O nome parece escolhido por chef famoso de restaurante internacional: Araticum, jatobá, guavira, macaúba, são ''vedetes'' em Mato Grosso do Sul
Araticum
Annona classifora Mart
Essa é a denominação da famosa ''fruta do mato (cerrado)" araticum, conhecida como pinha-do-cerrado, fruta-do-conde pequena, imbira, pinha, entre outros.
É encontrado no cerrado, em Mato Grosso do Sul, mas também no Distrito Federal, São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Pará e Piauí, Tocantins.
Faz parte do grupo de comida saudável e figura no livro Alimentos Regionais Brasileiros, lançado na última terça-feira (7) pelo ministro Arthur Chioro em comemoração ao Dia Mundial da Saúde que teve como tema a ''alimentação''.
Mais sobre o araticum:
Os frutos podem ser consumidos ao natural e sua polpa pode ser utilizada em doces, sucos, geleias, iogurtes, licores, tortas e sorvetes. A polpa de araticum pode ser conservada por meio de congelamento. Foi verificado que, após um ano, nessas condições, a polpa apresentou o mesmo sabor e coloração.
Obra
O Ministério da Saúde informa que o objetivo do livro é estimular a população para o consumo de uma alimentação saudável capaz de promover saúde e mais qualidade de vida, reduzindo a obesidade, diabetes, hipertensão e outras doenças.
Para reforço à proposta, são apresentados dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2014) mostrando que apenas um quarto da população brasileira (24,1%) consome a quantidade de frutas e hortaliças recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em cinco ou mais dias da semana.
Segundo a OMS, a ingestão necessária é de pelo menos 400 gramas desses alimentos diariamente. Esse consumo é ainda menor entre os homens, quando o índice é de 19,3%, e maior entre as mulheres, 28,2%.
A obra do Ministério da Saúde apresenta, ainda, receitas fáceis com a utilização dessa matéria-prima.
ARATICUM: RECEITA
Ingredientes Peso bruto medida caseira.
- Frango 400 g ou 2 peitos;
- Cebola 150 g ou 1 unidade média;
- Alho 15 g ou 5 dentes;
- Água 240 ml ou 1 xícara de chá;
- Polpa de araticum 200 g ou 1 prato
Caldo de frango 840 ml ou 3 xícaras de chá; - Pão francês amanhecido 150 g ou 3 unidades;
- Azeite 30 ml ou 3 colheres de sobremesa;
- Aveia 15 g ou 1 colher de sopa;
- Cheiro-verde 10 g ou 1 colher de sopa;
- Rendimento: 560 g ou 5 porções;
- Porção: 110 g ou 2 colheres de sopa.
Modo de preparo
1. Cozinhar o frango com a cebola, o alho e a água;
2. Coar o caldo e desfiar o frango;
3. Juntar o frango ao caldo de cocção, acrescentar a polpa de araticum e o caldo de frango preparado previamente;
4. Aquecer a mistura e adicionar os pães esmigalhados;
5. Mexer e colocar em um refratário redondo (30 cm de diâmetro);
6. Regar com o azeite, polvilhar a aveia e levar ao forno para gratinar por 10 minutos;
7. Salpicar com o cheiro-verde e servir.
Jatobá
Hymenaea sp.
Quem não conhece? O cheiro é forte, mas o fruto pode ser consumido cru ou cozido com leite.
O alimento, fornece farinha de ótimo valor nutritivo.
1 quilo de farinha pode ser obtido com 60 ''vagens'' desse fruto de casca escura e que são coletados de setembro a dezembro.
Na culinária, a polpa farinácea é utilizada em bolos, pães, mingaus, só para citar algumas iguarias.
Mais uma utilidade do jatobá: a resina produzida é utilizada na indústria e na área farmacêutica, sem contar que a árvore é comumente empregado na arborização urbana.
JATOBÁ: RECEITA
Ingredientes Peso bruto Medida caseira.
- Farinha de trigo 245g ou 2 ½ xícaras de chá;
- Farinha de jatobá 40g ou 1 xícara de chá;
- Água 150 ml ou ¾ xícara de chá;
- Ovo 110g ou 2 unidades;
- Fermento biológico seco 5g ou ½ sachê;
Açúcar 20g ou 1 colher de sopa; - Queijo muçarela ralado 100g;
- Orégano 0,5g ou 1 pitada;
- Sal 4g ou 1 colher de chá cheia;
- Óleo vegetal o suficiente para untar a assadeira.
- Rendimento: 535g 17 porções
Porção: 30g
Modo de preparo
1. Colocar as farinhas em um recipiente plástico e juntar metade da quantidade de água e os ovos;
2. Amassar até formar uma massa uniforme e acrescentar o fermento biológico e o açúcar dissolvido no restante da água (morna);
3. Continuar sovando a massa até que ela se desprenda naturalmente do recipiente e das mãos;
4. Deixar em repouso por 30 minutos;
5. Sovar a massa novamente;
6. Deixar repousar por mais 2 horas;
7. Misturar o queijo ralado, o orégano e o sal;
8. Fazer bolas médias e colocar em uma assadeira untada com o óleo vegetal;
9. Levar ao forno preaquecido (200 ºC) por 30 minutos.
Guavira
Quem também pede passagem como alimento saudável é a guavira, conhecida ainda como guabiroba.
As informações do alimento são de que representa uma das maiores famílias da flora brasileira, com 23 gêneros e cerca de mil espécies.
Os frutos são globosos e a polpa, quando maduros, é amarelada.
Apesar de não ser uma das principais fontes de vitamina C – como o caju, que contém 219,7 mg de vitamina C –, apresenta quantidade razoável (33 mg) de ácido ascórbico.
O florescimento ocorre de modo bem intenso, por curto período de tempo, de agosto a novembro, com pico em setembro. Frutifica de setembro a novembro.
Veja a referência que faz o livro do Ministério da Saúde: "A comunidade da cidade de Bonito (MS), promove todo ano, no mês de novembro – época de frutificação da espécie –, o Festival da Guavira, com o intuito de resgatar a cultura e a história da comunidade.
A escolha da fruta como nome do festival surgiu da necessidade de conservação dos recursos naturais, em consequência da substituição do cerrado por pastagens. O festival envolve concurso para eleger a melhor “guavira” da região, apresentações musicais, teatro, dança, palestras, exposições, comidas típicas e os mais diversos produtos derivados da guavira".
Macaúba
“Mboca” (que se quebra estalando) + “ya” (fruto) + “iba” (árvore).
Seus outros nomes são bocaiúva, bocaiuveira, bacaiúva, coco-babão, coco-baboso, cocomacaúba, coqueiro-de-espinho, macaúba, macaúva, macajuba.
Esse é o nome guarani da macaúba que mede de 2 cm a 4 cm de comprimento, por 3 cm a 5 cm de diâmetro, e que pesa de 30 g a 50 g.
Nasce de árvore imponente: as macaubeiras maiores atingem, por exemplo, dimensões próximas a 20 m de altura na idade adulta.
A polpa é consumida in natura. É doce e mucilaginosa, prestando-se para o preparo de refresco, doces, geleias e extração de gordura. A polpa da macaúba também é utilizada na produção de farinha utilizada em bolos, mingaus, vitaminas e sorvetes.
O óleo da amêndoa é incolor e substitui o azeite de oliva, podendo ser usado para cozinhar.
A amêndoa pode ser comida torrada, como o amendoim, ou pode ser consumida in natura, na forma de doces.
O peso da parte comestível do palmito varia de 1 kg a 3 kg. Com o palmito, podem-se preparar pratos.
O óleo e a polpa são usados na fabricação de sabão caseiro.
E o Alimento informa: "Há um centro de produção de farinha de macaúba em Corumbá, Mato Grosso do Sul, ligado à Casa do Artesão.
É um trabalho comunitário que desenvolve atividades em bases artesanais valorizando a mão de obra local e tem como objetivo sensibilizar a população sobre o valor dos produtos da região"