atendimentos, regularização dos estoques, reorganização do fluxo do Pronto-Socorro, além de garantir um cronograma físico-financeiro para a retomada plena dos serviços. 

Em caso de descumprimento, deve ser aplicada multa no valor de R$ 12 milhões mensais, valor correspondente ao déficit apontado pelo hospital. O valor deve ser pago de forma dividida igualmente entre o Estado e o Município, mediante o sequestro de R$ 6 milhões das contas de cada um. 

A decisão da 76ª Promotoria de Justiça enfatiza que a situação ultrapassou o limite da gestão interna do hospital e ameaça diretamente o direito fundamental à saúde. 

“A ação civil pública destaca que o que está em risco não é apenas a administração de um hospital, mas a vida de milhares de pacientes que dependem diariamente da Santa Casa. A crise instalada ultrapassa qualquer margem de tolerância administrativa, e o MPMS atua para impedir que a situação se transforme em tragédia assistencial, garantindo respostas imediatas e soluções estruturais para que o SUS continue a prestar atendimento em saúde com segurança e respeito ao cidadão”, ressaltou o Ministério Público. 
 

Cidades

Projeto de lei quer converter multas de trânsito em doação de sangue e medula

Infrator que optar pela doação não pagará multa, mas outras sanções podem ser mantidas, como pontos na CNH

19/12/2025 18h00

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula Foto: Arquivo

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Um projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) propõe converter multas aplicadas no trânsito, relativas a infrações de natureza leve, em doação voluntária de sangue ou medula óssea. Como a Casa está em recesso, a matéria tramitará no ano que vem.

Conforme a proposta, de autoria do deputado estadual Junior Mochi, a conversão do pagamento das multas em doação de sangue ou medula teria caráter alternativo e facultativo, não constituindo direito subjetivo do infrator, e deverá ser expressamente requerida pelo interessado, nos termos de posterior regulamentação.

Ainda conforme o projeto, a conversão da multa em doação somente será admitida quando:

  • a infração for de natureza leve, nos termos do Código de Trânsito Brasileiro;
  • não houver reincidência da mesma infração no período de 12 meses;
  • a multa não decorrer de infração que tenha colocado em risco a segurança viária, a vida ou a integridade física de terceiros;
  • a doação seja realizada em hemocentros públicos ou privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), ou em instituições oficialmente reconhecidas;
  • haja aptidão médica do doador, conforme critérios técnicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Cada doação de sangue corresponderá a conversão de uma multa de trânsito, assim como a inscrição no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Caso o doador seja compatível com alguma pessoa precisando de transplante e faça a doação efetiva da medula óssea, poderá ser convertida até duas multas de trânsito.

A comprovação da doação ou da inscrição no Redome será realizada mediante apresentação de documento oficial emitido pela instituição responsável, observado o prazo e os procedimentos definidos em regulamento

O projeto veda a compensação parcial da multa, bem como a conversão de penalidades acessórias, como suspensão ou cassação do direito de dirigir.

A conversão será apenas relacionada ao pagamento da multa, mas não exime o infrator das demais obrigações legais decorrentes da infração de trânsito, inclusive quanto ao registro de pontos na Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), quando aplicável.

O Poder Executivo poderá celebrar convênios e parcerias com municípios, hemocentros e instituições de saúde, com vistas à operacionalização da lei, caso seja aprovada e sancionada.

Objetivos

Na justificativa do projeto, o deputado afirma que o objetivo é conciliar o caráter educativo das sanções
administrativas de trânsito com políticas públicas de incentivo à doação voluntária de sangue e de medula óssea, "práticas essenciais à manutenção da vida e à efetividade do Sistema Único de Saúde".

"A proposta não elimina a penalidade, mas a ressignifica, convertendo-a em uma ação de relevante interesse social, capaz de estimular a solidariedade, a cidadania e a responsabilidade coletiva. Trata-se de medida alinhada aos princípios da dignidade da pessoa humana, da função social das sanções administrativas e da eficiência das políticas públicas, diz a justificativa.

Em caso de aprovação e sanção, a adesão pelos municípios será facultativa, preservando o pacto federativo.

"Ressalte-se que a iniciativa respeita a autonomia municipal e o Código de Trânsito Brasileiro, limitando-se às infrações leves e excluindo aquelas que representem risco à segurança viária. A adesão pelos Municípios é facultativa, preservando-se o pacto federativo", conclui o texto.

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