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APERFEIÇOAMENTO

Além de garantir soberania no território, treinamento prepara militares para missões humanitárias

Exercício Conjunto Tápio reúne militares do Brasil e dos Estados Unidos em Campo Grande

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O maior treinamento de guerra irregular da América Latina, o Exercício Conjunto Tápio (Excon Tápio), realizado em Campo Grande, reúne Marinha, Exército, Força Aérea e demais unidades com o intuito de fortalecer a doutrina conjunta que integra as forças armadas. Uma das ações prioritárias é garantir o preparo dos agentes para a realização de operações demandadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), como explica o comandante da base e do exercício, brigadeiro Breviglieri.

"Essa doutrina é revertida em missões operacionais dentro da Força, em Missões de Paz e de resgate que nós temos. Todas essas capacidades treinadas aqui no exercício são empregadas também em situações reais, que nós temos durante o nosso dia a dia. Além dessas questões, nós estamos preparados, por exemplo, para uma participação numa missão da ONU, se um dia for desejado que a gente engaje em uma missão como essa". 

Dentre as operações de destaque já realizadas pelos militares, estão resgates e atendimentos à Terra Yanomami, transporte de pacientes da Covid-19 e da Boate Kiss, além de proteção do espaço aéreo brasileiro.

De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), as equipes vão atuar em missões que abrangem reconhecimento aeroespacial, infiltração aérea, busca e salvamento em combate, apoio aéreo aproximado, lançamento de paraquedistas e cargas, e evacuação aeromédica. 

Campo Grande foi escolhida para receber o Excon Tápio, que acontece até o dia 1º de setembro, por oferecer todas as condições necessárias para a realização do treinamento.

"É uma cidade que tem meios pra acomodar todos os participantes, o terreno é propício, o clima é favorável, então é uma localidade, que reúne os melhores meios para que a gente faça esse tipo de exercício", explicou Breviglieri.

Para esta edição, o exercício conta com a Guarda Área Nacional de Nova Iorque (New York Air National Guard – Nyang, na sigla em inglês), cerca de 700 militares do Rio de Janeiro, Manaus, Natal, Boa Vista, Porto Velho, Brasília, Santa Maria e de Campo Grande.

"Nós temos ainda um oficial da Força Aérea Alemã, que se interessou e veio acompanhar nosso exercício", acrescentou Breviglieri.

Ao todo, são 13 esquadrões, 26 unidades operacionais, 16 organizações militares inter-relacionadas e mais de 25 aeronaves.

Suecsso internacional

A aeronave Embraer EMB-314 Super Tucano, fabricada no Brasil, já foi vendida para mais de 16 forças aéreas, e é um sucesso da aviação brasileira em todo o mundo. O avião é um dos modelos utilizados no treinamento.

O Super Tucano está presente tanto na formação do piloto de caça quanto nas operações, como explica o Tenente Coronel Ramalho, do 1/3 GAV de Boa Vista, que opera a aeronave.

"Basicamente ele é empregado nessa dicotomia entre operações e treinamento de piloto de formação. Aqui no exercício Tápio, o emprego dessa aeronave é feito tanto para escolta quanto para apoio aproximado de treinamento e emprego no exercício", comentou.

No dia a dia, a aeronave é utilizada para garantir a soberania do espaço aéreo nacional, monitorando aviões que entrem no espaço aéreo brasileiro sem autorização, seguindo um protocolo de abordagem que pode resultar até mesmo em interceptação.

"Caso uma aeronave ingresse no nosso espaço aéreo sem se identificar, não cumprindo as regras estabelecidas no tráfego aéreo internacional, uma aeronave de defesa aérea do Brasil é comandada para verificar a situação dessa aeronave, averiguar as informações, e depois fazer as demais medidas de policiamento de espaço aéreo", finalizou Ramalho.

Aeronaves

Além da Embraer EMB-314 Super Tucano, durante o treinamento são utilizados caças A1-M, vetores E-99 e R-99, além de helicópteros norte-americanos H-60 Black Hawk e H-36 Caracal. 

Além dessas, conforme repassado pelo consulado norte-americano, os EUA trazem cinco aeronaves para a ação no Brasil: um cargueiro HC-130J, dois helicópteros HH-60 e dois cargueiros C-17. 

Entre as missões dessas aeronaves estão: 

  • Reconhecimento aeroespacial
  • Infiltração aérea
  • Busca e salvamento em combate 
  • Apoio aéreo aproximado 
  • Lançamento de paraquedistas e cargas
  • Óculos de visão noturno 
  • Evacuação aerodinâmica 

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Cidades

STF mantém regra da reforma que reduziu aposentadoria por incapacidade permanente

Valor mínimo do benefício será de 60% da média dos salários, com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que ultrapassar 20 anos

18/12/2025 22h00

Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O Supremo Tribunal Federal decidiu, por 6 votos a 5, manter a mudança da reforma da previdência de 2019 na aposentadoria por incapacidade permanente causada por doença grave, contagiosa ou incurável. Em julgamento na tarde desta quinta-feira, 18, a maioria dos integrantes da Corte máxima validou regra que alterou o cálculo de tal tipo de aposentadoria, estabelecendo que o valor mínimo do benefício será de 60% da média dos salários, com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que ultrapassar 20 anos.

Foi estabelecida a seguinte tese: "É constitucional o pagamento do benefício de aposentadoria por incapacidade permanente, nos termos fixados pelo artigo 26, parágrafo segundo, inciso terceiro da Emenda Constitucional 103 de 2019, para os casos em que a incapacidade para o trabalho seja constatada posteriormente à reforma da Previdência."

A discussão sobre o pagamento da aposentadoria, se integral ou seguindo as regras da reforma, foi finalizada em sessão plenária realizada nesta tarde. No julgamento, os ministros Luiz Fux e Gilmar Mendes acompanharam o voto do relator, Luís Roberto Barroso (aposentado). Já haviam seguido tal corrente os ministros Kassio Nunes Marques, Cristiano Zanin e André Mendonça Ficaram vencidos Flávio Dino, Edson Fachin, Alexandre Moraes, Dias Toffoli e Carmen Lúcia.

Os ministros analisavam um recurso do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) contra decisão do Juizado Especial do Paraná que determinou o pagamento integral de aposentadoria a um beneficiário com incapacidade permanente. Em abril de 2024, a Corte máxima reconheceu a repercusssão geral do caso - que a decisão do STF valeria para outros casos semelhantes em todo o país. Com a finalização do julgamento nesta tarde, foi reformada a decisão que beneficiou o segurado paranaense.

O voto de Barroso, que restou vencedor, rejeitou as alegações de que a mudança proporcionada pela reforma da previdência de 2019 ofenderia os princípios constitucionais da isonomia, à dignidade humana e à irredutibilidade do valor dos benefícios. O ministro assinalou, por exemplo, que não havia inconstituionalidade na diferenciação dos benefícios de incapacidade temporária e incapacidade permanente.

Também não viu violação de isonomia na diferenciação da aposentadoria por incapacidade permanente, de uma forma geral, e a aposentadoria por incapacidade permanente decorrente de acidente de trabalho.

Quem abriu divergência no julgamento foi o ministro Flávio Dino, que votou pela inconstitucionalidade da mudança. A avaliação foi a de que a forma de cálculo da reforma fere diversos princípios estruturantes do Estado Democrático de Direito e que não é possível a distinção de aposentadoria "lastreada na origem da deficiência". "O segurado confronta-se com o mesmo risco social e com um quadro de saúde severo, frequentemente associado à maior dependência e à consolidação da inaptidão para o trabalho", apontou.

 

 

Cidades

Em crise financeira, Hospital Alfredo Abrão terá contratos analisados pelo MPMS

Os documentos analisados pela Promotoria de Justiça apontam um déficit mensal próximo de R$ 780 mil, reconhecido pela própria gestão municipal

18/12/2025 19h20

O Hospital do Câncer atende cerca de 70% dos pacientes com câncer no Estado

O Hospital do Câncer atende cerca de 70% dos pacientes com câncer no Estado Divulgação: Hospital do Câncer Alfredo Abrão

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O Hospital de Câncer Alfredo Abrão (HCAA) vive cenário de desequilíbrio financeiro, agravado por limitações orçamentárias e pela crescente demanda por serviços oncológicos de média e alta complexidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Diante das circunstâncias, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou procedimento administrativo para acompanhar a contratualização e o financiamento do local.

De acordo com os documentos analisados pela 76ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, há um déficit mensal próximo de R$ 780 mil, reconhecido pela própria gestão municipal, além de perdas adicionais decorrentes da não cobertura de produção excedente desde novembro de 2024. 

O hospital também enfrenta atrasos no pagamento de procedimentos já realizados, redução temporária do teto MAC (Média e Alta Complexidade), pendências de liberação de emendas parlamentares e insuficiência de repasses para custear cirurgias, quimioterapias, radioterapias, exames de imagem e manutenção de leitos clínicos. 

Como o HCAA atende cerca de 70% dos pacientes com câncer no Estado, qualquer interrupção representa risco imediato de desassistência em larga escala.

Em resposta às requisições, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou repasses mensais que totalizam R$ 1.738.005,52, distribuídos entre incentivos de custeio e projetos específicos.

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), por sua vez, reconheceu o excedente de produção e informou que o pedido de majoração do teto MAC está protocolado no Ministério da Saúde desde 2023, aguardando disponibilidade orçamentária federal.

O Ministério da Saúde confirmou que os pleitos permanecem em análise, tendo havido apenas um repasse pontual de R$ 2.999.840,00 ao Município para ações de média e alta complexidade.

Diante desse quadro, o MPMS expediu portaria e edital tornando pública a instauração do procedimento e notificou formalmente o Ministério da Saúde, a SES, a Sesau e a direção do HCAA.

Entre as diligências determinadas, estão pedidos de informações sobre repactuações contratuais, recomposição financeira, cobertura da produção excedente, valores recebidos em 2025, déficit acumulado e providências adotadas para garantir a continuidade dos atendimentos.

O MPMS destaca que sua atuação é preventiva, institucional e colaborativa, voltada para preservar a continuidade do atendimento oncológico e a promover soluções coordenadas entre Município, Estado e União. O objetivo é assegurar estabilidade financeira ao HCAA, evitar a interrupção de tratamentos que não podem ser suspensos e garantir que a assistência oncológica permaneça integral, resolutiva e acessível à população.

Com o procedimento instaurado, a Promotoria de Justiça seguirá monitorando respostas, prazos, repasses e eventuais reprogramações orçamentárias, além de fomentar pactuações que permitam ampliar a oferta de serviços com segurança, transparência e qualidade. A atuação ministerial busca prevenir o colapso assistencial e assegurar a efetividade do direito fundamental à saúde dos pacientes oncológicos de Mato Grosso do Sul.

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