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Ângela Maria Consta: "Algodão entre cristais"

Ângela integra movimento por uma cidade democrática

DA REDAÇÃO

04/07/2016 - 00h00
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É comum ver as pessoas que não entendem de educação cometerem erros primários. No Brasil então, é o que há! Quando começamos uma ação, seja a de confeccionar uma simples blusa de crochê ou até mesmo ao fazer um churrasco, é necessário (porque senão, não vai dar certo) COMEÇAR PELO COMEÇO... ponto por ponto, pacientemente, no caso do crochê, ou comprando os ingredientes antes, no caso do churrasco. E por isso não entendo como é difícil explicar para os SABIDOS DE OUTRAS ÁREAS, que EDUCAÇÃO se começa também pelo começo. Isto quer dizer o seguinte: a criança não nasce aos 4, 5 ou 6 anos quando entram no Ensino Fundamental para aprender OS TRÊS ERRES – LER, ESCREVER E CONTAR! A educação começa no ventre da mãe e na família (primeira instituição de educação) e depois nas creches. Comprovadamente, são nos primeiros três anos de vida, que o capital afetivo do ser humano é formado! Isto é muito sério. A qualidade de afeto que damos aos outros quando adulto, depende dessa fase - apego, amizade, apreço, cuidado, toque, calor, atenção... quantos não conseguem dar um abraço, ficar de mãos dadas?! Diante disso é preciso afirmar, quem sabe, escrever em cartazes e colocar em toda parte, que cuidar e educar uma criança exige muito estudo.

Não basta ser mãe, saber trocar fralda ou dar um banho para educar uma criança para a vida! A cada nova eleição, o poder público, seja o executivo ou legislativo, enfiam nas creches as comadres do bairro que ajudaram a elegê-lo... a mãe ou a tia do vereador,  sem a mínima formação. Um absurdo, porque quanto menor é a criança, maior tem que ser a formação desse profissional. Quando digo que sou professora do curso de Pedagogia que forma professores para atuarem na educação infantil, muitos ficam admirados... mas precisa formação superior para atender bebês?!!! lavar bumbum de bebê?!!! Essas perguntas revelam o grau da ignorância na área da educação. É preciso sim, nível superior, mestrado, doutorado, meus senhores, porque ao trabalhar com bebês é indispensável todo cuidado. É esse profissional preparado que saberá o que pode ou não ser feito com esse ser em formação. O professor de crianças pequenas precisa agir como algodão entre cristais, com suavidade, evitando solavancos, choques, ranhuras. Exige olhos, ouvidos e coração atentos, sem cochilar, pestanejar porque qualquer vacilada pode trincar e marcá-lo para sempre.  Imagine uma caixa repleta de cálices de puro cristal envoltos em chumaços de branco algodão. Muitas vezes até mesmo tentando amortecer a queda o inevitável pode acontecer, mesmo com uma quantidade maciça de “algodão”. CUIDADO, FRÁGIL deveria ser a placa colocada em todos os espaços de uma creche.

 BASTA DE AMADORISMO. As crianças atendidas em creches em Campo Grande, como no resto do país, não estão recebendo o tratamento adequado. Muito se ouve falar na qualidade da merenda, mas estou falando em qualidade dos profissionais. Só com estudo se sabe que ao educar se cuida, e ao se cuidar, se educa! Um simples banho é momento de cuidado e educação... afetividade..aconchego... linguagem oral.... Há décadas estamos repetindo ERROS FUNDAMENTAIS.  Campo Grande foi a última capital do país a cumprir a legislação nacional (LDB), que deu um prazo de 3 anos (1999) para que isso se realizasse. Até 2014, as creches estavam subordinadas à área da assistência social, porque as primeiras damas as usavam para barganhar votos nas eleições. Vagas em creches eram moedas de troca. Foram quinze anos de atraso!
Desse modo podemos afirmar que não se pode admitir a contratação de qualquer pessoa que não seja o PROFISIONAL PROFESSOR para atuar em creches. A grande questão agora é: qual foi o avanço que aconteceu nas creches, desde 2014, quando passaram a ser subordinadas ao sistema de ensino? Quase nada, porque a primeira mudança, que já deveria ter sido realizada, seria um professor em período integral em todas as salas, desde o berçário e concurso para diretoras. Educação Infantil é a PRIMEIRA ETAPA DA EDUCAÇÃO BÁSICA. Vamos começar pelo começo? A campanha eleitoral se aproxima...olhos e ouvidos atentos

EDITORIAL

Crises de fim de ano expõem falha na gestão

A raiz comum dessas crises é conhecida, embora frequentemente ignorada: mau planejamento, gestão ineficiente e falta de zelo por parte de quem executa

19/12/2025 07h15

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A virada para 2026 entra para a história recente de Campo Grande como uma das mais conturbadas dos últimos anos. Talvez desde meados da década passada não se via uma sucessão tão clara de crises financeiras e falhas na engrenagem dos serviços públicos locais justamente no momento em que a cidade deveria buscar estabilidade para atravessar o novo ano.

O problema não é pontual tampouco isolado: ele se repete em áreas essenciais e expõe fragilidades estruturais que vêm sendo empurradas com a barriga.

A greve do transporte coletivo, encerrada apenas no início da noite de ontem, é um retrato fiel desse cenário. Durante quatro dias, a população ficou refém de um sistema que parou porque o Consórcio Guaicurus não tinha recursos para pagar salários.

A solução não veio de uma gestão eficiente ou de um planejamento responsável, mas de um socorro emergencial do governo do Estado, que antecipou mais de R$ 3 milhões referentes a uma das parcelas do subsídio ao passe do estudante. Ou seja, o serviço só voltou a funcionar quando o dinheiro público entrou para tapar mais um buraco.

Situação semelhante se repete na Saúde. A Santa Casa, há anos em crise, agora está sob determinação judicial para apresentar um plano capaz de enfrentar um deficit que parece não ter fim. No transporte coletivo, a Justiça foi além e determinou uma intervenção no consórcio responsável pelo serviço.

Quando decisões judiciais passam a ditar os rumos da gestão, fica evidente que algo falhou muito antes, seja na formulação dos contratos, seja na fiscalização ou na condução cotidiana desses serviços.

A raiz comum dessas crises é conhecida, embora frequentemente ignorada: mau planejamento, gestão ineficiente e falta de zelo por parte de quem executa e, principalmente, de quem deveria fiscalizar contratos milionários. Não se trata apenas de escassez de recursos.

Trata-se de como esses recursos são utilizados, de modelos que se mostram esgotados e de contratos que não resistem ao primeiro choque mais sério.

O mais preocupante é que, mesmo após a injeção de milhões de reais do poder público na Santa Casa e no Consórcio Guaicurus, o dinheiro continua insuficiente. Isso deixa claro que o problema é estrutural.

As verbas estão, de fato, mais apertadas neste ano, mas a crise não nasceu agora. Ela é fruto de anos de escolhas erradas, de ausência de transparência e de tolerância com resultados ruins.

A virada de ano conturbada serve, portanto, como um alerta. Não basta apagar incêndios com aportes emergenciais, é preciso rever modelos, refazer contas, cobrar responsabilidades e, sobretudo, planejar com seriedade.

Caso contrário, Campo Grande corre o risco de transformar crises excepcionais em rotina permanente, e isso, definitivamente, a cidade não pode mais aceitar.

ARTIGOS

O combalido Congresso Nacional

A prática do corporativismo, dos conchavos, da legislação em causa própria, com um "orçamento secreto" que nada mais é do que um passaporte para a impunidade, aprovado na calada da noite

18/12/2025 07h45

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Para falar sobre o tema, não poderia deixar de citar uma frase célebre do ilustre brasileiro Ruy Barbosa, que foi político, jurista, advogado, diplomata e jornalista, nascido em 1849 e falecido em 1923.

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

Uma frase com cerca de um século de sua criação nunca foi tão atual, se comparada com os mórbidos acontecimentos vividos neste último período pela Câmara dos Deputados.

Fica evidente a prática do corporativismo, dos conchavos, da legislação em causa própria, com um “orçamento secreto” que nada mais é do que um passaporte para a impunidade, aprovado na calada da noite, propiciando a prática de atos ilícitos e imorais, travestidos de legalidade.

Deputados processados pelos mais variados tipos de crime, inclusive de lesa-pátria, incitando nação poderosa a invadir nosso país e a causar enormes prejuízos às classes produtoras e trabalhadoras, que geram as receitas que proporcionam a força necessária ao bom funcionamento da roda da economia.

Pior: parece que tudo o que vem acontecendo é encarado como fato corriqueiro pelo comandante da Câmara dos Deputados, que até chegou a ser deposto de sua cadeira por um grupo de parlamentares desordeiros e, até o momento, sem qualquer punição.

As telecomunicações alcançaram níveis impensáveis em termos de transmissão de dados, como imagens e sons de alta precisão, e, com isso, o planeta Terra tem assistido às barbáries ocorridas no plenário da Casa de Leis, habitada por um seleto grupo de homens e mulheres escolhidos pelo voto e que lhes proporciona os mais variados tipos de privilégios, consumindo recursos bilionários oriundos de pessoas físicas e jurídicas pagadoras de impostos, que não veem o necessário retorno em obras e serviços essenciais, como saúde, segurança pública e transportes.

Um fator preponderante para a continuidade desses desmandos é a hereditariedade nos cargos políticos, em que os ungidos não precisam provar capacidade técnica ou profissional para exercer um mandato.

Basta ter QI de força para manter em cabrestos os seus apaniguados, com nomeações que os tornam fiéis aos seus patrões e que, quase sempre, só deixam o cargo aposentados, com gordos salários, diferentemente do trabalhador brasileiro aposentado pelo famigerado INSS.

No ano que vem, teremos eleições majoritárias. É evidente que quem está lá não quer sair, mas está passando da hora de o cidadão consciente valorizar o poder de sua arma, qual seja, o Título Eleitoral, para promover a varredura necessária no Poder Legislativo, tanto federal como estaduais.

Por uma questão de justiça, a exceção se faz em relação aos parlamentares que reconhecidamente prestam bons serviços à comunidade.

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