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Além de antibióticos, insulina está em falta na rede pública

Problema preocupa diabéticos que adquirem o medicamento por meio de pedido judicial; se não controlada, a doença pode resultar em prejuízos permanentes

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Após mais de 30 dias da reportagem do Correio do Estado a respeito da falta de antibióticos na rede pública de Campo Grande, outro medicamento, desta vez indispensável aos diabéticos, a insulina está ausente nas prateleiras das centrais de distribuição na Capital.

Pacientes que necessitam de insulinas específicas, ou “especiais”, oferecidas apenas com pedido judicial, válido por até seis meses, relataram falta dos medicamentos para controlar a doença há mais de dois meses.

O fornecimento das insulinas é feito de maneira compartilhada, a cada seis meses, entre Estado e município. Em Campo Grande, pacientes com diabetes podem adquirir os medicamentos por meio do Centro de Especialidades Médicas (CEM), administrado pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), e pela Casa da Saúde, que é gerida pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).  

Danielly de Azevedo Silva, 32 anos, convive com a doença do tipo 1 (DM1) há 22 anos e recebe o medicamento pela Casa da Saúde (Assistência Farmacêutica Especializada). Silva conseguiu o medicamento por meio de ação judicial e, ao todo, utiliza uma ampola a cada seis dias. 

Na rede particular, o controlador da diabetes usado por Silva pode ser encontrado por até R$ 100,00. Considerando o mesmo valor em um mês com 31 dias, Silva gastaria, em média, R$ 500,00 mensais.  

“O caso da minha insulina é um problema com o Estado. Faço uso de insulina com processo judicializado, então, em momentos como este fico me perguntando como não há estoque de um medicamento de uso contínuo que sua falta pode causar problemas de saúde para os diabéticos? Como o Estado não tem previsão da compra de um remédio?”, questionou.

Com os preços nas alturas e a falta da insulina necessária na rede pública, Silva alega que nem todos os diabéticos têm condições financeiras para comprar o remédio.  

“Agradeço a Deus por estar conseguindo adquirir, mas pesa muito no orçamento. Além disso, fico pensando em quem não tem condições de comprar toda semana. É preocupante”, declarou.

Para os pacientes, Silva acrescentou que a SES alegou não haver expectativas de recebimento dos remédios. “Algumas pessoas esperam pela insulina desde abril”, evidenciou Silva.

Em resposta ao Correio do Estado, a Pasta informou que abriu licitação para compra de insulinas e que o prazo estipulado para análise dos documentos, que comprovam aptidão da empresa ganhadora, é de 60 dias.  

“O medicamento é de dispensação judicial. A licitação está em tramitação na fase de análise de documentos de habilitação e consultas das certidões da empresa apta a ser vencedora”, pontuou em nota. A secretaria ressaltou que cada caso é único e precisa ser analisado individualmente.

Um dos motivos da análise minuciosa é a apresentação completa dos documentos, ou seja, a comprovação de que o paciente está apto a receber o medicamento.  

De acordo com a Sesau, a insulina regular não está em falta no estoque da rede municipal de Campo Grande. Entretanto, há faltas pontuais por razões diversas, como indisponibilidade do produto, estagnação no processo de compra e não cumprimento do prazo de entrega.  

“Hoje, o estoque de medicamentos como um todo está 90% abastecido, e a secretaria tem ajuizado frequentes ações judiciais contra estas empresas, no intuito de garantir o abastecimento do medicamento e, consequentemente, evitar que haja uma descontinuidade no tratamento e na assistência da população”, frisou em nota.

DIFICULDADE CONSTANTE

Joelma Matos, 50 anos, lida com a doença da filha, Caroline Conceição, 21 anos, desde que a jovem tinha 8 anos. De acordo com ela, esta não é a primeira vez que a falta dos medicamentos acontece. “Estamos há mais de um mês sem”, pontuou.  

A administradora Juliane Trabo, 41 anos, que tem diabetes tipo 1 (DM1) há 16 anos, também convive com o desabastecimento do medicamento. “Eles falam que estão providenciando e que, por problemas na licitação, não há previsão de entrega da insulina. O fornecimento é sempre irregular e os insumos também”, completou.  

A filha dela, de 13 anos, também tem o mesmo tipo da doença e convive com ela há 10. Caso Juliane compre o remédio em farmácias particulares, o valor gasto pode chegar a R$ 5 mil.

DIABETES

De acordo com o Atlas de Diabetes da Federação Internacional de Diabetes, estimativas mais recentes apontam que 16,8 milhões de pessoas vivem com a doença no País, cerca de 7% da população no Brasil. Em 2021, o número de óbitos ocasionados pela doença ultrapassou 200 mil no País.  

Entre as faixas etárias mais vitimadas estão pessoas de 20 a 70 anos. Ainda conforme o Atlas, 1 em cada 3 adultos que vivem com a diabetes não é diagnosticado na América do Sul. Os tipos 1 e 2 são os que mais afetam a população mundial.  

SAIBA

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) de Campo Grande informou que alguns antibióticos ainda estão em falta e outros estão com a quantidade reduzida. 

É o caso da Amoxicilina e da Azitromicina, respectivamente. A Capital aderiu a um chamamento do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado (Cosems) para assegurar o reabastecimento.  

Reparos

Prefeitura irá notificar morador que modificou via para fugir dos buracos em bairro de Campo Grande

Secretaria Municipal, responsável por veículos que atolaram em rua "problemática" do Jardim Itatiaia, responsabiliza morador que fez a instalação de paralelepidepos por buraco onde mais de dez carros atolaram

17/04/2024 17h30

Para o morador Roberto Pinheiro que resgatou mais de dez veículos entre segunda e terça-feira a via com os parelelepípedos, na rua dos Estudantes era o único caminho transitável para que ele pudesse voltar para casa Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Após um morador cansado de esperar pelo asfalto instalar paralelepípedos para evitar buracos na rua dos Estudantes, no Jardim Itatiaia, a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), informou que irá notificar o munícipe.

A informação foi dada durante atualização da Prefeitura, na noite de terça-feira (16) no balanço de ações emergenciais de pontos críticos que foram afetados pela chuva. 

A rua dos Estudantes tem cruzamento com a Rua Conde de São Joaquim, onde desde o início da semana, em decorrência da chuva acima da média, mais de dez veículos atolaram, incluindo o caminhão e o trator da Sisep que estiveram no local no início da tarde para jogar cascalho na via

 "Outra via que a Sisep atuou foi na Rua Conde de São Joaquim, no Bairro Tiradentes, próximo à Avenida Três Barras. No local foi executado reparo emergencial para o fechamento da vala aberta pela enxurrada. Foi constatado que o problema nessa via foi provocado também por uma obra irregular executada por morador do bairro, que sem autorização colocou paralepípedos em um trecho da rua. O morador será notificado para retirar o material e depois a Sisep realizará serviços para melhorar as condições das vias locais", informou a Prefeitura.
 

 

 

 

Outro trator foi enviado até o local para "resgatar" os veículos da Sisep e finalmente o buraco na rua Conde de São Joaquim recebeu o cascalho, conforme relatou o morador Roberto Pinheiro dos Santos, de 34 anos, que relatou ao Correio do Estado que o local passou por vistoria de um engenheiro da Águas Guariroba. 

"Veio o rapaz da Águas, Guariroba, que também é engenheiro, aí disse que o secretário da Prefeitura está culpando ele da rede de esgoto que foi passada aqui, que foi uma má compactação dele, que ocasionou a abrir essa vala na rua", disse Roberto.

Com relação aos paralelepípedos na rua dos Estudantes, Roberto apontou que era o único caminho viável para chegar até sua residência quando o buraco abriu próximo à Avenida Três Barras.

"Se não fosse aqueles paralelepípedos, era meio impossível eu entrar em casa. Ter acesso àquela rua de casa, porque ali segurou muito o barro e os buracos, né? Você viu o fluxo de água tamanho que era. Então acho que ia ser mais improvável eu chegar em casa do que se não tivesse o paralelepípedo. O cara fez um benefício e está levando culpa aí, né? Aí a prefeitura quer achar um culpado, né?"

 

 

 

 

A reportagem entrou em contato com a Águas Guariroba, que informou que realizou a ligação da rede de esgoto em 2023 e implementou a rede na parte mais alta da via, justamente para evitar os pontos de erosões que são formados em decorrência da chuva. Veja a nota na íntegra:

"Águas Guariroba informa que as obras para implantação da rede de esgoto na Rua Conde de São Joaquim foram realizadas em março de 2023, portanto, há mais de um ano. Na época, a rede foi implantada na parte mais alta da via, sentido Avenida Três Barras, lado oposto ao da erosão. Após a implantação da rede, o solo foi recomposto e compacto, conforme normas da ABNT e, até o momento, não apresentou problemas. A concessionária reforça que o ponto da via que está apresentando erosões é o oposto de onde a rede de esgoto foi instalada e pondera como possível causa para a erosão o percurso da água da chuva, já que a via não possui rede de drenagem".

A Sisep respondeu por meio de assessoria que o trabalho emergencial na via foi feito durante a tarde da terça-feira (16) e sem mencionar prazo ressaltou que a administração municipal tem previsão de pavimentar as ruas do Jardim Itatiaia. Veja a nota na íntegra:

"Assim que a chuva deu uma pequena trégua na tarde desta terça-feira (16) a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) fez o trabalho emergencial para o controle da valeta aberta pela enxurrada na Rua Conde de São Joaquim. A administração municipal tem previsão de pavimentar vias no Jardim Itatiaia e aquelas que não forem asfaltadas nesta fase receberam cascalhamento. Assim que começar o período de estiagem serão intensificados os trabalhos de manutenção das vias sem asfalto".

Chuva acima da média

Nos últimos quatro dias, Campo Grande registrou a quantidade de chuva esperada para todo o mês de abril, com 89,4 mm observados pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (CEMTEC). Desde o dia 1º, a estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) já notificou 130,8 mm, número 46,3% superior à média histórica.

 

** Colaborou Alanis Netto

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Cidades

Imasul convoca proprietários de imóveis no Pantanal com processos em andamento para adequação à lei

Proprietários que não fizerem os ajustes terão processo de licenciamento extinto

17/04/2024 16h30

SOS Pantanal/Divulgação

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O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) reforça a convocação de todos os proprietários de imóveis localizados na Área de Uso Restrito do Pantanal (AUR-Pantanal) e que possuam processos de licenciamento ambiental em tramitação, para procederem aos ajustes determinados pela Lei do Pantanal nos referidos Cadastros Ambientais Rurais (CAR), no prazo de 180 dias.

Esse prazo está valendo desde a publicação do Edital de Convocação no Diário Oficial do Estado (página 83), que aconteceu no dia 9 de abril.

"Se o proprietário não fizer os ajustes necessários no CAR, o processo de licenciamento é automaticamente extinto", explicou o diretor presidente do Imasul, André Borges.

Os proprietários ou seus representantes devem acessar o sistema do Imasul e carregar as informações necessárias, exigidas pela Lei do Pantanal, para só então seus processos de licenciamento terem seguimento junto ao órgão ambiental.

Essa providência é necessária porque, conforme esclareceu Borges, a Lei do Pantanal (Lei 6.160 de 18 de dezembro de 2023) descreve uma série de novos pontos sensíveis na paisagem pantaneira como os capões, cordinheiras, landis; também as salinas, as veredas e os meandros abandonados (espécies de ilhas por onde passavam rios e que, com a mudança de curso, ficaram cercadas por água).

Todas essas formações geográficas passam a ser protegidas, inclusive em seu entorno, e precisam ser identificadas no Cadastro Ambiental Rural das propriedades.

Anexo ao Edital de Notificação foi publicada a lista de 158 processos de licenciamento ambiental em andamento no Imasul, que são afetados pela medida.

Além desses nomes, os  requerentes com propriedades no Pantanal que têm processo em tramitação e não constam na listagem, devem protocolar requerimento no Imasul solicitando a abertura do sistema para proceder aos ajustes necessários nos respectivos Cadastros Ambientais Rurais.

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