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Aprenda a descartar itens que não são recolhidos pela coleta seletiva

Veja o destino correto de eletrônicos, lâmpadas, medicamentos e cápsulas de café

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Para dar um destino adequado ao lixo, é importante conhecer os conceitos de economia circular e logística reversa. A economia circular baseia-se na ideia do reaproveitamento.

"O que sobra numa indústria pode ser aproveitado por outra, o que sobra no comércio pode ser aproveitado pela indústria. E produtos colocados no mercado precisam ter seu reaproveitamento planejado", diz Kadmo Cortês, vice-presidente do Instituto Lixo Zero.

A logística reversa é a prática pela qual as empresas dão um destino correto a seus produtos no pós-consumo.

De acordo com Ana Paula Maciel Costa, doutora em direito ambiental pela PUC-PR, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, determinou que as empresas devem criar soluções retornáveis e se responsabilizar pelo lixo potencialmente tóxico.

Na outra ponta, os consumidores também precisam se tornar mais conscientes sobre como jogar o lixo fora da maneira certa.

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"A lei de 2010 transformou a ideia de ciclo produtivo, todos passaram a ter uma responsabilidade compartilhada", explica a advogada.

Veja abaixo como descartar alguns produtos que não podem ser enviados à coleta seletiva, desde baterias e lâmpadas queimadas até medicamentos vencidos, segundo Luana Santos de Souza, mestre em ciência florestal e professora do curso técnico de meio ambiente da Fecap.

Eletrônicos

Cabos, celulares, fones, baterias e carregadores contêm substâncias nocivas que prejudicam a saúde e o ambiente. Para jogar fora, é preciso buscar o fabricante ou fornecedor do serviço ou ainda ir a pontos de coleta. 

Vivo-Telefônica, Claro e Oi disponibilizam coleta em suas lojas, por exemplo. Já a Samsung recolhe eletrônicos pequenos nas lojas e em centros assistência autorizados. 

Algumas drogarias, como Droga Raia e Drogarias Pacheco, têm parceria com a Green Eletron para o descarte de pilhas e baterias (greeneletron.org.br/localizador). Já as lojas de Pão de Açúcar, Carrefour e Leroy Merlin recebem pilhas.

Lâmpadas

Possuem metais pesados na composição podendo contaminar o solo. Para descartar, é preciso buscar pontos específicos. A rede Leroy Merlin tem estações de coleta seletiva em todas as suas unidades. 

O Extra tem parceria com a empresa Reciclus para recolhimento e reciclagem de lâmpadas. Carrefour também aceita lâmpadas em seus ecopontos.

Medicamentos

Fármacos contaminam o solo e a cadeia de consumo humana. O descarte incorreto pode ainda favorecer o surgimento de bactériasmais resistentes. 

Para jogar fora, o ideal é buscar drogarias ou ainda supermercados. A Droga Raia oferece coleta em 1.823 lojas. Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco também contam com pontos em 95% de suas lojas.

Cápsulas de café

O alumínio usado em algumas cápsulas de café tem grande potencial de reciclagem. No entanto, trata-se de um metal pesado, que pode impactar o solo e causar problemas neurológicos quando descartado e manuseado incorretamente. 

O material deve ser entregue em postos de coleta adequados. A Nespresso tem coleta nas lojas, além de pontos em agências dos Correios. 

A Melitta também recicla suas cápsulas. Para enviá-las gratuitamente é preciso realizar o cadastro no site terracycle.com/pt-BR

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DENÚNCIA ANÔNIMA

Ministério Público vai investigar fraude fiscal no interior de MS

Sul-mato-grossenses estão recebendo 'Auxílio Material de Construção' sem sequer preencher os requisitos necessários para receber tal benefício

15/11/2024 10h45

Fachada MPMS, em Campo Grande

Fachada MPMS, em Campo Grande DIVULGAÇÃO

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Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) recebeu uma denúncia anônima de pessoas que recebem benefício social destinado à famílias em situação de vulnerabilidade social, sendo que tal cidadão não se encontra em tal condição e não preenche os requisitos necessários para receber tal vantagem.

Com isso, o órgão instaurou inquérito civil para investigar e apurar possíveis crimes de fraude fiscal e violação de princípios administrativos, no interior de Mato Grosso do Sul, por meio de coleta de informações, depoimentos, certidões, perícias e outras diligências.

De acordo com a denúncia anônima, em Nova Alvorada do Sul, há casos de desvio de recursos da Secretaria de Assistência Social para favorecimento de pessoas, onde Thalison Adriel Alves dos Santos teria recebido R$ 1.000,00 oriundos de Auxílio Material de Construção.

Mas, ele não se encaixa nos requisitos necessários para receber tal benefício social, o qual é concedido à famílias carentes que ganham até 1/5 salário mínimo, idosos e PcD.

Conforme consta na denúncia, Thalison é CEO de uma empresa de roupas, engenheiro agrônomo, produtor de eventos e filho de funcionários públicos, cuja renda de seus pais soma mais de R$ 8 mil. Além disso, ele não é idoso e nem PcD.

Confira a denúncia, enviada ao MPMS, em anexo:

Fachada MPMS, em Campo Grande
Fachada MPMS, em Campo Grande
Fachada MPMS, em Campo Grande

A denúncia é pública, foi publicada no Diário Oficial do MPMS e qualquer um pode vê-la.

Diante dos fatos, o MPMS irá oficiar à Secretaria Municipal de Assistência Social do Município, com cópia do documento de fls. 3, requisitando que remeta a esta Unidade Ministerial, cópia integral do procedimento administrativo ou documentação equivalente para eleger a pessoa de Thalisson Adriel Alves dos Santos como pessoa em situação de vulnerabilidade a ser agraciado com benefício social consistente em auxílio moradia.

OUTRO CASO

Outros nomes também estão na mira da investigação.

MPMS também recebeu uma denúncia anônima de irregularidade no provimento do cargo de coordenação do CRAS local e utilização política do Órgão, consistente no fornecimento de benefícios assistenciais a quem não preenche os requisitos necessários.

De acordo com a denúncia, Viviane Cabral dos Santos, servidora pública, agente de combate de endemias, está em desvio de função como coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), sendo que tal cargo exige nível superior e ela ainda está cursando a faculdade.

Tal benefício seria concedido em troca de apoio político (esquema de compra de votos) por parte da anterior Secretária Municipal de Assistência Social, Rosana Alves Pinheiro, a qual, é amiga íntima de Viviane. A denúncia ainda mostra que coagem, denigrem e ameaçam verbalmente outros funcionários.

Confira a denúncia, enviada ao MPMS, em anexo:

Fachada MPMS, em Campo Grande

Os documentos não forneciam o contato dos investigados para que a reportagem pudesse entrar em contato. O Correio do Estado procurou os investigados nas redes sociais, mas não os encontrou.

O espaço segue aberto para resposta, bastando entrar em contato com o jornal pelo número (67) 3323-6090 de segunda à sexta-feira, exceto feriados, em horário comercial.

Em quatro anos

Mais de 1.000 mm de chuva "desapareceram" do Pantanal

Com menos água, bioma contribuiu para recorde de poluição do ar neste ano em MS

15/11/2024 09h30

Com os extremos de estiagem atingidos neste ano, os pesquisadores ainda não conseguem precisar como será o comportamento da estação chuvosa que está começando no Pantanal

Com os extremos de estiagem atingidos neste ano, os pesquisadores ainda não conseguem precisar como será o comportamento da estação chuvosa que está começando no Pantanal RODOLFO CÉSAR

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O ciclo de cheia e estiagem no Pantanal depende intrinsecamente do volume de chuva que é registrado no território, principalmente nas áreas de planalto, em Mato Grosso. É o volume de água fluvial que cai nessa região que gera o aumento do volume no Rio Paraguai e o alagamento ao longo de vários trechos, principalmente no município de Corumbá – onde, neste ano, registrou grandes incêndios.

Nesse período de estiagem que o bioma enfrenta, pesquisadores identificaram um deficit de 1.020 mm de chuva entre 2020 e este ano. Para se ter uma dimensão do que essa defasagem representa, mil mililitros significa em torno de um ano de período de chuva significativa no Pantanal.

Esses dados constam em relatório da Sala de Crise da Bacia do Alto Paraguai, do Serviço Geológico do Brasil (SGB), que está conectado à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), à Rede Hidrometeorológica Nacional e ao Ministério de Minas e Energia.

Os indicativos feitos até mês passado a partir da estiagem no Pantanal, que começou em 2019 e ainda não tem uma data específica para ser encerrada, sugerem que reduzir o volume de chuva equivalente a um ano de registro normal no bioma representa um aumento considerável no risco de incêndios florestais, impactando direto a poluição do ar e causando danos à biodiversidade pantaneira.

EMISSÕES

O observatório europeu Copernicus identificou que no período entre maio e junho, quando o Pantanal queimou mais de 451 mil hectares, as emissões de gases poluentes com impacto negativo na camada de ozônio e aumento na contribuição do aquecimento global foram as maiores em 16 anos de análise em Mato Grosso do Sul.

No Estado, foram 11 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e) emitidas, contra 4 milhões de tCO2e geradas em 2009. Nacionalmente, o País teve o maior índice de emissões de CO2 no primeiro semestre deste ano.

“A Bacia do Rio Paraguai registrou chuvas significativamente abaixo da média nessa estação chuvosa [outubro de 2023 a setembro de 2024], com um deficit acumulado de 395 mm no período. O total precipitado foi estimado em 702 mm, enquanto a média esperada seria de 1.097 mm”, identificou o relatório do SGB assinado pelo pesquisador Marcus Suassuna Santos.

“De 2020 a 2024, o deficit acumulado nos cinco anos foi de aproximadamente 1.020 mm, valor próximo ao total de um ano hidrológico”, continuou.

Nesse mesmo documento, o SGB e as demais entidades identificaram que o retorno do período chuvoso deve ser consolidado neste mês. O processo de recuperação do nível do Rio Paraguai já começou a ser observado desde meados da segunda quinzena de outubro. 

“Considerando o ritmo de recuperação do Rio Paraguai em anos de secas severas, é provável que o rio permaneça em cotas negativas em Ladário até o fim deste mês. Não se vislumbra a possibilidade de recuperar a cota de 50 cm neste ano”, projetou o relatório da Sala de Crise da Bacia do Alto Pantanal.
Exceto o Rio Paraguai, o volume de chuva de 34 mm registrado entre o fim de outubro e começo deste mês na bacia apontou que os únicos afluentes em condições de nível dentro do esperado são os rios Cuiabá (MT), Miranda e Aquidauana.

Com os extremos de estiagem atingidos neste ano, os pesquisadores ainda não conseguem precisar como será o comportamento da estação chuvosa que está começando. 

“Diante da seca extrema na bacia, acompanharemos com cautela o cenário e analisaremos como será esse início de estação chuvosa”, explicou Suassuna, que é assessor da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial.

Como resultado da estiagem, os incêndios no Pantanal atingiram – até 9/11 – um total de 20% do território pantaneiro. São 3.038.550 hectares queimados desde janeiro, conforme apurou o Laboratório de Análises Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ). Essa área equivale a quase quatro vezes o tamanho do município de Campo Grande.

POR QUE NÃO CHOVE?

A análise dos dados já consolidados no relatório do SGB serve para que autoridades e pesquisadores avaliem o tamanho do impacto negativo que o Pantanal sofreu nesse período de estiagem e preparar medidas mitigadoras para o novo período de redução do volume de chuvas.

Até agora, há um consenso identificado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) para entender por que há menos chuva: os pesquisadores identificaram que, ao longo dos últimos 42 anos, os dias sem precipitação estão aumentando.

Nesse estudo, foi verificado que quando o Oceano Atlântico Norte está mais quente que o normal, ocorrendo uma anomalia que produz menos chuva no sul da Amazônia e no Pantanal.

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