A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, afirmou, durante prestação de contas na Câmara Municipal, que a Pasta espera um repasse de quase R$ 5 milhões, sendo R$ 400 mil junto ao Ministério da Saúde e R$ 4,5 milhões junto ao Governo do Estado, verba que deve começar a ser paga, segundo ela, já em junho próximo.
“Serão três repasses iguais de R$ 1,5 milhão”, disse a secretaria.
A afirmação foi feita na tarde desta sexta-feira (30), em audiência pública para a prestação de contas da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), com foco nas ações realizadas no primeiro quadrimestre de 2025.
A secretária fez um balanço da situação da rede pública, especialmente após o decreto de emergência em saúde pública, publicado em 26 de abril. Sobre a falta de leitos, um dos pontos apontados na decretação da emergência, ela explicou que há um déficit.
“Dos 1.719 leitos existentes na Capital, 1.310 são da saúde complementar. A quantidade de leitos deveria ser maior. A maioria está à disposição na saúde complementar. Há um déficit crônico de leitos. Nossas UPAs e CRSs ocupam o papel de unidades internadoras”, afirmou a secretária.
Cabe destacar que o decreto foi motivado pelo aumento expressivo nos casos de síndrome respiratória aguda, que pressionou as unidades de saúde com alta demanda por internações. A secretária destacou a gravidade da situação e o impacto direto da escassez de leitos hospitalares.
Durante a apresentação, foram destacados os seguintes números do quadrimestre: 19.383 procedimentos hospitalares realizados, dos quais 10.756 foram cirúrgicos; 923.941 procedimentos ambulatoriais efetuados em toda a rede municipal.
A secretária apontou que, embora o decreto de emergência não tenha reduzido significativamente a procura por atendimento nos postos de saúde, ele teve um papel importante na conscientização da população sobre a importância da vacinação.
“O decreto mobilizou a população campo-grandense a buscar a imunização contra o vírus Influenza. Alcançamos 41% de cobertura do público-alvo, um índice que coloca Campo Grande entre as capitais com melhor desempenho”, destacou Rosana.
O presidente da Comissão Permanente de Saúde da Casa de Leis, vereador Dr. Victor Rocha, destacou que a audiência pública cumpriu com o papel de a secretaria prestar contas. “É uma oportunidade que temos de ouvir as demandas da população campo-grandense e buscar soluções para os problemas que existem na rede pública de saúde”, disse o vereador.
Durante a audiência, um grupo de mães atípicas se manifestou cobrando mais atenção do Poder Público às necessidades das crianças com deficiência e doenças raras. Lili Daiane Recalde, presidente da Comissão de Mães Atípicas de MS, alertou para a falta de insumos e medicamentos básicos nas unidades de saúde e reivindicou a priorização na vacinação desse público vulnerável. “Não é aceitável que faltem materiais essenciais para o tratamento dos nossos filhos.
Precisamos de políticas efetivas e respeito aos nossos direitos. Questionada sobre o período pandêmico e a cobertura vacinal, Rosana Leite destacou que com o tempo, as pessoas passaram a se conscientizar um pouco mais sobre a importância da imunização. “Gostaria que com o decreto o vírus parasse de circular, mas isso não aconteceu, mas ajudou, graças ao apoio e as pessoas se conscientizaram e tomaram os cuidados necessários para evitarem a disseminação”, disse.


